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Predadores naturais e a problemática com animais de criação

PREDADORES NATURAIS E A PROBLEMÁTICA COM ANIMAIS DE CRIAÇÃO

Bruno Corrêa Barbosa Tatiane Tagliatti Maciel Rogério Ribeiro Vicentini Mariana Paschoalini Fábio Prezoto

Laboratório de Ecologia Comportamental e Bioacústica – LABEC, Universidade Federal de Juiz de Fora. Campus Universitário, Bairro Martelos, Juiz de Fora, Minas Gerais, CEP 36036- 900, Brasil.

Contato: barbosa.bc@outlook.com

A predação é um comportamento natural e fundamental para a manutenção da estrutura da cadeia alimentar e a coexistência das espécies nos ecossistemas (Ormerod 2002). Contudo, a redução das presas naturais devido à fragmentação e degradação dos habitats, aliada ao aumento da concentração de criação doméstica em áreas próximas aos poucos remanescentes de mata, pode levar ao ataque dessas criações por predadores silvestres (Azevedo & Conforti 2002), resultando na perseguição destes pelo homem e, algumas vezes, levando-os ao perigo de extinção.

Os mamíferos predadores silvestres podem ser carnívoros especialistas (se alimentam exclusivamente de carne) ou generalistas (além de carne, podem se alimentar também de ovos, insetos e até vegetais). Os felinos, como jaguatirica, gato-do-mato, onça- pintada e onça-parda são especialistas e predam geralmente aves silvestres e domésticas e

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animais de maior porte, assim como os mustelídeos aquáticos como ariranhas e lontras que se alimentam exclusivamente de peixes, ovos, aves, mamíferos aquáticos de pequeno porte, caranguejos e répteis.

Já os procionídeos como mão-pelada e quati, os mustelídeos terrestres como irara e furão e os canídeos como lobo-guará, cachorro-do-mato e raposas são generalistas e entre suas presas estão aves silvestres e domésticas, ovos, pequenos mamíferos, lagartos e cobras, além de frutos e insetos.

Os primeiros registros de predação de grandes felinos por animais domésticos no Brasil são de meados da década de quarenta quando várias mulas foram atacadas durante as expedições científicas no Roncador-Xingu-Tapajós, Estado de Mato Grosso (Carvalho et al.

1949). Desde então, os conflitos entre esses animais e humanos têm crescido e despertado a atenção de vários autores. Em alguns locais, como na Amazônia por exemplo, os conflitos envolvem não só ameaça aos animais de criação como também à própria vida dos moradores locais (Macedo 2015).

As onças, pintada [Panthera onca (Linnaeus, 1758)] e parda (Puma concolor Linnaeus, 1771), são os dois maiores felinos das Américas podendo chegar a 158 Kg e 72 Kg, respectivamente. Na América Latina, os maiores conflitos são com fazendeiros, já que esses animais encontram no gado uma oportunidade de alimento fácil gerando impacto severo na subsistência das famílias desses pecuaristas.

A ariranha [Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788)], podendo atingir 30 Kg e 1,80 m de comprimento (Rosas et al, 2009), é um dos maiores carnívoros da América do Sul.

Distribuída originalmente em quase todos os rios tropicais e subtropicais da América do Sul, hoje se restringe à áreas isoladas no Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia e nas Guianas. Ariranhas se alimentam principalmente de peixes das ordens Characiformes, Perciformes e Siluriformes sendo a traíra [Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)], uma das principais espécies em sua dieta. De acordo com pescadores da Amazônia, as ariranhas prejudicam a pesca através da predação, afugentando ou até roubando peixes e danificando os equipamentos de pesca. Esses comportamentos geram conflitos entre animais e pescadores podendo motivar o abate desses animais, o que contribui para piorar o seu estado de conservação, atualmente classificado como Em Perigo (EN).

