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04 TERCEIRIZAÇÃO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

4.1 VISÃO GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Com previsão constitucional desde 1824, o Ministério Público é instituição permanente que recebeu especial atenção na Carta Magna de 1988, quando teve garantida a sua independência funcional, inaugurando um novo perfil de atuação, passando a assumir diferentes atribuições, todas voltadas à defesa dos interesses da coletividade.

A atual Constituição Federal66, ao contrário da norma anterior, não mais trouxe o Ministério Público como organização integrante do Poder Executivo, Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, prevendo-o como “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

Conforme prenuncia o texto da Lei Maior, o Ministério Público, uno e indivisível, tem atuação destinada às esferas estaduais e federal, nesta abarcadas as questões trabalhistas, militares e eleitorais, além do Parquet do Distrito Federal e Territórios, dependendo o ingresso na carreira da aprovação em concurso de provas e títulos.

A atuação ministerial é voltada à sociedade, buscando a tutela dos direitos difusos e coletivos, assim como dos direitos individuais indisponíveis, estes

considerados fundamentais, absolutos, inerentes ao ser humano, como são exemplos o direito à vida, à dignidade, à igualdade e à honra.

Em 2017 o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte completou 125 de sua criação. É considerada uma instituição relativamente nova quando comparada aos de outros Estados da Federação. Apesar de jovem, o MPRN possui estrutura organizacional idealizada para a efetivação das metas e objetivos idealizados quando da elaboração e implantação do seu Planejamento Estratégico, em meados do ano de 2012.

Naquela ocasião, a missão da instituição foi definida como aquela voltada à promoção da justiça e ao serviço à sociedade na defesa de seus direitos fundamentais, fiscalizando o cumprimento da Constituição e das Leis e defendendo a manutenção da democracia, a partir do seu reconhecimento como instituição independente, catalisadora, dinâmica, eficiente e eficaz, responsável e referente na defesa dos interesses da sociedade e na valorização efetiva de seus integrantes, com capacidade de contribuir na construção da justiça social e da cidadania, com atuação equânime em todo o Estado do Rio Grande do Norte67.

Consciente de que uma instituição para ser permanente e forte precisa ser erguida a partir de bases sólidas, o MPRN reconhece e adota como valores a legalidade, a probidade, a imparcialidade, a transparência, o comprometimento, a efetividade e a independência.

Além do respeito à ordem jurídica, a organização estudada busca fortalecer a sua identidade, agindo com integridade e honradez na sua atribuição institucional de maneira estratégica e operacional, com eficiência, economicidade e eficácia, observando o princípio da imparcialidade e o bem coletivo, sem a interferência de interesses corporativos, pessoais ou políticos, zelando pela clareza de objetivos e de intenções, com a contínua prestação de contas ao cidadão, que passa a conhecer, acompanhar e demandar ações da instituição, tendo em vista o compromisso assumido perante a sociedade.

Para o alcance dos seus objetivos institucionais o Parquet do Rio Grande do Norte depende de estrutura material e, principalmente, de estrutura de pessoal

67 Como se observa do próprio site da instituição. Disponível em <http://www.mprn.mp.br/portal/inicio/institucional/procuradoria-geral/missao-visao-e-valores>. Acesso em: 04 fevereiro 2018.

condizentes com o quantitativo de demandas que lhes são apresentadas e, principalmente, em razão da relevância do papel que desempenha na sociedade, não podendo se expor ao risco de descontinuidade ou desconformidade da sua atuação.

O primeiro concurso público para constituição de quadro próprio de servidores foi realizado no ano de 2001, quando ingressaram na organização os aprovados para os cargos de Analista Ministerial (nível superior), Agente Administrativo (nível médio) e Auxiliar Ministerial (nível fundamental).

A criação do Conselho Nacional do Ministério Público pela Emenda Constitucional 45/2004 ensejou uma nova postura de atuação e estruturação ministerial, surgindo a necessidade de adequação do seu quadro de pessoal, razão pela qual foram realizados, nos anos de 2005, 2012 e 2017 novos concursos para ingresso nas carreiras de Técnicos68 e Analistas do MPRN.

Atualmente, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte conta com 210 (duzentos e dez) membros, dentre Promotores e Procuradores de Justiça, 459 (quatrocentos e cinquenta e nove) servidores concursados, dentre os quais 83 (oitenta e três) analistas, 348 (trezentos e quarenta e oito) técnicos e 28 (vinte e oito) auxiliares.

Além dos servidores de carreira, a organização conta com 126 (cento e vinte e seis) servidores cedidos, 252 (duzentos e cinquenta e dois) servidores unicamente comissionados, ocupantes de cargos de assessorias, chefias e gerências; além de 329 (trezentos e vinte e nove) estagiários de graduação e pós-graduação69/70, ao grupo somando-se, ainda, 490 (quatrocentos e noventa) trabalhadores terceirizados71.

Os cargos de auxiliar de serviços gerais, agente de portaria e motorista do Ministério Público, foram extintos por meio das Leis Complementares Estaduais nos 297/05 e 413/10, dando margem à contratação de trabalhadores terceirizados para o desempenho das funções até então exercidas pelos titulares dos referidos cargos,

68 Nomenclatura dada pela Lei Complementar Estadual nº 425, de 08 de junho de 2010, ao então cargo de Agente Administrativo.

69 Conforme portal da Transparência do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte. Disponível em: <http://transparencia.mprn.mp.br/>. Acesso em 18 fev. 2018.

70 Vide Anexo II.

71 Portal da Transparência do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte. Licitações,

Contratos e Convênios. Disponível em: <http://transparencia.mprn.mp.br/>. Acesso em: 18 jan.

tendo em vista que as respectivas atividades passaram a ser consideradas como de natureza acessória, não essencial ao funcionamento da organização em referência. Por tal razão, quando da aposentadoria daqueles servidores que ainda estão em atividade, haverá a total extinção dos referidos cargos.

4.2 ATIVIDADE FINALÍSTICA DO MPRN E AS FUNÇÕES INERENTES AO CARGO