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VI – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados apresentados resultam da aplicação de um questionário conduzido junto dos Diretores (a) Técnicos (a) das 30 entidades (LIJ e CAT) existentes na região Alentejo. Aceitaram colaborar neste estudo 30 entidades, o que representa cerca de 90% do grupo alvo selecionado para o estudo. Face à amostra inicialmente selecionada, obteve-se uma taxa de retorno de 67%. A partir dos dados capturados através do questionário especificamente desenvolvido para este estudo, apresentam-se e discutem- se os resultados com o propósito não só de analisar e caraterizar o grupo alvo bem como, de conhecer em profundidade a problemática em estudo e dar resposta às questões e objetivos que nortearam esta investigação. Para dar reposta aos objetivos delineados optou-se por dividir o presente capítulo pelos mesmos.

6.1-CARATERIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES

Neste subcapítulo pretendeu-se fazer uma caraterização do grupo alvo da presente investigação, com base nas variáveis de caraterização da Entidade (valência da instituição/resposta social, estatuto social, natureza jurídica),e no funcionamento da entidade (formação do Diretor (a) Técnico (a) e da Equipa Técnica, Dimensão da Equipa Técnica, Voluntariado, número de voluntários e Adesão ao Plano Dom).

a) Caraterísticas da Entidade

Das 22 entidades que responderam ao questionário 54% eram Centros de Acolhimento Temporário e 46% eram Lares de Infância e Juventude. Em que 90% das entidades possui estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social, enquanto 10% tinham um estatuto diferente. Relativamente à natureza jurídica da entidade 41% são Associações, 27% são Sociedades sem fins lucrativos, 14% são Entidades Públicas e 18% são Fundações, tal como vêm ilustrados nos gráficos I, II, e III.

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Gráfico I – Resposta Social.

Fonte: Questionário ”Institucionalização de Crianças e Jovens no Alentejo”

Gráfico II – Estatuto Social de IPSS.

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Gráfico III – Natureza Jurídica da Entidade.

Fonte: Questionário ”Institucionalização de Crianças e Jovens no Alentejo”

b) Funcionamento da Entidade

No que concerne à área de influência da resposta social, ou seja a área que a resposta abrange e da qual acolhe os seus utentes verificou-se que 36% das entidades abrangem a totalidade do concelho. Isso deve-se ao esforço que as entidades têm vindo a fazer para que haja cada vez menos menores deslocados e para que o acompanhamento às famílias possa ser mais próximo. Contudo ainda se verifica uma percentagem elevada de entidades que acolhem menores de outros concelhos, 64%, tal como exemplifica o gráfico IV.

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Gráfico IV – Área de Influência da Resposta Social.

Fonte: Questionário ”Institucionalização de Crianças e Jovens no Alentejo”

No que diz respeito à formação académica do Diretor Técnico da entidade 38% possuem formação na área da psicologia, 28% na área do Serviço Social, 15% em Educação Social, 14% noutra área e 5% não teriam formação académica superior, tal como nos indica o gráfico V.

Gráfico V – Formação Académica do Diretor Técnico.

163 Relativamente à Dimensão da Equipa Técnica, a maioria das Equipas são constituídas por 3 elementos (66%) das respostas, 14% por 2 elementos e 20% das respostas distribuem-se entre a existência de 1 elemento a 6 elementos por equipa, tal como indica o gráfico VI.

A formação académica destas equipas passa pelas seguintes áreas de formação; 14% das equipas são formadas por um Psicólogo, um Assistente Social e um Educador Infância, 33% por um Assistente Social e Psicólogo, 10% por um Psicólogo, um Assistente Social e um Educador Social e 43% por um destes técnicos: Assistente Social, Educador Social, Educador de Infância ou outra área de formação, tal como vem referido no gráfico VII.

Gráfico VI – Dimensão da Equipa Técnica

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Gráfico VII – Formação Académica da Equipa Técnica.

