• Nenhum resultado encontrado

VERIFICAÇÕES E PROPOSIÇÕES PARA O MUNICÍPIO DE PARAÍBA DO SUL

7. ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

7.5. VERIFICAÇÕES E PROPOSIÇÕES PARA O MUNICÍPIO DE PARAÍBA DO SUL

A prestação do abastecimento de água é feita pela concessionária pública estadual enquanto os serviços de coleta de esgotos e drenagem urbana são prestados pela própria estrutura de administração pública do município. Retomam-se os principais pontos do diagnóstico somente com a finalidade de criar uma referência neste volume do trabalho voltado para as proposições que visam à universalização dos serviços.

A elaboração do PMSB para o município mostrou que a população vem desfrutando de um serviço estabelecido, mas com problemas. Segundo dados de campo de 2012, a cobertura quanto ao abastecimento de água é de 90,5% na sede e alto índice de hidrometração 96%.

Entretanto o índice de perdas é elevado no município, segundo dados de campo aproximadamente 47% da água de distribuição se perde antes de chegar ao consumidor final.

Para o esgotamento sanitário, há um déficit de 4% em cobertura por rede apenas, mas não há tratamento.

Em relação à operadora, há uma estrutura para prestar o serviço de abastecimento de água, mas há necessidade de ampliar o quanto antes a cobertura. Assim como em outros municípios do Médio Paraíba, permanece o desafio de prestar um serviço mais eficiente, o que é comum a outras operadoras. Trata-se, principalmente, da redução de perdas de água, a qual a prestadora deveria investir para conhecer cada vez mais sua rede de distribuição; e, mesmo, implantar anéis de adutoras de água potável. Isto daria condições de buscar um horizonte de alcançar em alguns anos um índice de perdas em torno de 25%.

Pelo exposto, os serviços prestados estão aquém das necessidades do município e das suas potencialidades. Atualmente qualquer serviço de saneamento deve cumprir uma série de determinações definidas em lei e, assim, se exige um corpo técnico amplo, agilidade operacional e de contratação, entre vários outros pontos.

O Serviço de Drenagem Urbana é dividido, como em outros municípios, em setores ou mesmo secretarias diferentes. Este é o componente mais frágil entre os quatro que hoje compõem o saneamento básico. O atual plano em elaboração é o primeiro trabalho que há e que aborda a drenagem como um todo no município. O foco é microdrenagem, atribuição precípua municipal.

Atualmente não há regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico no município, conforme colocado no diagnóstico.

As oficinas realizadas, no município, constituíram um embrião das atividades de controle social. De uma maneira geral, percebe-se que implantação de instâncias de participação social para exercer o controle conforme previsto na Lei 11.445/2007 é uma necessidade para que a população conheça os serviços prestados, seus condicionantes e custos respectivos.

Esse ponto cabe tanto à concessionária, quanto ao próprio município.

Propõem-se as seguintes modificações, adaptações ou complementações necessárias para dar o suporte legal ao adequado funcionamento do arranjo institucional, orçamentário e operacional:

1. Drenagem urbana: constituir um Ente Municipal responsável pelo planejamento, gestão das informações, contratação de projetos, operação e manutenção desta infraestrutura. Assim, o município passaria a contar não somente com uma infraestrutura em drenagem urbana, mas também um serviço responsável devidamente capacitado para exercer suas funções. Num primeiro momento, a fonte de receitas permaneceria sendo o orçamento municipal, mas com o tempo, conforme estabelecido na Lei 11.445/2007, seria possível individualizar a cobrança pelo serviço proporcional ao grau de impermeabilização e à adoção de medidas compensatórias, como unidades de retenção e infiltração de água no próprio lote.

Esta é uma prática que se inicia em alguns municípios brasileiros, mas já é estabelecida em países europeus como a Itália.

2. Água: a CEDAE é a responsável pela prestação dos serviços. Recomenda-se inicialmente que seja fornecido o plano de metas da Companhia Estadual. A partir desse documento, seria possível verificar se a estrutura operacional existente é suficiente. O desafio, contudo, situa-se na busca de sustentabilidade econômica em função da receita auferida, mas não foram fornecidas essas informações.

3. Esgotos: a prestação dos serviços é feita de forma modesta pelo próprio município.

Não há necessidade de contrato no caso de prestação direta, mas seria necessário algum diploma legal reconhecendo o serviço como seu. É preciso dotá-lo de estrutura ampliada para dar conta de todos os ditames legais ora postos conforme a legislação em vigor. O desafio, contudo, situa-se na busca de sustentabilidade econômica em função da receita auferida. Há várias possibilidades para que o município conte com um serviço mais ágil e atual como requerem as leis em vigor no país. Uma autarquia municipal tornaria a gestão do serviço mais avançada, mas permaneceria o desafio de ter um contingente populacional modesto que dificulta a prestação adequada dos serviços, mesmo implantando hidrômetros e tarifas proporcionais ao consumo, o que traria resultados também para o serviço de esgotos. É possível que uma solução conjunta com outros municípios próximos torne a prestação de serviços mais viável economicamente, o que será tratado em outro produto mais adiante.

4. Regulação e fiscalização: é possível um convênio com a Agência Estadual do Rio de Janeiro, à AGENERSA, que foi criada pela Lei Estadual 4.556/2005. A mesma possui atribuições para atuar no setor de saneamento básico. Uma alternativa seria a criação de uma Agência Regional, compartilhada por vários municípios, sendo o

custo mantê-la, o maior desafio. Uma Agência Municipal levaria a desafios maiores, ainda, em termos de sustentabilidade econômica, e mesmo formação e manutenção do corpo técnico, por isto se mostra menos adequada para Paraíba do Sul.

8. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA A