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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AVANÇOS E DESAFIOS DA INCLUSÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DJALMA FARIA OLIVEIRA DO MUNICÍPIO DE RIO REAL – BA

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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Centro de Ciências da Saúde

Observatório da Inclusão e Diversidade na Educação – DIVERSIFICA Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação

MARIA BERNADETE BORGES SANTOS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AVANÇOS E DESAFIOS DA INCLUSÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DJALMA FARIA OLIVEIRA DO MUNICÍPIO

DE RIO REAL – BA

Santo Antônio de Jesus /BA 2020

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MARIA BERNADETE BORGES SANTOS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AVANÇOS E DESAFIOS DA INCLUSÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DJALMA FARIA OLIVEIRA DO MUNICÍPIO

DE RIO REAL – BA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Especialista em Inclusão e Diversidade na Educação.

Orientadora: Prof. Ana Conceição Alves Santiago.

Santo Antônio de Jesus /BA 2020

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...04

Caminhos para Educação Inclusiva ...05

Metodologia...09

Considerações Finais...12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA...15

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SANTOS, Maria Bernadete Borges. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AVANÇOS E DESAFIOS DA INCLUSÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DJALMA FARIA OLIVEIRA DO MUNICÍPIO DE RIO REAL – BA. (15pg.) 2020. Trabalho de Conclusão do Curso em Inclusão e Diversidade na Educação – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Santo Antônio de Jesus, 2019.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo é resultado do trabalho realizado na Escola Municipal Djalma Faria Oliveira, na cidade de Rio Real - BA. A pesquisa teve como público alvo professores, pais e alunos e buscou investigar a promoção e as dificuldades no contexto da aplicação na perspectiva de Educação Especial, considerando a realidade vivenciada por alunos e professores em sala de aula nos dias atuais e as mudanças ocorridas na área da educação brasileira que defendem a construção de políticas voltadas a atender as necessidades das pessoas com deficiência, promovendo a inclusão dessas no ambiente escolar garantindo os seus direitos e melhores condições de vida no meio social que elas encontram-se inseridas.

O trabalho tem como objetivo geral apoiar os professores que lecionam em classes de Ensino Regular, onde estão inseridos alunos com Necessidades Educativas Especiais, bem como motivar e apoiar esses alunos para aprimorar o seu processo de ensino aprendizagem.

Como objetivos específicos pretende-se auxiliar os professores em busca de alternativas para realizar um efetivo trabalho com os alunos especialmente do quadro classificatório NEE;

Atender individualmente os alunos com NEE para melhorar o seu desempenho em sala de aula, tanto na Base Nacional Comum, na Base Técnica assim como parte diversificada do currículo; Identificar as potencialidades de cada aluno; produzir recursos pedagógicos considerando as necessidades especificas dos alunos e as suas potencialidades.

A Educação Especial e Inclusiva é uma metodologia pedagógica que combina noções da educação regular com a educação especial visando a igualdade de oportunidade a todos, respeitando as diferenças que cada pessoa apresenta contribuindo para fortalecer o respeito à diversidade no ambiente escolar, sendo uma modalidade de ensino que atende alunos com deficiência que precisam de um apoio maior, por apresentar algum tipo de deficiência que pode ser física, sensorial, mental ou múltiplas. Considera-se também nesse campo as tendências a altas habilidades, superdotação ou talentos.

Esta modalidade de ensino não se limita apenas ao aluno com deficiência ou com necessidades educacionais especiais, mas se estende a todos os alunos em sua diversidade

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considerando suas habilidades e dificuldades. A diversidade presente no ambiente escolar requer intervenções educacionais humanizadas para atender as necessidades de todos os alunos, garantindo a igualdade de oportunidades em todo processo de ensino aprendizagem.

2 CAMINNHOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Considerando que nos dias atuais os professores da Educação Especial e Inclusiva enfrentam vários desafios com relação as suas práticas pedagógicas e as classes de Ensino Regular tem recebendo cada vez mais alunos com necessidades educacionais diversificadas, este trabalho torna-se relevante pois visa construir um compromisso com propostas reais de intervenção e reflexão sobre a temática, auxiliando professores e alunos a desenvolverem intervenções positivas de inclusão.

