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VIVÊNCIAS NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL SESQUINHO

Levando em conta que estava sendo desenvolvido na escola um projeto de música sobre a cultura popular do Rio Grande do Sul com foco na gaita, buscou-se com essa tarde cultural “mateando na escola” levar as crianças para dentro desse tema, proporcionando um momento de vivência cultural, onde as crianças ouviram, cantaram e tocaram junto comigo na tarde do dia 19 de junho de 2013, chimarreando um “doce amargo” ao som da gaita.

No dia anterior a mateada, foram encaminhados bilhetes as famílias comunicando e pedindo para que enviassem cuias e bombas para matearmos na escola. Depois de todas as turmas terem feito seus chimarrões, EU que sou a “gaiteira”, sentei-me no palco junto com alguns alunos da turma D, estes formaram uma banda para me ajudar a tocar e cantar. Depois foram se “achegando” as crianças da turma C e B, foram “abancando-se” na frente do palco, em um primeiro momento observando e tomando mate, mas depois de algum tempo já estavam cantando e dançando ao som da gaita com as mais diversas expressões e sensações de estarem vivendo um momento diferente, que até então não tinha sido vivenciado na escola.

A tarde musical realizada na escola foi muito divertida, prazerosa e diferente, pois as crianças ainda não tinham tido a possibilidade de presenciar um músico com o seu instrumento cantando e tocando para eles na escola. As crianças ficaram maravilhadas e perguntavam-me “é a profe que toca gaita?” E eu respondia “sim, é a profe que toca gaita”. Momentos culturais e diferentes são de grande importância para uma escola de Educação Infantil, portanto, como sei tocar acordeom lancei a ideia que foi muito bem recebida e apoiada por todas as professoras da escola, porém o melhor foi o resultado grandiosamente significante que este momento proporcionou e possibilitou às crianças.

31 Fotografia 3 – Momento Cultural

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2013). Fotografia 4 – Mateando na escola

32 Fotografia 5 – Acompanhando a música batendo palmas

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2013). Fotografia 6 – Como é bom um chimarrão

33 Fotografia 7 – Nossa banda

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2013).

Fotografia 8 – O show não para

34 Nas vivências proporcionadas pelo projeto “Nos Pontos da Gaita”, foi realizada um passeio a uma fábrica de acordeons chamada “Minuano”, localizada na cidade de Tuparendi – RS. Foi realmente muito interessante, pois ver bem de perto como é construído cada parte de um acordeom é encantador e as crianças ficaram maravilhadas. Os funcionários da fábrica foram bastante atenciosos, explicando pacientemente qual era a sua função e respondendo prazerosamente cada questionamento feito pelas crianças, possibilitaram que os alunos manipulassem as peças sempre contando o que será feito com as mesmas.

Pensando o ensino musical nas escolas Brito (2003) propõe:

Obviamente, respeitar o processo de desenvolvimento da expressão musical infantil não deve se confundir com a ausência de intervenções educativas. Nesse sentido, o professor deve atuar sempre como animador, estimulador, provedor de informações e vivências que irão enriquecer e ampliar a experiência e o conhecimento das crianças, não apenas do ponto de vista musical, mas integralmente, o que deve ser o objetivo prioritário de toda proposta pedagógica, especialmente na etapa da educação infantil (BRITO, 2003, P. 45).

O acontecimento de uma aula diferente na Educação Infantil é repleta de significados, pois viajar de ônibus com os colegas e com as professoras é divertido, apreciar paisagens e conversar sobre o que se estava vendo também é uma rica experiência escolar. Estar em uma cidade diferente, ser recepcionados em uma fábrica por pessoas que até então não conhecíamos, se acomodar em um espaço que não é a sala de aula, lanchar sentados no banco do ônibus, aprender com pessoas que não são professores é uma vivência que realmente deixa marcas importantes em cada sujeito, com isso compreende-se que a escola é um local que possibilita e incentiva aprendizagens, porém essas aprendizagens não ocorrem somente na escola, mas sim em todas as situações e momentos proporcionados pela mesma.

35 Fotografia 9: Alunos da Turma C na fachada da fábrica de acordeons

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2013).

Fotografia 10 – Apreciando um funcionário da fábrica Minuano que estava tocando acordeom

36 Fotografia 11 – Descobrindo como são feitos os botões do acordeom

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2013).

Fotografia 12 – Atentos para aprenderem como se cola esta peça do acordeom

37 Fotografia 13 – Alunos escutando o dono da fábrica explicar como esta peça funciona no

acordeom

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2013).

Fotografia 14 – Alunos da Turma D prestando atenção na explicação da funcionária

38 Fotografia 15 – Agora é minha vez de tocar

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Projeto: “Nos Ritmos da Folia”

O primeiro movimento realizado dentro do projeto foi conhecer a história do carnaval, uma festa popular que iniciou aqui no Brasil no período colonial. Uma de suas primeiras manifestações foi o Entrudo, uma festa de origem portuguesa, caracterizada por uma série de brincadeiras que variavam de aldeia para aldeia. Em algumas aldeias ou “grupos”, como definiram as crianças, notava-se a presença de grandes bonecos, chamados genericamente de “entrudos”. Aqui no brasil o Entrudo era realizado, normalmente na colônia pelos escravos, em uma brincadeira chamada “umbigada”, durante essa brincadeira, uma pessoa é chamada para dançar no centro da roda e quando escolhia alguém para lhe substituir dava uma “umbigada” nessa pessoa.

