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Análise da influência da automação em casas de vegetação nas

4. PROJETO PRELIMINAR DO SISTEMA

5.2 Resultados e discussão

5.2.2 Análise da influência da automação em casas de vegetação nas

Pode-se inferir que o sistema de irrigação por aspersão, contribuiu devido ao molhamento foliar para o melhor conforto térmico das plantas, evitando a queda na absorção de gás carbônico causado pelo fechamento dos estômatos em casos de estresse por altas temperaturas.

5.2.2 Análise da influência da automação em casas de vegetação nas

09. Verificou-se que aos 25 dias após o transplantio (DAT) as alfaces ainda não haviam alcançado o tamanho comercial para a colheita, 40cm diâmetro da planta e maior que 0,4kg (Filgueira, 2009).

Tabela 09 – Teste de Tukey a 5% para os ambientes A1 e A2 e para variedades V1- Alface Americana e V2 Alface Crespa.

Verificou-se diferença estatística para a variável diâmetro da planta, na análise de médias entre os ambientes A1 e A2, o mesmo não ocorreu entre variedades crespa e americana, que ao nível de 5% não apresentaram diferença estatística. Constatou-se que as plantas do cultivo protegido com automação apresentaram maiores diâmetros em relação às do cultivo manual, o que indica o melhor desenvolvimento vegetativo no ambiente controlado (Figura 56).

Figura 56-Gráfico Boxplot da dispersão dos dados de diâmetro de planta (DP) nos dois ambientes de cultivo A1 e A2.

Fonte: Simone Sartorio - Laboratório análise estatística (DTAiSeR-Ar/CCA/UFSCar) Tratamento

(DP) Diâmetro planta (cm)

(AP) Altura da planta

(cm)

(MFT) Massa Fresca total

(Kg)

(DC) Diâm.

Colmo (cm)

A1 (Automat.) 35,2a 25,7a 0,180a 1,33a

A2 (Manual) 32,3b 23,9a 0,143b 1,19a

V1 (Americana) 34,2a 24,2a 0,182a 1,28a

V2 (Crespa) 32,9a 25,3a 0,140b 1,24a

CV(%) 4,99 10,35 12,34 7,87

Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Para a variável biométrica (AP) e (DC) não foi constatada diferença estatística, entre ambientes e tampouco variedades, o que pode indicar que estas características são pouco evidentes até o completo desenvolvimento da planta. O comportamento dos dados de diâmetro do colmo e altura da planta, mesmo não apresentando diferença estatística ao nível de 5% de significância, apresentaram uma tendência de superioridade no ambiente A1 em relação a A2, o que colabora com a correlação positiva entre ambiente automatizado e maior produtividade das culturas (Figura 57).

Figura 57 - Gráfico Boxplot de dados diferenciais das variáveis Diâmetro do colmo (DC) e altura da planta (AP) nos ambientes A1 e A2.

Fonte: Simone Sartorio - Laboratório análise estatística (DTAiSeR-Ar/CCA/UFSCar).

O teste de médias evidenciou para a variável massa fresca total (MFT), a diferenciação entre variedades e entre ambientes. A diferença entre variedades era esperada, já que se tratam de cultivares distintas, com conformação vegetativa diferenciada, sendo a variedade crespa mais aberta e menos densa, enquanto que a variedade americana, por se tratar de uma variedade que fecha suas folhas centrais para a formação de uma cabeça, produz maior número de folhas internas, apresentando maior massa fresca total (MFT).

Para Marenco & Lopes (2013) o estresse por falta de água no solo estimula o fechamento dos estômatos nas plantas, o que prejudica a absorção de dióxido de carbono e afeta o crescimento dos tecidos vegetais. Assim plantas com estresse hídrico em algum momento de seu ciclo, apresentam menores índices de crescimento em comparação com plantas que possuem disponibilidade de água adequada em todas as fases de desenvolvimento.

Os dados de massa fresca total (MFT) colaboram para inferirmos que a produtividade por área é maior no cultivo protegido com automação em comparação ao cultivo protegido com sistema de operação manual, e que dentre as variedades estudadas a alface americana apresenta a maior produtividade por área. As dispersões dos dados de massa ficam evidentes no gráfico Boxplot (Figura 58).

Figura 58 – Gráfico Boxplot de dados diferenciais da variável massa para os ambientes

Fonte: Simone Sartorio - Laboratório análise estatística (DTAiSeR-Ar/CCA/UFSCar)

Em termos percentuais a média da massa fresca total (MFT) da variedade V1 (Americana), foi 25% superior no ambiente A1 em relação ao ambiente A2. Para a variedade Crespa, o mesmo dado de MFT foi 30% maior em A1 do que em A2, ratificando o melhor desenvolvimento da cultura no ambiente automatizado.

Para Filgueira (2008), a cultura da alface é altamente exigente em água, necessitando irrigações frequentes e abundantes devido sua expressiva área foliar e evapotranspiração intensa em dias de altas temperaturas. Para o autor a qualidade das folhas aumenta linearmente com a quantidade de água aplicada dentro de certos limites, com teor de água útil no solo acima de 80%, e irrigação por aspersão a produtividade é aumentada significativamente.

Com os dados obtidos no experimento podemos calcular a produtividade por hectare da variedade V1 (Americana) e da variedade V2 (Crespa). Os resultados são apresentados na tabela 10.

Tabela 10 – Produtividade de alfaces V1 e V2 nos ambientes A1 e A2.

Tratam. Massa Fresca Total (Kg) Plantas por

hectare Total em Kg

A1V1 0,207 90000 18.660

A1V2 0,153 90000 13.740

A2V1 0,157 90000 14.160

A2V2 0,109 90000 9.810

Constata-se pelo teste de médias e pela análise geral que as produtividades das duas variedades de alface apresentaram melhores resultados no ambiente A1.

Gonçalves et.al (2017) em experimento de cultivo com diferentes tipos de alfaces, em ambiente com e sem telas termo refletoras, identificaram produtividades semelhantes ao do presente experimento, e ainda verificaram um decréscimo de produtividade com o uso da tela de sombreamento.

A variedade V1, apresentou uma produtividade de 18,6 toneladas por hectare no ambiente com automação, enquanto que a mesma variedade em A2 produziu 14,1 toneladas. Pode-se inferir que o sistema de automação em funcionamento incrementou em 4,5 toneladas de alface americana por hectare de cultivo. A cada ciclo de alface tipo Americana, teríamos um adicional expressivo de produção, considerando o valor de R$4,67 por kg de alface pago ao produtor (CONAB - http://www.ceasa.sc.gov.br/index.php/cotacao-de-precos/2017/12- dezembro-2017 – Ceasa/SC acesso em 07/12/2017), totalizaria um adendo de R$21.015,00 na receita final de venda.

Para a cultivar de alface crespa o incremento final no ambiente A1 foi de 3,9 toneladas por hectare em comparação a A2, o que aumentaria em R$18.213,00 a receita por hectare de cultivo dessa variedade.

Em experimento realizado para avaliar a produção de alface em diferentes épocas de plantio, Ferreira et. al (2014), obtiveram maior produtividade nos meses de maio e junho, evidenciando o melhor desenvolvimento da cultura da alface quando em temperaturas amenas. Os mesmos autores inferiram que a produtividade de alface e seu ciclo é reduzido em função das altas temperaturas dos meses finais da primavera e verão, o que colabora para suspeitarmos que o ciclo apresentado pelas culturas do presente experimento, apresentaram-se