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A voz dos alunos: análise do questionário final sobre os teleencuentros

PARTE IV – ANÁLISE DE DADOS

5.3 A voz dos alunos: análise do questionário final sobre os teleencuentros

Considerando a voz de mais um sujeito envolvido na atividade, apresentamos a análise do Questionário de Pesquisa Final (Apêndice I), uma das técnicas de feedback propostas por Moore e Kearsley (2007). De forma geral, o objetivo desse instrumento

de coleta de dados é caracterizar a relação do aluno com os teleencuentros e com o ambiente virtual de aprendizagem.

O Questionário de Pesquisa Final apresentava, em sua estrutura, três blocos: Conhecimento de língua/s; computador/internet e videoconferência; relação / experiência / sentimento com ensino mediado por tecnologias. As perguntas faziam referência aos teleencuentros e ao trabalho no ambiente virtual de aprendizagem. Para este trabalho, conforme nossos objetivos, consideramos as perguntas e as respostas referentes aos teleencuentros. Ao todo analisamos quarenta e três questionários, considerando os quatro grupos – G1 e G2 diurno; G1 e G2 noturno. A seguir, compilamos as respostas dadas pelos alunos às questões relacionadas aos

teleencuentros e que foram disponibilizadas no ambiente virtual de aprendizagem.

Optamos por apresentar essas respostas em gráficos a fim de contribuir para a visualização, e acrescentamos, ainda, comentários sobre os resultados.

Com relação à primeira pergunta do bloco “Conhecimento de línguas”, referente aos teleencuentros, que indaga a opinião dos alunos sobre quais atividades desenvolvidas nos teleencuentros contribuíram mais / menos para o aprendizado em língua espanhola, apresentamos dois gráficos. O primeiro expõe os dados referentes às contribuições das atividades. Consideramos, assim, o número de vezes que determinada atividade foi citada nas respostas. As atividades que desenvolvemos com base na leitura do livro El caso del inspector filólogo foram citadas por 9 alunos: consideraram as atividades de compreensão e de vocabulário. As atividades de produção oral também foram citadas por 9 alunos, que abordavam as atividades de interação aluno-aluno, por exemplo. Por 3 vezes foram citadas atividades de compreensão oral. As atividades sobre descrições foram citadas por 1 aluno, assim como as atividades nas quais focamos os verbos, as nacionalidades e as atividades de produção escrita. Por 12 vezes foi afirmado pelos alunos que todas as atividades desenvolvidas contribuíram para o aprendizado. Os alunos que não responderam à pergunta somam 6. A seguir, o gráfico que elucida as respostas dadas.

Gráfico 7

Respostas dos alunos sobre as atividades desenvolvidas nos teleencuentros que mais contribuíram para o aprendizado em língua espanhola

Notamos que a maioria dos alunos não identificou as atividades que mais contribuíram ao aprendizado da língua espanhola, mas aprovou todas as atividades desenvolvidas nos teleencuentros. Dentre os comentários dos alunos, há alguns referentes à boa preparação das aulas e à contribuição, inclusive, da abordagem de assuntos relacionados ao conteúdo da aula, mas que não faziam parte do programa. Houve comentário, também, sobre a contribuição em relação à experiência no modelo dos teleencuentros.

O gráfico seguinte trata das respostas também referentes à primeira pergunta, mas relacionadas às atividades desenvolvidas nos teleencuentros que menos contribuíram para o aprendizado em língua espanhola. Para compor este gráfico, partimos dos seguintes dados: 4 alunos afirmaram que as atividades sobre nacionalidade foram as que menos contribuíram; 3 deles citaram as discussões baseadas no livro lido; 2 alunos consideraram as atividades de interação aluno-aluno; 1

aluno citou as atividades com foco nos verbos; os exercícios sobre vocabulário e os de produção escrita também foram considerados por 1 aluno; 3 estudantes afirmaram que nenhuma atividade enquadra-se nesta resposta; e 14 alunos não responderam à pergunta.