São muitos os desafios enfrentados pelos professores para desenvolverem práticas condizentes com as necessidades de cada aluno e entre estes desafios está a falta de qualificação para trabalhar de forma adequada com a inclusão, favorecendo todos os alunos de forma igualitária. Com base nas demandas que surgem em sala de aula, como os profissionais da Educação Especial e Inclusiva desenvolvem suas práticas pedagógicas para trabalhar a inclusão? Quais são as intervenções voltadas para atender as necessidades dos alunos? Os pais e alunos sentem-se realmente acolhidos e incluídos?

São questionamentos que precisam serem trabalhados até mesmo para o professor está fazendo uma avaliação e reflexão do seu próprio trabalho realizado em sala de aula.

Buscar novos caminhos para fortalecer a prática pedagógica a partir das respostas e repensar as ações pedagógicas, refletindo sobre a sua responsabilidade em todo processo de formação integral do aluno que precisa ser orientado de forma correta sentindo-se incluído e participando de forma ativa do seu próprio desenvolvimento.

A escola como instituição social que trabalha com Educação Especial, deve oferecer uma educação de qualidade que acolhe e inclui todos os seus alunos, considerando a singularidade de cada um e sua história de vida, pois cada aluno apresenta suas próprias características e particularidades que fazem com que cada um seja único. Neste sentido, o trabalho encontra-se voltado para analisar as práticas pedagógicas dos profissionais, observando como se desenvolve a Educação Especial em sala de aula e como as famílias percebem o acolhimento da escola com os seus filhos que apresentam deficiências.

A Educação Inclusiva é comumente apresentada como uma evolução da escola integrativa. Na verdade, ela não é uma evolução, mas uma ruptura, um corte, com os valores da educação tradicional. A Educação Inclusiva assume-se como respeitadora

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das culturas, das capacidades e das possibilidades de evolução de todos os alunos. A Educação Inclusiva aposta na escola como comunidade educativa defende um ambiente de aprendizagem diferenciado e de qualidade para todos os alunos. É uma escola que reconhece as diferenças, trabalha com elas para o desenvolvimento e dá- lhe um sentido, uma dignidade e uma funcionalidade. (RODRIGUES, 2000, p.10).

O profissional envolvido com a Educação Especial deve estar qualificado para desenvolver o seu trabalho, proporcionando para o aluno uma educação capaz de acolher, incluir e oferecer condições dignas para o desenvolvimento integral do mesmo. Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula devem ser oferecidas com qualidade e responsabilidade, pois favorece na formação cognitiva e social do estudante com deficiência.

Como aponta a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva de Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), para atuar nessa área específica da educação, o docente deve ter como base da sua formação inicial e continuada, os conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.

É notável que a formação do educador é algo primordial quando se trata de políticas voltadas para Educação Especial e Inclusiva, tendo como ponto de partida a Formação Inicial que é considerada imprescindível e deverá superar a divisão que ocorre entre teoria e prática e a separação entre a formação pedagógica e a formação no campo dos conhecimentos específicos que serão trabalhados dentro do contexto escolar na vivência do dia a dia com os chamados alunos público-alvo da Inclusão.

A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo. O que me interessa agora, repito, é alinhar e discutir alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressiva e que, por isso mesmo, devem ser conteúdos obrigatórios à organização programática da formação docente. Conteúdos cuja compreensão, tão clara e tão lúcida quanto possível, deve ser elaborada na prática formadora. É preciso, sobretudo, e aí já vai um destes saberes indispensáveis, que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. (FREIRE, 2007, p.22).

Neste percurso, da escola inclusiva, o professor deve rever os seus conceitos com relação as suas práticas pedagógicas e se adequar ao trabalho, isso por que, compreende-se que ele como promotor da Educação Especial Inclusiva deve sempre está atualizado, ser dinâmico, competente e possuir os domínios dos novos saberes que se relacionam com a aquisição de práticas sociais, aos conhecimentos científicos que serão incorporados à sua aplicação no âmbito psicopedagógico, bem como as novas metodologias de ensino e aprendizagem, dinâmicas de convivências de grupo, atenção a múltiplas habilidades, entre outras.

