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FIFURA 13. Exemplos de cartas com figuras de Métodos Contraceptivos

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.3. A utilização de jogos pedagógicos na educação

2.3.2. A importância do lúdico na aprendizagem

Educar ludicamente tem uma significação muito profunda e está presente em todos os segmentos da vida. Por exemplo, uma criança que joga bolinha ou brinca de boneca com seus

companheiros não está simplesmente brincando e se divertindo, está também desenvolvendo e operando inúmeras funções. Da mesma forma uma mãe que acaricia e se entretém com a criança, um professor que se relaciona bem como seus alunos, ou mesmo um cientista que prepara prazerosamente sua tese ou teoria educa-se ludicamente, pois combina e integra a mobilização das relações funcionais ao prazer de interiorizar o conhecimento e a expressão de felicidade que se manifesta na interação com os semelhantes (ALMEIDA, 1987, p. 11).

A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos (MAURÍCIO, 2009, p. 5).

Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando (MAURÍCIO, 2009, p.

5).

A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente possibilita um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 1987, p. 41).

O lúdico é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário (MAURÍCIO, 2009, p. 5).

Para que a motivação seja caminho que conduz a aprendizagem é imprescindível que haja uma relação harmoniosa, permeada pelo diálogo entre o educador e o educando (Pilz, 2003 apud BARBOSA, 2004, p. 7).

O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria e usado de maneira correta. O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo (ALMEIDA, 1987, p. 42).

Considerando a importância do jogo na aprendizagem da criança é relevante destacarmos o papel do professor, que deve intervir de forma adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidades, sendo que qualquer atividade por ele realizada na escola visa sempre a um resultado, e uma ação dirigida e orientada para a busca de finalidades pedagógicas (MATTA et al., 2001, p. 38-39).

Segundo Garcia (1995 apud MATTA et al., 2001, p. 39), o professor deve dar sentido às atividades de sala de aula, sabendo que cada atividade traz a possibilidade de novas aprendizagens e provoca novos desenvolvimentos.

2.3.3. Vantagens e desvantagens do uso dos jogos

Segundo Grando (2001 apud MORATORI, 2003, p.13), a inserção dos jogos no contexto de ensino-aprendizagem implica em vantagens e desvantagens (Fig.2):

Vantagens Desvantagens

fixação de conceitos já aprendidos de uma forma motivadora para o aluno;

introdução e desenvolvimento de conceitos de difícil compreensão;

� desenvolvimento de estratégias de

resolução de problemas (desafio dos jogos);

� aprender a tomar decisões e saber avalia- las;

significação para conceitos aparentemente incompreensíveis;

� propicia o relacionamento de diferentes disciplinas (interdisciplinaridade);

� o jogo requer a participação ativa do aluno na construção do seu próprio conhecimento;

� o jogo favorece a socialização entre alunos e a conscientização do trabalho em equipe;

� a utilização dos jogos é um fator de

� quando os jogos são mal utilizados, existe o perigo de dar ao jogo um caráter puramente aleatório, tornando-se um “apêndice” em sala de aula. Os alunos jogam e se sentem

motivados apenas pelo jogo, sem saber porque jogam;

o tempo gasto com as atividades de jogo em sala de aula é maior e, se o professor não estiver preparado, pode existir um sacrifício de outros conteúdos pela falta de tempo;

� as falsas concepções de que devem ensinar todos os conceitos através dos jogos. Então, as aulas, em geral, transformam-se em verdadeiros cassinos, também sem sentido algum par ao aluno;

� a perda de “ludicidade” do jogo pela interferência constante do professor,

motivação para os alunos;

� dentre outras coisas, o jogo favorece o desenvolvimento da criatividade, de senso crítico, da participação, da competição

“sadia”, da observação, das várias formas de uso da linguagem e do resgate do prazer em aprender;

� as atividades com jogos podem ser utilizadas para reforçar ou recuperar

habilidades de que os alunos necessitem. Útil no trabalho com alunos de diferentes níveis;

� as atividades com jogos permitem ao professor identificar, diagnosticar alguns erros de aprendizagem, as atitudes e as dificuldades dos alunos;

destruindo a essência do jogo;

� a coerção do professor, exigindo que o aluno jogue, mesmo que ele não queira, destruindo a voluntariedade pertencente a natureza do jogo;

� a dificuldade de acesso e disponibilidade de materiais e recursos sobre o uso de jogos no ensino, que possam vir a subsidiar o trabalho docente.