Os pequenos mamíferos carnívoros podem apresentar hábitos diurnos ou noturnos e detém habilidade e agilidade na obtenção de alimentos. Enquanto alguns preferem invadir os galinheiros em busca dos ovos, outros, como o furão são capazes de abater presas até

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maiores do que o próprio corpo. Com uma vasta distribuição geográfica, grandes populações e alta adaptabilidade à ambientes perturbados, esses animais são alvos frequentes de criadores de aves.

Dentre os canídeos, podemos destacar o Speothos venaticus (Lund, 1842), conhecido como cachorro-vinagre, é encontrado na América do Sul (Eisenberg & Redford 1999) e apresenta uma dieta exclusivamente carnívora, sendo a paca Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) (Peres 1991; Strahl et al. 1992) e outros roedores de médio porte como cutias, Dasyprocta spp. Illiger, 1811 e Myoprocta spp. Thomas, 1903 (Peres 1991; Strahl et al. 1992), suas principais presas. Entretanto, as constantes modificações do ambiente vêm promovendo alterações no seu hábito alimentar e registros de penas já foram feitos em suas fezes (Aquino & Puertas 1997), o que pode ser um indicativo de futuros conflitos com criadores de aves.

Já classificado como predador de aves domésticas (Marchini et al., 2011) o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815) é um canídeo de grande porte, apresenta alimentação onívora (Carvalho 1976; Carvalho & Vasconcellos, 1995; Arruda Bueno et al. 2002) e distribuição geográfica desde a desembocadura do rio Parnaíba no nordeste do Brasil, no sul do Chaco no Paraguai, ao estado do Rio Grande do Sul, Brasil, e oeste dos Pampas del Heath no Peru, com registro ainda em algumas partes de Argentina e Uruguai (Queirolo et al. 2011).

O lobo-guará habita principalmente o bioma Cerrado, mas têm sido cada vez mais comuns os registros de sua ocorrência em áreas de outros biomas como Pantanal, áreas abertas entropicamente na Floresta Atlântica, áreas de transição do Cerrado com a Caatinga e também em terras cultivadas e pastos (Machado et al. 2005).

O lobo-guará é atualmente categorizado pela lista vermelha proposta por Chiarello et al. (2008) para o estado de Minas Gerais como Vulnerável (VU), já o cachorro-vinagre é enquadrado como Criticamente Ameaçado (CA) para Minas Gerais por Chiarello et al. (2008) e Ferreira et al. (2014). A perda de habitat e fragmentação florestal está sendo mais rápida do que o aprofundamento do conhecimento da biologia da espécie, assim, novos registros de distribuição podem ajudar ações para proteção da espécie, locais e ambientes de ocorrências (Paula et al., 2013).

Um melhor entendimento da predação dos carnívoros silvestres sobre as criações domésticas é fundamental para o desenvolvimento de planos de manejo das espécies e das criações. Com isso, o presente capítulo, tem como o objetivo trazer um estudo de caso de

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predação de criação doméstica na área rural no município de Goianá, na Zona da Mata Mineira, assim como uma contribuição para os dados de distribuição das espécies.

Os registros ocorreram no período entre setembro e dezembro de 2013 na zona rural do município de Goianá, Minas Gerais (21°31´40"S e 43°9´56"W; 410m de altitude). O município é constituído de seis áreas bem distintas: campos de pastagens, pomares, bambuzais, charco, áreas de edificações e áreas de proteção permanente (APP), abrigando um fragmento de Mata Atlântica do tipo Floresta Estacional Semidecidual, com clima subtropical quente com inverno seco e verão chuvoso (Cwa), segundo a classificação de Köppen-Geiger (Sá Júnior et al. 2012).

A coleta de dados foi feita através de vistorias pelas áreas do município em busca de fezes, pegadas, vocalizações e avistamento direto dos animais em horários esporádicos do dia além de relatos feitos por moradores do município.

Foram relatados 22 ataques a criações domésticas em nove áreas rurais, com número estimado de perda de 41 animais dentre eles galinhas, patos e gansos. Os proprietários locais não sabem o número exato de animais que existem em suas propriedades, o que impossibilitou a exatidão do número de animais predados.

