XXVIII Congresso de Iniciação Científica
Efeito da proantocianidina sobre o estresse oxidativo e atividade de metaloproteinases por células odontoblastóides
Thainá Andrade Motta, Josimeri Hebling, Fernanda Gonçalves Basso, Lais Medeiros Cardoso, Carlos Alberto de Souza Costa. Campus UNESP Araraquara, Odontologia, thaina.amotta@gmail.com Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC Reitoria
Palavras Chave: Odontoblastos, metaloproteases, compostos fenólicos
Introdução
As proantocianidinas (PA) são compostos fenólicos naturais que apresentam atividade antioxidante, antiinflamatória e antibacteriana1. A PA isolada da semente de uva também tem se apresentado como um efetivo agente promotor de ligação cruzada, promovendo a biomodificação do colágeno dentinário, aumentando a resistência desta molécula à degradação enzimática, principalmente pelas metaloproteinases (MMPs)2. Estas enzimas atuam na degradação proteolítica de diversos componentes da matriz extracelular. Na dentina humana já foram identificadas as MMP-2, -8, -9, 13 e -20. Além disso, as células pulpares, como os odontoblastos também apresentam a capacidade de sintetizar e secretar MMPs, principalmente em eventos inflamatórios e/ou infecciosos3. Desta forma, a aplicação da PA sobre o substrato dentinário poderia promover uma inibição da degradação enzimática da matriz dentinária e inibir o estresse oxidativo e a síntese de MMPs pelos odontoblastos subjacentes ao tecido dentinário, protegendo o complexo dentino-pulpar.
Objetivo
Avaliar o efeito da proantocianidina (PA) sobre a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e de MMPs por células odontoblastóides MDPC-23.
Material e Métodos
As células foram cultivadas em placas de 96 compartimentos em meio de cultura DMEM suplementado com solução antibiótica (Pen/Strep 1%) e 10% de soro fetal bovino (SFB) por 24 horas.
Foram realizados dois protocolos, onde as células foram submetidas ao tratamento com PA antes ou após o contato com peróxido de hidrogênio a 3%
(H2O2). A resposta oxidativa foi determinada por meio da análise da formação de EROs, utilizando uma sonda fluorescente, enquanto a atividade de MMPs foi avaliada por meio do ensaio de zimografia in situ. As células foram tratadas com PA em meio livre de SFB nas concentrações 0,5, 1, 5 e 10%, por 1 hora. Foram realizadas análises qualitativa (microscopia de fluorescência) e quantitativa (intensidade de fluorescência - Synergy H1, Biotek).
Os dados quantitativos foram analisados estatisticamente pelo teste de ANOVA, complementado pelo teste de Tukey, considerando o nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
Independente do protocolo de tratamento, houve redução da síntese de EROs (Figs. 1 e 2) e da atividade gelatinolítica (Fig.3) pelas células MDPC- 23, de forma concentração-dependente.
Figura 1. Formação de EROs pelas células odontoblastóides expostas à PA em diferentes concentrações, previamente ao contato com H2O2. Barras representam média e desvio padrão. Grupos identificados com letras diferentes apresentam diferença estatisticamente significante (Tukey, p<0,05).
0 C H2O2 PA 0,5% PA 1% PA 5% PA 10%
25 50 75 100 125
Intensidade de fluorescência (% do grupo controle)
100% 107% 81% 84% 70% 67%
b a c c
d d
Figura 2. Formação de EROs pelas células odontoblastóides tratadas com solução de PA em diferentes concentrações, após contato com H2O2. Barras representam média e desvio padrão. Grupos identificados com letras diferentes apresentam diferença estatisticamente significante (Tukey, p<0,05).
Figura 3. Atividade gelatinolítica das células odontoblastóides tratadas com PA em diferentes concentrações previamente (A) ou após contato com LPS (B).
Conclusões
O tratamento das células MDPC-23 com PA nas diferentes concentrações, previamente ou após os estímulos oxidativo e inflamatório, resultou em redução da resposta oxidativa e da atividade gelatinolítica, sendo a concentração de 10% a mais efetiva.
Agradecimentos
CNPq bolsa PIBIC Reitoria
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1 Bagchi, D.; Bagchi, M.; Stohs, S.; Ray, S.D; Sen, C.K.e Preuss, H.D.
Ann. NY Acad. Sci. 2002; 957: 260-270.
2 Chaussain, C.; Boukpessi, T.; Khaddam, M.; Tjaderhane, L.; George, A. e Menashi, S. Front. Physiol.. 2013; 4: 1-8.
3 Seseogullari-Dirihan, R.; Apollonio, F.; Mazzoni, A.; Tjaderhane, L.;
Pashley, D.; Breschi, L.; e Tezvergil-Mutluay A. Dent. Mater. 2016; 32 (3): 423-432.
C H2O2 PA 0,5% PA 1% PA 5% PA 10%
0 25 50 75 100 125
Intensidade de fluorescência (% do grupo controle)
100% 107% 90% 81% 74% 77%
b a
c d e e