caòa"(EmZllo).
E m bo r a n e n h u m dos pais t i v e s s e q u e i x a q u a n t o ao bo m a n d a m e n t o das filhas nos e s t u d o s , há a l g u n s r e l a to s deles de p e r T o d o s em q ue isso não o c o r r e u .E n t r e t a n t o , essa a t i t u d e das fil ha s não a p a r e c e aos olhos dos pais como " p r o b l e m a " , s e n d o p e r c e b i d a com n a t u r a l i d a d e . 0 m e s m o não a c o n t e c e q u a n d o diz r e s p e i t o aos f i lh o s , onde ser " e s t u d i o s o " ê uma q u a l i d a d e e s s e n c i a l deles t e r e m . Isto revela ser sua m o r a l i d a d e d e f i n i d a em f u n ç ã o disto, a s s o c i a da ao filho, como home m, c aber não s5 s e r " p r o v e d o r " mas f a z i - lo de f o rm a a não c o m p r o m e t e r a c o n t i n u i d a d e da a s c e n ç ã o soci al dos pais.
B. A s e x u a l i d a d e de filh a s e filhos
A s e x u a l i d a d e e a area central de c o n t r o l e das f i l h a s e se t r a du z na q u e s t ã o da m a n u t e n ç ã o da v i r g i n d a d e delas ate o c a s a mento. A v i r g i n d a d e ê um v a l o r e, a i nd a, uma g a r a n t i a da m o r a l i d a de das filhas. Isto, por sua vez, esta v i n c u l a d o a p r e o c u p a ç ã o de que as filhas p e r c a m o c a s a m e n t o por não s e r e m virgens. E m b u t i d a s nesta p r e o c u p a ç ã o e st ã o varias noções a d v i n d a s do d i s c u r s o c a t Õ l i -
Go, como sexo e amor, sexo e c a s a m e n t o , be m como a noção m ú i t o " t r a d i c i o n a l " de que o c o n t r o l e da s e x u a l i d a d e f e m i n i n a i a g a r a n ti a da h o n r a do mari d o .
"Eu OLlnda 6 0u V i a d l c l o n a l , a i n d a pznòo
em 6& X0 60 no c .a 6 a m z n l o , p o n q u e eu a-
cho q u z a t z co nhzczn. a moça z vzH. o bom
q u z z l a tz m , v z n q u z A z a Z m z n t z z uma mo ça d z valoA. z q u z a q u i l o a l l a c o n t z c z , 6 z m p n z i l a a a q u z l z n z g Õ c i o : z um pAogAa- ma, z c o l ò a p a 6 6 a g z l n .a . M u l t a i v z z z 6 a - c o n t z c z q u z o fiapaz ò a b z q u z g o 6 t a da moça z quando 6 a b z do q u z a c o n t z c z u z l z
não q u z A m a l i . São ca6 0 6 mzlo a n t l g o i ,
nz ? [Alndo] ma6 q u z tz m , t z m ” [ A n l l n d a ] .
" S z zu t l v z 6 6 z uma {^llha, zu g o 6 t a f i l a q u z
z l a não £ o 6 6 z a ò 6 lm da y iu a, 6 Z l l u d l 6 -
6 z com A a p a z , p o A q u z z d l ^ Z c l l pan.a
uma mulkzfi zncontnah. quzm a q u z l A a q u a n do z l a p Z A d z u a p A z c l o 6 a " I C a n l a ) . " E u 6 z m p A z d ig o p a A a z l a i : q u z òzm pAz a c h z l , zm z x p z A l z n c l a d z v i d a , q u z a mu- IhzA. q u z mal6 mz c a t i v a v a z n a a q u z l a dl- £ Z c l l , a mulhzn. q u z i a b l a i z Im pÕn como m u l k z n . V o c z i podzm g o i t a n d z um n a p a z aZ z amanhã ou d z p o l i a ch a nzm q u z tzm q u z l a z z n i z x o com z l z p o n q u z v o c z i goi- t a m . Ua6 tzm q u z p z n 6 a n o 6 z g u l n t z : i z n ã q u z z l z v a i - p o n q u z na h o n a z l z a c e i t a com p n a z z n , l o g l c o ! - m a i, d z p o l i , i z nã q u z z l z não v a i a c h a n v o c z i a a l m ^ã- c z l i ? V o n q u z 0 i z x o m a i c u l l n o z iogo I Ki v z z z i p o d z a t z t z n m l n a n um bom namo n o , um n o i v a d o , com l i i o " [ V z l l o ] .
A amea ç a para o c a s a m e n t o - o futu r o d e s e j a d o p a r a f a s f i lhas, que ê 0 c a m i n h o certo da "boa f i lh a " - se faz p r e s e n t e na me
dida em que a d e s v t r g i n i z a ç ã o s i g n i f i c a a p o s s i b i l i d a d e da m u l h e r p a s s a r de uma "moça de valo r" ( " d i f T c i l " ) a "sem v a l o r " ( " f á c i l " , "de p r o g r a m a " , "da rua") aos olhos do h o m e m qu e p o d e r i a s e r v i s t o como m a r i d o em p e r s p e c t i v a .
Esta d i v i s ã o que o r i e n t a a p e r s p e c t i v a dos pais s o b r e a s e x u a l i d a d e das fil ha s como algo q ue d ev e ser c o n t r o l a d o ate o c a s a m e n t o , vai de e n c o n t r o ao r e l a t a d o por várias a n a l i s e s , das quais q u e r o d e s t a c a r a de S a l e m ( 1 9 8 0 : 1 7 6 ) : há, s e g u n d o ela, um "l im it e m u i t o t e n ue ... e nt re perda de v i r g i n d a d e e p r o m i s c u i d a , - de". 'Também, como a v i r g i n d a d e é uma q u e s t ã o que gira em t or no da v a l o r i z a ç ã o ou d e s v a l o r i z a ç ã o da m u l h e r , " d e m a r c a um e s t a d o e s p e cial, r e v e l a d o r de q u a l i d a d e s m o r a i s " (Da M a t t a , 1 9 86 :1 3) .
Isto e x p l i c a p or q u e os t e m o r e s dos pais, em r e l a ç ã o ãs filhas, c o n v e r g e m para a area da s e x u a l i d a d e . A l é m disto, há uma e x p e c t a t i v a , por parte d e l e s , n o s e n t i d o de se f a z e r c u m p r i r o que reza o d i s c u r s o c at Õ li co . A m a n u t e n ç ã o do c a s a m e n t o , s e n d o um va - lor f u n d a m e n t a l neste d i s c u r s o , é g a r a n t i d o a s s i m pelo c o n t r o l e no e x é r c T c i o da s e x u a l i d a d e das filhas que, em s e nd o v i r g e n s , não c o r r e m o risco de s e r e m tomadas como "moça sem val or " e po r isso não casar. C o r o l á r i o desta forma de p e n s a r a v i r g i n d a d e (como um sinal de " q u a l i d a d e s m o r a i s " ) é que o c a s a m e n t o g a r a n t e que a p a s s a g e m de v i r g e m a não v i r g e m o c o r r a sem por em r isco a h o n r a mas
c ulina, cuja r e s p o n s a b i l i d a d e é a l o c a d a na mulher.
A a r g u m e n t a ç ã o dos pais a s s u m e um c a r á t e r ai nda mais in - t e r e s s a n t e q u a n d o o que está em jo go é o "risco" da f i l h a e n g r a v i dar "antes de c asar ou ser mãe s o l t e i r a " . Se por um lado a v i r g i n dade d e f i n e o "ser r e c a t a d a " , " p ud i c a " , neste caso (o da p e r d a .da v i r g i n d a d e com c o n s e q ü e n t e g r a v i d e z ) , há o r o m p i m e n t o de uma quali dade moral e ss e n c i a l : "ser d ec e n t e " . Vo lt ar ei a este ponto.
