• Nenhum resultado encontrado

O Reconhecimento por meio do Selo Educação para a Igualdade

No documento Universidade do Estado do Rio de Janeiro (páginas 65-68)

No ano de 2010, o município foi laureado com o Selo Educação para a Igualdade Racial, na categoria Secretaria Municipal de Educação, o único em todo o Estado do Rio de Janeiro. O Selo Educação para a igualdade racial é um reconhecimento de mérito por ações empreendidas no período de 2009 a 2010 na implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, tendo como foco, portanto, a lei 10.639/03. Este prêmio foi oferecido pela SEPPIR (Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial da Presidência da

24Disponível em:

<http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/22ca8342f120543 2032567fa0064cc44?OpenDocument>

25 O IDH permite medir o desenvolvimento de um município além da dimensão econômica, são considerados os seguintes critérios: renda familiar per capta, expectativa de vida dos moradores e taxa de alfabetização dos maiores de 15 anos (número médio de anos de estudo da população local).

República) em parceria com a SECAD (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação), UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação).

A SEPPIR intencionava que fossem reconhecidas cerca de 100 experiências de Unidades Escolares de Educação Básica, Secretarias de Educação Municipais e Secretaria de Educação Estaduais com o objetivo de divulgar o plano nacional de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana;

destacar as boas práticas relacionadas à lei 10.639/03 e disseminar a aplicação destas boas práticas.

No entanto, à época foram inscritas 30 Unidades Escolares, 29 Secretarias Municipais, 01 Secretaria Estadual, e três escolas quilombolas. Destas inscritas, apenas 16 foram contempladas, destas, 08 Unidades escolares, 03 escolas quilombolas, 07 Secretarias Municipais de Educação, e 01 Secretaria Estadual de Educação.

O município de Mesquita concorreu na categoria das Secretarias Municipais de Educação.De acordo com registro da SEPPIR, foram três iniciativas do município que garantiram sua premiação, o projeto “NO”, desenvolvido por uma Escola Municipal, no ano de 2009. Também em 2009, a VI Jornada Pedagógica, abordando o eixo “Currículo e Diversidade” objetivando um espaço de formação continuada, e a inclusão do tema “Afrobrasilidades” por meio do projeto “Tendas que contam histórias” do Setor de incentivo à leitura. A Jornada Pedagógica é um evento que objetiva a formação dos profissionais de educação da rede municipal que ocorre uma ou duas vezes ao ano, sempre promovida pela Secretaria Municipal de Educação.

Neste período, quem representava a Secretaria Municipal de Educação era a Professora Maria Fátima da Silva Souza.

Vamos então nos deter no projeto “NO” aplicado na Escola Municipal de Mesquita em 2009.

4.3 A Escola Municipal de Mesquita.

A Escola Municipal onde foi desenvolvido o experimento está localizada no Bairro de Cosmorama. Este é um bairro predominantemente residencial, com muitos conjuntos habitacionais ao longo da rua onde a escola está localizada. É no bairro de Cosmorama que está situado o estádio do América Football Club26, um dos mais antigos e tradicionais clubes de futebol do Rio de Janeiro.

Recentemente este bairro, conquistou um polo de esportes, chamado de Vila Olímpica de Mesquita. Aberto todos os dias de 6h às 22h, o espaço dispõe de quadras poliesportivas, pista de atletismo, campo de futebol e piscina, e nele são oferecidas diversas atividades gratuitas, inclusive aulas de diversas modalidades esportivas, além do espaço disponível para caminhadas.

A escola foi criada em 1984, isto é, desde o tempo que Mesquita ainda pertencia ao município de Nova Iguaçu e para os padrões do município é considerada uma escola de grande porte. Com base nos dados do censo escolar de 2013, a escola possui aproximadamente 120 funcionários entre professores e pessoal administrativo, e atendeu durante o referido ano, cerca de 860 alunos da pré-escola ao 9º ano, inclusive por meio da modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Os alunos são oriundos dos bairros do entorno da escola, além das cidades de Nilópolis e São João de Meriti, com os quais o município de Mesquita faz divisa.

A Unidade funciona num prédio de dois andares, cuja última reforma data do ano de 2002. No primeiro pavimento encontramos a quadra de esportes, o refeitório, a secretaria e no segundo pavimento as salas de aula, sala dos professores, da direção, e os laboratórios. Em frente ao prédio da escola também há uma quadra poliesportiva.

Em visita ao local, por meio do Departamento de Diversidade Cultural e Inclusão da Secretaria Municipal de Educação, pudemos encontrar apenas uma dos professores participantes do projeto naquela época. De uma média de 15 professores envolvidos no projeto, a maioria deles não leciona mais na Rede Municipal. Alguns por terem ido para outras Redes, outros por terem se aposentado.

Há no município uma alta rotatividade de profissionais da Educação, apesar dos salários serem um dos mais atrativos da Baixada Fluminense, perdendo apenas para os municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Embora não seja o objetivo

26 Estádio Giulite Coutinho, inaugurado no ano 2000. É o maior estádio particular da Baixada Fluminense. Possui capacidade para cerca de 15.000 pessoas.

deste trabalho, podemos apontar a relação tempo/trabalho como uma das hipóteses que podemos levantar para explicar a alta rotatividade de profissionais da Educação em Mesquita, uma vez que a maioria dos que estão em atividade na rede não residem no município, mas em outros municípios da Baixada e no Rio de Janeiro. A distância da residência, a existência de um segundo local de trabalho, a ausência de política de valorização docente, como benefícios e incentivos, fazem com que os professores quando confrontados com uma escolha, descartem o trabalho no município de Mesquita.

Aproximadamente 15 (quinze) dias depois de realizado o primeiro contato com uma das professoras participantes do projeto negro olhar, no dia 03 de outubro de 2014, foi agendado um encontro na casa desta docente, no bairro da Lagoa, zona sul da cidade do Rio de Janeiro para que ela pudesse falar sobre o projeto. Por não haver tempo disponível para uma entrevista no intervalo das aulas, a docente nos convidou para ir à sua casa e conversar sobre o projeto negro olhar.

Através desta professora, coordenadora e participante do projeto, tentamos contato com outros professores via telefone, correio eletrônico e até pelas Redes sociais, no entanto, não obtivemos sucesso.

No documento Universidade do Estado do Rio de Janeiro (páginas 65-68)