Gráfico 8

Respostas dos alunos sobre as atividades desenvolvidas nos teleencuentros que menos contribuíram para o aprendizado em língua espanhola

Notamos que muitos não responderam à pergunta, não especificando se nenhuma atividade se enquadraria nessa questão, como 3 alunos o fizeram. Dentre os comentários feitos pelos alunos ao responderem essa pergunta, temos: houve falta de

feedback individual no final das atividades em duplas; os problemas técnicos

atrapalharam muito o desenvolvimento das atividades; a preferência por aulas tradicionais.

Observamos, também, que a maioria das atividades citadas como as que mais contribuíram no aprendizado da língua espanhola (gráfico 7) foram citadas por outros alunos como as que menos contribuíram (gráfico 8).

Na segunda questão do bloco, os alunos avaliaram o trabalho com os conteúdos, afirmando se foram ou não bem desenvolvidos. Trinta e dois alunos afirmaram que sim, o que corresponde a 73%; quatro julgaram que não, o que equivale a 9%; seis alunos responderam “maios ou menos”, o que representa 16%; e um aluno omitiu a resposta, deixando-a em branco, o que equivale a 2%.

Gráfico 9

Avaliação dos alunos sobre o trabalho com os conteúdos nos teleencuentros

Observamos que a maioria considerou o trabalho com os conteúdos de forma positiva.

No segundo bloco, nomeado “Computador / internet e videoconferência”, a pergunta referente aos teleencuentros indaga se o aluno teve alguma dificuldade em compreender a professora-pesquisadora em função das condições do áudio nos momentos de interação professor-aluno. Dezessete alunos responderam que não, o que corresponde a 42%. Dezesseis alunos afirmaram que sim, o que representa 40%.

Sete estudantes responderam que algumas vezes tiveram dificuldades, o que representa 18%.

Gráfico 10

Respostas dos alunos sobre dificuldades em compreender a professora-pesquisadora em função das condições do áudio nos momentos de interação professor-aluno

Muitos alunos que responderam que tiveram dificuldades em compreender a professora-pesquisadora em função das condições do áudio nos momentos de interação professor-aluno fizeram comentários, considerando os problemas técnicos e de conexão que os teleencuentros apresentaram. Alguns dos que afirmaram que não tiveram dificuldades fizeram ressalvas, lembrando que em algumas situações houve problemas na conexão. Alguns daqueles que afirmaram que algumas vezes tiveram dificuldade também fizeram as mesmas considerações. Concluímos, a partir do relato dos alunos e da professora-pesquisadora, visto anteriormente, que a condição técnica foi um fator que deve ser analisado com atenção na aplicação de videoconferências.

O bloco 3, nomeado “Relação / experiência / sentimento com ensino mediado por tecnologias”, apresentou quatro questões referentes aos teleencuentros. A primeira indaga os alunos sobre os aspectos positivos e negativos dos teleencuentros.

Verificamos que, dentre os aspectos positivos apontados pelos alunos, temos: trabalho com novas tecnologias, possibilitando o uso de novas ferramentas, citado por 9 alunos, o que representa 21%; interações orais aluno-aluno e professor-aluno, consideradas por 8 alunos, o que corresponde a 18%; o desenvolvimento de aulas mais interativas e dinâmicas, apontado por 5 alunos, o que equivale a 12%; possibilidade de ensino a distância, também citada por 6 alunos e equivalendo a 14%; quinze alunos não responderam à pergunta, o que representa 35%. A seguir, o gráfico com a representação em termos percentuais dos pontos positivos dos teleencuentros, segundo os alunos.

Gráfico 11

Respostas dos alunos sobre os aspectos positivos dos teleencuentros

Dentre os comentários feitos pelos alunos, no destaque dos pontos positivos, estão: a maior possibilidade de participar nas aulas e interagir com o professor, a satisfação por participar de uma experiência diferente com teleencuentros, a aprovação total, com a afirmação de que somente houve pontos positivos, a maneira didática com a qual as aulas foram conduzidas, a dinâmica da aula, já que havia muitas discussões.

Alguns dos alunos que não responderam diretamente à pergunta comentaram sobre o fato de ser uma experiência diferente e sobre a preferência por uma “aula comum”.