0 a r g u m e n t o de "risco" da g r a d i d e z é a c i o n a d o por v á ri o s dos e n t r e v i s t a d o s , sem que n e n h u m faça r e f e r ê n c i a a m é t o d o s de a n ti . co nc ep çã o , o que é s i g n i f i c a t i v o da i n e x i s t ê n c i a de um e s p a ç o para o sexo fora do c a s am en to . Q u a n d o c o n f r o n t a d o s com a p e r g u n t a s o b r e a p o s s i b i l i d a d e do uso de m é t o d o s a n t i c o n c e p c i o n a i s para e v i t a r o " r i s c o " ^ ^ ^ , a não a c e i t a ç ã o do sexo fora do c a s a m e n t o
(4) Eu q u e r i a t e s t a r a r el a ç ã o n e c e s s á r i a que e s t a v a m f a z e n d o en - tre sexo e p r o c r i a ç ã o .
passa a ser e n f o c a d a sob o u t r o a r g u m e n t o . A g o r a eles f a l a m de que isto s eria " usar para o p r Õ p r i o p r a z e r " e "se a p r o v e i t a r do o u t r o e q u e r e r o p r Õ p r i o bem as custas do o u t r o " ( " e g o T s m o "), " p r a z e r p e lo pr a ze r" ( como algo não r e c o m e n d á v e l ) . E§tas e x p r e s s õ e s s e r v e m , t am bé m, para que eles e s t a b e l e ç a m um c o n t r a s t e entre "sexo com a mor" e "mera a n i m a l i d a d e " ("o r e l a c i o n a m e n t o sexual de ve s e r um ato d e c o r r e n t e do am o r" ). A p r i m e i r a v i s t a se p o d e r i a d e p r e e n d e r uma c o n t r a d i ç ã o no d i s c u r s o dos pais, pois se a m o r é uma condi - ção para o sexo, nada teria a- ver n e c e s s a r i a m e n t e , com c a s a m e n t o . C a be m aqui a l g u m a s p e r g u n t a s : não p o d e r i a , para eles, h a v e r se x o com am or fora do c a s a m e n t o ? P o r q u e es ta r e l a ç ã o n e c e s s á r i a e n t r e sexo sem a m o r e r e l a ç õ e s p r e - c o n j u g a i s ?
A q u e s t ã o do "risco da g r a v i d e z " e o qu e c o n d uz a uma elu c id a ç ã o desta a p a r e n t e c o n t r a d i ç ã o . 0 t r i n Õ m i o cas a m e n t o - s e x o - p r o - cri ação f o r n e c e a b a s e da r e f l e x ã o e p r e o c u p a ç ã o dos pais s o b r e o c o n t r o l e na s e x u a l i d a d e das f i l h a s . A d m i t i r qu e um dos e l e m e n t o s do t r i n õ m i o e s t e j a a u s e n t e é r o m p e r com a p o s s i b i l i d a d e da " d e c e n cia" f e m i n i n a e com os p r e c e i t o s c a t ó l i c o s s o b r e o que é a mu lher: a l i c e r c e do m o d e l o s a c r a m e n t a d o de f a mí li a. Um dos pais ex - p l i c i t a bem. e s t e m odelo:
to
f l Z h o ) " . . . não naòce. prontlnho, demo-- ra vZntz a no-i . para formar, tzr pzno- nat-idadz, 6zr uma pzòòoa equilibrada...
0 que -òõ vai aon&egulr i e tiver um pal e uma mãe que o eduque e para lò to e s tai dua-6 p e a o a i têm que viver juntai "(
EmZZlo) .
A s a c r a l i d a d e do c a s a m e n t o é s i n ô n i m o da s a c r a l i d a d e do sexo den tr o dele. Isto p o r q u e sexo, no c a s a m e n t o , tem a f i n a l i d a de r e p r o d u t o r a . E neste s e n t i d o que fora dele e " p e c a d o " , " impu - ro", "não s a d i o " . Ao c o n t r ã r i o , s e x o no c a s a m e n t o é " s a g r a d o " , " pu - ro", "sadio" e " s ub l im e" .
"... iexo
para mim não e um pecado. Sexo ê uma mliia, quando eZe e feito com amor, entre oi conjugei.
Agora, iexo Zlv r e i a m à z a d e c o l o r i d a ', como tle-ò chamam
a Z , ne ?) ea não a c c Z t o , A g o r a , quando a
. pe-ó4oa ê c a ò a d a , zntão ê uma c o Z & a ò u b l Z
m e "[ A r l i n d o).
P a s s o a g o r a a d i s c u t i r como a q u e s t ã o da s e x u a l i d a d e se c o lo c a para os filhos. As c e r t e z a s e a f i r m a ç õ e s t a x a t i v a s dos pais em r e l a ç ã o ã n e c e s s i d a d e de c o n t r o l a r a s e x u a l i d a d e f e m i n i n a , dão l u ga r a uma a m b i g ü i d a d e não r e c o n h e c i d a q u a n d o se trata da se x u a l i dade m a s c u l i n a .
"Â p r z o c u p a ç ã o m in h a e r a multo malò ^c a m
aò £ llh a ò do que com oü ^ l l h o ò , q u e embq
r a p a r a mim a m o r a l i d a d e e I g u a l p a r a
oi> dolii, a i c o n ò e q u ê n c l a ò de uma l e v i a n d a de p a r a a moça e multo p i o r , p e lo £ato de r a p a z nenhum i l c a r g r ã v l d o e aò moçaé
^ I c a m , né ? " \ E m Z l l o j . •
" 0 6 r a p a z e ó i e m p r e i a l r a m m a l ó . Õ p a l , ãò v e z e ò , f a l a v a q ue c h e g ar am melo t a r -
d e , a q u i l o t u d o , mai a g e n t e a c h a v a que
e r a ' r a p a z ... " [ B r u n a ] ,
A a m b i g ü i d a d e é r e v e l a d a na m e d i d a em que, por um lado pa1s e mães dizem que tanto filhas q u a n t o filhos d e ve m s e r t r at a - dos i g u a l m e n t e ("a m o r a l i d a d e e igual") e por outro, a d e f i n i ç ã o de um rapaz de v a i o r . não passa por uma a v a l i a ç ã o do c o m p o r t a m e n t o sexual deles. Passa , an t e s , p o r sua r e s p o n s a b i l i d a d e pela p r o f i s s i o n a l i z a ç ã o . Assim, a s e x u a l i d a d e dos r a p a ze s e d e i x a d a : m u i t o mais f r o u x a do que a das moças.
Para os r apazes e "n or ma l " e " n a t u r a l " s a t i s f a z e r a " c u r i o s i d a d e " pelo sexo an tes do c a s a m e n t o , ter " e x p e r i ê n c i a " . Mas d e s d e que isto não i m p l i q u e em riscos para a s a ú d e e no c o m p r o m e - t i m e n t o das p o s s i b i l i d a d e s que ele, por d e f i n i ç ã o , tem, de f a z e r um c a s a m e n t o por am o r com uma mo ça "de ce nt e ":
t l d o z t z tzH. 4 e x o . Ë a òò lm f uma z x p e r l & n c Z a , n z 1 Mas nãò d z s z j o g a r a q u a t - q u z r a v z n t u r a , I r com q u à Z q u z r uma, E pz° s a r as c o n s z q u z n c Z a s d z d o z n ç a s q u z p o d z pzgar*' [ V z l l o ) . "A c ho q u z to d o homzm tzm c z r t a c u r l o s l d a d z p a r a com o r z l a c l o n a m z n t o s z x u a l . Não s o u c o n t r a z não mz I n c o m o d a r i a s z z l z s v l z r z m a t z r r z l a ç õ z s . E l z s podzm t z r z s z r ã n o r m a l , zm bo ra z u não r z c o m z n d z z não d z a b z r t u r a p a r a q u z I s s o o c o r r a . Eu não g o s t a r i a z q u z z l z s v l z s s z m a s z zn- v o l v z r com m u l h z r z s q u z p u d z s s z m t z r d o z n ç a s , m u l h z r z s da r u a , ou com m u l h z - r z s c o m p r o m z t l d a s " [ C a r l o s ] .
