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Análise dos modelos avaliativos existentes

No documento CIDADES INTELIGENTES (páginas 113-116)

3.4 COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS

3.5.1 Análise dos modelos avaliativos existentes

Previamente ao detalhamento do modelo avaliativo proposto para esse trabalho, é relevante estabelecer uma análise acerca dos modelos existentes que foram apresentados no referencial teórico. De forma a sumarizar os principais aspectos de cada modelo e estabelecer uma análise comparativa entre eles, propõe-se a Ilustração 39 em que os principais direcionadores identificados por meio da literatura são realçados e avaliados pelo autor de forma comparativa.

Vale mencionar que a análise parte da premissa de que as TICs são as principais ferramentas viabilizadoras das cidades inteligentes, em todas as suas dimensões, desde a administração pública até a disponibilização de serviço digitais, sempre com vistas à melhoria da qualidade de vida das pessoas até o desenvolvimento de capacidades e ambientes de negócios adequados. Cada modelo apresentado, resguardadas suas características e objetivos, busca uma abordagem para auxiliar gestores públicos e a sociedade de forma geral, incluindo a iniciativa privada, a conhecer, entender, planejar e avaliar iniciativas de cidades inteligentes.

Ilustração 39 - Análise comparativa entre os modelos de avaliação de cidades inteligentes.

Ranking de cidades inteligentes

Modelo integrativo de cidades inteligentes

Smart Cities Readiness Guide

Smart Cities Maturity Model Giffinger e Gudrun

Haindlmaier, 2010

Hafedh Chourabi e outros, 2012

Smart Cities Council, 2013 Aliança de Cidades Escocesas, 2015 Definição de cidade inteligente

Realiza a visão de futuro em várias vertentes – pessoas, economia, qualidade de vida, governança, mobilidade e meio ambiente -, e é construída sobre a combinação inteligente de atitudes decisivas, independentes e conscientes dos atores.

Combina de forma crescente as redes digitais de telecomunicações (os nervos), inteligência ubíqua embarcada (os cérebros), sensores e etiquetas (os órgãos sensoriais) e software (as competências cognitivas e de conhecimento).

Usa as TICs para melhorar as condições de vida, de trabalho e a

sustentabilidade.

Emerge da integração de dados e tecnologias digitais em uma abordagem estratégica para a

sustentabilidade, bem-estar dos cidadãos e

desenvolvimento econômico.

Fatores determinantes 1) economia inteligente; 2) pessoas inteligentes; 3) governança inteligente; 4) mobilidade inteligente; 5) ambiente inteligente; 6) vida inteligente

1) gestão e organização; 2) tecnologia; 3) governança;

4) política; 5) pessoas e comunidades; 6) economia;

7) infraestrutura construída; 8) ambiente natural

1) aspectos universais; 2) ambiente construído; 3) energia; 4)

telecomunicações; 5) transportes; 6) água e saneamento; 7) saúde e serviços sociais; 8) segurança pública; 9) pagamentos

1) intenção estratégica; 2) dados; 3) tecnologias; 4) governança e modelos de entrega de serviços; 5) engajamento de cidadãos e negócios

Importância das TICs para o modelo Alta. As TICs são

consideradas como viabilizadoras da cidade inteligente.

Alta. As TICs são consideradas como viabilizadoras da cidade inteligente.

Muito Alta. As TICs são primordiais para a viabilização da cidade inteligente.

Muito Alta. As TICs são primordiais para a viabilização da cidade inteligente.

Foco na materialização do conceito por meio das TICs Médio. A cidade

inteligente tem outras dimensões que independem das TICs ou de seu uso para que seja viabilizada.

Médio. A cidade inteligente tem outras dimensões que independem das TICs ou de seu uso para que seja viabilizada.

Muito Alto. Todas as responsabilidades da cidade podem ser alcançadas em maior ou menor escala dependendo da extensão do uso das TICs.

Alto. As principais áreas da gestão da cidade podem ser alcançadas em maior ou menor escala dependendo da extensão do uso das TICs.

Declaração de áreas-chaves de aplicação das TICs (onde aplicar) Médio. O modelo

generaliza o uso das TICs, mas menciona a

infraestrutura de

comunicações como meio imprescindível para qualquer ação de implementação.

Baixo. O modelo não declara áreas-chaves de aplicação das TICs.

Referencia somente aspectos estratégicos da gestão que devem ser considerados.

Muito Alto. O modelo fornece detalhamento sobre as principais áreas-chaves para utilização das TICs para a gestão da cidade.

Alto. O modelo fornece direcionamentos sobre as principais áreas-chaves para utilização das TICs para a gestão da cidade.