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O novo perfil que se espera do educador, é que o mesmo esteja qualificado e pronto para rever os seus conceitos no âmbito educacional em geral, analisando e compreendendo determinados fenômenos sociais, como as construções sociais complexas da atualidade, que envolvem também outros elementos inclusive os não discursivos, como a Educação para a cidadania, educação sexual, educação comunitária, e ainda a modalidade destinada aos educandos com necessidades educativas especiais, quer essas especialidades sejam originadas por decorrência de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, ou ainda como altas habilidades, superdotação ou talentos.

É imprescindível que o professor se mantenha atualizado, flexível à mudança e que continue permanentemente a sua formação. Terá, então, como principal função:

aprender, inovar, diversificar, rever conceitos, etc. para que se possa atender às necessidades educacionais escolares, na melhoria da qualidade da educação. Em tempos de globalização, o acesso às informações é muito rápido. Assim, o professor necessita qualificar-se constantemente para tentar acompanhar este processo de mudança. (COELHO, 2012, p.68).

A oferta da Educação significativamente Inclusiva para as pessoas com deficiência ao longo do tempo vem passando por modificações significativas no contexto social brasileiro, principalmente de acordo com os extratos sociais que a mesma é concebida. Desse contexto de transformações, surgiram os projetos integrados “Discursos, Identidade e Práticas de Letramento no Ensino Especial” e “Múltiplos Letramentos, Identidades e Interdisciplinaridade no Atendimento Educacional à pessoa com necessidades ou habilidades especiais”, que se aliou a pesquisa etnográfica à análise de Discursos Critica e aos Novos Estudos do Letramento para examinar discursos e identidades profissionais que emergem desse contexto com o intuito de sanar tais necessidades e incluir o mesmo na sociedade.

Ao longo da investigação, os resultados apontaram, que as identidades de professores apresentam transformações significativas como parte de um processo criado pela formação adequada para atuação no Ensino Especial, mesmo com lacunas no sentido pedagógico e de infraestrutura no ambiente escolar. A inclusão educacional pode e deve ser entendida como ações que ajudem a compreensão das complexidades sociais atuais de subsidiar ações de transformação social que visem construir, proporcionar e resguardar direitos à populações que são socioeconomicamente excluídas das oportunidades e condições de serem incorporadas à parcela da sociedade que pode e usufrui de bens materiais, culturais e educacionais, que lhes permite uma vida mais digna. O que ocasiona melhor qualidade de vida e usufruto de direitos estabelecidos por lei, dentro da sociedade em que está inserido.

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Quando se fala em Formação de Professores, torna-se importante levar em consideração a diversidade regional e socioeconômica do nosso país, considerando a Universidade como a primeira instituição a tornar-se responsável pela formação inicial de parte significativa dos professores. Esse aspecto tem grande importância e não pode ser analisado superficialmente no que tange aos investimentos necessários para a constituição de intercomunicações, o intercambio e a disseminação do conhecimento produzido pela academia.

O professor é a chave do processo pedagógico e modelo a ser espelhado em diversas situações pelos alunos. Nesta dimensão, o processo de inclusão necessita de professores especializados para todos os alunos. Portanto, eles terão de voltar a estudar, a pesquisar, a refletir sobre suas práticas e a buscar metodologias inovadoras de ensino para esse fim. (GÓMEZ, 1992, p.103-105).

O professor norteia todo o processo de ensino aprendizagem, por isso torna-se de fundamental importância a sua formação acadêmica adequada, visto que muitos docentes ainda desenvolvem as suas práticas pedagógicas baseadas em um modelo tradicional, que para alguns teóricos já está superado, sendo apontado como inadequado para suprir as necessidades dos educandos. O professor deve se reciclar e buscar metodologias inovadoras para proporcionar aos educandos uma educação inclusiva que acolhe todas os educandos independente de suas limitações.

É fato que, de maneira geral, a oferta de Licenciaturas não está adequada ou mesmo preparada para desempenhar a função de formar profissionais com as múltiplas habilidades e conhecimentos com o intuito de lidar com a heterogeneidade posta pela inclusão de alunos, muitas vezes com múltipla especialidade, o que torna preciso buscar conhecimentos que facilitem as práticas pedagógicas. Na atualidade os alunos estão sendo inseridos com a proposta de seres incluídos não somente no espaço físico escolar como também na própria sociedade cada vez mais, o que torna as salas de aula um ambiente de múltiplas necessidades educacionais com perfis educacionais diversificados.