A p r e o c u p a ç ã o dos pais com o c o m p o r t a m e n t o sexual dos f i lhos é a s s i m de o u t r a ordem. A l e m das duas a r r o l a d a s a n t e r i o r m e n te, hã uma t e r c e i r a p r e o c u p a ç ã o q ue c o n s i d e r o i m p o r t a n t e ressal tar, pois a l é m de d o m i n a n t e e n t r e os p ais, ela r e m e t e p a r a o que f u n d a m e n t a l m e n t e é v a l o r i z a d o no rapaz; sua r e s p o n s a b i l i d a d e pela p r o f i s s i o n a l i z a ç ã o . 0 re ce i o é que o f i lh o venha a e n g r a v i d a r a 1 gu ma m u l h e r e tenha que " c a s a r as p r e s s a s " , c o m p r o m e t e n d o a s s i m os e st u d o s e c o n s e q u e n t e m e n t e sua f u t u r a c a r r e i r a p r o f i s s i o n a l . P r ev e nir 0 filho con t ra o "p er i go " que as " m o c i n h a s a t i r a d a s " , " l e v i a - nas" s i g n i f i c a m , tem r e l a ç ã o com isto, jã que elas p o d e m seduzi r 0 filho. Aqui , a p r e o c u p a ç ã o com a moral da moça, visa r e s g u a r d a r a moral do r a p a z ,
F i n a l i z a n d o , para os ra pa ze s a m e n s a g e m é dupla: " sexo com am or no c a s a m e n t o " e é natural que não seja assim. Como t a m b é m é d up la a moral f e m i n i n a e m a s c u l i n a .
C. As a m i z a d e s e o n am o r o d e . f i l h a s e filhos
Vhos fora do nú c l e o f a m i l i a ? são uma i m p o r t a n t e f o n t e de i n f l u ê n cia para os m e s m o s , faz com que os pais p r o c u r e m m a n t e r - s e i n f o r m a dos "com q u e m eles andam". Na medi da em q u e esta i n f l u e n c i a pode ser c o n t r á r i a ã d e s e j a d a pelos p ais, o g r u p o de amigo s ê s e m p r e p e r c e b i d o como a m e a ç a d o r , m e s m o que a m a i o r i a dos pais não r e v e l e q u ei x a q u a n t o ãs am iz a d e s que os f il h o s têm.
N es te s e n t i d o , este i um tema que s e m p r e ê r e m e t i d o a ou tros no d i s c u r s o dos pais.
"Ea Átmpne. goòtz-i de, òabzA. com quem eleò ò a l a m . lò & o me p n e o c u p a v a , pon- que eu acho que uma boa c o m p a n h ia I n ^ t u l no ^ I Z h o d a g e n t e . P o Aq ue ò e um
A.apaz que g o 6 t e de b e b i d a , de ^fie -
quentan. e-i-òe-ò m eio s de m a c o n h a , de
^umo, a q u i l o t u d o , p o d e l e v a n u m ^ l -
I h o meu a ^ a z e n a mesma c o i s a . Mo
pA-lncZplo vamos d l z e n q u e e l e n z l u - t a s s e . ÍÁas a tu nm a I n s i s t i n d o e s a b e
. como é , ne Z dã uma ^ u m a d l n h a a q u i ,
outfia a l l , vamos ^ a z e n I s s o , ^azen.
a q u i l o e a l p o d i a d e s e n c a d e a i pon um caminho não m u lto b o m " . [ B n u n a l .
O u tr o s d e p o i m e n t o s apenas c o n f i r m a m , i m p l í c i t a ou e x p l i c i t a m e n t e , 0 que ê r e l a t a d o por Bruna. Mas e m b o r a não haja d i f e r e n ç a em r e l a ção aos f i l ho s e filhas na a s s o c i a ç ã o e n t re as a m iz a d e s e o uso de d ro g a s , q u a n d o esta a s s o c i a ç ã o se c o l o c a em termos do b o m de - s e m p e n h o e s c o l a r e no c o m p o r t a m e n t o sexu a l deles, a d i f e r e n ç a ê ni tida. 0 p r i m e i r o e liga do aos r a p a ze s e o s e g u n d o as mo ç a s .
Q u a n d o os pais se r e f e r e m aos f il h o s , a p r e o c u p a ç ã o ê de que seus ami go s não s e j a m " m a l a n d r o s " e/ ou de "farras e b e b e d e i ras" e q u a n d o a r e f e r ê n c i a são as f i l h a s , Í o c o m p o r t a m e n t o se - xual das ami g as . Não ser " l e v i a n a " e ter "bons p r i n c T p i o s " são as q u a l i d a d e s r e q u e r i d a s delas.
A s s im , m e s m o que a p r e o c u p a ç ã o com o g rupo de a m i g o s s ej a igual , os m o t i v o s desta não o são, g e r a n d o c r i t é r i o s d i f e r e n t e s na q u a l i f i c a ç ã o p o s i t i v a dos a m i g o s s e g u n d o o sexo deles. I st o ape nas c o n f i r m a o que já foi c o l o c a d o a n t e r i o r m e n t e so bre o s i g n i f i c a
do que os pats têm do e s t u d o e s e x u a l i d a d e dos filhos não s e r se - mel h a n t e e q u e o b e d e c e ao m e s m o c r i t é r i o d i f e r e n c i a d o r : o s e x o des tes; 0 que se r e f l e t e no g ru po de par es . A m o r a l i d a d e f e m i n i n a e s ta liga da ao c o m p o r t a m e n t o sexual e a m o r a l i d a d e m a s c u l i n a ao seu bom d e s e m p e n h o nos e s t u d o s , p r e v e n d o que s e r ã o bons " p r o v e d o r e s ".0 que pode ser a m e a ç a d o se os a m ig os não t i v e r e m q u a l i d a d e s c o n d i z e n tes com estas m o r a l i d a d e s .
Uma t ã t i c a b a s t a n t e u t i l i z a d a pelos pais para s a b e r e m q u e m são os ami go s dos f i l h o s , e f a z e r com que estes os t r a g a m em casa,- 0 que g e r a l m e n t e dã certo com as m o ç a s e nao com os r a p a z e s . Neste caso, os pais f i c a m mais ã m e r c e das i n f o r m a ç õ e s que os p r ó prios filh os lhes f o r n e c e m .Como estas sã o q u a s e nulas (pais e fi - lhos c o n f i r m a m isto em suas e n t r e v i s t a s ) , não e difTcil s u p o r que 0 ê x i t o no c o n t r o l e dos amigos e m a i o r co m as filhas do que com os fi lh os .
