XXXI Congresso de Iniciação Científica
Estudo Estatístico de Desastres Naturais Regiões Administrativas de Franca, Barretos e de São José do Rio Preto
Leonardo Vaz Moreira Magalhães, Anna Silvia Palcheco Peixoto, Campus Bauru, Faculdade de Engenharia – FE, Engenharia Civil, leonardovmmagalhaes@gmail.com, Bolsa PIBIC-Reitoria
Palavras Chave: Desastres hidrológicos, critérios sociais e critérios ambientais
Introdução
Desastre natural é um evento que causa prejuízo econômico, ambiental, humano e desordena o funcionamento da sociedade [1]. Em países em desenvolvimento, além das características físicas é influenciado também pelas características sociais das localidades [2].
Objetivo
O objetivo da pesquisa é propor uma metodologia para avaliação do perigo de ocorrência de desastres hidrológicos por meio da análise da precipitação, critérios sociais e ambientais. Enfatiza-se somente o uso de dados de acesso público facilitando sua replicação em outras regiões.
Material e Métodos
A área de estudo abrange as Regiões Administrativas de Franca, Barretos e São José do Rio Preto, as quais apresentam significativo crescimento populacional e econômico, demandando um melhor planejamento para evitar possíveis situações de desastres naturais. Os dados históricos dos desastres, compreendidos no período de 2000 a 2017, como data, coordenadas geográficas e número de vítimas foram coletados do Banco de Dados do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) [3]. Posteriormente, para cada desastre foi obtida a chuva diária, acumulada de três e sete dias provenientes da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Centro de monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN). O critério social considerou o índice de pobreza, a densidade demográfica e a população idosa de cada localidade segundo os dados do censo de 2000 e 2010 do IBGE. Para a ponderação do critério ambiental foi considerado a geologia, a geotecnia e a geomorfologia referente a cada ocorrência. Para se comparar diferentes cenários foi utilizado o software @Risk.
Resultados e Discussão
Foram contabilizados 99 desastres hidrológicos distribuídos em 30 cidades das 138 estudadas.
Franca e São José do Rio Preto (Figura 1) foram consideradas referências da pluviosidade histórica para os demais eventos em diferentes municípios por apresentarem o maior número de ocorrências.
Figura 1 – Distribuição Log-Normal no histórico de chuva acumulada de sete dias de São José do Rio Preto
Destaca-se que Franca foi atingida por mais dias com chuva, entretanto em São José do Rio Preto houve precipitações mais severas. Para ambas localidades a maior probabilidade de ocorrência de desastre foi observada nas chuvas acumuladas de três dias. Para o critério social, para Franca prepondera a influência da densidade demográfica e em São José prevalece a população idosa.
Conclusões
O agente deflagrador, a chuva, apresentou-se como principal ponderador risco de desastres hidrológicos apesar da influência de fatores sociais e físicos. A Formação Adamantina, solos com alta erodibilidade e as colinas médias foram as características físicas dominantes nos sinistros estudados.
Nesse sentido, a análise de risco segundo a metodologia exposta oferece subsídio para as ações dos agentes governamentais direcionadas a localidades com maior risco a fim de aumentar a resiliência dessas comunidades.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao órgão de fomento CNPq pela bolsa de iniciação científica concedida.
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1KINOSHITA, Youhei et al. Quantifying the effect of autonomous adaptation to global river flood projections: application to future flood risk assessments. Environmental Research Letters, v. 13, n. 1, p.
014006, 2018.
2ALCÁNTARA-AYALA, Irasema. Geomorphology, natural hazards, vulnerability and prevention of natural disasters in developing countries. Geomorphology, v. 47, n. 2-4, p. 107-124, 2002.
3IPMet (2017). Centro de Meteorologia da Faculdade de Ciências/UNESP. Banco de dados de desastres naturais. Disponível em https://www.ipmet.unesp.br/. Acesso em Setembro/2017.