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2.6 O DESENVOLVIMENTO DAS AULAS

2.6.24 Vigésima quarta aula

O último dia de aula ocorreu em 06 de novembro. Cheguei à sala de aula e novamente agradeci aos alunos por todos os momentos que passamos e pelo empenho em todas as tarefas realizadas por eles. Antes de aplicar o questionário, perguntei a eles o que acharam sobre das aulas, podendo falar sobre os pontos positivos e negativos sem medo ou receio.

Fiquei muito feliz com todas as respostas que ouvi. Entre as falas dos alunos aponto: “Foi muito bom o campeonato”; “Eu gostei das aulas, aqueles jogos reduzidos foram divertidos, na verdade todas as aulas foram divertidas”. Também um aluno destacou algo muito importante: “Mesmo não ganhando o campeonato, gostei muito, foi legal”. Aproveitei a oportunidade e falei que independentemente de vencer ou não, o importante foi a aprendizagem que eles conquistaram. Como pontos positivos, todos gostaram muito tanto das aulas (conteúdos e tarefas) e principalmente, destacaram que gostaram da competição. O único ponto negativo que eles destacaram, mas em forma de brincadeira, é que o campeonato deveria ser mais longo.

Posteriormente, expliquei que este último dia seria finalizado com o mesmo questionário que eles já haviam respondido no início de nossas aulas. Pedi que tivessem a mesma atenção que tiveram no primeiro preenchimento, pois era muito importante

que eles respondessem com muita honestidade, levando em conta as vivências que tiveram durante as aulas que ministrei.

Após todos responderem e entregarem o questionário, novamente agradeci a turma e me despedi dizendo que gostei muito de trabalhar com eles, pois em momento algum houve problema com algum aluno e sempre que pedi para ser realizado alguma atividade, sempre executaram sem reclamar.

Com o final de minhas intervenções, pude perceber nesta manhã que praticamente todos os alunos aprovaram a minha atuação e a maneira como ocorreram as aulas. Até mesmo no momento do questionário os alunos se mostraram empenhados em responder de forma sincera e com muita calma.

3 CUIDADOS ÉTICOS

Neste estudo tive o cuidado de tentar não influenciar a opinião dos alunos respondentes dos questionários, visando não distorcer os resultados obtidos. Além disso, procurei manter sigilo quanto à identidade dos respondentes e vale ressaltar que os entrevistados participantes do estudo tiveram sua identidade preservada.

A investigação obedeceu à legislação vigente, no que diz respeito a pesquisas que envolvem seres humanos. Sendo assim, ocorreu a preservação da identidade dos alunos e outros envolvidos, de modo que os nomes não mencionados não representam possibilidades de identificação, no qual foi assinado o termo de consentimento livre e esclarecido25.

Durante os encontros, existia a possibilidade de constrangimentos entre os alunos, pois algum poderia sorrir frente à alguma dificuldade motora ou cognitiva de um colega. Para minimizar essa possibilidade, abordei com os alunos os temas relacionados ao conhecimento atitudinal, ou seja, enfatizei que era necessário respeitar os colegas e colaborar com o aprendizado do todos. Com isso, busco minimizar de forma efetiva a possibilidade de riscos relativos à constrangimentos dos alunos dos participantes observados.

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Este termo de consentimento livre e esclarecido foi entregue pela professora titular da disciplina de TCC, sendo preenchido pelos alunos. Posteriormente as aulas, foi visto que deveria ser assinada pelos responsáveis dos alunos.

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4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise dos dados foi realizada através da comparação entre os questionários preenchidos pela turma de alunos antes e após o desenvolvimento de uma unidade de ensino. Com essa ação, busquei verificar uma possível mudança na percepção dos discentes a respeito dos valores atitudinais relacionadas à competição.

Nessa perspectiva, os resultados encontrados foram analisados levando em conta o assunto de cada questão, sendo estas interpretadas uma à uma e, por fim, atribuindo um resultado para a análise. Nesse processo utilizei dois questionários conhecidos no meio acadêmico – prioridades da competição, criado por Andrés e Ogawa (2012) e o questionário de atitudes com relação ao Fair Play no futebol, proposto por Sanmartín (apud GONZÁLEZ; FRAGA, 2009) –, visando aumentar a possibilidade de assuntos para avaliar.