0 c o n h e c i m e n t o e a c o n s e q u e n t e p o s s i b i l i d a d e de j u l g a r s ob re as q u a l i d a d e s p o s i t i v a s ou n e g a t i v a s dos ami go s de seus fi - lhos fica, e n t r e t a n t o , mais na d e p e n d ê n c i a de s a b e r q u e m são os pais des te s amigos do que como r e s u l t a d o de um c o n h e c i m e n t o d i r e t o t r a v a d o com eles. Quer o n d e isto o c o r r e , q u e r o nd e não, a p e r g u n - ta: "i filha de q uem? ê f il ho de q u e m ?" e s t ã c o n t i d a nas e n t r e v i s tas com os pais. Claro que nem s e m p r e com tanta c l a r e z a q u a n t o Bru na 0 fez. Na m a i o r i a das vezes isso a p a r e c e q u a n d o eles a s s o c i a m a a p r o v a ç ã o ãs a m i z a d e s dos filhos com o fato deles t a m b é m s e r e m ami gos dos pais ou t e r e m al gu m a r e f e r ê n c i a s o br e eles; uma delas se - rem c a t ó l i c o s , o que e n v o l v e t er e m os m e s m o s " p r i n c T p i o s m o r a i s " . M es m o que esta r e l a ç ã o não seja p e r c e b i d a como i n d i s s o c i á v e l , a se gu ndã c a r a c t e r T s t i ca é tida como i m p r e s c i n d T v e l . Há por trás d es te c r i t é r i o um p r e s s u p o s t o e que é igual aO u t i l i z a d o por g r a n d e p a r te dos pais q u a n d o a s s o c i a m o " a j u s t a m e n t o c o n j u g a l " , o p r ó p r i o e- x e m p l o deles e os v a l o r e s t r an sm i ti d o s ,a o s ’ f i 1 hos não r o m p e r e m com suas e x p e c t a t i v a s : o de que os p r i n c i p a i s r e s p o n s á v e i s pelo c o m p o r t a m e n t o dos filh o s são os pais.
Em r e l a ç ã o aos n a m o r a d o s dos f i l h os , t a m b é m as q u a l i d a - des r e q u e r i d a s destes são d i f e r e n t e s . Para as f i l h as , a p r e o c u p a - ção dos pais é que o n a m o r a d o "tenha f u t u r o " . Q u a n d o os pais a f i r m a m ter tido ou terem c o n f l i t o com as f i l h a s por causa dos n a m o r a dos destas, as r e c l a m a ç õ e s vão no m e s m o se nt id o . No caso, deles
"não t e r e m futuro "; " V z j a d Bza.tn.lz zom z-òsz r a p a z q uz z t à z ò t ã n a m o r a n d o , E l z a g o r a z q a z z ò t â tt- r a n d o o p r X m z t r o g r a u . G a n h a p o u c o , uma ■ m tszrZa, t r a b a l h a òô mzto z x p z d l z n t z z o . r z s t o do d i a d o r m z . Um r a p a z d z v l n t z z
um anos 1 E l a com d z z o l t o j á z s t á na fa-
c u l d a d z . Q,ual z o f u t u r o q u z tzm z s s z
r a p a z ?" (B r u n a) .
"Um m o tiv o d z c o n f l i t o com as f i l h a s z
q u z z u t i n h a p r z o c u p a ç ã o , z d z t z r m l n a d o s namorados q u z z l a s t l v z r a m z zu v i a q u z não z r am n ad a na v i d a . Hão c o n t i n u a r a m os z s t u d o s z não t r a b a l h a v a m , zram v a d i o s . I s s o z bom p a r a s z r c o l z g a , mas pa r a n am o r a r n ã o , p o r q u z zu não q u z r o v z r m in h a f i l h a c a s a d a com um s u j z l t o q u z não tzm n ad a na v i d a " ( E m Z l l o ) .
A s s i m como 0 i n d i c a d o r de qu e o r apaz não e "v a di o" e ele t r a b a l h a r e/ou e st u d a r , o i n d i c a d o r de que "tem fu t u r o " é e s t u d a r ou c u r s a r a u n i v e r s i d a d e .
Para os f ilhos, a p r e o c u p a ç ã o dos pais é que a n a m o r a d a seja "d ir e i t a " , "seria". E m b o r a a lg u n s v a l o r i z e m ela "ter i n s t r u ção" (que vem r e l a c i o n a d a com f a z e r uma f a c u 1d a d e ), não é e s t e o p onto e n f a t i z a d o mas sim suas q u a l i d a d e s lig a da s ã moral sexu al e cujo i n d i c a d o r e sua f a m T l i a de or ig em .
" E u t o r ç o p a r a q u z z l z s z s c o l h a m uma mo ça d z f a m Z l l a c a t ó l i c a , d z bons p r i n c í p io s . V z s d z q u z s z j a uma moça s o l t z l r a ,
d z c z n t z , d l r z l t a , não t z r á nznhum a con -
t r a r l z d a d z m i n h a , zu vou a p o i a r , t z r ã o
t o d a l l b z r d a d z ( s l c ) " ( C a r l o s ) .
A qui, p e r m a n e c e a m e s m a d i v i s ã o moral ja a p o n t a d a q u a n t o aos amig o s dos f il h o s . SÕ que como o n a m o r o e n v o l v e a p o s s i b i 1 i d a de do c a s a m e n t o fut ur o, es tã em jiogo o que o ut r a s p e s q u i s a s apon -
tam: que nurn c o n t e x t o onde a a s c e n ç ã o social e v i v e n c i a d a , a pr e s e r v a ç ã o do statu s f a m i l i a r se r e a l i z a com as m u l h e r e s g a r a n t i n d o a c o n t i n u i d a d e moral e os h o m e ns a p o s i ç ã o social
2. A v i s ã o de filho s e filhas
2.1 “ S o b r e a r e l a ç ã o
A r e l a ç ã o das fil h as com pais e mães é uma r e l a ç ã o calca da na h i e r a r q u i a . Isso se e v i d e n c i a pela v a l o r i z a ç ã o , por p a r t e de Ias, na o b e d i ê n c i a e a c e i t a ç ã o . A m b a s i n d i s s o c i á v e i s e que são 0 e ix o que as o r i e n t a na r e l a ç ã o com os pais. A a c e i t a ç ã o , n este caso, ê delas e n q u a n t o filha s , isto e, p e r t e n c e n t e s a f a m T l i a e tendo ne sta um lugar p r5 pr io . A o b e d i ê n c i a e, para elas, c o r r e s p o n der ãs e x p e c t a t i v a s dos pais:
" Ai e h o j e zZilò não m e c n l t l c a n a m aòòlm
2.m nada. 6 z n l o , ponquo. - não é ç a e ea
q u d l n a rm a c h a n asòlm uma { ^ H h a bem e d u
c a d a - mas eu não dei. m o t i v o , p o n q u e a
edu caç ã o q u e eteò me denam j ã c o t o c o u oò
Z-Lmlteò, Eteò não p n e c l ò a m d i z e m akl
lò ò o vo cê p od e ^ a z e n , Iò ò o você não p o
d e , Eu j ã e n t e n d i a o l i m i t e do que e ò e n
uma boa i l l h a ... " ( V a l v a ) .
P e r c e b e r - s e como a l g u é m m o l d a d o pela f a m T l i a e, p o r t a n t o , p arte de um c o n j u n t o de v a l o r e s , é c o m u m a' todas as fil has e n t r e - v i s t a d a s . Ser "boa filha" é a p a r e c e r p e r a n t e os p a i s . c o m o r e s p e i t a dora das regras d e c o r r e n t e s destes v a l o r e s e u m : p r e s s u p o s t o da
a c e i t a ç ã o por parte dos pais. : A
... ‘-i . r
Emb o ra o b e d i ê n c i a e a c e i t a ç ã o s e j a m o eixo t a nt o no que diz r e s p e i t o a r e l a ç ã o m ã e s / f i l h a s , como ã e ntre p a i s / f i l h a s , am - bas se a t u a l i z a m d i f e r e n t e m e n t e em cada um dos dois casos. Em
o utr as p a l a v r a s : a a t u a l i z a ç ã o da h i e r a r q u i a se da d i f e r e n t e em f u n ç ã o do sexo' dos pais e isto e p e r c e b i d o c l a r a m e n t e p e l a s filhas.