Há caso, como observado na própria Escola Municipal Djalma Faria Oliveira, que numa determinada classe, havia alunos com dificuldade de mobilidade (pessoa com deficiência física), outro com Síndrome de Down, um com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TODA-H), esses casos especificamente possuem relatórios, acerca de suas limitações ou especialidades para cada uma das Especialidades, mas havia também a existência de outros alunos com aparente características de inclusão, mas sem relatório médico, o que torna mais difícil ainda o trabalho do professor.

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Em outra palavras, assim a inclusão torna-se precária, pois o professor, em se tratando do contexto da aplicação da chama Educação Inclusiva, se vê sozinho em uma classe regular com um número significativo de alunos com diversos perfis, e aí a capacitação que o professor provavelmente teve muitas vezes, estava limita a oferta de uma disciplina com conteúdo comumente apresentada com o tema Educação Inclusiva, que aborda sobre o convívio com crianças com necessidades específicas sem maior reflexão e aprofundamento acerca das capacidade e individualidades humanas que cada aluno com uma ou mais especificidade necessita, o que pode acabar auxiliando a manutenção de práticas segregacionistas dentro mesmo da classe onde esse aluno está inserido.

Orientar e mediar o ensino para a aprendizagem dos alunos, responsabiliza-se pelo sucesso da aprendizagem dos mesmos, assumir e saber lidar com a diversidade existente entre eles, incentivar atividades de enriquecimento curricular, elaborar e executar projetos para desenvolver conteúdos curriculares; utilizar novas metodologias, estratégias e materiais de apoio; desenvolver hábitos de colaboração e trabalho em equipe que envolva professores, coordenação pedagógica, psicopedagoga e o corpo administrativa e pessoal de apoio “ porteiro, merendeira, monitores”, e maios importante ainda diretoria e a comunidade.

3 PERCURSO METODOLÓGICO

Durante o desenvolvimento do presente trabalho optou pelo uso de pesquisa de abordagem qualitativa, e análise das políticas de inclusão escolar para Pessoas com Deficiência em uma escola no Município de Rio Real. Ao se contemplar o campo das políticas educacionais voltadas para a inclusão, concorda-se com Ball (1997, p.53), no sentido de que nenhuma política é neutra, pois se insere em um campo de representações codificadas e recodificadas, engendradas em determinado contexto histórico e espaço geográfico, através de conflitos, lutas e correlações de forças.

As políticas de incentivo a inclusão de alunos com deficiências têm gravitado em um campo contestado no que se busca a devida concepção da Educação Inclusiva, muito disputado, à semelhança do que vem ocorrendo, por exemplo, no ambiente das questões referentes ao gênero e à raça. Para se compreender a complexidade das Políticas Educativas Inclusivas, faz-se necessário a convivência no que tange o objeto de pesquisa e os seus resultados aqui apresentados.

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A primeira etapa desse trabalho teve início com a visita a escola, onde conheci o espaço físico e em especial três salas com turmas que me chamaram atenção, a qual foi possível notar a presença de alunos com deficiências. Logo após, aconteceu o primeiro contato direto com os profissionais da Educação Básica durante uma reunião de Atividade Complementar (AC), onde fui devidamente apresentada pela direção aos professores. Nesse momento expus o meu objetivo de pesquisa por meia de uma roda de conversa e a apresentação do objeto de pesquisa, depois de um breve conversa, disponibilizei aos professores um formulário com questões pertinentes ao objetivo da pesquisa para melhor compreensão.

Após conhecer o espaço físico da escola, a gestora e a equipe de professores, agendei uma visita com a psicopedagoga da escola e o coordenador pedagógico que também tiveram ciência da pesquisa e se dispuseram a colaborar, fornecendo inclusive dados de relevante importância para a minha pesquisa. O diálogo com ambas partes foi de fundamental importância considerando que eles possuem conhecimentos necessários para auxiliar o desenvolvimento da pesquisa, o que permitiu uma melhor reflexão sobre a teoria e a prática de assuntos relevantes ao tema pesquisado.