A análise comparativa dos questionários foi realizada com base em uma análise de conteúdo. Segundo Bardin (1997) as diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três polos: a) a pré-análise; b) a exploração do material; c) o tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação. Sobre o mesmo assunto, Silverman (2009, p. 148) destaca que “na análise de conteúdo, os pesquisadores estabelecem um conjunto de categorias e depois contam o número de vezes que eles incidem em cada categoria”.

Como forma de apresentação dos dados, montei dois quadros, sendo um para cada questionário. Em cada um desses, montei uma exposição para ser observada visualmente em dois lados: esquerdo e direito. No esquerdo, apresento as respostas da turma de alunos no primeiro questionário e, no outro lado, mostro as questões respondidas dos discentes no questionário realizado após a unidade de ensino.

Após essas duas partes, nos quadros mais à direita constam o que denominei de resultado. Nesse tópico, criei categorias para análise com base em Bardin (1997) e Silverman (2009)26. Mais especificamente, foram necessários quatro movimentos: 1) selecionar as questões dos questionários que julguei de maior pertinência, tendo em vista o tempo para análise das respostas e a extensão demasiada que ficaria esta parte do estudo. Para tanto, utilizei dois critérios que as perguntas deveriam obedecer: a) ter

26 Silverman (2009) aponta que na análise de conteúdo os pesquisadores costumam estabelecer um

relação com valores de cidadania e desenvolvimento humano – como cooperação e solidariedade, por exemplo –; b) referir-se a aspectos relacionados à violência e agressão no esporte; 2) criar siglas para os termos utilizados pelos criadores dos questionários, devido ao limite de espaço no quadro; 3) agrupar em categorias esses termos, visando estabelecer linhas de raciocínio para as respostas da turma de alunos; 4) criar indicadores para avaliar as categorias mencionadas no primeiro movimento, com a intenção de verificar a evolução nas respostas.

As perguntas selecionadas constam na primeira coluna, da esquerda para direita do questionário. Na escolha das abreviações utilizei a primeira letra de cada palavra que constituíam o termo em questão. Logo, no primeiro quadro, as cinco nomenclaturas foram identificadas da seguinte forma: Nada Importante: NI, Muito Pouco Importante: MPI, Pouco Importante: PI, Importante: I e Muito Importante: MI. Já para o segundo quadro, as abreviações utilizadas foram identificadas da seguinte maneira: Discorda Plenamente: DP, Discorda: D, Indiferente: I, Concorda: C e Concorda Plenamente: CP. Consequentemente, o agrupamento das categorias ficou da seguinte forma: a) Discorda Plenamente e Discorda formaram o identificador DP-D; b) Concorda e Concorda Plenamente constituíram a categoria C-CP.

No segundo quadro, o agrupamento das categorias ficou da seguinte forma: a) Nada Importante e Muito Pouco Importante formaram o indicador NI-MPI; b) Importante e Muito Importante constituíram a categoria I-MI27. Finalmente, estabeleci indicadores para avaliar as categorias mencionadas no primeiro movimento, com as seguintes identificações: Positivo, Neutro e Negativo. Para o resultado ser considerado Positivo28, era preciso haver um aumento de respostas assinaladas ou então, dependendo da pergunta, era preciso haver uma diminuição das questões apontadas como positivas do segundo questionário comparadas com o primeiro. Quando o número de marcações na mesma questão aparecia no primeiro e no segundo questionário, o resultado era considerado Neutro. Para apontar que o resultado ficou Negativo29, levei em conta as

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Optei por deixar o termo Pouco Importante fora dos indicadores, por entender que ele se encontra no que poderia chamar de "meio termo das respostas possíveis" não contribuindo diretamente com a análise e evolução das respostas da turma de alunos.

28 Exemplo de resultado positivo: o número de alunos que julga ser importante ou muito importante não

cometer entradas violentas no jogo, mesmo em uma situação clara de gol, aumentou.

29 Exemplo de resultado negativo: aumentou o número de respostas que não consideram importante

questões em que os alunos assinalaram mais questões de forma negativa comparando os dois questionários30.

