XXVII Congresso de Iniciação Científica
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO NO ESTÁGIO DE EXTRAÇÃO ALCALINA NO PROCESSO DE BRANQUEAMENTO ECF
Luana Oliveira da Silva, José Cláudio Caraschi, Gustavo Ventorim. UNESP - Câmpus de Itapeva, Engenharia Industrial Madeireira, luana.oliveira@grad.itapeva.unesp.br, PIBIC/CNPq.
Palavras Chave: polpa kraft de eucalipto, número kappa, alvura.
Introdução
A crescente necessidade da indústria de celulose e papel, em atender os requisitos de órgãos ambientais e exigências de mercado, vem sendo a força motora para o desenvolvimento e a prática de processos que utilizam compostos menos agressivos ao meio ambiente1. O peróxido de hidrogênio (H2O2) é um reagente que se destaca pelo seu fácil manuseio e aplicação, pela sua versatilidade e pela natureza relativamente não- tóxica. A utilização de peróxido de hidrogênio, como agente de branqueamento de polpas kraft teve forte crescimento nos últimos anos como meio de reduzir o uso de compostos clorados no processo de branqueamento sem redução dos níveis de alvura já alcançados2. O peróxido de hidrogênio é usado como reforço na extração oxidante da polpa e também como uma substância química branqueadora única. As principais vantagens de seu emprego são o baixo custo de instalação na planta alvura e a diminuição de produtos clorados nos efluentes. Como principais desvantagens, têm-se o alto custo do reagente e o branqueamento não seletivo3.
Objetivos
Realizar um estudo exploratório da viabilidade de se implantar o peróxido de hidrogênio na extração alcalina no processo de branqueamento livre de cloro elementar (ECF) de polpa kraft.
Material e Métodos
A polpa de eucalipto pré-deslignificada com oxigênio foi branqueada por oito sequências pelo processo de branqueamento ECF, sendo elas: 1A (O D0ED1P), 1B (OD0(E+P)D1P), 2A (OAHTD0ED1P) e 2B (OAHTD0(E+P)D1P), variando a concentração do peróxido de hidrogênio no último estágio (P) do branqueamento: 3 kg.t-1 (P3) e 5 kg.t-1 (P5). Após cada estágio de branqueamento realizou-se as análises de caracterização (Tabela 1), de acordo com a norma TAPPI - Technical Association of the Pulp and Paper Industry.
Tabela 1: Análises de caracterização das polpas.
Parâmetros Metodologia
Confecção de Folhas TAPPI - 205 sp 95 Número kappa TAPPI - 236 om 99 Alvura (%ISO) TAPPI - 452 om 98
Resultados e Discussão
Os resultados referentes às análises do número kappa e de alvura estão apresentadas nas Tabelas 2 e 3, respectivamente.
Tabela 2: Número kappa da polpa kraft nos estágios de pré-deslignificação com oxigênio (O) e nas extrações alcalinas do branqueamento ECF.
Tabela 3: Resultados de alvura nas sequências do processo de branqueamento ECF.
Das oito sequências de branqueamento analisadas, somente a sequência 2A com o estágio final P3 não produziu polpa com alvura final acima 90 %ISO. As sequências com estágio alcalino E+P (sequências 1B e 2B) apresentaram polpas com alvura final levemente superior as polpas obtidas com o estágio alcalino sem P (sequências 1A e 2A).
Conclusões
Concluiu-se que o uso de peróxido de hidrogênio no estágio alcalino não teve influência quando se busca polpa celulósica com a alvura acima de 90
%ISO.
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1 ROBLES, Y.A.M.; SOUZA L.C.; FILHO, C.L. Avaliação de diferentes tecnologias de branqueamento para obtenção de polpa kraft de eucalipto. O Papel, São Paulo, p. 62-78, jul. 2006.
2 ANDRADE, M.F.; COLODETTE, J.L. Influência do último estágio de branqueamento ECF, na branqueabilidade, no refino e nas propriedades da polpa. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 38, n. 86, p. 135-146, 2010.
3 D'ALMEIDA, M.L.O. (São Paulo) (Org.). Celulose. 2. ed. São Paulo:
Senai-SP, 2013. 351 p.
Número Kappa
Estágios O E E+P
Sequências 1A e 1B 10,40 4,6 4,6 Sequências 2A e 2B 10,40 2,1 2,1
Alvura (%ISO)
Seq. O E E+P P3 P5
1A 64,34 80,19 - 90,14 90,96 1B 64,34 - 85,59 90,40 91,27 2A 64,34 79,76 - 89,30 90,39 2B 64,34 - 85,57 90,87 90,99