Quando questionados por qual animal sua criação foi atacada muitos proprietários desconheciam o predador, sendo citados além do cachorro-vinagre e do lobo-guará a raposa- do-campo [Lycalopex vetulus (Lund, 1842)], jaratataca (Conepatus semistriatus Boddaert, 1785), Quati (Nasua nasua Linnaeus, 1766), gato-do-mato (Leopardus tigrinus Schreber, 1775), lontra [Lontra longicaudis (Olfers, 1818)], gavião [Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) e falcão Caracara plancus (Miller, 1777)], teiú (Tupinambis merianae Linnaeus, 1758) e até cachorro doméstico (Canis lupus familiaris Linnaeus, 1758). Contudo, quando foi possível determinar de fato o predador, o lobo-guará foi o responsável pela maioria dos casos. Hurtado (2007) em seu trabalho com ataques de lobo-guará no entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra, confirma a ideia de que os animais mais conhecidos e abundantes são os mais culpados de causar ataques nas criações domésticas.

Com as vistorias realizadas pela área foi possível encontrar vestígios como fezes, pegadas e também ouvir vocalizações do lobo-guará em torno de todas as propriedades com registro de ataque, entretanto não houve registro direto do animal. Moradores locais, assim como a responsável pela fauna do Aeroporto Regional da Zona da Mata, Laila Hauck, relataram a presença dos animais cruzando a estrada que liga o município de Goianá à cidade de Rio Novo e a pista de pouso do aeroporto, sendo vistos com filhotes ou sozinhos.

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Ferreira et al. (2014) registraram a espécie Speothos venaticus para a região norte de Minas Gerais em fitofisionomias bem similares às do presente estudo, como plantios e áreas de pastagens. Contudo, a presença do cachorro-vinagre na zona rural do município de Goianá é considerada provável, já que sua presença foi registrada apenas através de avistamento dos moradores.

As principais ameaças à essas espécies são a perda e degradação de habitat causadas por desmatamento (Rodrigues et al. 2007; Paula et al. 2008; Oliveira 2009); redução de presas (Oliveira 2009); atropelamentos (Rodrigues et al. 2007; Paula et al. 2008) e doenças (raiva, parvovirose, sarna sarcóptica) que podem ser adquiridas de animais domésticos (Curi et al. 2006; May Jr. et al. 2009; Oliveira 2009; Jorge et al. 2010). O abate de indivíduos por retaliação à predação de aves domésticas também é importante, principalmente em populações mais isoladas, contudo segundo Rodrigues et al. (2007) as galinhas são consumidas eventualmente pelo lobo-guará, sendo consideradas pouco importantes na sua dieta, o que mostra a má fama desse animal entre os criadores.

Quanto aos outros animais apontados como predadores, somente raposa-do-campo, jaratataca e quati foram avistados na área dos ataques. Marchini et al. (2011) apontam os mesmos animais como frequentes predadores de criações domésticas em áreas rurais, corroborando os resultados.

A partir dos relatos da população local, pode-se perceber que o lobo-guará não é bem visto, sendo frequentemente apontado como ameaça às criações domésticas. Assim, é importante divulgar melhor as medidas de manejo adequadas para as criações, a fim de evitar os conflitos entre criadores e predadores, além de sensibilizar a população esclarecendo sobre aspectos da biologia do animal e de seu risco de extinção.

Já o relato de avistamento do cachorro-vinagre amplia em um possível o registro da espécie para o Sudeste de Minas Gerais, entretanto, faz necessários novos trabalhos para confirmar a presença do animal na região assim como verificar a amplitude e estabilidade da sua distribuição, divulgar a existência da espécie para a população em geral esclarecendo e sensibilizando sobre sua importância e o alto risco de extinção a fim de controlar a caça

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Figura 1 - Registros da presença do lobo-guará na região do município de Goianá, Minas Gerais, Brasil. (A e B) vestígios de fezes; (C e D) vestígios de pegadas; (E e F) registro fotográfico do animal. Fonte: Autores

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