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Os indicadores são construções quantificáveis que fornecem informações e permitem uma comparação através do espaço e/ou tempo. A agregação de diversos indicadores tem a vantagem de incorporar muitas variáveis, levando a um modelo mais abrangente e próximo da realidade (VICENTE, 2004). Com isso, as componentes da vulnerabilidade possibilitam identificar quais áreas apresentam um maior risco quanto à ocorrência de extremos climáticos, quais as áreas são susceptíveis no aspecto demográficos e morbimortalidade e, por último, identificar quais áreas apresentam uma maior chance de adaptação na ocorrência do extremo climático.

A seguir tem-se o modelo conceitual descrito e a caracterização geral das três componentes utilizadas para avaliar a vulnerabilidade na escala mesorregional, incluindo o conjunto dos determinantes principais (índices e subíndices), os indicadores e as variáveis adotadas.

Figura 7: Esquema metodológico para construção do indicador de vulnerabilidade epidemiológico a extremos climáticos (IEVEC)

In d icador d e E p id em il ógico de vul n er ab il id ad e a extr em os cli m átic os (IEVEC) Dimensões da vulnerabilidade Risco (R) Indices de extremos de temperatura do ar Indices (Climdex) - Su25; TR20; TXx, TNx,TXn, TNn, TX10p, TX90p, TN10, TN90p e DTR Indices de extremos de precipitação Indice (Climdex)

- SDII, R10mm, R20mm, Rx1day, RX5dy, CDD, CWD, R95p, R99p, PRCPTOT

Susceptibilidade (S)

Morbimortalidade

- Taxa de incidência

(Diarreias e gastroenterites, cólera, malária, dengue, Leptospirose, leishmaniose e harbovirose);

-Taxa de morbidade e mortalidade por causa do do coração e do aparelho respiratório

(Doenças hipertensivas, isquêmicas do coração, infarto agudo do miocárdio);

(Influenza-gripe, Pneumonia, infecções das vias aéreas inferiores, bronquiolite, doenças crônicas das vias aéreas inferiores e asma).

- Taxa de mortalidade a causa de exposição as forças da natureza

(Calor e frio natural excessivo, luz solar, vítima de raio, avalanche, desabamento de terra e outros movimentos de superfície terrestre, inundação, tempestade cataclísmica e outras forças da natureza e às não especificas).

Demográfico

% população urbana; % crianças até 5 anos;

% população idosa (Pop. > 65 anos); % Razão de dependência total (RDT); Esperança de vida. Capacidade adaptativa (CA) relação inversa Indices de estrutua socioeconomica

% domiclio com esgotamento sanitário ( rede geral , fossa séptica e rudimentar);

% domicilio com bastecimento de água ( rede geral); % domiclio com coleta de lixo (coletado)

Socio-econômico Renda média per capita;

3.4.1 Risco

O risco refere-se à natureza e à intensidade do impacto ambiental e sociopolítico experimentado por uma população que engloba mudanças de longo prazo com condições climáticas e a variabilidade representada por eventos extremos (KOVATS,2012; UNISDR, 2015). Por exemplo, se considerarmos os extremos climáticos como fenômenos desestabilizadores, a ocorrência de uma chuva intensa que atinge uma cidade ou bairro pode constituir uma ameaça potencial pelos danos que venha a causar em áreas expostas e mais suscetíveis à ocorrência desses eventos. O risco do estudo foi mensurado pelas magnitudes das variáveis calculadas pelo RClimdex dos extremos de temperatura e precipitação descrito na Tabela 3. Essas magnitudes realizadas através das médias anuais destas variáveis e para identificação da área de maior e menor risco climático foi necessária uma padronização para índices do Climdex (valor observado–média/desvio padrão) nas variáveis de estudo e, por fim, calculou-se a uma nota baseada na probabilidade acumulada da distribuição normal. Com isso, obteve a escala de variação do risco climático, sendo 0 a 1, sendo 0 baixa Risco a 1 alto risco.

3.4.2 Susceptibilidade

A susceptibilidade está ligada ao grau em que uma população ou área pode ser afetada pelas mudanças climáticas, direta ou indiretamente como mostra os estudos do IPCC (2007). No estudo, a susceptibilidade irá mensurar o quanto a população pode sofrer no âmbito de saúde com os impactos da seca e com a precipitação intensa. O estudo selecionou indicadores demográficos e epidemiológicos (Quadro 1 e Figura 1), os quais representam os grupos populacionais que podem sofrer danos.

Considerou-se como critério de inclusão para a escolha das variáveis epidemiológicas as doenças sensíveis ao clima, ou seja, aquelas que possuem relação com o clima. A taxa de incidência foi calculada a partir da média do triênio 2009-2010-2011 de casos notificados pelo Ministério da Saúde sobre a população estimada pelo Censo de 2010 do IBGE vezes 100.000 habitantes de cada mesorregião. Para o cálculo tanto das incidências quanto de mortalidade foi utilizada como referência a população do Censo de 2010. Foi realizado uma padronização (valor observado–média/desvio padrão) das taxas de morbimortalidade e as variáveis demográficas.Em seguida, calculou-se a uma nota baseada na probabilidade acumulada da distribuição normal, e por fim, foi calculado uma média podenrada das variáveis demográficas e taxas de morbimortalidades, obteve-se um valor de 0 a 1, sendo 0 baixa suceptbilidade e 1 alta susceptibilidade.

3.4.3 Capacidade Adaptativa

A Capacidade Adaptativa (CA) de uma região ou grupo populacional é o potencial ou habilidade de se adaptar aos efeitos ou impactos da mudança climática (extremos climáticos) (IPCC, 2007), como também a habilidade de um grupo populacional em acomodar e se recuperar de eventuais distúrbios ambientais (SMIT ; WENDEL, 2006). Aumentar a capacidade adaptativa de região ou grupo populacional seria, então, uma forma de reduzir vulnerabilidades e promover o desenvolvimento sustentável. A capacidade adaptativa está estreitamente relacionada com o estado dos recursos naturais e o nível socioeconômico de desenvolvimento (MAROUN, 2007). Diante disso, as variáveis que compõem essa componente referem-se às variáveis socio-sanitárias, como mencionado no Quadro 2 e Figura 6. O cálculo da capacidade adaptativa deu-se de forma análoga a suscpetibilidade. E por fim, obteve-se um valor de 0 a 1, sendo 0 baixa capacidade adaptativa e 1 alta capacidade adaptativa.

Para análise da vulnerabilidade, utilizou-se uma matriz de indicadores apresentados na Tabela 1 e Quadro 2, nos quais a vulnerabilidade será avaliada pelo arcabouço teórico apresentado pelo IPCC (2007), que considera a vulnerabilidade como função de seus componentes:

V = f (R, S, CA) (1) sendo: V a vulnerabilidade; R o Risco; S a susceptibilidade; CA a capacidade adaptativa.

O cálculo do indicador de vulnerabilidade epidemiológico a extremos climáticos resulta do axioma de probabilidade da união de três eventos: risco, susceptibilidade e capacidade adaptativa, como mostra a Equação 1, e como forma de mensuração da vulnerabilidade. A escala, que serve tanto para o IEVEC quanto para cada uma das componentes da vulnerabilidade, receberá nota de 0 a 1 resultante de uma probabilidade, sendo: valores mais próximos de 1 (um), os indicativos de maior vulnerabilidade.

3.5 Construção do Indicador Epidemiológico de Vulnerabilidade associados aos Extremos

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