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Engenheira Agronômica, Mestre em Ciência do Solo e Doutoranda em Ciência do Solo

na Universidade Federal do Paraná. Trabalha com avaliação

de vestígios de solos forenses SAMARA ALVES TESTONI

Ser cientista é, principalmente, ser curioso. Enquanto há questionamen- tos borbulhando na mente, há ciên- cia. Se tivéssemos respostas pra tudo, não precisaríamos da ciência. Além disso, ser cientista é encontrar um mundo de pos- sibilidades a cada avanço na pesquisa.

Costumo sempre pensar que nada está definido, para tudo há possibilidades. E falando de solos, esta é uma verdade in- contestável, pois os solos são sistemas complexos, onde há organismos, há mi- nerais e há reações químicas interagindo simultânea e ininterruptamente no solo.

É exatamente por sua natureza dinâmica que se torna tão encantador aos olhos de um cientista.

Pra você, o que é ser cientista?

Bióloga, Doutora em Biologia Funcional e Molecular.

Professora no Centro Universitário Fametro, em Manaus - AM. Trabalha com Identificação de proteínas

por espectrometria de massas e vai trabalhar com Impactos climáticos e de uso da terra da integração de

cadeias de produção de bioenergia e pecuária.

ISABELLE B. CORDEIRO

O CNPEM tem uma elevada importância no desen- volvimento das pesquisas que estamos realizando aqui no Amazonas. A biodiversidade encontrada em nossa região nos permitiu isolar bactérias e fungos com po- tencial biodegradador, principalmente de petróleo e diesel, nos direcionando para desenvolvimento de produtos biotecnológicos a partir do conhecimento e entendimento das rotas metabólicas que essas bacté- rias possuem. 

A instalação de Espectrometria de Massas do LNBio é fundamental por nos proporcionar a identificação das proteínas que isolamos dos extratos bacteria- nos. Graças ao laboratório multiusuários temos a opor- tunidade de enriquecer nossos dados, compreender mais claramente os processos que ocorrem nessas bac- térias e aumentar o impacto das nossas publicações.

Por que sua pesquisa necessita das estruturas do CNPEM?

Químico. Doutor em Ciência e Tecnologia em Química. Pós-doc no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN.

Trabalha com a síntese e caracterização de materiais nanoestruturados para

aplicação em eletrocatálise.

JULIO CESAR M. DA SILVA

Meu objetivo é sintetizar nanomateriais para aplicação como eletrocatalisadores em células a combustível, buscando au- mentar a eficiência desses dispositivos na conversão de energia química em energia elétrica. Tais dispositivos poderão num futuro próximo substituir os motores a combustão nos automóveis.

Para isso, utilizo o microscópio ele- trônico de transmissão  TEM-FEG, do LNNano. As análises de microscopia geram informações sobre o formato das nanopartículas e como os diferentes ele- mentos químicos usados na síntese estão distribuídos nesses nanomateriais.

Qual o objetivo do seu trabalho?

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A gente procura reduzir, ou seja, transformar óxido de ferro em ferro metálico, objetivando, no final, ter algumas propriedades dessa nanopartí- cula que sejam adequadas para determinadas aplicações biomédicas, por exemplo. Existem vários tipos de aplicações possíveis. Uma delas é a hiper- termia magnética aplicada em pacientes acometido por câncer ou alguma doença grave. Você pega uma nanopartícula com essas propriedades, direciona ela à região afetada pela doença e, aplicando campo magnético, aquece essa região, levando as células tumorais à morte.

Outra aplicação biomédica é a separação magnética. Eu posso pegar uma nanopartícula que responde ao campo magnético, e funcionalizar a su- perfície dela de forma que se ligue a essa proteína expressa na superfície celular, e depois, com um imã, por exemplo, eu separo essas células.

Nosso enfoque é mais físico, do entendimento das propriedades, sobretudo no magnetismo. A gente procura entender e interpretar as propriedades magnéticas desses materiais para adequá-los a determinadas aplicações , explica o orientador Flávio.

O reconhecimento destas moléculas po- derá contribuir para o desenvolvimento futuro de um exame de sangue capaz de orientar o médico na tomada de decisão pelo tratamento mais apro- priado para o paciente conforme o estágio de evolução da doença.

Muitas vezes, em um sítio paleontológico, não encontra- mos o esqueleto do animal, mas temos evidên- cias de sua passagem por aquele territó- rio. O coprólito é uma dessas evidências.