Nessa linha, na tentativa de expressar de forma clara essas ações, apresento na sequência: a estruturação de cada quadro, o próprio quadro e a análise das respostas. Primeiramente, apresento o questionário prioridades da competição. Na análise desse questionário, foram selecionadas 13 questões de um total de 18. Sendo assim, no Quadro 9 apresento a análise comparativa do instrumento em questão.

Quadro 9– Análise comparativa do questionário prioridades da competição

ASSUNTOS PRIMEIRO QUESTIONÁRIO SEGUNDO QUESTIONÁRIO RESULTADO NI MPI PI I MI NI MPI PI I MI

Ser justo, não

enganar 0 0 1 5 16 0 0 0 6 16 NI-MPI =Neutro I-MI = Positivo Ser companheiro, estar com os amigos 0 0 0 10 12 0 0 0 9 13 NI-MPI = Neutro I-MI = Neutro Ter compaixão, preocupar-se com as pessoas 0 0 3 14 5 0 0 2 11 9 NI-MPI= Neutro I-MI = Positivo Demonstrar conformidade, integrar-se ao grupo 0 0 0 15 7 0 0 0 17 5 NI-MPI = Neutro I-MI = Neutro Ser consciencioso, dar o máximo, fazer o melhor 0 0 2 9 11 0 0 0 13 9 NI-MPI= Neutro I-MI = Positivo Empenhar-se, ser persistente e perseverante no jogo e na competição 0 0 4 9 9 0 0 0 13 9 NI-MPI = Neutro I-MI = Positivo Ter prazer, se divertir 0 0 2 11 9 0 0 1 15 6 NI-MPI =Neutro I-MI = Positivo Ser obediente,

fazer o que lhe pedem 0 0 5 9 8 0 0 2 12 8 NI-MPI =Neutro I-MI =Positivo Ter auto realização, sentir- se bem quando joga 0 0 2 15 5 0 0 0 17 5 NI-MPI =Neutro I-MI =Positivo

Quadro 9– Análise comparativa do questionário prioridades da competição (continua) Mostrar espírito esportivo, ter comportamento apropriado, não ser um mau perdedor 0 0 3 13 6 0 0 1 7 14 NI- MPI=Neutro I-MI =Positivo Ser coeso, incentivar e encorajar a equipe quando as coisas são difíceis 0 0 4 6 12 0 0 0 10 12 NI-MPI =Neutro I-MI =Positivo Ser tolerante, envolver-se com os outros mesmo não gostando deles

0 1 5 15 1 0 1 5 11 5 NI-MPI =Neutro I-MI =Neutro Superar e ganhar dos outros 1 1 6 8 6 2 2 7 9 3 NI-MPI =Positivo I-MI =Positivo

Total Respostas positivas: 11

Respostas negativas: 0 Fonte: o autor (2015)

Como é possível perceber no quadro apresentado, a comparação entre o questionário prioridades da competição, com preenchimentos antes e depois a aplicação da unidade de ensino, apontou resultados positivos no que se refere à percepção da turma de alunos sobre valores atitudinais na competição. Faço essa afirmação, com base nas respostas apresentadas no Quadro 9. Na sequência, apresento a análise descritiva das questões, de forma individual.

Na primeira questão, o número de alunos que julga importante ou muito importante ser justo e não enganar no jogo aumentou de 21 para 22. Apesar do aumento, estou ciente que esse dado não apresenta alteração considerável na percepção dos alunos sobre o tema dessa pergunta. De toda forma, esse empenho é válido, pois essa concepção de educação esportiva estabelece como propósito formar a pessoa mais culta porque caracteriza a boa e a má prática esportiva (RICARDO, 2005).

Na questão ser companheiro, estar com os amigos, considerei os resultados como Neutros, uma vez que o número de respostas se manteve igual. No momento de análise dos dados, percebi que neste tema poderia ter questionado os alunos visando uma melhor percepção da questão no que se refere a amizade (mesmo todos os alunos

concordando em ser importante e muito importante esse assunto). No sentido de que quando estamos com os amigos, os jogos se tornam mais agradáveis.

