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As etapas da pesquisa

No documento Relação entre Universidade-Escola (páginas 79-82)

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3.2 As etapas da pesquisa

Entende-se que uma pesquisa acadêmica segue etapas que conduzem o investigador ao caminho que o levará a responder sua questão de pesquisa. A qual no estudo é, Como a relação Universidade-Escola, possibilitada pelo Estágio Supervisionado em Química e pelo PIBID, pode favorecer o Desenvolvimento Profissional Docente de professoras de Química que atuam como supervisoras e co-formadoras na Educação Básica?

Assim, na perspectiva de responder à questão da pesquisa, dividiu-se a pesquisa em cinco (05) momentos.

O primeiro momento constitui-se na busca pelos sujeitos da pesquisa, assim realizou-se um levantamento prévio junto à professora da Universidade Estadual de Santa Cruz, lotada no Departamento de Ciências Exatas e Tecnológica (DCET). A docente que já coordenou e ministrou as disciplinas de Estágio Supervisionado em Química, e que trabalhou com o PIBID e atualmente é coordenadora do Programa para o período compreendido entre o ano de 2020 a 2022. O objetivo do levantamento foi levantar informações sobre os docentes que tenham trabalhado colaborativamente com a Universidade na realização do Estágio Supervisionado em Química e do PIBID com supervisores.

Para a escolha dos sujeitos da pesquisa foram considerados os seguintes critérios:

1) Ter sido graduado em Licenciatura em Química ou em Licenciatura em Ciências na Universidade Estadual de Santa Cruz e com experiência na docência.

2) Estar lecionando a disciplina Química em uma Escola Pública, no Ensino Médio, ter participado das atividades educativas no período estabelecido na pesquisa, atividades essas realizadas em colaboração com a Universidade Estadual de Santa Cruz.

3) Ter participado ativamente como co-formadoras (a) nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Química como supervisor (a) do PIBID no período estabelecido para a pesquisa, ou seja, entre os anos de 2009 e 2021.

No levantamento realizado identificaram-se quatro (04) professoras que se adequavam aos critérios estabelecidos na pesquisa. Após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)1 da UESC.

No segundo momento realizou-se o primeiro contato com as professoras, no que diz respeito ao convite para participação na pesquisa. Na oportunidade, após a identificação de sujeitos que atendessem aos critérios propostos para a pesquisa, enviou-se e-mail convidando as quatro (04) professoras, explicitando na mensagem enviada, o título, o objetivo da pesquisa e de que forma seria a participação delas, caso aceitassem o convite para participar da pesquisa. Para a nossa satisfação as quatro (04) professoras aceitaram participar da pesquisa.

Dessa forma, no terceiro momento, agendou-se a entrevista de maneira individualizada com cada professora, considerando suas disponibilidades. As professoras foram informadas que devido à pandemia do SAR-Cov-2 as entrevistas seriam realizadas por meio do aplicativo Google Meet. (Apêndice 1)

O quarto momento se deu nos dias agendados em que ocorreram as entrevistas. A fim de resguardar a integridade dos sujeitos participantes, estas foram informadas, antes da realização das entrevistas que, enviaríamos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE digitalizado e encaminhado via email. (Apêndice 2). As entrevistas ocorreram no mês de dezembro do ano de 2020, tendo em média a duração de quarenta a sessenta minutos cada entrevista.

O objetivo principal das entrevistas foi investigar por meio de diálogos com as professoras e através das conversas, reações e gestos faciais e corporais das professoras, que explicitassem possíveis contribuições do Estágio Supervisionado em Química e do PIBID na formação continuada dessas profissionais da Educação Básica, consequentemente, as possibilidades de DPD por meio das ações realizadas coletivamente por esses sujeitos, durante participação nas disciplinas e no Programa, de tal forma que os diálogos com esses sujeitos viessem a revelar indícios do processo de DPD.

1 O projeto cujo número do CAAE 35421620.4.0000.5526, foi aprovado pelo CEP-UESC em novembro de

2020.

Diante dessa procura, durante as entrevistas, as professoras foram estimuladas a discorrer sobre a escolha da profissão, a trajetória profissional, as experiências vividas nos primeiros anos de docência que consideravam significativas e que trouxeram contribuições para sua formação docente, sua participação como co-formadoras nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Química I, II, III e IV e sua participação como supervisora do PIBID.