Dando continuidade ao trabalho, foram realizados três encontros nas salas de aula com a intensão de observar o comportamento da classe e as demandas pertinentes ao tema explorado pela pesquisa e as práticas pedagógicas da educadora frente a essas demandas.

Durante as observações tive a oportunidade de colher muitas informações sobre como se desenvolve a educação inclusiva na prática, e em especial nas escolas públicas onde as diferenças muitas vezes não são respeitadas e a diversidade perde espaço para o preconceito e a discriminação.

Ao terminar de fazer as observações, em um outro momento aconteceram as entrevistas com os pais, com os professores e também com alunos. As entrevistas ocorreram na sala da psicopedagoga em dias diferentes tendo como objetivo especular como os pais se sentem no tocante a escola em relação ao trato com seus respectivos filhos visto que os mesmos apresentavam relatórios médico. Quanto aos professores, estes foram questionados sobre a qualificação profissionais e o trabalho com alunos com necessidades especiais em turma regulares e as intervenções em suas práticas pedagógica. Já os alunos foram questionados sobre como eles se sentiam na escola, se eram acolhidos ou não com a educação oferecida pela escola.

Por meio da análise dos dados dos formulários, foi montada uma roda de conversa em momentos diferentes para os pais, para discutir as demandas enfrentadas pelos professores.

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Entre as demandas dos professores, estão as dificuldades, as preocupações e até mesmo as frustações no desenvolvimento, na aplicação e na análise de suas práticas pedagógicas que quando o assunto é o trabalho com aluno com deficiências, eles ainda ficam sem saber como lidar com a situação, sentem-se inseguros. Já os pais disseram que se sentem confiantes e acreditam que a escola acolhe e tem um cuidado muito bom com seus filhos e os alunos realmente confirmaram que se sente acolhidos.

Considerando a realidade das práticas inclusivas voltados para os alunos com deficiência, pode-se afirmar que a maioria dos professores entrevistados citaram que a educação inclusiva expõe posições de três alicerces muito comum: formação especifica para os professores, a necessidade de um professor especifico para acompanhar melhor as pessoas com necessidades especiais e adaptações físicas melhores para atender os alunos portadores NEE.

Oportunamente os voluntários da pesquisa apontaram como consideração importante que para os mesmo a escola ainda é o lugar seguro para o desenvolvimento das potencialidades exigidas em particular por pessoa necessidades educacionais especial, nos mais variados diagnósticos e que por isso sentem a necessidade que qualificações voltadas especificamente para cada especialidade ou mesmo um profissional específico para auxiliar no desenvolvimento dessas tarefares educacionais.

Ao observar as práticas realizadas pelos profissionais entrevistados, foi possível fazer uma análise sobre os desafios enfrentados pelos educadores da Educação Básica ao trabalhar uma educação inclusiva dentro das várias possibilidades de diagnósticos para cada especialidade dos alunos de Inclusão. A capacitação de professores e demais profissionais para a Educação Inclusiva é muito importante para promover a compreensão e a convivência com os paradigmas da diversidade, para construção de uma nova proposta educacional, que atenda a todos os alunos, em suas especificidades e diferenças.

O trabalho precário do educador e a falta de conhecimentos estão diretamente relacionados a formação ou capacitação recebida que não preparam o mesmo para lidar com as demandas. Além disso, podemos afirmar que existe uma crença por parte de muitos, que o aluno especial não é capaz de se desenvolver e agir de forma autônoma e esse fato dificulta bastante o trabalho e cria barreiras que impedem o avanço do aluno, pois a partir do momento que o professor não acredita no potencial do aluno ele está sendo preconceituoso e dificilmente vai investir nesse aluno.

Ao se deparar na sala de aula, com alunos com necessidades diferentes das que ele está acostumado a lidar, o professor, sente-se sozinho e confuso, não tem o apoio de

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que necessita, porque não há um trabalho conjunto, mas também não identifica suas limitações, reproduzindo sua aparente prática que nem sempre produz resultados positivos, para situações cada vez menos semelhantes. Interrompe o seu próprio diálogo criativo com a situação real complexa. (GÓMEZ, 1992, p.105-106).