Figura 2 – Vantagens e desvantagens dos jogos.

2.3.4. Jogos pedagógicos no ensino de Ciências

Praticamente todas as escolas trabalham o Sistema Reprodutivo em Ciências. Geralmente o fazem por meio de transmissão de informações, sobre a reprodução humana, com informações ou noções relativas à anatomia e fisiologia do corpo humano, tendo como recurso exclusivo o livro didático e sua transcrição na lousa. Essa abordagem normalmente não abarca as ansiedades e curiosidades das crianças, nem o interesse dos adolescentes, pois enfoca apenas o corpo biológico e não inclui a dimensão da sexualidade (PCN, 1998, p. 292).

Atualmente há muita informação sobre sexualidade, mas pouca possibilidade para que o jovem as elabore e as transforme em conhecimento. Por exemplo, vejamos dois problemas afetos à sexualidade, que são a AIDS e a gravidez. É raríssimo hoje um jovem que não saiba que transar engravida, e que não saiba da necessidade do uso da camisinha, mas muitos não usam porque não transformaram essa informação em conhecimento, não se apropriaram dessa informação, e acabam ou pegando AIDS ou tendo gravidezes perigosas. Confirmando as pesquisas que apontam, a maior causa de mortes de mulheres até 19 anos é o aborto (Camargo, 1999 apud SILVA, 2006, p. 3).

Com relação à gravidez indesejada, o debate sobre a contracepção, o conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais, sua disponibilidade e a reflexão sobre a própria sexualidade

ampliam a percepção sobre os cuidados necessários quando se quer evitá-la (PCN, 1998, p. 293).

Segundo Mandú et al (2002, p. 89), quando se intenciona a prevenção de situações de risco, o trabalho educativo deve articular informação, crítica aos padrões culturais e consideração à afetividade presente no campo da sexualidade, de modo a desenvolver o respeito a si e a necessidades de outros, uma relação natural com o corpo, com o prazer, com o sexo, e o questionamento dos estereótipos e preconceitos.

É papel da educação formar pessoas críticas e criativas, que criem, inventem, descubram, que sejam capazes de construir e reconstruir conhecimento. Não devem reproduzir simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos, que cedo aprendam a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa do que de expectativa (MATTA et al., 2001, p. 36).

A educação para mudança, no campo da sexualidade, requer consideração ao universo dos valores, experiências e afetos em suas articulações com os aspectos socioculturais que os organizam (Schall & Struchiner, 1995 apud MANDÚ et al., 2002, p. 89).

As discussões sobre as emoções envolvidas na sexualidade, como os sentimentos de amor, amizade, confiança, auto-estima, desejo e prazer são importantes, se não tiverem como objetivo a prescrição de normas de conduta ou a moralização do discurso, mas sim a circulação de idéias e opiniões, baseada no respeito mútuo (PCN, 1998, p. 76-77).

Todo educador tem o dever de refletir sobre as questões de saúde pública, dentre as quais se encontram as DST/AIDS e a gravidez precoce, propor o assunto em classe, analisá-lo com os alunos, esclarecer dúvidas, oferecer subsídios que permitam maior conhecimento e tomada de consciência da gravidade das mesmas e mostrem a possibilidade de decisões seguras, optando sempre pela prevenção, em busca de uma vida saudável (STEFANI, 2007, p. 17).

De acordo com os PCN (1998, p. 57), a complexidade desta fase escolar exige que o professor tenha possibilidade real de realizar ensino ativo, desafiador e atualizado.

Cabe ao professor rever a utilização de propostas pedagógicas passando a adotar em sua prática aquelas que atuem nos componentes internos da aprendizagem, já que estes não podem ser ignorados quando o objetivo é a apropriação de conhecimentos por parte do aluno (Kishimoto, 1996 apud CAMPOS et al., 2002, p. 47).