No item, ter compaixão, preocupar-se com as pessoas, o número de alunos que credita importância para essa ação aumentou. O que pode ter ajudado nesta percepção dos alunos foi uma ação ocorrida na vigésima aula, em que ao perceber que uma menina havia recebido uma bolada no rosto, paralisei imediatamente o jogo, e antes mesmo de eu chegar para atender a aluna, os próprios colegas de equipe – e até mesmo os adversários – ajudaram a menina. Mesmo não sendo de propósito, o aluno que efetuou o chute foi ver como estava a colega e pediu desculpas, além de ter ajudado no atendimento. Antes de reiniciar o jogo, pedi mais calma e cuidado para os meninos. Aproveitei a oportunidade para elogiar a excelente atitude que haviam demonstrado, deixando claro que é importante e faz sentido se preocupar com as pessoas, indiferentemente da equipe que estão atuando no momento.

Em relação ao tópico demonstrar conformidade, integrar-se ao grupo, o comparativo entre o primeiro e o segundo questionário apontou que os resultados foram neutros, visto que os alunos mantiveram as mesmas respostas para esta questão. O resultado dos alunos de forma geral foi positivo quando considerado que todos os alunos responderam I-MI a questão, em ambos os questionários. A resposta da turma de alunos tem relação com o apontamento de Mesquita e Graça (2007) quando estes apontam que com o modelo de educação esportiva, os alunos menos hábeis e as meninas, participam mais e realizam um papel importante para a equipe, o que faz os alunos integrarem-se ao grupo.

Em outra questão, o número de alunos que confere importância a ser consciencioso, dar o máximo, fazer o melhor aumentou de 20 para 22. Essa evolução pode ser fruto das intervenções que realizei no momento em que terminou o campeonato, pois além de parabenizar a equipe campeã, exaltei a força de vontade da equipe Kslyrysk que se empenhou até o final. Devido às respostas dos alunos e a esta intervenção, é possível estabelecer relação com o pensamento de Ricardo (2005, p. 28), quando ele destaca o entendimento de que a educação esportiva constitui o aluno esportivamente competente, “porque domina as habilidades de forma a poder participar no jogo de um modo satisfatório e que conhece, compreende e adota um comportamento tático apropriado ao nível do jogo praticado”.

No que diz respeito à empenhar-se, ser persistente e perseverante no jogo e na competição, o número de alunos que julgou essa questão importante aumentou de 18 para 22. Uma ação que pode ter contribuído para tal evolução, ocorreu no momento em que os integrantes da equipe Bar100lona se mostravam abatidos e aparentemente desanimados para o jogo, uma vez que faltou um componente no dia. Frente a isso, tentei motivar a equipe, falando a eles que é nesses momentos de dificuldade que devemos mostrar força e que no esporte não se pode desistir sem antes tentar. Essa situação seria uma ótima experiência para eles se reunirem e juntos se organizar para o jogo, pois tinham totais condições de conseguir a vitória. Segundo Ricardo (2005) um dos significados da competição é o máximo de empenho dos sujeitos envolvidos em busca do objetivo.

Ao examinar a questão ter prazer, se divertir, o resultado demonstrou um pequeno aumento nas respostas (de 20 para 21). Essa alteração pode ser fruto dos questionamentos sobre a percepção dos discentes a respeito da participação na competição durante as aulas. Em resposta, eles disseram que estavam satisfeitos, como pude perceber através da seguinte fala: “As aulas são mais divertidas, não é só chegar e jogar”. Mediante essa resposta, acrescentei que é extremamente importante ter prazer e se divertir nas aulas, além de aprender. De acordo Mesquita e Graça (2007), estudos com os programas de educação esportiva têm apontado que os alunos aprendem mais e mencionam que se divertem mais.

Na questão ser obediente e fazer o que lhe pedem, considerei o resultado Positivo, uma vez que a maioria dos alunos conferiu importância ao tema. Pois, as respostas passaram de 17 para 20. O que pode ter auxiliado nessa nova percepção foi o momento da décima nona aula quando percebi, ao chegar ao ginásio, que não era necessário solicitar novamente para os alunos se organizassem para o evento, como eu havia feito outras vezes. As equipes foram se organizando "por conta própria", ou seja, sem minha orientação. Os times que se enfrentariam colocaram coletes e a equipe de apoio rapidamente montou a estrutura para a disputa, trazendo os materiais necessários. Chamou-me a atenção mais ainda, a colaboração de todos, principalmente quando um aluno solicitava ajuda ao outro. Ao término deste dia, realizei uma fala destacando essa percepção e parabenizando pela humildade e senso de colaboração com os colegas da turma.