O quinto momento do desenvolvimento da pesquisa se constituiu das informações reveladas nas entrevistas que, foram transcritas e analisadas por meio da metodologia de Análise Textual Discursiva (ATD), em que se buscou descrever e interpretar os sentidos que a leitura e releitura dos textos revelaram, compondo assim a princípio o corpus da análise da pesquisa.

A Análise Textual Discursiva “é uma metodologia de análise de dados e informações de natureza qualitativa, tem por objetivo a produção de compreensões e de conhecimentos novos sobre fenômenos e discursos” (MORAES; GALLIAZI, 2013, p.7). O processo da ATD exige do pesquisador que ele atribua aos seus dados a partir das teorias adotadas, significados que revelem o fenômeno em estudo e para isso o processo se deram em três etapas:

a) A primeira etapa da Análise Textual Discursiva é a fragmentação e unitarização, na qual o pesquisador analisa cuidadosamente os dados e informações obtidas, na intenção de reconstruir a compreensão do fenômeno pesquisado.

Dessa forma, fragmentar ou unitarizar um texto é desmembrá-lo, transformando-o em unidades elementares correspondentes a elementos discriminantes de sentidos, significados importantes para a finalidade da pesquisa que se denomina “como unidade de sentido ou de unidade de significado” (MORAES; GALIAZZI, 2013, p.49), ou seja, é o momento da desconstrução do corpus, na busca por unidades de significado. Este momento da pesquisa

“representa um movimento de leitura e interpretação em que os significantes dos textos são interpretados produzindo-se diversificados significados” (MORAES; GALLIAZI, 2013, p.

49). Na pesquisa, para proporcionar uma leitura mais contínua, as falas decorrentes das entrevistas foram transcritas de acordo com as normas da língua portuguesa, preservando-se o sentindo que os sujeitos apresentaram em suas respostas.

No estudo o processo de unitarização permitiu organizar cinquenta e seis (56) unidades de significados, referentes às partes dos textos que evidenciaram aspectos

semelhantes e que explicitaram o mesmo sentido pertinente ao fenômeno em estudo. Assim, as unidades de sentido foram estabelecidas em função dos objetivos de pesquisa. (Apêndice 3) b) A segunda etapa da ATD é a categorização, que “corresponde a uma organização, ordenamento e agrupamento de conjuntos de unidades de análise, sempre no sentido de conseguir expressar novas compreensões dos fenômenos investigados” (MORAES;

GALIAZZI, 2013, p.74), ou seja, a categorização é o momento em que as unidades de significado são organizadas, agrupando-as numa perspectiva classificatória, grupos de discursos que se relacionam compõem a mesma categoria. Para Moraes; Galiazzi (2013, p.75)

“categorizar é reunir o que é comum”. Para que estas categorias sejam válidas é necessário que dois pontos sejam considerados: “um deles é a sua necessária relação com o contexto a que se referem” e “o outro é a relação com os objetivos da pesquisa” (MORAES; GALLIAZI, 2013, p.82). Após a elaboração das categorias analisamos e discutimos cada categoria individualmente passando assim para a terceira etapa da Análise Textual Discursiva.

c) A terceira etapa da análise Textual Discursiva é a produção de textos expressando os resultados das análises com clareza, organização e consistência, o metatexto. A estrutura do metatexto foi construída com base nas categorias emergentes elaboradas na análise das informações obtidas das entrevistas transcritas das professoras. Portanto é construída a partir das interpretações e análises, representando “as construções e interpretações pessoais do pesquisador, tendo sempre como referência a fidelidade e respeito às informações obtidas dos sujeitos da pesquisa” (MORAES; GALIAZZI, 2013, p.94). Ou seja, as categorias, “ao serem transformadas em textos, encaminham descrições e interpretações capazes de apresentarem novos modos de compreender os fenômenos investigados” (MORAES; GALLAZI, 2013, p.

89).

O processo de categorização da pesquisa possibilitou que as unidades de significados que possuíam relações em comum fossem agrupadas em categorias que representa a ideia central das unidades, desses agrupamentos de unidades de sentidos emergiram cinco (5) categorias emergentes. Categorias essas que discutiremos no Capítulo IV.

No documento Relação entre Universidade-Escola (páginas 79-82)