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Adoção e serviço social: atuação do/a assistente social nos processos de adoção de crianças e adolescentes

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Academic year: 2023

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Adoção e serviço social: o papel do assistente social nos processos de adoção de crianças e adolescentes / Cassia Luana Santos Costa Falcão, Marcycléia da Silva Holanda Souza. Carta de aprovação do trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoa (UFAL). Título: Adoção e Serviço Social: O Papel do Assistente Social nos Processos de Adoção de Crianças e Adolescentes.

INTRODUÇÃO

A principal motivação para a realização deste trabalho é a falta de trabalhos com foco no papel do serviço social nos processos de adoção, além de um interesse pessoal em entender a burocracia e as barreiras que esse processo contém. Portanto, este tema é importante para o Serviço Social, pois possui embasamento teórico e capacidade crítica da realidade, o que torna mais eficaz sua atuação no Juizado de Infância e Juventude em processo de adoção. Na segunda e última seção, intitulada Adoção e Serviço Social: Incorporando o Serviço Social Brasileiro ao Campo Sócio-Jurídico, discutimos alguns aspectos do contexto histórico que envolve o serviço social brasileiro, vinculado à Igreja Católica com o objetivo de Cristianização da sociedade.

A ADOÇÃO NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

  • Contexto histórico da adoção
  • A trajetória histórica da adoção brasileira
  • Os tipos de adoção existentes no Brasil
  • Adoção tardia e os mitos que a cercam
  • O Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento - SNA

Trouxe um avanço significativo na proteção de crianças e jovens, pois concentrou a finalidade da adoção na proteção integral de menores sem família. À luz de tudo o que foi dito acima, é claro que a adoção originalmente destinava-se a atender aos interesses dos adultos, o que permaneceu até a adoção do estatuto da criança e do jovem. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) parece delegar exclusivamente à família a responsabilidade pela garantia dos direitos da criança e do adolescente.

Trata-se, portanto, de investir para que a adoção seja a convergência dos desejos e prioridades da criança e do adolescente com os desejos e prioridades dos adotantes e seja feita de acordo com os trâmites legais previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. De acordo com o artigo 1º da Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010 de 3 de agosto de 2009), todas as adoções passaram a ser consideradas crianças e adolescentes. Independentemente de sua orientação sexual, o bem-estar da criança e do adolescente deve ser sempre considerado.

A adoção após a morte é permitida e está prevista no artigo 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Outro fator que dificulta é o preconceito formado pelo senso comum sobre a origem da criança e/ou jovem, como: quem são esses pais. O SNA corresponde a um dossier único que acompanha a situação da criança/adolescente desde o acolhimento até à reintegração familiar ou adoção.

Além desses dados, o sistema capta todos os candidatos elegíveis à adoção, o que prioriza e agiliza a conexão entre os adotantes aceitos e potenciais, sempre levando em consideração o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente. Caso o sistema encontre um pretendente compatível com o perfil da criança/jovem, há uma ligação automática entre o sistema e os assistentes sociais. Havendo vínculo afetivo entre a criança/adolescente e o pretendente, a adoção é realizada de acordo com o grau de convivência, incluindo a alteração do registro com os pais adotivos, avós e alteração do sobrenome.

SERVIÇO SOCIAL E ADOÇÃO: A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

A atuação do assistente social no sociojurídico

Nessas equipes, o assistente social geralmente elabora estudos sociais e relatórios sociais em situações que exigem esse trabalho, como varas de menores e de família. Segundo Fáver (1999), o judiciário é uma instituição que exerce o poder de forma coercitiva ou repressiva visando disciplinar e regular condutas. A atuação do assistente social no judiciário é caracterizada por uma atitude constante e desafiadora diante de todas as complexidades da sociedade moderna.

No entanto, o assistente social tem a oportunidade de acessar direitos, ter atitude questionadora e de exame constitutivo do trabalho, colocar em prática o conhecimento da realidade. Os projetos sociais demandam uma estratégia para mitigar as manifestações da questão social, pois tais projetos são de caráter universal e democrático, conforme garantido pela Constituição Federal de 1988. O serviço social lida diretamente com as manifestações da desigualdade social gerada pelo modo capitalista de produção e no seu cotidiano, atua criando e implementando projetos e políticas, articulados na visão do homem-mundo.

Para Iamamoto (2006), o assistente social articula com os demais poderes do estado, principalmente o executivo, a implementação e criação de políticas sociais e políticas que atendam ao público infanto-juvenil. No âmbito jurídico, o especialista trata de diversas expressões de questões sociais que dizem respeito a famílias, crianças e adolescentes. O autor afirma, assim, que as desigualdades sociais afetam a sociabilidade dos sujeitos, as questões sociais são despolitizadas, as políticas públicas e os direitos sociais são desregulamentados e as atenções são deslocadas da pobreza para a iniciativa privada ou individual.

Dentro do judiciário, uma das funções desempenhadas pelo assistente social é a de perito social, que contribui com informações obtidas a partir de um processo avaliativo que leva à reflexão da realidade social dos sujeitos cujas situações requerem a intervenção da justiça necessária.