Ao abordar a questão de ter auto realização e sentir-se bem quando joga, percebi que aumentou o número de alunos que julgam esse sentimento importante. Acredito que isso se deve a vários momentos dos encontros. Mas um dos principais fatores é oriundo da nona aula, em que ao perguntar para a turma o que eles estavam achando das aulas um aluno comentou: “Antes eu quase não participava das aulas, agora com estes jogos reduzidos e depois o jogo normal, ficou melhor eu me sinto bem melhor”. Com essa resposta aproveitei e acrescentei que era este o objetivo das aulas, ter prazer, se divertir e sentir-se bem quando joga. A partir das respostas dos alunos é possível estabelecer uma relação com o apontamento de Ricardo (2005), quando o autor manifesta que o aluno demonstra entusiasmo ao participar dos jogos.

Ao se posicionarem sobre mostrar espírito esportivo, ter comportamento apropriado e não ser um mau perdedor, interpretei o resultado como Positivo, pois o número de alunos que atribui importância à esse tema, passou de 19 para 21. Uma atitude que pode ter influenciado essa alteração foi a fala que realizei ao final da vigésima primeira aula, em que parabenizei a equipe Bar100lona por, mesmo sem chances de ficar campeã, ter jogado com o mesmo empenho das outras partidas. Eles afirmaram e cumpriram que não iriam entregar o jogo para não prejudicar outra equipe. Essa ação demonstra um espírito esportivo e conduta ética apropriada.

Levando em consideração a questão de ser coeso, incentivar e encorajar a equipe quando as coisas são difíceis, considerei o resultado Positivo, pois houve um aumento de mais de 18% no número de alunos que atribuíram importância ao tema. Essa constatação pode ser produto de uma atitude que realizei, em um momento da competição em que apenas um menino poderia jogar em uma equipe, o qual se negava, pois seu outro colega do gênero masculino foi expulso na partida anterior. Nessa ocasião, juntamente com todos os membros da referida equipe, solicitei para que o aluno (fora da quadra) que não poderia jogar incentivasse e ajudasse de alguma forma a sua equipe. Esse discente, por sua vez, pediu para o seu colega que poderia jogar não desistir, pois a equipe precisava dele. Durante o jogo ele também comandou a equipe quanto ao posicionamento, mesmo não estando no banco de reservas.

Ao examinar a questão de ser tolerante, envolver-se com os outros mesmo não gostando deles, considerei a questão neutra, pois com a somatória das opções NI-MPI e também I-MI, nos dois questionários, se mantiveram as mesmas. Mesmo não havendo alterações nas respostas, houve um momento na décima sexta aula em quando foi feita a

divisão das equipes, uma menina queria jogar na equipe de uma amiga, neste momento aproveitei para conversar e esclarecer que no esporte temos que aprender a se envolver com todos, mesmo não sendo nossos melhores amigos ou até mesmo quando não gostamos de alguém. Essa intervenção tem relação com o apontamento de Kirk (apud MESQUITA; GRAÇA, 2007) quando esse aponta que uma inclusão estabelecida da aprendizagem dos jogos, estabelece a valorização da dimensão social-interativa, o que contribui para esta aproximação.

No que diz respeito à questão de superar e ganhar dos outros, avaliei o resultado como Positivo, pois diminuiu de 14 para 12 o número de alunos que julgavam esse item como o mais importante. Um momento que pode ter relação com essa mudança e que acredito ter sido um aprendizado para todos, foi quando no intervalo do jogo na vigésima aula em que ao solicitar que a equipe Patakas realizasse uma substituição para que todos pudessem jogar, não foi aceita pelo capitão do time. Antes de finalizar a aula, aproveitei a ocasião e dialoguei com a turma a respeito. No final da conversa, praticamente toda a turma afirmou que preferiam participar do jogo mesmo não ganhando. Nessa linha, destaquei que todos devem, querem e têm o direito de participar. Por fim, o total de respostas positivas encontradas na análise do comparativo deste questionário foi 11, enquanto que não houve nenhuma avaliação negativa para o mesmo.

Na análise do questionário atitudes com relação ao Fair Play no futebol, foram selecionadas 19 questões de um total de 28. Sendo assim, no Quadro 10 apresento a análise comparativa do instrumento em questão.

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