Aplicações de nanopartículas magnéticas em biomedicina

As causas da esquizofrenia Técnicas permitem ampliar conhecimento sobre megafauna brasileira BIANCA MONSERRAT GALEANO VILLAR

Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) Orientador: Flávio Garcia

Instalação utilizada: LNLS/Linha de espectroscopia dispersiva de absorção de raios X (DXAS)

MICHELLE S.

CARVALHO Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Orientador: Acioly Luiz Tavares Lacerda Instalação utilizada:

LNBio/ Ressonância Magnética Nuclear

O pesquisador Flávio Gar- cia faz parte do Centro Brasileiros de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, e submete proje- tos com frequência para utilizar a luz síncrotron no estudo de aplicações de propriedades magné- ticas de materiais.

Em 2018, Flávio orien- tou a estudante Bianca Monserrat no estudo de cinética de redução de nanotubos de óxido de ferro para aplicação em materiais biológicos.

Esquizofrenia é uma doença mental severa com múl- tiplas causas, mas processos bioquímicos específicos causadores da doença ainda são desconhecidos.

O objetivo do trabalho de Michelle Carvalho, orientada por Acioly Luiz Lacerda, é identificar moléculas úteis para diagnóstico, monitoramento e caracterização deste transtorno psiquiátrico. Os usuários, pesquisa- dores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), utilizaram a Ressonância Magnética Nuclear para ana- lisar e comparar aminoácidos importantes nas sínteses proteicas de indivíduos saudáveis e esquizofrênicos.

Carolina Santa Isabel Nascimento é estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Um dos objetivos da pesquisa de Carolina é descobrir hábitos e comportamentos ali- mentares de animais da megafauna brasileira, através da identificação direta ou indire- ta de restos de vegetais, ossos, pelos ou parasitas. Para isso, ela estuda micro-inclusões em fezes fossilizadas de animais (coprólitos), utilizando amostras de diferentes sítios arqueológicos e paleontológicos brasileiros. Segundo a pesquisadora, as técnicas clás- sicas de análise desse tipo de material são destrutivas e contraindicadas para trabalhos com amostras tão raras quanto fósseis. O uso da microtomografia de raios X permite recuperar informações detalhadas sem danificar as amostras.

Ao longo de seus estudos, Carolina descobriu o potencial do uso de técnicas de luz sín- crotron em sua área de pesquisa, e durante uma visita da Universidade ao Centro pôde conhecer melhor as instalações laboratoriais do CNPEM e suas potencialidades.

A estudante equatoriana Bianca utilizou a instalação DXAS pela primeira vez em 2018.

A estudante Michelle no LNBio.

CAROLINA SANTA ISABEL NASCIMENTO Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Orientador: Marcelo Adorna Fernandes

Instalação utilizada: LNLS/microtomografia por raios X (IMX) Carolina utilizou a linha de luz IMX para realizar

microtomografias de raios X de amostras de fezes fósseis.

38 Capítulo 3 | Relatório Plurianual 2020

Ser cientista é um processo de aprendiza- gem que nunca termina.

Etanol e a diversificação da matriz energética no México

A evolução das aranhas Mónica Guadalupe López Ortega é estudante de doutorado do Centro de Investigación y de Estudios Avanzados del Instituto Po- litécnico Nacional (CINVESTAV), localizado no México.

Mónica explica que o México busca diversificar sua matriz ener- gética e, nesse contexto, considera introduzir o uso de etanol. Seu projeto dedica-se a avaliação da produção de etanol a partir da ca- na-de-açúcar para o contexto específico do México.

“Com a ajuda de um computador equipado com softwares especí- ficos é possível simular uma usina de processamento de cana-de- -açúcar e avaliar seus impactos econômicos, sociais e ambientais”

Mónica ficou no Brasil por aproximadamente seis meses e conhe- ceu o CNPEM por meio de artigos científicos específicos da área.

“Aqui estou rodeada de especialistas no tema que estou traba- lhando. Posso sair do escritório, dar alguns passos e conversar com alguém com muita experiência no tema”

Mónica no LNBR.

Daniele no LNNano.

Em busca de um equipamento que pudesse fazer tomogra- fias em 3D de partes milimétricas de seu objeto de estudos, as aranhas, Daniele Polotow viajou até a Alemanha antes de saber que o CNPEM possui a mesma tecnologia, o chamado CT Scan ou X-ray Microtomograph Skyscan 1272.

Daniele trabalha com taxonomia de aranhas neotropicais da família Ctenidae, popularmente conhecida como Aranha- -Lobo-Tropical. Seu atual foco consiste em analisar uma ca- racterística evolutiva peculiar em machos adultos de várias espécies: a quarta perna em forma de S.

O objetivo é descobrir quais condições permitiram a perpe- tuação dessa característica nestes grupos de aranhas e o que mais esse atributo pode representar.