A r e l a ç ã o com as mães se dã a t r a v é s do d i a l o g o . Com elas as filhas a f i r m a m ter " a b e r t u r a " (que e n v o l ve " c o n t a r tudo", "não ter s e g r e d o s " e p a r t i c i p a r - l h e s os " p r o b l e m a s p e s s o a i s " ) e p o r i s so " p r o x i m i d a d e " . Ambas são e x p l i c a d a s pela " n a t u r e z a " f e m i n i n a " a - b e r t a " das mães. Esta é a c o n d i ç ã o f u n d a m e n t a l para a e x i s t ê n - cia do dialogo. A o ut ra c o n d i ç ã o é o " i n t e r e s s e " que as m ã e s de - m o n s t r a m pela vida das filhas.
t
"Eta 2. multo carlnkoia z go6ta dz {^IcclA iabzndo dz tudo ; z multo Intzrzòòada zm mim"(Anita
) .
"A mãz ■òzmprz quzr &abzn. ondz zu vou, o quz zu i l z , com d z t a t k z i,
Ê
o jzlto dz - l a . Ela z multo Intzrzòòada na gzntz, zm òabzn. 0 quz a gzntz pznòa, o quz izz"[Valva).
As filhas v a l o r i z a m a s s i m o d i a l o g o com as mães p o r q u e , além de ser a d e m o n s t r a ç ã o de " i n t e r e s s e " p o r elas, cria um a m b i e n te a f e t i v o e c al o r o s o . Ele e s t a b e l e c e t a m b e m para as fi lh a s um cam po possTvel de n e g o c i a ç ã o como, por e x e m p l o , s o br e h o r ã r i o s de che gada em casa, ida ã festas, saTd as com o n a m o r a d o e os ami go s.
A rigor, o d i a l o g o não a l t e r a os limites i m p o s t o s ã c ondu ta das filhas, Mas ele ate nu a, s i g n i f i c a t i v a m e n t e , a p e r c e p ç ã o da " o b e d i ê n c i a " , p o r qu e os va lo r e s - e os l i m i t e s que eles d e f i n e m são s u t i l m e n t e r e f o r ç a d o s a t r a v é s das mã es e s c u t a n d o as f i l h a s e i n t e r p r e t a n d o suas c o l o c a ç õ e s s e g u n d o sua p r ó p r i a ótic a, p o r é m den ,tro de um clima de f l e x i b i l i d a d e . Esta, h o e n t a n t a , tem como p a r â
m e t r o a i n t e g r i d a d e dos val or es que o r i e n t a m a famTlia. Es tes não são c o n t e s t a d o s nem c o n f r o n t a d o s na r e l a ç ã o . E n e st e s e n t i d o que a h i e r a r q u i a se a t u a l i z a e n t r e as f i l h a s com as mães a t r a v é s do d ia logo.
Na r e l a ç ã o com os pais, jã que o d i á l o g o não a p a r e c e me - d iando, a v a l o r i z a ç ã o da a c e i t a ç ã o e, p o r t a n t o , da o b e d i ê n c i a como c o n d i ç ã o para isto, é forte. A r e l a ç ã o com eles é p e r c e b i d a pelas filhas como " d i s t a n t e " (porque "eles não se chegam") e como de au-
tori d a d e : "Kó vezeó z t z q a t n .ò z a o m a n d ã o , t a d o que z l z ^ a t a z q u z z o zz n .to , z z m ulto ^ z - c h a d o . A c n l a ç ã o d z l z £ ol mais p u x a d a ■, ó Z O Z A a , zn tã o z u t z n k o q u z c o m p A Z z n d zn I s t o , a a z l t a K . P o A q u z z l z não muda mzs - mo” [ A n a ] . Mas a p e s a r de r e c l a m a r e m s o b r e o " f e c h a m e n t o " e s o b r e o "ser m a n d ã o " , as fil ha s a c a b a m por r e c o n h e c e r nestas q u a l i d a d e s ca r a c t e r i s t i c a s "p r ó p r i a s " dos hom en s . Por isto, a p e s a r de e x p r e s s a rem que g o s t a r i a m de m a i o r " a b e r t u r a " com os pais, a c e i t a m a obedi ê n ci a como a d e f i n i ç ã o por e x c e l ê n c i a da r e l a ç ã o .
Para vãrias filhas', a p r e o c u p a ç ã o com a o b e d i ê n c i a se r e vela no r e c e i o de ser " r e j e i t a d a " pelo p a i ; e x e m p l o e x t r e m o da V a l o r i z a ç ã o por parte delas na a c e i t a ç ã o :
” A q a l l o mz I n c o m o d a v a , p o K q u z zu mz s z n
t i a q u a s z q u z A z j z l t a d a p o A q u z o p a l
não z s t a v a a c z l t a n d o multo bzm o mzu
n a m o A a d o . Então z u mz s z n t l a mal tam -
bzm" ( V a l v a j .
E n q u a n t o a r e l a ç ã o com a m ã e e de " p r o x i m i d a d e e a b e r t u - ra", c o n c r e t i z a d a s numa troca a f e t i v a , dos pais as f i lh a s e s p e ram c o b r a n ç a direta s o b r e seu c o m p o r t a m e n t o :
” Â s ’ v z z z s zu mz s i n t o mzlo pn.zsa pofiquz
z l z z m ulto d z c o n tA o lan ., Q,aeA sabzh. a-
o n d z zu vou z qualqu zn. A a p a z q u z . zu
c o n kzç o quzn. s a b z A quzm z . Mas I s s o tam .
bzm z no A m ai d z p a l ” [ V i v a] .
Ao m e s m o t em po c o n t i n u a m b u s c a n d o uma a p r o x i m a ç ã o com os pais. A m a i o r i a delas a f i r m a g o s t a r que a mãe p on h a o pai. ao par do que a c o n t e c e com elas. V a l o r i z a m a s s i m a m e d i a ç ã o da m ã e como uma t e n t a t i v a de " d i a l o g o i n d i r e t o " com os pais.
tre as f i l h a s e ambos os pais, não i m p e d e m que a l g u m a s d e la s u l t r a p a s s e m os l i m i t e s e s t a b e l e c i d o s pelas normas p a t e r n a s .P o r é m , a ati tude qu e têm q u a n d o isto a c o n t e c e , vem c o n f i r m a r m i n h a i n t e r p r e t a ção até aqui: elas l a s t i m a m "não p o d e r c o n t a r - l h e s tudo" mas não f a z e m isto. A s i t u a ç ã o c o n f l i t u o s a que r e s u l t a r i a disto, é p e n s a d a pelas f i l h a s como uma seria a m e a ç a ã sua a c e i t a ç ã o pelos pais. Po r isto, r e s p e i t a n d o a h i e r a r q u i a , c o n t i n u a m a p a r e c e n d o p e r a n t e os pais como "boa filha". 0 s e g r e d o e a g a r a n t i a da acei t a ç ã o :
A r e l a ç ã o dos filhos com pal e m ã ê se c a r a c t e r i z a por um c o n f l i t o e n t r e dois v a l o r e s : o b e d i e n c i a e a u t o n o m i a .
Os ra p az es se a u t o d e f i n e m como " f e c h a d o s " e a t r i b u e m isto a uma n a t u r e z a m a s c u l i n a ( " t e m p e r a m e n t o " ," m a n e i r a de ser", " e de m im " ) . 0 " t e m p e r a m e n t o " m a s c u l i n o " f e c h a d o ", é traduzi do p o r "auto -sufi c i ê n c i a " :
" E u não im abro m u lto a i ò l m com n i n g u é m /
p r l n c l p a Z m c n t z zm c a ò a , Eu g u a r d o m ali
p a r a mim, z u g o & t o d z mz i z n t l r a u t o ò u -
{ ^ I c l z n t z . Eu acho q u z a g z n t z quando & z
a b r z multo i l c a v u l n z r ã v z l , zn tão z u não ^ a l o . Zóto z d z mim" ( E d u a r d o ) .
