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íQuadro 10 Escolas particulares no municipio de Francisco Beltrão

3.5 ÁREAS DE DESTINAÇÃO ADEQUADAS

3.5.3 Vias e rodovias

Para análise das vias de acesso foi utilizado o mapa de vias e rodovias (Figura 36). Se faz importante analisar a distância de vias, pois áreas com maiores distâncias em relação ao local de geração de resíduo dificultam a destinação adequada, pois o transporte é dificultado.

Biju (2015), em seu estudo para o aterro de RCC, considerou 250 m a melhor distância de rodovias, a partir dessa distância a aptidão é menor. Já a NBR para aterro de resíduos não perigosos define a distância mínima de 500 m de núcleos habitacionais, não menciona a distância a rodovias, mais restritiva por tratar de resíduos não inertes. Picolo (2011) em seu estudo definiu que a distância ideal para o aproveitamento dos materiais é até 3.000 m.

Assim sendo, foi estipulado que a adequabilidade da distância a rodovias encontra-se na faixa entre 400 e 3.000 m. Com as vias do município vetorizadas foi gerado um buffer de 400 m, e outro de 3.000 m, este último extrapolou os limites do município. Com a ferramenta Erase do Arctoolbox, dentro de Analysis Tools e Overlay foi possível excluir o buffer de 400 m e após recortar a delimitação do município, obteve-se a área delimitada de 400 a 3.000 m.

As áreas com mais de 400 m, áreas aptas, foram divididas a cada 1.000 m, gerando buffers até o limite municipal, posteriormente foi convertido para raster, assim foi possível reclassificar as áreas aptas, permitindo atribuir valores intermediários de aptidão. A menor distância considerada apta, entre 400 e 1.400 m, é a mais adequada, devido a logística, e com o aumento da distância diminui a aptidão, considerando a lógica fuzzy decrescente (Tabela 21).

Tabela 21 - Padronização da variável distância a vias e rodovias para o mapa de aptidão

Distâncias a vias e rodovias Valor

> 400 a 1400 m 10

> 1400 a 2400 m 5

> 2400 a 3400 m 2

3.5.4 Hidrografia

A base cartográfica da hidrografia (Figura 35) foi utilizada para gerar um mapa de distâncias a corpos hídricos. Para Biju (2015), a distância mínima é de 400 m, já a NBR para aterro de resíduos não perigosos, define a distância mínima de 200 m de qualquer coleção hídrica, devido a geração de chorume (ABNT, 1997).

Assim sendo, foi considerada uma distância intermediária, de 300 m como o mínimo adequado. Com a vetorização dos corpos hídricos gerou-se um buffer de 300 m, que são consideradas áreas de restrições, já as áreas maiores que 300 m são consideradas adequadas.

As áreas aptas, foram divididas a cada 100 m, gerando buffers, posteriormente foi convertido para raster para reclassificar, atribuindo valores intermediários de aptidão, sendo maior o valor atribuído com o aumento da distância, pela lógica fuzzy crescente (Tabela 22).

Tabela 22 – Padronização da variável distância a corpos d’água para o mapa de aptidão

Distâncias a corpos d’água Valor

> 300 a 400 m 3

> 400 a 500 m 6

> 500 a 600 m 8

> 600 a 700 m 10

3.5.5 Tipos de solo

A análise do tipo de solo do local, foi quanto a sua fragilidade, o munícipio possui três tipos principais de solos, sendo eles Latossolo, Nitossolo e Neossolo. A fragilidade desses solos, segundo análise empírica de Ross (1994) é menor para Latossolo, intermediária para Nitossolo e maior para os solos novos, Neossolos.

A erodibilidade é uma propriedade inerente ao tipo de solo, podendo ser expressa através do fator K determinado experimentalmente, quanto maior o fator maior a erodibilidade, sendo dependente de interações complexas entre propriedade físicas e químicas (WISCHMEIER; SMITH, 1978).