É comum se deparar com professores que, num primeiro momento, demonstram sentimentos de incapacidade e até mesmo medo de trabalhar com alunos com algum tipo de deficiência ou distúrbio de comportamento em sala de aula regular. Muitas vezes a falta de preparo e informação impede o professor de desenvolver uma prática pedagógica sensível às necessidades do aluno incluído, dando espaço ao preconceito, o que contribui para que esse aluno não se sinta incluído e acolhido no ambiente escolar.

Sendo assim, o profissional que atua na Educação Especial tem uma responsabilidade muito grande para a formação integral do aluno e deve se capacitar, para oferecer uma educação de qualidade. Suas práticas devem estar voltadas para a formação de cidadãos críticos e reflexivos e não de sujeitos alienados de acordo com uma cultura que produz desigualdades e coloca as margens da sociedade aqueles que não se adequam aos padrões impostos por ela.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi constatado que a Educação Especial oferecida na escola pública brasileira apesar dos avanços conquistados ainda está distante de atender de forma adequada os alunos que se beneficiam com essa modalidade de ensino e este fato torna-se preocupante pois muitas vezes a teoria e a prática não andam juntas em todo processo de ensino aprendizagem e isso dificulta a evolução do trabalho que pode torna-se monótono e até mesmo sem sentido.

A escola ao receber alunos com necessidades especiais deve estar preparada para acolher esse aluno e garantir a sua inclusão, considerando que o mesmo vai fazer parte do ambiente escolar e deve receber uma educação igualitária, tendo todas as suas diferenças respeitadas, independentemente de suas especialidades ou limitações. Mas para isso é preciso haja investimento na qualificação dos professores que devem estar abertos para novas mudanças em suas práticas pedagógicas.

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Durante a realização da pesquisa foi possível observar que os professores se esforçam para adequar-se ao trabalho com a Educação Especial, mas os mesmos enfrentam muitas dificuldades por não terem o preparo necessário para lidar com as demandas que surgem em sala de alua. Essas demandas envolvem questões relacionadas a particularidade da deficiência de cada aluno, visto que cada um apresenta um tipo de deficiência e dividem o mesmo espaço e precisam ser devidamente assistidos.

Os professores não escondem que muitas vezes sentem-se incapazes e ficam com muita angustia por não poder realizar um excelente trabalho nas turmas, mas por outro lado a grande maioria deles expressam o desejo de querer buscar novos saber e assim ressignificar a sua pratica docente, se renovar e esperam ansiosos por mais investimentos em qualificação para trabalhar adequadamente com a Educação Especial, haja visto que para muitos o investimento em cursos ou especializações muitas vezes é financiado pelo próprio professor.

Em contra partida ainda há aqueles que demonstram resistência para renovar e investir em mudanças que otimizem as suas práticas pedagógicas, pois demonstram não acreditar muito no potencial do aluno portador de NEE.

O trabalho do educador na Educação Especial, requer práticas pedagógicas positivas, que promovam uma aprendizagem significativa e resultados satisfatórios na vida dos alunos.

A prática adequada a uma determinada modalidade de ensino faz toda a diferença, mas para isso é necessário que o educador procure refletir sobre as suas intervenções procurando basear-se em fundamentos teóricos que orientem todo o seu trabalho.

Na trajetória do trabalho, foi possível observar que as práticas pedagógicas dos educadores na Educação Especial, ainda deixam muito a desejar pois os mesmos ainda enfrentam muita dificuldade e resistência para explorar o assunto com propriedade e naturalidade, muitas vezes ignorando ou podando o aluno, deixando ainda perpetuar as regras preconceituosas que ditam as normas de comportamentos aceitáveis pela sociedade. Alguns profissionais entrevistados atribuem essa deficiência a sua formação inicial que não possibilitou uma qualificação para trabalhar com as demandas relacionadas pratica educacional que a Educação Inclusiva necessita para ser trabalhada em sua amplitude.

Durante o desenvolvimento desse trabalho verificou-se que os educadores selecionados para a realização desta pesquisa acreditam que a inclusão de pessoas com deficiências no âmbito escolar é necessária e urgente e a qualificação do profissional é algo imprescindível. Mas também se percebe que o grande desafio posto para os cursos de formação de professores é o de produzir conhecimentos que possam desencadear novas atitudes que permitam a compreensão de situações complexas de ensino, para que os

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professores possam desempenhar de maneira responsável e satisfatória seu papel de ensinar e aprender para a diversidade.