A s s i m, r e s g u a r d a r - s e da v u l n e r a b i l i d a d e s i g n i f i c a m a n t e r sua a u t o nomia, sua " a u t o s u f i c i ê n c i a " .
Por o ut ro lado, têm a o b e d i ê n c i a como um valor. A s s i m , o r e c o n h e c i m e n t o da h i e r a r q u i a se cruza, eom f r e q u ê n c i a e de f o r m a mais ou m e n o s p r o b l e m á t i c a , para os r a p a z e s , com a i m p o r t â n c i a e a r e a f i r m a ç ã o c o n s t a n t e da p r Õ p r i a a u t o n o m i a .
Na r e l a ç ã o com as mães este c o n f l i t o é mais b r a n d o : " c o m p r e e n s i v a s " e "aber ta s" , são t a m b e m mais f l e x í v e i s . Os r a p a z e s , c o m as m ã es , c r u z a m o b e d i ê n c i a e a u t o n o m i a . P r i m e i r o , no p o u c o f a l a r s o b r e "suas coisas". R e l a c i o n a n d o isto com sua " n a t u r e z a f e c h a d a " , p e n s a m a r e l a ç ã o com elas m u i t o m ai s de d o aç ão delas do qu e de les, s e m que este d i s t a n c i a m e n t o que f a z e m das mães s e j a p r o b l e m a - ti z a d o .
" E £ a c o m p r z z n d z m a l ò , ^ a z q u a & z tudo q u z
em cdòCL c an s a do e z l a f a z a c o m id a , f a z t u d o p a r a a g r a d a r " i C z s a r j .
"A m ã e e mais a b e r t a , e uma p e s s o a I n c r Z v e Z . Nu n c a v l n ln gue m s e d o a r t a n t o q u a n to e l a " [ E d s o n ] , 0 s e g u n d o c r u z a m e n t o e n t r e o b e d i ê n c i a e a u t o n o m i a , se dS a tr av és do s e g r e d o s o b r e a " d e s o b e d i ê n c i a " ; " . . . t e m c o i s a s q u e s e . e u d i s s e s s e q a e I r l a f a z e r , e l a t a l v e z não d e i x a s s e , não g o s t a s s e . V a Z eu nem f a l o , eu fa ç o e p r o n t o " . [Edson] .
Na r e l a ç ã o com os pais, o c o n f l i t o se torna e x p l i c i t o . Na m e d i d a em que a a u t o r i d a d e destes é c o n s t a n t e m e n t e a t u a l i z a d a na f orma de c o n t r o l e s d ir e t o s e c o b r a n ç a s , a p a r e c e para os f i l h o s c o mo a n t a g ô n i c o com sua a u t o n o m i a .
Os r ap a z e s e n t e n d e m as t e n t a t i v a s dos p a is em f a z ê - l o s o- b e d e c e r , como eles q u e r e n d o que os f i l h o s os r e p r o d u z a m , isto é , s e j a m iguais ao que eles são. E c o n t r a isto que os r a p a z e s se po - si cionam;
" E l e q u e r e m p u r r a r as c o i s a s d e l e '.para cima de mim. Q u e r s a b e r o n de e q ue eu a n
d o , 0 que eu f a ç o , q u e h or a s tem q u e
c h e g a r . E l e q u e r d i z e r p a r a mim como tem q ue s e r as c o l s a s ', q u e r s e m p r e r e s p o n d e r p o r mim e eu não a d m lt o I s s o " [ C i s a r ] .
" P o r q u e 0 meu p a l e s t ã q u e r e n d o f a z e r de mim um novo E m Z l l o , q u e r que eu s e j a q a e
nem e l e . A g e n t e e p r o d u t o da e d u c a ç ã o ,
mas eu acho .q a e a g e n t e não d e v e s e r a
c õ p l a do p a l " [Edson] ,
Assim, a " d e s o b e d i ê n c i a " vem r e l a c i o n a d a com um v a l o r i n d i v i d u a l i s t a : g a r a n t i r uma i d e n t i d a d e p r õ p r i a . Mas isto não s i g n i f i c a que es
t e ja m q u e s t i o n a n d o ou p on do em c h e q u e a sua d e f i n i ç ã o e n q u a n t o f i lho, p a rt e do todo f a m i l i a l .
E menos p r o b l e m á t i c o para os r a p a z e s do que para as m o ças, e s c o n d e r dos pais c e rt os c o m p o r t a m e n t o s . Mas como f i c a r á c l a ro ad ia n t e , a área on de a " d e s o b e d i ê n c i a " ma i s o c o r r e e a q u e l a o n de há m a i o r f l e x i b i l i d a d e para os r a p a z e s e s o b r e a qual os pais não se i m p o r t a m de f a z e r de c on t a que não viram: a s e x u a l i d a d e .
A s s i m, na r e l a ç ã o com ? m bo s os pais, os rap az es f a z e m por m a n t e r sua a u t o n o m i a . Mas está p r e s e n t e em suas a t i t u d e s um o ut ro v a l o r que c o n t r i b u e para o s i g n i f i c a d o s e g r e d o : não d e s m e r e c e r seu l u ga r de filhos, E n e c e s s á r i o e s c l a r e c e r q u e, - a p e s a r de não p r o b l e m a t i z a r e m a " d e s o b e d i ê n c i a " em seu d i s c u r s o , de f o r m a e x p l i cita, os ra pa z es f a z e m c o n s t a n t e m e n t e r e f e r ê n c i a s ao fato de que os valo r es p a t e r n o s ( f a m i l i a i s ) e s tã o "c er t o s " , que r e c o n h e c e m te r " e rr ad o" q u a n d o deles fogem. N es te s e n t i d o , a o b e d i ê n c i a e , c o n s e q u e n t e m e n t e , o p e r t e n c e r ã h i e r a r q u i a f a m i l i a l , en tra em c h o que com sua " n a t u r e z a f e c h a d a e a u t ô n o m a " , o q u e nem s e m p r e ê c l a ro para os rapazes.
F i n a l i z a n d o , há a r e s s a l t a r que t anto o s ~ r a p a z e s como as m oç as n a t u r a l i z a m o s er m u i h e r pela d e m o n s t r a ç ã o de afeto, a b n e g a ção e 0 ser h o m e m pelo c o n t r á r i o , t r a d u z i d o s no ser "a b er to " e
" fe chado". Isto a p a r e c e não sÔ no s i g n i f i c a d o de mãe e pai como no de f il h o e filha. C o n t i n u a m a s s i m r e p r o d u z i n d o as f r o n t e i r a s e n t r e os g ê n e r o s .
2,2 - S o b r e os alvos de c o n t r o l e dos pais
A. 0 e st u d o para filhas e fil ho s.
Em re l a ç ã o ãs m o ç a s , A n i t a e Ana são as únicas que não es tão na u n i v e r s i d a d e , o que e de se e s p e r a r dada a idade das duas . B e a t r i z , Diva e Dalva e s t ã o na m e t a d e de seus cursos de m ú s i c a , ar q u i t e t u r a e e n g e n h a r i a r e s p e c t i v a m e n t e . Elza se f o r m ou em b i o l o g i a e cursa o m e s t r a d o n e sta area.