Concomitante a essas descobertas também fomos explorando os instrumentos de percussão como o pandeiro, tambor, bongo e tambor de fendas, descobrindo os sons e como os mesmos poderiam acompanhar nossas rodas de músicas e brincadeiras. A partir das inquietações das crianças fomos pesquisar e explorar como eram feitas as fantasias, também os diferentes ritmos e formas de manifestações do carnaval no Brasil explorando o samba, o frevo, axé e o carimbó.

Entre uma proposta e outra realizamos uma festa a fantasia e um baile de máscaras, os quais envolveram todas as turmas da escola. Nesses dois eventos vivenciamos um pouquinho de como era e como são as festas, dançando, brincando com confetes, realizando desfiles, onde tanto as máscaras como as fantasias iam de super-heróis a princesas e fadas, os mesmos tinham nomes e características escolhidas pelas crianças. As danças, musicas e brincadeiras relacionadas a essa festa popular, vivenciadas no decorrer desse percurso, foram pontos marcantes no projeto que foi rico em descobertas e cheio de animação.

Oficina de tambores

Esta oficina surgiu durante o 1º semestre de 2014, a partir das brincadeiras e explorações que a turma D vinha fazendo dentro da sala de aula, utilizando latas e tacos de madeira, com isso buscou-se investigar os interesses e desejos do grupo, então, começamos a alimentar e incrementar estas brincadeiras trazendo os tambores musicais da escola para sala. Acabou com isto, surgindo a ideia das crianças confeccionarem seus tambores com as famílias em casa e trazerem os mesmos para ficarem na sala de aula.

40 Fotografia 16 – Exploração espontânea dos alunos da Turma D com latas e tacos de

madeira

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2014). Fotografia 17 - Exploração dirigida, tambores de madeira e couro

41 Fotografia 18 - Barulhando com os tambores feitos em casa com as famílias

Fonte: Arquivo fotográfico Sesquinho (2014).

No momento em que estes tambores vieram para a escola aumentou ainda mais o interesse e as brincadeiras das crianças por querer tocar e manusear este instrumento. Então, seguimos com nossas brincadeiras, explorações e cantorias até as nossas férias, sendo que os nossos tambores continuaram na escola para quando retornássemos do nosso descanso.

E assim, quando retomamos nossas brincadeiras e explorações mudamos um pouco o foco da nossa oficina, pois como entramos nas pesquisas e aprendizagens dos ritmos do samba em diferentes regiões do Brasil, denominado “Nos Ritmos da Folia”, e pensando no interesse do grupo pelos tambores trouxemos alguns vídeos e músicas de grupos que tocam bateria utilizando latas de metal e tambores de plástico. A partir de vários diálogos, perguntas e explicações resolveram montar uma bateria com a turma D, utilizando latas de tinta de 18 litros, a turma C escolheu trabalhar com tema “Carnaval de Rua e Fantasias” e, a turma B com as “Marchinhas Carnavalescas e Máscaras”. Cada turma ficou com um tema diferente, porém em vários momentos estes temas foram socializados, trabalhados e vivenciados com todos os alunos e professoras da escola. No decorrer do projeto recebemos muitas visitas em nossa escola como: uma “Porta Standart”, um casal de “Mestre Sala e Porta Bandeira” e dois componentes da bateria da escola de samba Acadêmicos do Improviso.

42 Então, na turma D as professoras começaram a pesquisar vídeos e músicas que nos auxiliassem a aprender a tocar diferentes ritmos com as latas, sendo que nossa música tema para iniciar esta proposta foi “Bate lata”, da Daniela Mercury. Também contamos com a ajuda de parcerias feitas com pessoas que trabalham neste meio e possuem um significativo conhecimento sobre ritmos do samba. Organizamos oficinas, na qual eles vêm até a escola e tocam para as crianças verem e ouvirem, há também outro momento em que as crianças e professoras tocam junto com eles. Esses parceiros da escola são sujeitos que fazem parte da bateria da Escola de Samba Acadêmicos do Improviso, localizada na cidade de Santo Ângelo, os mesmos foram bastante participativos no processo de ensinar para as crianças e professoras os diferentes toques/ritmos e maneiras de como manusear este material.

O projeto não envolvia somente o barulhar e musicar os ritmos da folia, mas também dançar os ritmos da folia, pois música e movimentos estão sempre interligados. A partir de uma votação foram eleitos três ritmos, o Axé, o Frevo e o Carimbó, então, a professora Claudia de Educação Física, foi uma importantíssima parceira nesse processo, a mesma organizou suas aulas para que esses três ritmos fossem trabalhados, suas aulas aconteciam em grandes e pequenos grupos.