O que se tira de aproveitamento positivo dessa experiência foi o fato de perceber como cada professor tem sua metodologia particular de desenvolver a sua prática positiva de trabalhar da melhor maneira possível com os seus alunos seja eles de ensino regular ou pessoa com deficiência, mas que estão inseridos na escola da atualidade e devem ser respeitados com todos os direitos de cidadania que lhes são garantidos.

A chamada Educação Inclusiva tem como principal e relevante ação a plena da participação de todos os alunos, imbuindo-se com ensinamentos, atitudes e comportamentos tolerantes que devem assegurar uma educação de qualidade, como veículo para a construção de uma sociedade participativa. A realização deste trabalho visa contribuir para a relação harmoniosa entre teoria e prática o que possibilitou muitas contribuições no processo de aprendizagem. Ao observar as práticas realizadas pelos profissionais e a análise dos questionários semiestruturadas respondidos, foi possível fazer uma análise sobre os desafios enfrentados pelos pais e professores da Educação inclusiva.

A inclusão escolar é um dos temas educacionais mais discutidos, o que tem proporcionado no sistema educacional a matrícula de alunos com NEE na escola regular, preferencialmente na classe comum, inclusive para os alunos que não tem como custear uma educação particular. A escola regular deve estar pronta para receber todos os alunos, independente das características que possam apresentar. Ela é o espaço educacional que deve ser usufruído por todos.

Os alunos com necessidades educacionais especiais não devem ficar fora da escola, assim como não devem ser separados dos outros dentro do mesmo espaço escolar. A escola deve trabalhar a diversidade com o objetivo de incluir todos os alunos garantindo os seus direitos e promovendo o bem-estar de todos sem a segregação de grupos que colabora para reforçar uma educação capenga que muitas vezes deixa a desejar e não atende a necessidade dos alunos incluídos na Educação Especial.

O processo de inclusão requer uma escola aberta e renovada que considere e respeite a diversidade, com profissionais comprometidos com a educação e capazes de superar todas as barreiras que aparecem em toda a trajetória do processo de ensino aprendizagem para garantir aos alunos uma educação diferenciada pautada no respeito a diversidade, garantindo para os mesmos uma inclusão que vai além das propostas assegurada por lei e que muitas vezes não saem da teoria.

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Em suma, a Educação Inclusiva requer muitos investimentos e políticas que façam valer os direitos garantidos da pessoa com necessidades educacionais especiais e isso envolve principalmente a reciclagem de professores que muitas vezes se encontram em situações bastante delicadas sem saber como agir diante das demandas que enfrentam no dia a dia em sala de aula, onde convivem com os alunos que necessitam de uma atenção diferenciada. Por falta de qualificação desse profissional a educação perde a sua qualidade e os alunos perdem muito com isso.

A realização deste trabalho visa contribuir para relacionar a teoria com a prática e trouxe muitas contribuições no processo de aprendizagem. Ao observar as práticas realizadas pelos profissionais e realizar a enquete por meio do questionário semiestruturadas foi possível fazer uma análise sobre os desafios enfrentados pelos professores da Educação Especial ao trabalhar com alunos especiais em salas de ensino regular. Observa-se que a falta de qualificação não é o único desafio pois alguns profissionais ainda se encontram atrelados a uma cultura que poda toda e qualquer forma de mudança e isso causa impacto direto na resistência de procurar se reciclar e se adequar as novas configurações presentes na sociedade.

O Curso de Especialização em Inclusão e Diversidade na Educação permitiu um aprendizado diferenciado quando propôs ao aluno sair da zona de conforto e ir em busca de informações e novas experiências no campo da educação, considerando as novas configurações da sociedade, onde se apresentam avanços e desafios relacionados aos alunos das escolas brasileiras que muitas vezes passam por muitas privações tendo seus direitos negados por negligencias que devem ser corrigidas para que se tenha uma educação de qualidade para todos.

REFERÊNCIAS

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Referências

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