A i n d e f i n i ç ã o inicial na e s c o l h a do c u rs o a f az e r , e uma c a r a c t e r í s t i c a c om u m no d i s c u r s o das m o ç a s , m e s m o e n t r e a q u e l a s
que não e s t a o na u n i v e r s i d a d e :
"Ea ^ I z v z s t l b a l a . K p a A a p òZcologicL, daZ
não p a s & z l . A t z doa gfiaçcu a Vzaò q a z
não t z n h a p a ò ò a d o , p o A q a z z a p Az^zfiZa
tzn. p a ò i a d o na z ò t a d a a l mzómo z l a ^azzn. pah.a z d a z a ç ã o { ,Z & l z a . M a s aZ z a d z a Z d Z
f^azzn. pan.a m ã ò l z a , q a z z a tambzm g o & t o
dz mHòZca z z ò t o a g o ò t a n d o da £ac.alda -
dz ... z a j ã t Z n h a ^ a c Z l Z d a d z pan.a n.Zt -
mo, pan.a cantan. ... ” iBzatn.Zz] ,
"Ea não t Z n h a c z n t z z a do q a z Z a ^ a z z n . A
mãz a t z d Z ò & z a &ò Z m : pon.qaz t a não {^a-
zzò d Z n z Z t o o a admZnZi>tnação ? Ua& aZ ,
z a não ò z Z . d z A z p z n t z a t z po&òo ^azzn.
admZnZòtn.ação dzpoZò q a z tzfimZnan. an.qaZ- t z t a n .a , pofiqaz za tambzm g o ò to d Z ò i o "
[ V Z v a] .
I n t i m a m e n t e r e l a c i o n a d o com a i n d e c i s ã o na e s c o l h a , e s t ã 0 c r i t é r i o d o m i n a n t e d esta es co l h a : o " go s t a r " . Assim, o d i l e m a que se c ol o c a para elas no m o m e n t o de e n t r a r para a u n i v e r s i d a d e , é s a b e r 0 que e s c o l h e r q u a n d o o " g o s t a r " se r e v e l a d i f u s o e não e x c l u d e n t e . Mas ter no " g o s t a r " o c r i t é r i o de e s c o l h a do cu rs o , re vela algo mais: a d e s p r e o c u p a ç ã o por p a rt e delas com a r e n t a b i l i d a de da p r o f i s s ã o f u t u r a e que e c o r r o b o r a d o pelo fato de que n e n h u ma e n f a t i z o u este ponto. 0 s i l e n c i o é s i g n i f i c a t i v o dai id éia de que elas não se p e r c e b e m f u t u r a m e n t e como as r e s p o n s á v e i s pelo sus t ento da famTlia.
No e nt a n t o , o p r o j e t o que todas elas t i v e r a m ou têm de c u r s a r a u n i v e r s i d a d e , vem l i ga do a ter uma p r o f i s s ã o f u t u r a m e n t e e que é c o n s i d e r a d o pelas m o ç a s como i m p o r t a n t e e xe rcer. As ra z õ e s que f o r n e c e m para isto são, p r i n c i p a l m e n t e , o " c r e s c i m e n t o " e "de- s e n v o l v i m e n t o p e s s o a l " , a l e m do " s e r e m i n d e p e n d e n t e s " :
"Eu não t z n k o g o ò to zm òzn. 4Õ do n a d z z a & a , QazKo zncontA.an. am mando tambzm ^o
;to" [VaZva] .
" E a v e jo pela. m i n h a m ãe, e l a não t r a b a -
l h a f o r a . f i c a em c a s a f a z e n d o t r l c Ô , v a i
p a r a 0 l a n c h e com as amigas e a l a con -
v e r s a e : p o r q u e mea f i l h o f e z I s s o , t l , t l , t l ... t r a b a l h a n d o t u e s t ã s to d o d i a
c o n v e r s a n d o , b a t e n d o um papo n o v o , s e de s e n v o l v e n d o e a g e n t e f i c a mais I n d e p e n
d e n t e " [ B e a t r i z] .
A l g u m a s d e l as tamhêrn a c i o n a m que t en d o uma p r o f i s s ã o e t r a b a l h a n d o g a r a n t e m , com seus fu tu ro s m a r i d o s , uma r e l a ç ã o de " i g u a l d a d e " :
"... eu quero a m in h a I g u a l d a d e . 0 c a r a que c a s a r comigo não v a i e s p e r a r que v a i
c a s a r com uma m u l h e r , como n a m a i o r i a
dos c a s a m e n t o s , em q u e e l a v a i e s p e r a r o
m arido com a c o m l d l n h a em c a s a . P o r q a e
p a r a c o m e ç a r , eu vou e s t a r s e m p r e na r u a também, então os d o is s e v i r a m " [E lz a ] .
Estas c o l o c a ç õ e s e v i d e n c i a m uma t e n d ê n c i a i n d i v i d u a l i s t a das m o ç as q u a n d o p r o j e t a m suas vidas para a f rente. Isto, p o r é m , não i m p e d e que elas p e r m a n e ç a m p r e o c u p a d a s (como as mães) em c o n c i l i a r 0 s er "dona de casa" com o s e r p r o f i s s i o n a l . Ambas d e v e m c a m i n h a r j u n ta s. T a l v e z por isto a t e n d ê n c i a da m a i o r i a delas em e s c o l h e r ser p r o f e s s o r a . Em algu n s c a s o s , o " g ostar" do c u r s o como c r i t é r i o de e s c o l h a , vem a c o m p a n h a d o da p o s s i b i l i d a d e d e s t a c o n c i liação: • « é am cu rs o q u e dã opção p a r a a p e s s o a f i c a r t r a b a l h a n d o em c a s a , p r o j e t a n do em c a s a . Então eu p o s s o f i c a r em ca - s a , c u i d a r da c a s a e do meu t r a b a l h o " ( V I va] .
T a m b é m nos casos em que um c u r s o de p o s - g r a d u a ç ã o é c o l o c a d o c o mo p r o j e t o , ele a p a r e c e c o n d i c i o n a d o ao c a s a m e n t o e ã m a t e r n i d a d e :
"A mãz d l a z q u z &£a a c h a v a q u z eu l à
a c a b a r c a i a n d o , não Ã.a n m v i a j a r . Uai
eu não i z l ; eu p z n i o , e c l a r o , em c o m t l
t u l r ama ^ a m Z l l a , t z r ^ I Z h o i . Ea izmpre.
^LU. m alto a a l m m ã t z l n h a dai m ln h a i bonç c a i , zn tã o z a acho q a z t z n h o b a i t a n t z z i
p Z r l t o m a t z r n a Z e, d z aZga m a m a n z l r a , i z
z a ^ o i i z i a l r p a r a ^ a z z r am c a n o , acho
q a z I r l a a t r a p a Z h a r ” [ V a Z v a ] .
A s s i m , 0 s i g n i f i c a d o " m o d e r n o " que i m p r i m e m a p r o f i s s ã o , é a c o m p a n h a d o da permanê^ncia da ideia de q u e suas " v o c a ç õ e s " são a m a t e r n i d a d e e o s e r "dona de casa".
Em r e l a ç ã o aos r a p a z e s , a p e n a s E d s o n não e st ã na. u n i v e r s i dade (ele c ursa o p e n ú l t i m o ano do s e g u n d o grau). C é sa r e C é l i o es tão t e r m i n a n d o os cursos de e n g e n h a r i a e v e t e r i n á r i a re sp e c t i vameii te e E d u a r d o i n i c i a n d o o curso de b i o l o g i a .