São análises minuciosas de espécies de plan- tas e animais que formam a base de pesqui- sas complexas.

Microscopia eletrônica da perna de uma aranha-lobo-tropical, mostrando em detalhes a unha, a única região do corpo do animal que entra em contato com o solo

MÓNICA GUADALUPE LÓPEZ ORTEGA Instituto Politécnico Nacional

(CINVESTAV) Instalação utilizada: LNBR/

Biorrefinaria virtual de cana-de-açúcar

DANIELE POLOTOW Universidade Federal de São Carlos - UFSCar Instalação utilizada:

Laboratório de materiais nanoestruturados

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O trabalho demonstrou que a infecção pelo fungo induz a formação de um dreno metabólico na região afetada que reduz drastica- mente a produção de frutos e afeta negativamente a for- mação de raízes, o que pode justificar o grande impacto da doença na produção de cacau do sul da Bahia.

Eu sempre quis desenvolver algo que pudesse retor- nar para a comuni- dade. É como se eu estivesse devendo para a comunida- de aquilo que eles estão investindo em mim. É mais do que justo dar o retorno.

É através de seus impostos que esta- mos aqui.

A Vassoura de Bruxa desmistificada

A busca pelo fim da malária Investigando as propriedades de nanopartículas metálicas

ANTONIO V. DE OLIVEIRA FIGUEIRA Universidade de São Paulo - USP Instalação utilizada:

LNBR/

Metabolômica

REJANE DE CASTRO SIMÕES Universidade Federal do Amazonas - UFAM Instalação utilizada:

LNBio/Laboratório de Espectrometria de Massas

Antonio Vargas de Oliveira Figueira é professor no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP).

Antônio e sua equipe investigam as alterações bioquímicas e fisiológicas induzidas pela infecção do tomateiro pelo fungo Moniliophthora perniciosa, causador da vassoura de bruxa do cacaueiro. Eles empregam o tomateiro como modelo genético por ser uma planta de porte reduzido e com isso podem analisar todo o impacto da infecção na produtividade e fisiologia das plantas afetadas.

O foco da pesquisa de Rejane está na identificação de proteínas presentes no estômago do mosquito trans- missor da malária, o Anopheles darlingi. Estudos realiza- dos com mosquitos de espécie próxima demonstram a existência de uma proteína em seu estômago capaz de bloquear o parasita causador da malária, Plasmodium vivax. Segundo Rejane, a partir desta proteína seria pos- sível desenvolver em laboratório inseticidas e larvicidas capazes de bloquear o desenvolvimento do parasita dentro do hospedeiro, alcançando o maior enfoque da Organização Mundial da Saúde, que é desenvolver pro- dutos que eliminem o parasita do mosquito sem agredir o homem ou a natureza.

Rejane de Castro Simões utilizou a espectrometria de massas para identificar e caracterizar peptídeos encon- trados em estômagos de mosquitos adultos alimenta- dos com sangue de voluntários infectados pela malária.

Nas nanopartículas, o confinamento espacial altera a estrutura eletrônica, e seu tamanho diminuto viabiliza formações geo- métricas variadas, distorcidas e simetrias proibidas em sistemas macroscópicos. Essa complexidade é ainda maior em sistemas multimetálicos, permitindo diferentes tipos de arranjo atômico e estrutura eletrônica. A quantificação da composição química dessas nanopartículas é uma questão fundamental para o en- tendimento de novos fenômenos.

“Ao utilizar o microscópio eletrônico de transmissão em varre- dura combinado com espectroscopia por fluorescência de raio X, foi possível investigar nanopartículas bimetálicas individual- mente, o que permite responder às perguntas propostas em nosso projeto.”, diz o supervisor da pesquisa, Varlei Rodrigues.

Professor Antônio Vargas e sua equipe.

Rejane no LNBio.

MURILO HENRIQUE MARTINEZ MOREIRA Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW-Unicamp) Orientador:

Varlei Rodrigues Instalação utilizada:

LNNano/LMF, LME – Titan Themis e TEM-

FEG 2100F Murilo Moreira e Varlei Rodrigues no LNNano.

Decidimos utili- zar as instalações do CNPEM devido à sua infraestrutura, que possui micros- cópios eletrônicos de transmissão com características técni- cas necessárias para realizar medidas em nanoescala. , ex- plica o pesquisador Murilo Moreira.

Para saber mais acesse o QR code:

40 Capítulo 3 | Relatório Plurianual 2020

Participantes de eventos de capacitação (2010-2019)

Abrangência geográfica

Pesquisa-

No documento Relatório Plurianual 2010 – 2020 (páginas 37-41)