A respeito dos aspectos negativos perceptíveis nos teleencuentros, os problemas técnicos foram citados por 13 alunos, o que equivale a 30%; a distância sentida em relação à professora-pesquisadora, foi apontada por 7 alunos, o que representa 16%; a falta de hábito de participar de aulas com o formato dos teleencuentros foi considerada por 2 alunos, o que corresponde a 5%; outras respostas, como aula cansativa, problema de atenção, não anotações no caderno, conteúdo apresentado de forma resumida tiveram somente uma citação e estão representadas no gráfico como “Outros”, equivalente a 12%. Dezesseis alunos não responderam à pergunta, o que representa 37%.

Gráfico 12

Respostas dos alunos sobre os aspectos negativos dos teleencuentros

Alguns alunos que não responderam diretamente à pergunta, com apontamentos dos aspectos negativos, contribuíram com comentários: “não vi pontos negativos”;

“creio que deveria ter sido empreendida com alunos que já possuíssem um nível mais avançado de língua espanhola”; “não me adapto a esse tipo de ensino”.

Um dos alunos que apontou “problemas técnicos” como aspecto negativo, comentou algo similar ao que a professora-pesquisadora cita sobre o fato de ter de solicitar aos alunos que repetissem o que haviam dito anteriormente em função do áudio ou da conexão. O comentário é: “como negativo podemos citar problemas de rede e áudio, que algumas vezes nos força a repetir algumas coisas”. Realmente, essa questão não agradava à professora-pesquisadora e também não motivava alunos.

A segunda pergunta do bloco 3 solicita a avaliação do aluno a respeito das atividades de interação desenvolvidas nos teleencuentros. Consideramos as interações aluno-aluno, professor-aluno e professor-alunos, sendo que cada uma delas constituiu uma pergunta. Para as respostas, a escala sugerida ao aluno foi: muito bom, bom, regular, ruim. Na primeira pergunta, que alude à interação aluno-aluno nos

teleencuentros, sete alunos avaliaram como muito bom, o que equivale a 16%;

dezenove deles, como bom, o que representa 44%; doze, como regular, o que corresponde a 28%; e quatro, como ruim, o que representa 9%. Tivemos uma resposta em branco, o que equivale a 3%. A seguir, o gráfico com as respostas em termos percentuais.

Gráfico 13

Avaliação dos alunos a respeito das atividades de interação aluno-aluno desenvolvidas nos

teleencuentros

Observamos que a maioria dos alunos avaliou de forma positiva as atividades de interação aluno-aluno que foram desenvolvidas nos teleencuentros.

No item 5.4.3 são apresentadas análises de atividades que focam na interação oral aluno-aluno.

Na segunda parte da segunda pergunta do terceiro bloco, que se refere à avaliação do aluno a respeito da interação professor-aluno, as respostas apresentam- se da seguinte maneira: oito alunos avaliaram as atividades como muito bom, o que equivale a 19%; dezessete deles, avaliaram como bom, o que representa 40%; treze alunos, como regular, o que equivale a 30%; três alunos avaliaram como ruim, o que representa 7%; um aluno não respondeu à pergunta e um deles assinalou duas alternativas, sendo que cada um corresponde a 2%.

Gráfico 14

Avaliação dos alunos a respeito das atividades de interação professor-aluno desenvolvidas nos teleencuentros

Notamos que a maioria dos alunos avaliou positivamente o desenvolvimento das atividades de interação professor-aluno proposto nos teleencuentros.

No item 5.4.2 são apresentadas análises de atividades que focam na interação oral professor-aluno.

Finalmente, na terceira parte da segunda pergunta do terceiro bloco, que se refere à interação professor-alunos, nove alunos avaliaram como muito bom, o que equivale a 21%; doze alunos avaliaram como bom, o que representa 28%; catorze, como regular, o que corresponde a 33%; e três, como ruim, o que representa 7%. Tivemos quatro resposta em branco, o que equivale a 9% e um aluno que assinalou duas alternativas, o que representa 2%. A seguir, o gráfico com as respostas em termos percentuais.

Gráfico 15

Avaliação dos alunos a respeito das atividades de interação professor-alunos desenvolvidas nos teleencuentros

No item 5.4.1 são apresentadas análises de atividades que focam na interação oral professor-alunos.

Iniciamos, a seguir, o item 5.4, que aborda as atividades em diferentes tipos de interações.

5.4 Atividades que envolvem diferentes grupos na sala de aula e o lugar da