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CAPÍTULO XVII DO SISTEMA DE DISPENSA ELETRÔNICA

WILZA OLIVEIRA DE MELO

Secretária de Ação Social

Publicado por: Márcio Omena Ramos Pita Código Identificador:90F352E2 COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO-CPL TERMO DE RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO Nº

012/2021

TERMO DE RESCISÃO UNILATERAL DE CONTRATO ADMINISTRATIVO

FUNDAMENTAÇÃO- Dissolução da sociedade ou falecimento do contratado (art. 78, inciso X) da Lei 8.666/1993.

Por este instrumento administrativo de rescisão unilateral, o Município de Manari, Pessoa Jurídica de Direito Público, estabelecido à Rua Dom Pedro I, s/n – Centro – Manari/PE, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.626.099/0001-02, neste ato representado gestor o Sr. Willis Abreu da Silva, brasileiro, casado, domiciliado na cidade de Manari, Estado de Pernambuco inscrito no CPF sob o Nº 845.570.014-91 portador da cédula de Identidade Nº 37201027-1 SSP/SP de ora em diante denominado simplesmente CONTRATANTE, contratação de empresa especializada para aquisição de material de limpeza e higiene para a Secretaria de Educação e Cultura de Manari/PE, conforme CONTRATO

ADMINISTRATIVO Nº 012/2021, através do presente e com fulcro no art. 78, inciso X, parágrafo único cumulado ao art. 79, I, ambos da Lei 8.666/1993, expõe as seguintes razões:

CONSIDERANDO, a apuração em procedimento administrativo próprio, acerca do falecimento do contratado são motivadores da rescisão, uma vez que alteram o caráter personalíssimo do contrato administrativo. As faltas reiteradas denotarão o desvio do contratado das especificações contratuais, bem como a conduta omissiva frente às suas obrigações, tendo como CONTRATADA a pessoa jurídica DAYVSON MACIEAL FEIJO COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI, na pessoa do seu Representante Legal, Dayvson Maciel Feijo;

CONSIDERANDO, o dever da Administração Pública em apurar eventuais fatos capazes de interferir na segurança de seus atos e na regularidade de seus contratos que viabilizam a prestação dos serviços públicos essenciais à coletividade, sem prejuízo do zelo administrativo em manter seus atos nos estribos dos princípios administrativos encartadas na Constituição Federal de 1988;

Desta forma, apesar do Código Civil, a Lei nº 12.441/2011 e o Código de Processo Civil não disporem expressamente sobre esta situação, concluímos, após análise doutrinaria e jurisprudencial, que, ocorrendo o falecimento do titular de uma firma individual, o inventariante somente poderá dar continuidade à atividade empresarial com a proferição de sentença judicial neste sentido.

Sobre isto, o Anexo I da Instrução Normativa nº 38/2017, expedida pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração e que se refere ao Manual de Registro de Empresário Individual, disserta:

2.3.2 FALECIMENTO DE EMPRESÁRIO

A morte do empresário acarreta a extinção da empresa, ressalvada a hipótese de sua continuidade por autorização judicial ou sucessão por escritura pública de partilha de bens.

Assim sendo, temos que, ocorrendo a morte do titular da empresa individual, também ocorre automaticamente a sua desconstituição, visto que se trata de uma empresa com caráter personalíssimo e exclusivo, desenvolvida por uma única pessoa física, sem a qual não poderá mais existir. Corroborando este entendimento, trazemos a seguinte decisão, proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:

APELAÇÃO. EXECUÇÃO PROMOVIDA CONTRA PESSOA JURÍDICA EXTINTA. FIRMA INDIVIDUAL. MORTE DO TITULAR. A firma individual é mera extensão da pessoa física ou natural, sendo esta a responsável, com seus bens pessoais, pelos atos praticados pela empresa e a sua morte implica, necessariamente, no desaparecimento da firma por ele intitulada. Nulidade da CDA que é declarada de ofício. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-SP - APL: 00189787620098260077 SP 0018978-76.2009.8.26.0077, Relator: Souza Nery, Data de Julgamento: 25/10/2018, 12ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 25/10/2018. Grifei).

Isto posto, a empresa individual apenas poderá continuar atuando de maneira regular no mercado se houver autorização judicial neste sentido ou ter ocorrido sucessão por escritura pública de partilha de bens, sendo que, no caso em apreço, nenhuma destas situações se verificaram.

Importante registrar que, mesmo que haja processo de inventário em andamento, cuja intenção seja dar continuidade na empresa, a Administração Pública não pode paralisar suas atividades essenciais, esperando pela prolatação de sentença apenas para satisfazer interesses de particulares.