O uso dos jogos pedagógicos são excelentes recursos que o professor pode utilizar no processo ensino aprendizagem, pois eles contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual

e social do educando. Podem ser trabalhados em todas as disciplinas, desde que sejam bem adaptados aos conteúdos, à faixa etária e prontidão dos alunos (BRAGA et al., 2007, p. 4).

A apropriação e a aprendizagem significativa de conhecimentos são facilitadas quando tomam a forma aparente de atividade lúdica, pois os alunos ficam entusiasmados quando recebem a proposta de aprender de uma forma mais interativa e divertida, resultando em um aprendizado significativo (CAMPOS et al., 2002, p. 48).

Como afirma Piaget (1971 apud BRAGA et al., 2007, p. 4), o confronto de diferentes pontos de vista, essencial ao desenvolvimento do pensamento lógico, está sempre presente no jogo, o que torna essa situação particularmente rica para estimular a vida social e a atividade construtiva do indivíduo.

A reflexão sobre os processos de ensino e aprendizagem de Ciências, no nível fundamental é válida, visto que, estes processos envolvem conteúdos abstratos e, muitas vezes, de difícil compreensão e, ainda hoje, sofrem influências da abordagem tradicional do processo educativo, na qual prevalecem a transmissão-recepção de informações, a dissociação de conteúdo e realidade e a memorização do mesmo (CAMPOS et al., 2002, p. 49).

3. JUSTIFICATIVA

As DST/AIDS e a gravidez precoce marcam os tempos atuais, exigindo dos educadores uma postura inovadora, suscitando a participação, o diálogo aberto e franco, com meios didáticos alternativos para favorecer o processo de ensino-aprendizagem destas questões com os adolescentes. Uma possibilidade para trabalhar essas questões e outras relacionadas à sexualidade, no Ensino Fundamental, é através de atividades lúdicas. Essas atividades favorecem a expressão de pensamentos e emoções e propicia à construção do conhecimento. Dentro deste contexto, o presente trabalho vem colaborar, através da proposta de elaboração e adaptação de jogos pedagógicos, com os professores no processo ensino-aprendizagem sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis.

4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL:

Elaborar e adaptar jogos pedagógicos como ferramenta facilitadora para o processo ensino-aprendizagem sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Proporcionar estratégias didáticas para auxiliar os professores no ensino sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis;

 Fornecer aos professores um protótipo de cada jogo, auxiliando-os no processo de ensino- aprendizagem, tornando-o mais dinâmico e atrativo;

 Analisar o conteúdo do livro didático com relação à abordagem das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Métodos contraceptivos e Gravidez.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Escolha do livro didático de Ciências para análise de conteúdos

O livro didático é um eficiente recurso da aprendizagem no contexto escolar. Sua eficiência depende de uma escolha adequada, bem como de uma utilização. Cabe ao professor aguçar o espírito crítico dos alunos e estimular o raciocínio e o desenvolvimento de idéias próprias em busca de soluções. Portanto, o professor de Ciências, ao adotar um livro didático, deve verificar se este está de acordo com os objetivos propostos, se atende ao nível de maturidade e interesse dos alunos e se o conteúdo está adequado ao nível de escolaridade e série a que se destina (Romanatto 1997, apud COLOMBO et al., 2008, p. 157).

Na escolha do livro para a análise, levou-se em consideração a sua utilização em Escolas da Rede Pública Estadual e Municipal.

A análise do conteúdo sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis foi baseada no livro Ciências: O Corpo Humano, 3. ed. reformulada, de autoria de Carlos Barros e Wilson Roberto Paulino. Trata-se de um livro de Ciências referente ao 8° ano do Ensino Fundamental.

A escolha pelo 8° ano do Ensino Fundamental não foi aleatória. De acordo com o conteúdo programático da disciplina de Ciências, é justamente no 8° ano que o aluno estuda o corpo humano, todos os órgãos e sistemas, inclusive o sistema reprodutor e as Doenças Sexualmente Transmissíveis, nas quais a análise em questão visa abordar.

Segundo Lakatos e Marconi (1991, apud COLOMBO et al., 2008, p. 160), a análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento da realidade, exigindo um exame sistemático dos elementos. Portanto, é decompor um todo em suas partes, a fim de poder-se estudá-las completamente, determinando as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão organizadas.