Para eles, a e s c o l h a do c ur so se faz m u i t o cedo e há p o y cas dú vi d a s s o b r e o c r i t é r i o para d e f i n f - l o : a r e n t a b i l i d a d e da p r o f i s s ã o futura. Isto i n c l u e a " e x t e n s ã o do camp o" e o t ip o de re m u n e r a ç ã o qu e a area do curso o f e r e c e . No e n t a n t o , e s t e c r i t é r i o faz com que a m a i o r i a dos rap az es p a ss e por um d i le m a d i f e r e n t e do que o c o r r e com as m o ç a s: c o m p a t i b i l i z a r " f az e r o que g o s t a " e se p r e p a r a r para uma p r o f i s s ã o que lhe seja re ntável , o que nem sem pre é possTvel :
"... eu p r z t z n d o c o n t l n a a r z i t a d a n d o , d a Z {^azzr a ^ a c a Z d a d z . Não dã p a r a i z p z m a r
i õ no d Z n h z l r o , z a q a z r o i a z z r o q a z z a
g o i t o . ÍÁai h o j z zm d i a não dã dz i z iq.
z z r l i i o . Então z a v o a ^ a z z r d l r z l t o mzi mo ... " [E dio n ] .
A s s i m , 0 c r i t é r i o que u t i l i z a m para a e s c o l h a do c u r s o e 0 dil em a que isto e n v o l v e , d e m o n s t r a que os ra p az es se p e r c e b e m como futuros p r o v e d o r e s .
0 i n g r e s s o na u n i v e r s i d a d e e v i s t o como f u n d a m e n t a l . M e s mo e n t r e a q u e l e s que se m o s t r a m m a i s c o n t r á r i o s a e x p e c t a t i v a dos
pai s :
" ... aZ i-Lz vz&tthixtdH. d z novo e. paò-
6QÁ.. Meu d z i t a vez a barra, em c a s a zsta-
va maZto f o r ç a d a , o p a Z z a mãz j ã não
quzrZa m v z r z u nz-òtz z ò t a d o . E n t ã o , z u
I z v z Z 0 c u r& o m ais a ò l r l o z p a & s z l , 0
l a d o q u z v a i ò o f r z r m ais v a i s z r o l a d o
d z v z l z j a r , d z s u r f a r , I r ã p r a i a & t a l .
E
um bom c o s t u m z z mau ao mzsmo t z m p o .N of i n a l z u a c a b o c o n c o r d a n d o com z l z s q u z r z a l m z n t z zu não vou p o d z r f i c a r n z s s a v i d a s z m p r z , q u z z u t z n h o q u z f a z z r uma u n l v z r s l d a d z , t z r uma p r o f i s s ã o q u z d z f a t u r o . E n t ã o , vou d z l x a r z s s a v i d a z f i c a r mais ou mznos z n q u a d r a d o . . . ’' { E d u ardo ) . Um o u t r o p onto i m p o r t a n t e de r e s s a l t a r diz r e s p é i t o ao fa to dos rapazes q u e r e r e m , o mais r a p i d a m e n t e p o s s T v e l , e x e r c e r uma p r o f i s s ã o com a f i n a l i d a d e de " e s c a p a r do c o n t r o l e p a t e r n o " . 0 que r ev e l a a p r o f u n d i d a d e do c o n f l i t o e n t r e o b e d i ê n c i a e a u t o n o m i a que e x p l o r e i no item s o b r e a r e l a ç ã o dos r ap a z e s com os pais. T o r n a r - -se f i n a n c e i r a m e n t e i n d e p e n d e n t e e p o d e r e x e r c e r p l e n a m e n t e a auto nomia para a qual f o r a m t r e i n a d o s . T a n t o isto e i m p o r t a n t e qu e , eles têm ou e st ão t e n t a n d o ter, uma a t i v i d a d e r e m u n e r a d a , na m a i o r p a rt e das v e z e s v is t a como t e m p o r á r i a , que não s e j a i n c o m p a t T v e l com os estudos. 0 cu rso uni v e r s i t á r i o e, no en ta n t o , p r i o r i t á r i o . Essa " v o n t a d e de q u e r e r se l i b e r t a r , m a n t e r uma i n d e p e n d ê n c i a e c o nô mi c a do pai", como a f i r m a César , não os i m p é i e a b u s c a r um tra - b a lh o m e l h o r r e m u n e r a d o e n q u a n t o e s t ã o e s t u d a n d o , pois "ia t o m a r tempo e a t r a p a l h a r o curso". A d i a m , d e s t a forma, a " i n d e p e n d ê n c i a de q u a n d o eu me f o r m a r " .
B. A s e x u a l i d a d e para f i l h a s e f i l h o s
ção da v i r g i n d a d e ate o c a s a m e n t o . Lo go de inTcio, j u s t i f i c a m isto pela m a n e i r a como f o r a m s o c i a l i z a d a s : "acho q u e ê mais por a q u e l e s c os t u m e s , a q u e l a s coisas que tem a s s i m a n t e s ne ?"; " p o r q ue aqui em casa a g e n t e s e m p r e t e v e essa e d u c a ç ã o " e "pela fo r m a ç ã o " .
0 o u t ro a r g u m e n t o e o de qu e a re la ç ã o sexual sõ de v e o - c o r r e r com a m o r e c o m q u e m "vão c o n v i v e r o re sto da vida";
"E me-tfioA. com o caiamznto, poAqaz quando duaò pzòòoa& & z ca&am o. pofiquz zlaò tzm czAtzza quz òz amam z vão convlvzn. o Kz& to da vida juntoò" [Vatva].
T o da s elas f a l a m que para ter r e l a ç ã o fora do c a s a m e n t o , i p r e c i s o h a v e r " c er t e z a que é a m o r m e s m o " e não "sõ a t r a ç ã o s e x u - al", ou seja, de que vão se casar. A " c e r t e z a " do amor, se t r a d u z a s s i m no r e c e i o de que a p a s s a g e m de v i r g e m e não v i r g e m p o n h a em risco sua m o r a l i d a d e , a m e a ç a d a pela p o s s i b i l i d a d e de não c a s a r e m com 0 rapaz. 0 c a s a m e n t o i, para e las, a g a r a n t i a de que isto não o c o r r e r a . DaT a v i n c u l a ç ã o i n s e p a r ã v e l e n t r e elas de s e x o - a m o r - c a ~ s a m e n t o .
No caso d a q u e l a s que não são v i r g e n s esta re lação, pelo me nos i n i c i a l m e n t e , não ap ar e c e . E m b o r a se ja t a m b e m o amor que justi fica a r e l a ç ã o s e x u a l . Aqui ele a p a r e c e por o p o s i ç ã o a "dar p ar a q u a l q u e r um" ou " t r a n s a r com todo m u n d o " . No e n t a n t o ambas m a n i f e s tam que q u a n d o t i v e r a m r e l a ç ã o sex ua l pela p r i m e i r a vez, f i z e r a m isto p e n s a n d o que o r apaz s e r i a o f u t u r o m a r i d o : "eu a c h a v a que ia f i c a r com ele para s e m p r e e a g e n t e ia se casar". N es t e s e n t i d o , t a m b é m pa r a elas é s i g n i f i c a t i v a a r e l a ç ã o s e x o - c a s a m e n t o , o q u e se r e f o r ç a pela d i f i c u l d a d e que ambas r e l a t a m em t e r m i n a r o n a m o r o "por causa d a q u i l o " , Uma delas t a m b é m col oc a qu e não quis q u e o atual n a m o r a d o p e r c e b e s s e que ela ja h a v i a tido r e l a ç ã o sexual com out r o: "fingi ser v i r g e m , f a z e n d o cena". Isto, al i a d o ao fato de que p r e t e n d e se c a s a r com ele, d e m o n s t r a sua p r e o c u p a ç ã o de não por em r i s co o c a s a m e n t o .
Hã t a m b é m e n t r e elas a p r e o c u p a ç ã o em se s e p a r a r das q u e " t r a n s a m com todo m u n d o " , "dão para q u a l q u e r um" e de m o s t r a r isto