Declaração de funcionalidades esperadas das TICs (o que aplicar) Baixo. Não são

apresentadas

funcionalidades esperadas

Muito Baixo. Não são apresentadas quaisquer funcionalidades esperadas

Médio. Algumas funcionalidades são mencionadas, mas não de

Médio. Algumas funcionalidades são mencionadas, mas não de

continua...

pelas TICs para a gestão da

cidade. pelas TICs para a gestão da

cidade. forma integrativa. forma integrativa.

Orientação para um plano de adoção e implantação Muito Baixo. Não é

considerado qualquer direcionamento para a elaboração de planos de implementação de TICs visando à cidade inteligente.

Muito Baixo. Não é considerado qualquer direcionamento para a elaboração de planos de implementação de TICs visando à cidade inteligente.

Médio. O modelo oferece uma ferramenta baseada em check-list, pela qual, dados os resultados da averiguação, a cidade decide sobre as prioridades de execução de

implementações de TICS.

Muito Baixo. Não é considerado qualquer direcionamento para a elaboração de planos de implementação de TICs visando à cidade inteligente.

Métricas e indicadores gerais da cidade inteligente Alto. O modelo define

métricas e indicadores gerais para as

características da cidade inteligente.

Muito Baixo. Não são propostas ou definidas métricas e indicadores gerais.

Muito Baixo. Não são propostas ou definidas métricas e indicadores gerais.

Muito Baixo. Não são propostas ou definidas métricas e indicadores gerais.

Métricas e indicadores de TICs da cidade inteligente Médio. O modelo define

métricas e indicadores para algumas dimensões das TICs.

Muito Baixo. Não são propostas ou definidas métricas e indicadores de TICs.

Baixo. O modelo propõe apenas uma escala de aferição subjetiva sobre o uso de TICs para as responsabilidades da cidade.

Muito Baixo. Não são propostas ou definidas métricas e indicadores de TICs.

Participação do governo na formulação do modelo Não. Órgãos

governamentais não participaram do desenho do modelo.

Não. Órgãos governamentais não participaram do desenho do modelo.

Sim. Órgãos governamentais

participaram do desenho do modelo.

Sim. Órgãos governamentais

participaram do desenho do modelo.

Participação da academia na formulação do modelo Sim. Instituições

acadêmicas participaram do desenho do modelo.

Sim. Instituições acadêmicas participaram do desenho do modelo.

Sim. Instituições acadêmicas participaram do desenho do modelo.

Sim. Instituições acadêmicas participaram do desenho do modelo.

Participação da indústria na formulação do modelo Não. Organizações da

iniciativa privada não participaram do desenho do modelo.

Não. Organizações da iniciativa privada não participaram do desenho do modelo.

Sim. Organizações da iniciativa privada

participaram do desenho do modelo.

Sim. Organizações da iniciativa privada

participaram do desenho do modelo.

Fonte: Autor.

Os modelos apresentados guardam similaridades entre si em termos de abordagem estratégica e objetivo primário: posicionamento das TICs como meios para incrementar a competitividade das cidades, melhoria das condições de vida e do ambiente de negócios e racionalidade no uso dos recursos naturais. Esses modelos, como descritos no curso desse trabalho, reconhecem a importância e contemplam as TICs como aspectos avaliados, com menor ou maior profundidade, mas, em todos os casos, de forma genérica e sem ingressar nos aspectos funcionais e integrativos dessas tecnologias. Observa-se, portanto, uma lacuna nas proposições apresentadas pelos modelos avaliativos existentes. Esses modelos não têm se mostrado suficientes para averiguar a necessária prontidão das TICs para a gestão das cidades

...continuação

no que diz respeito ao foco na automação de processos administrativos e operacionais em áreas específicas, requisitos funcionais que devem ser atendidos minimamente, exigências de integração e troca de dados entre os diferentes sistemas de informação utilizados, além de proporcionar aos atores, particularmente aos agentes do poder público em nível local, um roteiro evolutivo de implementação dessas tecnologias que pode auxiliar no planejamento, execução e verificação de resultados de iniciativas que visem à cidade inteligente sobre a perspectivas das TICs. Essas tecnologias, assim como os subsistemas que compõem o sistema urbano, devem ser parte de uma arquitetura abrangente, escalável e interoperável, de sorte a que o resultado final possa viabilizar todas as dimensões da cidade: sua presença no mundo globalizado que exige um desenvolvimento sustentável e a sociedade, que exige melhores padrões de vida.

No documento CIDADES INTELIGENTES (páginas 113-116)