5.1.1. Critérios considerados para a análise dos conteúdos

Para analisar o livro didático de Ciências, levou-se em consideração os critérios para análise de livros didáticos segundo o Guia para análise dos livros didáticos (anexo 1) e a presença

e ausência dos conteúdos sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis propostos pelo PCN-Orientação Sexual-DST/AIDS.

De acordo com os conteúdos propostos pelo PCN de Orientação Sexual (1998, p. 318), na disciplina de Ciências, ao ser abordado o corpo e sua anatomia interna e externa, é importante incluir o fato de que os sentimentos, as emoções e o pensamento se produzem a partir do corpo e se expressam nele, marcando-o, e constituindo o que é cada pessoa. A integração entre as dimensões físicas, emocionais, cognitivas e sensíveis, cada uma se expressando e interferindo na outra, necessita ser explicitada no estudo do corpo humano, para que não se reproduza a sua concepção de conjunto fragmentado. Devem ser abordadas as transformações do corpo que ocorrem na puberdade, os mecanismos da concepção, gravidez e parto, assim como a existência de diferentes métodos contraceptivos e sua ação no corpo do homem e da mulher.

Na discussão das Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS o enfoque precisa ser coerente e não acentuar a ligação entre sexualidade e doença ou morte. As informações sobre as doenças devem ter sempre como foco a promoção da saúde e de condutas preventivas, enfatizando-se a distinção entre as formas de contato que propiciam risco de contágio daquelas que, na vida cotidiana, não envolvem risco algum (PCN, 1998, p. 325-326).

Ao trabalhar com a prevenção da AIDS, são conteúdos indispensáveis as informações atualizadas sobre as vias de transmissão do vírus HIV, o histórico da doença, a distinção entre portador do vírus e doente de AIDS e o tratamento.

Devem-se abordar cada uma das principais Doenças Sexualmente Transmissíveis, seus sintomas no homem e na mulher, enfatizando as condutas necessárias para sua prevenção (PCN, 1998, p. 326).

5.2. Elaboração e adaptação de jogos pedagógicos

Na escolha de jogos como proposta didático-pedagógica para auxiliar os professores no ensino de Ciências, especificamente, nos conteúdos sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis, levaram-se em consideração os seguintes aspectos:

 A prevalência de DST/AIDS e gravidez precoce entre adolescentes.

 A importância do aprofundamento teórico sobre as questões contidas no trabalho de Orientação Sexual.

 A opinião de diferentes autores sobre a utilização dos jogos na educação.

 A abordagem desses conteúdos através da transmissão de informações tendo como recurso exclusivo o livro didático.

De acordo com os PCN (1998, p. 331), é importante a construção permanente de uma metodologia participativa, que envolve o lidar com dinâmicas grupais, a aplicação de técnicas de sensibilização e facilitação dos debates, a utilização de materiais didáticos que problematizem em vez de “fechar” a questão, possibilitando a discussão dos valores (sociais e particulares) associados a cada temática da sexualidade. A montagem de um acervo de materiais na escola – como textos e livros paradidáticos, vídeos, jogos, exercícios e propostas de dramatização –, é importante para a concretização do trabalho.

Foram elaborados quatro jogos com base na literatura referente aos jogos didáticos e aos conteúdos específicos da disciplina de Ciências: Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis.

O jogo 1 (Roleta da DST) envolve o conteúdo sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis.

O jogo 2 (Jogo da Memória dos Contraceptivos) envolve o conteúdo sobre os Métodos Contraceptivos.

O jogo 3 (Baralho da Sexualidade: Conhecendo o meu corpo) envolve o conteúdo sobre a Anatomia e Fisiologia dos Sistemas Genitais e Reprodução.

O jogo 4 (Caixinha da Sexualidade) aborda temas relacionados à sexualidade.

5.3. Elaboração dos resultados

 Foram analisados os conteúdos sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis no livro didático.

 Foram elaborados quatro jogos e disponibilizados um protótipo de cada jogo para auxiliar os professores no processo de ensino-aprendizagem.

 Foram feitas discussões sobre os aspectos pedagógicos dos jogos.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Análise dos conteúdos sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis no livro didático de Ciências.