Isto porque, agindo desta maneira, inevitavelmente, estariam sendo violados os princípios de moralidade, impessoalidade e eficiência que norteiam a administração pública, e, consequentemente, estar-se-ia diante de ato de improbidade pública.

Os processos licitatórios e os contratos provenientes destes têm como objetivo dar subsídios à entidade para que continue desenvolvendo seus serviços obrigacionais de interesse público. Qualquer ato que a Administração Pública realize que tenha o condão de arrefecer ou aniquilar tal finalidade, é totalmente ilegal e dá ensejo à responsabilização civil, administrativa e penal de seus agentes.

Noutro giro, importante destacar que a alegação de que esta prefeitura municipal de Manari estaria violando o princípio da finalidade ao decidir pela rescisão unilateral do contrato nº 012/2021 se mostra completamente inócua e desprovida de qualquer fundamento coerente.

Frisa-se que o princípio da finalidade imprime à autoridade administrativa o dever de praticar os atos administrativos com vistas à realização da finalidade perseguida pela lei. Assim sendo, importante analisarmos o art. 78, inc. X, c/c art. 79, inc. I, ambos da Lei n°. 8.666/93. Vejamos:

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

[...]

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado (grifei);

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

Acreditamos ser incontestável a clareza e a real intenção deste dispositivo constante na Lei de Licitações Públicas. Ora, é pacifico, tanto na doutrina quanto na jurisprudência brasileira que os contratos administrativos são intuito personae. Por esta razão, o legislador decidiu por bem conferir ao poder público a prerrogativa de rescindir unilateralmente o contrato na hipótese do contratado não puder mais prestar pessoalmente seus serviços.

Ademais, tal prerrogativa também visa dar guarida ao princípio que impõe ao contratado o dever de responder pessoalmente pelas obrigações assumidas para com a administração púbica, o que, mais uma vez, corrobora o entendimento de que os contratos administrativos são personalíssimos e, portanto, não podem ser assumidos por outra pessoa/empresa que não tenha sido a efetivamente contratada pela administração pública.

Feitas destas considerações, patente que não houve qualquer violação ao princípio da finalidade por parte desta Prefeitura Municipal de Manari, principalmente porque estamos apenas agindo em conformidade com as determinações legais, jurisprudenciais e doutrinárias que norteiam e regulam a atuação do administrador público, não havendo no caso em apreço qualquer indício de desvio de finalidade ou desvio de poder.

Ressalta-se: esta Prefeitura Municipal de manari não possui qualquer outro objetivo com a presente decisão, senão resguardar o interesse público, observando os ditames da Lei de Licitações, que, como já demonstramos, estipula como motivo hábil para conduzir a rescisão unilateral do contrato a morte do contratado.

Como a empresa DAYVSON MACIEAL FEIJO COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI foi constituída de maneira individual, não existe um sócio remanescente e legalmente constituído para continuar a sua atividade, razão pela qual, tendo ocorrido o falecimento de seu titular, inevitavelmente também ocorreu a sua desconstituição.

DECISÃO: Por todo o exposto, em virtude da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público, DECIDO RESCINDIR UNILATERALMENTE O CONTRATO Nº 012/2021, ORIUNDO DO PREGÃOPRESENCIAL Nº 009/2021, com fulcro no art. 78, inc. X, c/c art. 79, inc. I da Lei 8.666/93, haja vista que, diante do falecimento do único titular da empresa DAYVSON MACIEAL FEIJO COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI, deu-se por encerrada a sua atividade

empresarial, não podendo mais contrair obrigações ou permanecer figurando de maneira legitima em contratos.

Importante registrar que os herdeiros e sucessores do de cujus, a despeito da oportunidade de se manifestarem e apresentarem documento hábil a demonstrar que a empresa supracitada ainda pode desenvolver suas atividades regularmente, como, por exemplo, através de uma autorização judicial, não apresentaram qualquer documento neste sentido, diante da ausência de respaldo legal, jurisprudencial ou doutrinário condizente.

Pelo presente instrumento de distrato unilateral, por razões de interesse público e de alta relevância e amplo conhecimento, esposadas nas considerações do preâmbulo do presente instrumento, fica a sua eficácia convalidada a contar da data de sua publicação no Diário Oficial do Município de Manari.

Por fim, para ciência.

Manari-PE, 10 de março de 2021.

Município de Manari CNPJ: 01.626.099/0004-02