A realização musical implica tanto gesto como movimento porque o som é também gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz em movimentos os diferentes sons que percebe. Os movimentos de flexão, balanceio, torção, estiramento etc. e os movimentos de locomoção como andar, saltar, correr, saltitar, galopar etc. estabelecem relações diretas com os diferentes gestos sonoros (RCNEI, vol. 3, 1998, p. 61).

A partir, da realização do projeto “Nos Ritmos da Folia” foi possível proporcionar a todos que fazem parte da escola, principalmente as crianças, a descoberta de novas culturas musicais, pois a música e a dança/ movimento são recursos que cativam e atraem as crianças fazendo com que as mesmas aprendam a se expressar corporalmente e oralmente de forma lúdica e divertida, os momentos proporcionados com músicas e danças possibilitam as crianças demonstrarem seus sentimentos.

Brito (2003), considera que no momento em que se conhecem novas e diferentes culturas musicais ampliamos os recursos para musicar:

As muitas músicas da música – o samba ou o maracatu brasileiro, o blues e o jazz norte-americanos, a valsa, o rap, a sinfonia clássica europeia, o canto gregoriano medieval, o canto dos monges budistas, a música concreta, a música aleatória, a música da cultura infantil, entre muitas outras possibilidades – são expressões sonoras que refletem a consciência, o modo de perceber, pensar e sentir de indivíduos, comunidades, culturas, regiões, em seu processo sócio-histórico. Por isso, tão importante quanto conhecer e preservar nossas tradições musicais é conhecer a produção musical de outros povos e culturas e, de igual modo, explorar,

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criar e ampliar os caminhos para o fazer musical. Como uma das formas de representação simbólica e do mundo, a música em sua diversidade e riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós esmos e ao outro – próximo ou distante.

Portanto, é significativo compreender que a música e a dança são linguagens que pertencem aos indivíduos, essas linguagens não estão dissociadas das outras, pelo contrário, a presença diária da música e da dança em sala de aula só acrescenta aprendizagens no cotidiano escolar.

As oficinas das danças de Axé, Frevo e Carimbó foram realizadas na escola, contando com o auxilio da professora Claudia, as crianças a cada aula de dança ficavam mais empolgadas, pois a descoberta de ritmos diferentes encanta por ser algo ainda desconhecido. Nossos momentos de encontros e festas com ritmos da folia foram de grandes significados, é possível ao assistir o vídeo que conta o decorrer do projeto, perceber o quanto são prazerosas as aprendizagens.

O encerramento do projeto “Nos Ritmos da Folia” aconteceu em novembro de 2014, o evento contou com a presença das famílias, fechando um total com cerca de 200 pessoas. Em um primeiro momento, realizamos um desfile na rua que fica em frete à escola, a turma D era a bateria e as turmas C e B eram os foliões. Desfilamos na rua e nos dirigimos até o pátio da escola, local onde aconteceu o “contando” do projeto para as famílias e logo depois uma festa com DJ, bolha de sabão, confetes, serpentinas, fitas e um lanche muito saboroso.

Vídeo 1 - Contando do projeto “Nos Ritmos da Folia”

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho objetivou contribuir para o desenvolvimento de uma visão escolar, sobre como a música, o barulhar e o musicar, quando utilizados de maneira adequada e com qualidade, tornam-se importantes aliados para o desenvolvimento infantil. Os professores devem trabalhar a exploração musical com seus alunos ultrapassando seus medos, ousando na maneira de trabalhar, pesquisando e descobrindo junto com as crianças. O educador é um pesquisador, incentivador, motivador e mediador de conhecimentos, no momento em que se permitir vivenciar experiências diversas estará contribuindo para a sua prática estendida aos educandos.

Levando-se em consideração que na musicalização há o resgate de sentimentos, emoções e expressões, pode-se afirmar que, consequentemente, isto se reflete na formação de sujeitos que possuem saberes, produzem cultura, são atores sociais e permitem-se descobrir a si a ao outro em um mundo que compartilha e nota as singularidades.

A partir das vivencias na Escola de Educação Infantil Sesquinho encontrei respostas para minhas dúvidas sobre a musicalização, descobri que realmente é possível brincar, barulhar, musicar e dançar no ambiente escolar, não separando essas ações, mas sim as usando como recurso para o aprendizado e formação dos sujeitos. A música necessita estar presente no cotidiano escolar, pois através dela expressamos sentimentos e emoções, conhecemos à si e ao outro, descobrimos e produzimos novas culturas. Os projetos realizados na escola não envolveram somente os professores e alunos, mas também as famílias e toda a comunidade, pois as aprendizagens não ocorrem somente no ambiente escolar e a mediação de conhecimentos não acontece somente entre professor X aluno, mas também por meio da interação com as famílias e sociedade.

Este trabalho não possui a pretensão de fechar, mas sim dar contribuição para um tema tão amplo e importante que é a musicalização nas escolas, sendo vivenciada por meio de momentos marcantes no brincar, barulhar, dançar e musicar através da música.

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REFERÊNCIAS

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