Diversos estudos são realizados para determinar o fator K, um estudo realizado por Correchel (2003) avaliou oito métodos, encontrando valores médios (Tabela 23).

Tabela 23 – Valores dos índices de erodibilidade do solo (fator K) médio para os oito métodos de estimativas

Solos Fator K médio

Solos sob pastagem

Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico 0,043

Neossolo Quartzarênico 0,009

Nitossolo Vermelho eutrófico 0,025

Solos cultivados com cana-de-açúcar

Neossolo Quartzarênico 0,010

Latossolo Vermelho distrófico 0,019

Nitossolo Vermelho distrófico 0,029

Na região em análise um estudo foi realizado por Ruthes et al. (2012) determinando valores de erodibilidade para a bacia do rio Catorze (Tabela 24).

Tabela 24 – Valores do fator de erodibilidade para a bacia do rio Catorze para oito amostras

Amostra Solo Fator K Fator K

médio

1 Latossolo vermelho distroférrico 0,0267

5 Latossolo vermelho eutroférrico 0,0746 0,0611

7 Latossolo vermelho distroférrico 0,0819

2 Neossolo regolítico eutrófico 0,1238 0,1238

3 Cambissolo háplico distrófico 0,0788

4 Cambissolo háplico distrófico 0,0346 0,0696

6 Cambissolo háplico distrófico 0,0955

8 Nitossolo vermelho distroférrico 0,0738 0,0738

Fonte: Adaptado de Ruthes et al. (2012)

Desta maneira, o mapa de solos foi reclassificados de 1 a 10 conforme a fragilidade, sendo o Latossolo o menos frágil, o Nitossolo intermediário e o Neossolo o mais frágil. Em relação a classificação de terceiro nível, o solo eutroférrico é mais fértil do que o distroférrico, portanto recebe valor levemente maior (Tabela 25).

Tabela 25 - Padronização da variável tipo de solo para o mapa de aptidão

Tipo de solo Valor

LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico 10

LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico 9

NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico 7

NITOSSOLO VERMELHO Distroférrico 6

NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico 2

3.5.6 Declividade

Para a análise da declividade o mapa gerado (Figura 34), foi considerado. Para definir as áreas aptas foi respeitado o definido na NBR 13.896, que define como adequada a declividade entre 1 e 30% para a instalação de aterros de resíduos não perigosos (ABNT, 1997). Portanto, para a reclassificação do mapa de declividade, as áreas com declives maiores que 30% foram excluídas e a reclassificação das áreas adequadas, de 1 a 30%, foi a cada 5%, sendo considerado a aptidão máxima com declividade de 1 a 5% e mínima quando maior que 25 a 30%, seguindo a lógica fuzzy decrescente (Tabela 26).

Tabela 26 – Padronização da variável declividade para o mapa de aptidão Declividade Valor 1 - 5% 10 > 5 - 10% 8 > 10 - 15% 6 > 15 - 20% 4 > 20 - 25% 2 > 25 - 30% 1

3.5.7 Uso e ocupação do solo

Quanto ao mapa de uso e ocupação do solo, gerado a partir das imagens orbitais (Figura 33), a padronização dos dados considerada o impacto ambiental no local, sendo que as áreas com solo exposto recebem valor 10 por possuírem aptidão máxima, pois são áreas já impactadas. Áreas de vegetação rasteira possuem aptidão um pouco menor, com valor 8. Já as áreas com vegetação arbórea a aptidão é mínima, com valor 2, pois são áreas preservadas. As demais áreas, com hidrografia e áreas urbanas são inaptas, sendo excluídas do mapa de padronização (Tabela 27).

Tabela 27 – Padronização da variável uso e ocupação do solo para o mapa de aptidão

Classe de Uso e Ocupação do Solo Valor

Solo Exposto 10

Vegetação Rasteira 8

Vegetação Arbórea 2