Fonte: Questionário ”Institucionalização de Crianças e Jovens no Alentejo”

Relativamente ao voluntariado 59% das entidades referem que não possuem equipa de voluntariado e 41% contam com este serviço na sua resposta social, tal como indica o gráfico VIII. O valor intrínseco ao voluntariado transcende largamente o quadro da prestação de serviços e da satisfação das necessidades sociais. A motivação que subjaz ao voluntariado, ou seja, a noção de que com a iniciativa individual se está a servir o interesse geral e a contribuir para lhe dar forma, faz emergir valores tais como a defesa do bem comum e a solidariedade e oferece igualmente uma contrapartida ao isolamento e ao egoísmo, fenómenos cada vez mais presentes nas sociedades modernas, (Voluntariado, 2012, «www.voluntariado.ump.pt»).

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Gráfico VIII – Existência de Voluntariado na Entidade.

Fonte: Questionário ”Institucionalização de Crianças e Jovens no Alentejo”

Dos Lares de Infância e Juventude que responderam ao questionário todos aderiram ao Plano Dom (46%) e dos Centros de Acolhimento 54% não aderiram uma vez que esta resposta social não se encontra abrangida pelo Plano Dom, tal como indica o gráfico IX.

Gráfico IX – Adesão da Entidade ao Plano Dom.

166 Os Lares de Infância e Juventude que aderiram ao Plano Dom apontaram como diferenças mais significativas o aumento do número de Técnicos especializados (20%) nomeadamente assistentes sociais e psicólogos, o facto de poderem intervir junto das famílias (10%) e o aumento do número de horas de formação (10%). O Programa Desafios, Oportunidades e Mudança (DOM), possibilita às Instituições, através da contratação de técnicos, desenvolver novas metodologias e estratégias interventivas que fomentem a mudança, nomeadamente na construção de Lares reparadores, securizantes, educativos e formativos, (Plano Dom, 2012, «www.novo.cnis.pt»).

Gráfico X – As Diferenças da Adesão ao Plano Dom.

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6.2 - CRITÉRIOS E MOTIVOS DE ADMISSÃO DAS CRIANÇAS/JOVENS EM ACOLHIMENTO.

Com o propósito de caraterizar e tipificar os motivos do acolhimento tomou-se por base analisar os critérios e os motivos de admissão das crianças e jovens em acolhimento. Seguiu-se como estratégia compreender a perceção que os Diretores (a) Técnicos (a) das Entidades tinham dos critérios de admissão praticados na sua entidade, dos motivos de acolhimento mais frequentes, da organização do grupo que acolhe e da sinalização dos pedidos de acolhimento, tendo por base a análise descritiva designadamente proporções e medidas de tendência central e o teste não paramétrico de Friedman.

a) Caraterização dos Critérios de Admissão

Cada entidade possui um conjunto de critérios de admissão que influenciam no momento de viabilização do pedido de acolhimento (gráfico XI). Assim, das 22 respostas 55% apontou como fator de peso no momento da decisão de acolher a idade da criança/jovem, isto porque o regulamento interno de algumas Entidades define a faixa etária dos 0 aos 12 anos como a mais propensa à mudança, logo mais fácil de trabalhar e de intervir. O sexo (15%) e a residência na área (15%) foram dois fatores igualmente referenciados como importantes no momento da admissão. O peso destes fatores prendem-se sobretudo com as características das entidades que na sua maioria acolhem elementos de um só sexo e com o fato de na ideologia social destas entidades existir uma forte aposta em trabalhar os fatores de proteção junto da família do elemento acolhido e de não desenraizar o menor do seu meio. Outro fator prende-se com o fato de no processo de admissão o elemento ser familiar de uma criança/jovem em acolhimento (10%). A manutenção dos laços familiares ao longo do processo de acolhimento é encarada pelas entidades como uma forma de promover o bem-estar e de possibilitar a continuidade das relações entre elementos. Para além destes critérios de admissão foram ainda referidos outros (5%) tais como:

 Preferência Regional.

 Grau de perigo.

 Existência de reunificação Familiar.

 Dinâmica do grupo acolhido.

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