XXIV Congresso de Iniciação Científica
Aprendizagem do conceito de frações frente a situações de aprendizagem sugeridas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Leonardo Cintra Lopes da Silva, Raquel Gomes de Oliveira e, FCT- Unesp, Presidente Prudente-SP, Licenciatura em Matemática, leo.cintra@hotmail.com bolsa do Programa Renove (PROPe-Unesp) Palavras Chave: Currículo de Matemática, frações, ensino-aprendizagem,
Introdução
Resultados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP que mostram o desempenho dos alunos quanto ao conceito de frações contribuem para que seja investigada a natureza do material didático disponibilizado às escolas públicas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE) e também o modo como este material é trabalhado em situações de ensino e aprendizagem em sala de aula. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é verificar a existência de referenciais científicos propostos por Piaget, Inhelder e Szeminska (1948) para que seja feita a construção significativa do conceito de frações. De acordo com Piaget, Inhelder e Szeminska (1948), a noção de fração quer seja relativa à quantidade contínua (área, comprimento, volume) quanto à quantidade descontínua ou discreta (bolinhas, grãos, botões, figurinhas) constrói-se no nível das operações concretas e esta construção do conceito de fração só é possível quando ocorrer uma articulação entre os seguintes elementos: existência de uma totalidade divisível;
existência de um número determinado de partes;
esgotamento da divisão do todo; relação entre o número de partes e o número de cortes; igualização das partes; compreensão de que cada fração pode também ser um todo sujeito a novas divisões e atendimento ao princípio da invariância. Este último elemento, princípio da invariância, diz respeito ao fato de a quantidade (contínua ou discreta) dos objetos não variar em função da variação de suas formas, posições, arranjos. É preciso que o aluno tenha a capacidade de compreender que essas modificações resultam de transformações mentalmente reversíveis. Somente tendo esta capacidade é que a entenderá que uma parte é o resultado da diferença entre o todo e a(s) outra(s) parte(s) e também que a soma de todas as partes é igual a este todo.
Material e Métodos
A pesquisa está sendo realizada em uma sala de aula de 6º ano de uma escola pública da cidade de Rancharia-SP. Esta sala de aula foi escolhida pelo fato de a professora de Matemática afirmar ter utilizado em suas aulas as sequências de aprendizagem para o conceito de frações dispostas pela SEE. Para o levantamento de dados, será
aplicada uma prova diagnóstica para todos os alunos da sala para averiguar o desempenho quanto ao conceito de frações. Especificamente serão contempladas na prova diagnóstica questões abertas e fechadas sobre o conceito de frações voltado para os subconstrutos da relação parte-todo, associação entre representação pictórica e a linguagem matemática, equivalência e ordem entre frações e representação fracionária. Antes da aplicação da prova será analisado o caderno de um aluno assíduo nas aulas de Matemática com o objetivo de analisar o que foi trabalhado sobre o conceito de frações em termos de exercícios e materiais utilizados pela professora. As análises do desempenho dos alunos na prova diagnóstica e do material didático proposto pela SEE serão realizadas em termos do referencial teórico da pesquisa.
Resultados e Discussão
Os resultados encontrados serão base para a elaboração de uma sequência de aprendizagem que buscará oportunizar a superação de dificuldades encontradas pelos alunos na construção do conceito de frações. Esta sequência contemplará princípios construtivistas para o ensino e aprendizagem de conceitos escolares apontados por Clements e Battista (1990), além dos elementos propostos por Piaget, Inhelder e Szeminska (1948).
Agradecimentos
Agradeço a escola E.E. Dom Antônio José dos Santos por aceitar o desenvolvimento da pesquisa.
Especialmente a professora Eliane Vargas por sua disposição em ajudar no que for necessário sempre pensando no melhor para seus alunos.
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1CLEMENTS, D. & BATISTA, M.T. Constructivist Learning and Teaching. Arithmetic Teacher, 38(1), p. 34-35, 1990.
1PIAGET, Jean; Inhelder, B. e Szeminska, A. La Partition des Surfaces et la Notion de Fraction. In: La Geómétrie Spontanée de l’Enfant.
Paris: Press Universitaires de France, 1948.
2SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Caderno do Professor: matemática, ensino fundamental. São Paulo: 20012.