O papel do assistente social nos processos de adoção da Vara da infância e

Para isso, o assistente social deve conhecer as legislações pertinentes à sua área de atuação, saber interpretá-las. Como profissional que lida diretamente com as expressões da questão social, os estudos e pareceres do assistente social são instrumentos essenciais no trabalho dos desembargadores. Refletindo sobre as questões conjunturais e estruturais que afetam as desigualdades sociais, a introdução do assistente social no judiciário contribui para a compreensão do alinhamento da prestação jurídica com as condições de existência dos indivíduos.

Ao atuar em processos de adoção, conforme a história conservadora do campo sociojurídico, podemos dizer que os assistentes sociais devem ter o cuidado de não direcionar sua prática para valores moralizadores, exercendo controle sobre a vida privada dos indivíduos, buscando respostas rápidas/ soluções para problemas, julgamento e comparação de estruturas. Para o autor, ao abordar indivíduos e famílias ou ao estudar a situação de uma criança e sua família em situação de pobreza, com o objetivo de assegurar a convivência da família e da comunidade e/ou subsidiar a decisão de perder o poder familiar, é necessário que um assistente social pergunte sobre o compromisso político e profissional que está na base desta ação, qual é a orientação social e qual é a finalidade deste trabalho. O assistente social deve desenvolver competências técnicas, políticas e éticas para poder extrapolar o aparecimento da situação que motiva o estudo social, descobrir o seu processo constitutivo na realidade social mais vasta e, juntamente com as entidades que o assistem, planear a continuidade.

Segundo Trindade e Soares (2009), o assistente social exerce certo poder ao influenciar os executores da lei com suas avaliações e estudos. Souza (2006) argumenta que a diferença na atuação dos assistentes sociais nas instituições judiciárias decorre de sua formação por meio de saberes e competências teórico-metodológicas, técnico-operativas e ético-políticas próprias do serviço social. Pode-se dizer que não existe um modelo específico de estudo social ou que parece que pode ser utilizado em todos os casos que chegam ao cotidiano profissional, pois as especificidades de cada situação atendida devem ser levadas em consideração pelo assistente social nesse espaço, necessário para a articulação com o campo do direito.

A partir do processo de conhecimento da realidade dos sujeitos demandantes dos serviços sociais, define-se e desenvolve-se a continuidade do trabalho social, de forma participativa, na perspectiva do acesso e garantia de direitos, bem como no compromisso com os direitos humanos, com ênfase nos direitos sociais.

Os instrumentos utilizados na intervenção do assistente social nos processos

O estudo social exige do assistente social a capacidade de interpretar os dados, com base em um referencial teórico, para fornecer uma opinião profissional sobre a situação. Nos processos de adoção, o assistente social deve se guiar pelas ferramentas técnico-operativas e para finalizar esses processos, elabora o parecer social, que segundo Mioto “A realização do parecer social indica responsabilidade ética quanto aos resultados e ao implicações que isso pode ter na vida dos envolvidos na situação” (MIOTO, 2001, p 157). Os instrumentos técnico-operativos utilizados pelo Assistente Social no Judiciário são: visita domiciliar, entrevista, observação, estudo social, balanço social, parecer social e perícia social.

Sousa (2008) destaca a visita domiciliar como um instrumento que acaba por aproximar a instituição que atende o usuário de sua realidade, por meio de um assistente social. A observação como instrumento utilizado pelo assistente social não é exclusividade do Serviço Social, outros profissionais utilizam esse instrumento. O balanço social auxilia na sistematização das informações coletadas na entrevista, pois é um instrumento específico para a prática do assistente social e pode ser utilizado para a elaboração de um relatório ou parecer social.

Os tipos de relatórios que o assistente social produz correspondem à quantidade de oportunidades para realizar diferentes atividades na área de trabalho. A entrevista do perito, através da abordagem das pessoas envolvidas na situação em que o assistente social tem de opinar, tem por finalidade conhecer exaustiva e profundamente a situação (MIOTO, 2001, p.148). Na perícia, o parecer social refere-se ao parecer fundamentado que o assistente social emite sobre a situação social investigada.

Os instrumentos investigativos são fundamentais na intervenção do assistente social nos processos de adoção, pois possibilitam que o profissional conheça a realidade em que estão inseridas as crianças e adolescentes e suas famílias originárias ou substitutas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desafios e perspectivas da dimensão técnico-operacional da instrumentalidade do Serviço Social no Sociolegal In: Trabalho e instrumentalidade do Serviço Social / Erlenia Sobral do Vale, Raquel de Brito Sousa, Renata Albuquerque Camelo (Organizadoras). O novo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) como instrumento de garantia do Direito à Convivência Familiar de Crianças e Adolescentes. Serviço social, práticas judiciais, poder: implantação e aplicação do serviço social no Juizado de Menores de São Paulo.

Relações e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica / Marilda Villela Iamamoto, Raul de Carvalho. Cleide Lavoratti; Dorival Costa (org.). coord.) Curso de Direito da Infância e Juventude - aspectos teóricos e práticos. Desafios do novo conceito de família e a falta de normas regulamentadoras da adoção homossexual no Brasil.

VALENTE, José Jacob. Estatuto da Criança e do Adolescente: apuração do ato infrator à luz da jurisprudência: Lei Federal n. 8.069, de 7.13.1990.

Referências

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