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Faculdade de Enfermagem

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Academic year: 2023

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Submissão, domínio e resistência dos enfermeiros no contexto neoliberal à luz de Pierre Bourdieu/Eugenio Fuentes Pérez Júnior. O objetivo deste estudo é a relação entre submissão, dominação e resistência entre enfermeiras no sistema capitalista neoliberal na perspectiva do pensador Pierre Bourdieu. Produção sobre submissão e domínio do enfermeiro no sistema capitalista neoliberal na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Mapear a produção de teses e dissertações sobre a submissão e a dominância dos trabalhadores de enfermagem no sistema capitalista neoliberal. Este estudo centra-se nas relações de sujeição, domínio e resistência dos trabalhadores de enfermagem no sistema capitalista neoliberal na perspectiva do pensamento de Pierre Bourdieu. Emprego instável, redução de direitos trabalhistas, condições de trabalho inadequadas como: falta de insumos, sobrecargas e intensificação do trabalho são exemplos frequentes no cotidiano dos trabalhadores de enfermagem.

Isso me motivou a aprofundar meus estudos sobre as relações de subordinação, dominação e resistência dos trabalhadores de enfermagem no sistema capitalista neoliberal. Quais condições contribuem para que os trabalhadores de enfermagem sejam submetidos a situações de trabalho inadequadas. É neste espaço de relações e/ou disputas que pretendemos investigar a construção de relações de subordinação e dominação dos trabalhadores de enfermagem no contexto neoliberal.

Figura 1- Produção sobre submissão e domínio dos trabalhadores de enfermagem no sistema capitalista neoliberal na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Tabela 1- Produção científica de enfermagem sobre precarização do trabalho de enfermagem  e  sua  repercussão  para  o  serviço  de  enfermagem  e  a  saúde  dos  trabalhadores,  por  ano de publicação, Rio de Janeiro, 2017
Tabela 1- Produção científica de enfermagem sobre precarização do trabalho de enfermagem e sua repercussão para o serviço de enfermagem e a saúde dos trabalhadores, por ano de publicação, Rio de Janeiro, 2017

O contexto neoliberal

A restruturação produtiva

Vale ressaltar que o fordismo, o taylorismo e o toyotismo são expressões particulares de controle do processo de trabalho através da dinâmica de acumulação capitalista, entendidas como métodos de gestão que funcionam como disciplinas de trabalho. Ainda sobre o controle do trabalho, proposto pelo sistema de produção taylorista, Richard Sennett (2014) analisa o controle sistemático e rigoroso do processo de trabalho. Em termos de controlo do trabalho, tanto o taylorismo como o fordismo utilizaram mecanismos para convencer a força de trabalho com base no uso da força.

Essa estratégia de expropriação do conhecimento dos trabalhadores e do controle sobre o processo de trabalho tem contribuído para a criação de uma estreita dependência entre o trabalhador e a organização capitalista do trabalho (LIMA; BRISOLA, 2008; RIBEIRO, 2015; SANTOS, 2015). Ou seja, por meio da mecanização e otimização dos processos de trabalho que contribuam para maior produtividade, rentabilidade, acumulação de capital e consequente desenvolvimento econômico (LIMA; BRISOLA, 2008; RIBEIRO, 2015). A saúde criou novas relações de trabalho e novos desafios para a gestão dos serviços de saúde e para trabalhadores de diferentes categorias ocupacionais (CARVALHO, 2014; DRUCK, 2011; GOMES et al., 2016).

Porque acabam em condições de vulnerabilidade porque estão sujeitos às normas impostas pelo mercado de trabalho (MONTAÑO, 2010). Nas pesquisas sobre o uso de álcool e drogas entre trabalhadores de enfermagem, isso indica que as características decorrentes das condições de trabalho são expressas como fatores. O sistema produtivo capitalista estabeleceu seus pilares na extração de mais-valia, no processo produtivo, por meio da exploração da força de trabalho (COSTANZI, 2007; MARX, 2017).

O Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas em Saúde e Ambiente de Trabalho (DIESAT), no início da década de 1980, e a criação da Rede Nacional de Serviços de Atenção à Saúde do Trabalhador (RENAST), em 2002, surgiram no cenário brasileiro como ações coletivas para combater a condições que agridem a dignidade do trabalhador (SELIGMANN-SILVA, 2011). Com a expansão do mercado mundial, surgiu a necessidade de medidas de padronização e regulação do processo de trabalho nos países produtores de bens industrializados, com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919. O modelo de Medicina do Trabalho (MT), inaugurado com A Primeira Revolução Industrial centrou-se na visão orgânica e teve como objetivo promover a adaptação do trabalhador ao ambiente de trabalho segundo a lógica da medicina mecanicista e fisiológica.

A CLT foi a legislação brasileira que regulamentou todo o processo de contratação trabalhista no país, garantindo os direitos sociais dos trabalhadores, incluindo dentro dela um capítulo referente à segurança e saúde dos trabalhadores (POLIGNANO, 2001). Uma série de atividades que visam, por meio de ações de vigilância epidemiológica e de vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, bem como visam à recuperação e reabilitação de trabalhadores sujeitos a riscos e lesões decorrentes das condições de trabalho (BRASIL, 1990, pág. 3). . A força de trabalho é influenciada por uma lógica que exige mecanismos flexíveis para gerir o processo produtivo de bens e serviços no contexto de uma economia globalizada (SOUZA, 2010).

