• Nenhum resultado encontrado

A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO DOS EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

2.2 Deficiência Intelectual

Deficiência intelectual ou deficiência mental como era antigamente conhecida é um termo que é dado quando um indivíduo apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas com as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social e acontece geralmente antes dos dezoito anos de idade.

As causas mais comuns desta deficiência estão os fatores de ordem genética as complicações durante o período de gestação, parto ou pós-natais. Estas limitações como

60

já foram citadas provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas, isso não quer dizer que todos os portadores de deficiências tem as mesmas limitações, essa variante ocorre de acordo os estímulos que lhe ofertado, com o meio social onde a pessoa vive e principalmente no âmbito familiar.

Desse modo, Anache (2010) relata que:

Na abordagem histórico-cultural, as funções da aprendizagem não são funções específicas limitadas à aquisição de habilidades. Elas contêm uma organização intelectual que permite a transferência de um princípio geral descoberto durante a solução de uma situação para outras tarefas ou situações, o que implica a articulação entre os aspectos interpsíquico e intrapsíquico (p.53).

As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, caminhar e aprender as competências necessárias para cuidar de si, tais como:

vestir-se ou comer com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola, mas aprenderão, apenas necessitando de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam aprender algumas coisas, mas como qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo.

Em síntese podemos dizer que a pessoa com deficiência intelectual variando de em cada ser apresenta comprometimento na fala, o que o leva também a apresentar pouca interação, falta de desejo em se relacionar, autoestima baixa e o QI abaixo da média populacional, mesmo assim não podemos dizer que o ser humano com deficiência intelectual é um ser antissocial, pois a casos que eles conseguem se relacionar bem e até manter uma união estável. Sobre o funcionamento intelectual compreendermos que:

Funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente as demandas da sociedade, nos seguintes aspectos:

comunicação, cuidados pessoais, desempenho na família e comunidade, independente na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho.”(MEC, 1997 p.27)

61

Os indivíduos com deficiência não agem de forma autônoma em relações pessoais e atividades escolares, porque rotineiramente se percebe que as pessoas que estão ao seu redor os tratam com muito cuidado, superproteção, subestimação e infantilização, o que termina limitando o ser humano a realizar as suas potencialidades.

Isto significa que em nossa sociedade há uma tendência em sensibilizar o indivíduo com deficiência a perceber que seu mundo é diferenciado. Desse modo, Januzzi (1992) enfatiza que:

Também se tem observado que existe uma “infantilização” do “deficiente”, tanto que é comum encontrar-se instituições escolares que trabalham com adolescentes a prática de cantos, e de atividades completamente em desacordo com os muitas vezes robustos e desenvolvidos corpos. Isto também ocorre com as famílias, e desta forma, embora de camadas sociais que necessariamente ingressam mais cedo no mercado de trabalho, em relação aos “deficientes”, há o prolongamento da infância (p 56-57).

Para Vygotsky (1991) o ensino da criança com deficiência intelectual deve visar à superação das dificuldades inatas, isto significa que, é preciso a todo o momento impulsioná-las a desenvolver o pensamento abstrato e aprimorar nestes sujeitos aquilo que está faltando no seu próprio desenvolvimento. É preciso oportunizar um avanço elevado e intensificado aos indivíduos com deficiência intelectual, a partir da criatividade, a fim de que estes estímulos os levem a compensação.

No âmbito escolar é perceptível uma grande dificuldade em trabalhar com alunos com deficiência intelectual, pois a escola não está preparada para inclusão dessas criança. Porque muitas vezes não conhece ou compreende a deficiência intelectual e termina ficando muito preocupado em apenas tentar alfabetizá-lo e termina deixando-a no canto da sala com atividades diferenciadas de pintura ou recorte. Enquanto deveria ser o contrário, o professor deve tratá-los como os demais oferecendo-lhe a oportunidade de opinar, de escolher enfim, de participar das atividades mesmo que com algumas limitações.

O diagnóstico da deficiência intelectual acontece com a observação de dois pontos importantes. Um é a capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo. Esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou funcionamento intelectual. Outro

62

ponto é a competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere. A esta competência chamamos comportamento adaptativo.

Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogo, etc), o funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte da família, dos pais e dos educadores que convivem com a criança.

Durante as leituras realizadas sobre a deficiência intelectual, observa-se que as competências são muito importantes para a organização desse comportamento adaptativo: as competências de vida diária como vestir-se, tomar banho, comer; as competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber responder; e as competências sociais com os colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças.

Para realizar um diagnóstico sobre deficiência intelectual é necessário que os profissionais estudem as capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo comum à maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência intelectual.