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Vista parcial da praça “sem nome” no bairro Nova Descoberta Zona Sul

Foto: GOMES, M. R. set/2011.

Os bairros que apresentam os menores IQPs médio estão associados à frequente presença de praças com inúmeros problemas em aspectos ambientais, infraestrutura e lazer.

Não se trata aqui para tanto de estudar as praças públicas, na perspectiva de examinar o projeto urbanístico das mesmas, mas indagar sobre os processos políticos, econômicos e sociais mais amplos no processo de transformações da própria cidade e do urbano no curso da

história social. Pois, sob a inter - relação sociedade e natureza, a cidade tem apresentado ambientes com ótimas condições para o desenvolvimento da vida da população, bem como ambientes degradados e altamente problemáticos, na qual significativa parcela dos seus habitantes está submetida.

Para Mendonça (2011) situações como esta reafirmam que os problemas ambientais que ocorrem nas cidades são, por princípio, problemas socioambientais. A interação entre sistemas e subsistemas, o complexo fluxo de matéria e energia, de origem natural e/ou produto da ação humana nas cidades é o mais claro exemplo de espaço onde a interação entre Natureza e Sociedade se concretizam (MENDONÇA, 2004).

É observado que os problemas de dimensão socioambiental nas praças públicas da cidade, como falta de manutenção, atos de vandalismo, impermeabilidade, ausência de áreas verdes entre outros, se refletem não somente em termos de distribuição espacial, mas também na sua estrutura para fins de quantidade e qualidade.

5.2.3 Classificando o IQP em categorias

Considerando a variedade de IQP médio nos bairros de Natal, percebe-se que se trata de uma paisagem geográfica materializada frente a uma diferenciação e hierarquização de serviços urbanos, seja, em aspetos de lazer, ambiental e/ou infraestrutura.

Mesmo as praças em ótimas condições, ainda sim, ressaltam a necessidade de maior atenção por parte de planejadores e gestores públicos em termos de um equilíbrio associados à quantidade e qualidade de tais serviços urbanos. Condição essa, indispensável para que a praça possa potencialmente desempenhar suas múltiplas funções, sem que haja prejuízos para as condições ambientais urbanas e na qualidade de vida da população.

Conforme as categorias estabelecidas para os IQPs, verifica-se que a cidade de Natal aparece categorizada com Índice Médio para as praças públicas em termos estrutura.

Com base no IQP médio para cada uma das Regiões Administrativas, as categorias são classificadas de modo que a Zona Leste apresenta Índice Baixo e a Zona Norte, a Zona Oeste e a Zona Sul com Índice Médio (Tabela 2).

Assim, a Zona Leste é representada por 15,62 % de Índice Médio e 21,87% de Índice Baixo. A Zona Norte com 9,37% para Índice Médio e 9,37% com Índice Baixo. A Zona Oeste com 12,5% de Índice Médio e 9,37% para Índice Baixo e a Zona Sul com 18,75% Índice Médio e 3,12% para Índice Baixo (Gráfico 8). Destacando a Zona Leste com maior percentagem de Índice Baixo e a Zona Sul para maior percentagem em Índice Alto.

Gráfico 8 - Classificação do IQP em categorias por Região Administrativa de Natal (percentagem)

Fonte: (O presente estudo).

No que se refere diretamente ao IQP médio por bairro, verifica-se que desses, 56,25% apresentam Índice Médio e 43,75% com Índice Baixo. Para nenhum dos casos é registrado Índice Alto (Gráfico 9).

Gráfico 9 - Classificação do IQP médio por bairro de Natal em categorias (percentagem)

Fonte: (O presente estudo).

Os bairros que representam a percentagem do Índice Médio são Potengi, Neópolis, Ribeira, Tirol, Lagoa Seca, Nordeste, Pitimbu, Candelária, Pajuçara, Igapó, Ponta Negra, Lagoa Nova, Cidade da Esperança, Nossa Senhora de Nazaré, Capim Macio, Barro Vermelho

e Guarapes. O Índice Baixo é representado pelos bairros Felipe Camarão, Praia do Meio, Nova Descoberta, Bom Pastor, Lagoa Azul, Rocas, Santos Reis, Alecrim, Quintas, Petrópolis, Nossa Senhora da Apresentação, Cidade Alta, Mãe Luiza e Redinha (Mapa 4).

Mapa 4 – Espacialização dos IQPs médio por bairro de Natal em categorias

As categorias apresentadas para o IQP da cidade como um todo, apontam para inúmeros problemas urbanos nas praças públicas, relacionados à disposição de serviços de lazer, infraestrutura e ambiental de qualidade para população. Os resultados expostos são passíveis de aproximação e mensuração da atual situação em que se encontram as praças públicas da cidade, perpetuando a problemática ao longo de toda a malha urbana.

As categorias de IQP quando analisadas individualmente por bairros apresentam a predominância maior de Índices Médio e Índices Baixo. (Gráfico 10).

Gráfico 10 – Variação das categorias dos IQPs por bairro de Natal (percentagem).

Fonte: (O presente estudo).

Em percentagem, os IQPs por bairro apresentam as seguintes categorias:

- Índice Baixo – 15,62%; representado pelo IQP médio dos bairros Bom Pastor, Felipe Camarão, Mãe Luiza, Nova Descoberta e Santos Reis.

- Índice Médio – 12,5; representado pelo IQP médio dos bairros Cidade da Esperança, Guarapes, Lagoa Seca, Nossa Senhora de Nazaré.

- Variando em Índice Baixo e Índice Médio – 56,25%; representa a maioria dos casos acima expostos.

- Índice Baixo e Alto – 3,12%, representado pelo bairro Barro Vermelho.

- Variando em Índice Baixo, Índice Médio e Índice Alto – 12,5%; representado especificamente por Lagoa Nova, Neópolis, Pitimbu e Potengi.

Os espaços categorizados por Índice Baixo são determinados, sobretudo, pelas maiores possibilidades de identificação dos problemas que se seguem: equipamentos de lazer e/ou infraestrutura depredados, ausência de equipamentos para lazer e/ou infraestrutura, vegetação arbórea esparsas, ausência de arvores e/ou vegetação, predominância de espécies exóticas, acúmulo de lixo, áreas completamente abandonadas, impermeabilidade do solo entre outros, a exemplo da Praça Nova Natal no bairro de Lagoa Azul (Foto 30).

Foto 30 - Vista parcial da praça Nova Natal no bairro Lagoa Azul