Nos fatores de risco entendidos como “a presença de condições no ambiente de trabalho capazes de produzir efeitos indesejáveis ​​à saúde do empregado, vemos uma ruptura na relação entre a saúde do empregado e as condições de trabalho” (99 p. 3. Entre Como principais consequências a insegurança da saúde dos trabalhadores leva ao surgimento do adoecimento dos profissionais devido a distúrbios osteoarticulares, cardiovasculares e gastrointestinais, além do aumento do número de acidentes de trabalho (SELIGMANN-SILVA, 2011).

Campo e participantes da pesquisa

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos participantes que atuavam na enfermagem ou que atuavam em regime de trabalho precário há pelo menos um ano. Todas as formas de acesso ao mercado de trabalho por meio de contratos não regulamentados pela CLT ou por meio de concorrência pública estável foram aceitas como recrutamento em regime de trabalho precário, que também envolveu participantes. O recrutamento dos participantes ocorreu por meio de convite verbal para aulas de especialização na Faculdade de Enfermagem, nos intervalos das aulas.

Os objetivos do estudo foram explicados à turma e os especialistas foram convidados a participar livre e voluntariamente do estudo. Após o recrutamento, as entrevistas foram realizadas entre abril de 2018 e junho de 2018, sempre aos sábados, conforme horário de aulas e no intervalo da pós-graduação (antes do início das aulas). para não prejudicar a dinâmica da aprendizagem. Após a admissão, os participantes leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e, individualmente, em ambiente privativo, foram prestadas declarações.

Aspectos éticos da pesquisa

Coleta de dados

De forma semelhante, percebe-se que no cotidiano do trabalho existem subjetividades produzidas pelo enfrentamento dos trabalhadores, que geram alienação e submissão à deterioração das condições de trabalho. Com base nas evidências apresentadas, pode-se deduzir que a deterioração das condições de trabalho vividas pelos enfermeiros constitui um fator relacionado com a insegurança do trabalho e que constitui uma violência laboral perpetrada contra os trabalhadores no âmbito da sua subjetividade. Nesse sentido, o processo de trabalho vivenciado pelos enfermeiros, conforme apontado em seus depoimentos (realizar inúmeras atividades sem pausas, mesmo além dos limites das necessidades fisiológicas dos trabalhadores e de forma obrigatória), conforme ilustrado pelos participantes, demonstra a experiência intensificação do trabalho.

Esta categoria representa as condições relatadas pelos trabalhadores de enfermagem que favorecem sua submissão às condições de trabalho indesejáveis ​​presentes no cotidiano de trabalho precário. Com base nos pressupostos apresentados, compreende-se que o medo do desemprego presente no mundo do trabalho afeta a subjetividade dos trabalhadores de enfermagem, incentivando a sua submissão e domínio. Outra condição relacionada ao mundo do trabalho vivenciada pelos trabalhadores de enfermagem que aparece como mediadora da exposição a condições adversas.

Tais situações são consequências do processo de reestruturação produtiva que também está presente na precarização do trabalho vivenciada pelos enfermeiros. A categoria representa as consequências do trabalho inseguro para a saúde vivenciadas pelos enfermeiros, mencionadas por 18 participantes. Quanto às consequências do trabalho inseguro para a saúde dos trabalhadores de enfermagem, verifica-se que os participantes relatam impactos na sua saúde física e mental.

Em relação à investigação das condições relatadas pelos trabalhadores de enfermagem que favorecem sua exposição às condições de trabalho indesejáveis ​​presentes no cotidiano precário de trabalho, o uso do medo relacionado ao desemprego e a necessidade de manutenção dos meios de subsistência foram identificados como as principais intervenções presentes no trabalho precário, que afetam a subjetividade dos trabalhadores. Resistência dos trabalhadores de enfermagem e mecanismos de contrarresistência presentes no contexto da precarização do trabalho.

Figura 2- Esquema representativo da técnica de triangulação de dados. Rio de Janeiro,  Brasil, 2017
Figura 2- Esquema representativo da técnica de triangulação de dados. Rio de Janeiro, Brasil, 2017

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Tabela 1- Produção científica de enfermagem sobre precarização do trabalho de enfermagem  e  sua  repercussão  para  o  serviço  de  enfermagem  e  a  saúde  dos  trabalhadores,  por  ano de publicação, Rio de Janeiro, 2017
Tabela  2-  Mapeamento  da  produção  de  teses  e  dissertações  sobre  submissão  e  dominação  do  trabalhador de enfermagem no sistema capitalista neoliberal
Figura 2- Esquema representativo da técnica de triangulação de dados. Rio de Janeiro,  Brasil, 2017
Tabela  3  –  Características  laborais  dos  entrevistados.  Rio  de  Janeiro,  Brasil,  2018
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Referências

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