O livro do 8º ano está organizado em cinco unidades, que se subdividem em dezoito capítulos. O conteúdo sobre Reprodução Humana e Doenças Sexualmente Transmissíveis está presente na Unidade II (A Reprodução), que se subdivide em quatro capítulos. Dentre esses foram analisados os capítulos cinco, seis e sete, cujos temas são respectivamente, “O Sistema Genital”, “Como Nascemos” e “Corpo, Mente e Coração: Os cuidados na Adolescência”.

Ao iniciar a análise foi observado que as aberturas das unidades trazem imagens acompanhadas de textos que resumem o conteúdo ou enfocam algum ponto de interesse relacionado ao assunto.

Os capítulos começam com um questionamento para ser trabalhado em grupo - Discuta esta(s) idéia(s) -, proposto com base numa imagem, num texto ou situação-problema vinculado ao tema. Esse questionamento é importante, pois estimula o aluno a expressar suas idéias prévias provenientes de estudos desenvolvidos em anos anteriores, observações ou vivências cotidianas.

Em todos esses casos, é importante que o educador estimule o estudante a tomar consciência de suas idéias iniciais e a checá-las no decorrer do estudo, reconhecendo episódios de ocorrência de mudança conceitual e valorizando seus passos no aprendizado.

Após a abertura dos capítulos, o livro apresenta mais atividades individuais ou em grupo sob a forma de Trabalhe esta(s) idéia(s) ou Discuta esta(s) idéia(s). Essas atividades procuram despertar a curiosidade do estudante para o assunto subseqüente; incentivar a deduzir fatos e explicações de fenômenos e formular hipóteses; relacionar conceitos, além de promover a interação em grupo, especialmente à capacidade de cooperação, organização e coordenação.

O livro apresenta leituras complementares na seção Para ir mais longe, em geral ao final do texto principal do capítulo, aprofundando algum conceito apresentado.

A seção denominada Desafios do passado traz informações sobre fatos científicos ou tecnológicos ocorridos no passado. A seção Desafios do presente retrata algum aspecto do cotidiano do aluno, no âmbito científico, tecnológico ou social, instigando a participação do estudante na busca de alternativas para a questão abordada.

O título da seção Em grupo: mapa de conceitos, desenvolvida no final dos capítulos, remete à modelagem de mapas conceituais.

Enquanto sistemas conceituais, os mapas permitem a organização do conhecimento, bem como possibilitam determinado modo de pensar a respeito de cada tema. Os mapas conceituais constituem uma ferramenta pedagógica importante de intercâmbio e comunicação de informações.

Os tipos de exercícios propostos pelo livro são apresentados na seção Integrando o conhecimento e solicitam do aluno uma revisão dos conceitos por meio de questões de natureza mais reflexiva do que de memorização. Esses tipos de exercícios possibilitam a aprendizagem significativa.

Após os exercícios, o livro apresenta na seção Em grupo... discussões sobre temas relacionados ao capítulo, entrevistas, elaboração de textos, pesquisas, coleta de dados sobre a localidade, entre outras atividades.

Esses tipos de atividades promovem a integração dos alunos, a procura e troca de informações e permite também trabalhar as atitudes e a participação de cada um em prol da realização de um trabalho de interesse coletivo.

Em relação a trabalhos de natureza prática, o livro apresenta a seção Mãos à obra:

atividade prática ou experimental que aparece ao final de alguns capítulos, abrangendo um grupo de temas. O trabalho com atividades práticas e experimentais é muito importante para desenvolver habilidades de raciocínio no aluno e motivá-lo para o aprendizado do tema em questão.

Ao analisar o conteúdo do capítulo cinco que aborda o mecanismo reprodutivo, enfatizando a estrutura e a fisiologia dos sistemas genitais masculinos e femininos em nossa espécie, foi observado que o livro enfatiza a questão relacionada ao sexo, assunto que desperta tanta curiosidade no período da adolescência, de maneira natural.

A abordagem apresentada não enfatiza somente os aspectos biológicos relacionados ao sexo, ou seja, a questão sobre reprodução e perpetuação da espécie, mais também àqueles de âmbito afetivo-emocionais. Esse tipo de abordagem do conteúdo é um ponto positivo, pois está em acordo com PCN de Orientação Sexual (1998, p. 293) que propõe que a escola deve englobar a sexualidade em todas as dimensões do ser humano.

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