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Francisco Sanches Filho - Paco : memória coletiva da região na Serra Gaúcha, RS - 1889-1931

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Pais de Paco: Francisco Sanches e Antônia Buencella Foan Mapa parcial da região nordeste do estado do Rio Grande do Sul. Com o título "Paco: bandido ou vítima", expressa a inexistência e a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a vida e a trajetória de Paco.

Figura 27 –  Figura 28 –  Figura 29 –  Figura 30 –  Figura 31 –  Figura 32 –  Figura 33 –
Figura 27 – Figura 28 – Figura 29 – Figura 30 – Figura 31 – Figura 32 – Figura 33 –

BREVE BIOGRAFIA

14 De acordo com o registro de óbito n. 66, de 25 de setembro de 1924, do Cartório de Registro Civil do Município de Veranópolis, RS, o Sr. 21 O casamento foi celebrado no Cartório de Registro Civil do município de Bento Gonçalves, RS, sob o registro n. 7, de 30 de janeiro de 1911, perante o Dr.

Figura 11 – Mapa do município de Pinto Bandeira, RS
Figura 11 – Mapa do município de Pinto Bandeira, RS

PACO E LAMPIÃO: UM OLHAR POSSÍVEL

No entanto, Paco não publicou tantos retratos; porém, há um que pode ser considerado "sua marca", e publica diversos artigos sobre ele; está na capa do livro de Antônio Jesus Pfeil na primeira página da reportagem da Zero Hora intitulada "Paco, o bandido da Serra Gaúcha" (1988), na reportagem "A Saga de Paco", no Jornal Pioneiro (2001), em a primeira edição do livro de Gustavo Guertler (2001), e em diversas outras publicações, seja em jornais, blogs, sites, etc. No caso de Paco, o produto final deve tê-lo agradado, visto que muita gente da região ainda possui uma cópia daquela imagem e, segundo a socióloga Márcia Londero, várias pessoas entrevistadas nas décadas de 1980/1990 afirmaram tê-la. cópia daquele retrato de Paco. Na dúvida sobre a definição de ser bandido social ou não, o autor Roberto Rossi Jung (2009, p. 38) explica que no caso de Paco pode-se concluir que “tanto como bandido social quanto como bandido profissional. , sua inserção no banditismo teve forte contribuição para a relação que mantinha com os detentores do poder político da região”, levando ao entendimento de que os três assassinatos documentados e de sua escrita ocorreram em situações extremas onde era matar ou ser morto , e Paco venceu, o mesmo não aconteceu quando ele foi crivado de balas e morto em uma emboscada perto de sua casa em 1931.

Figura 21 – Paco – Francisco Sanches Filho
Figura 21 – Paco – Francisco Sanches Filho

PACO NA LITERATURA

Este livro foi bem recebido pelo público leitor - tanto que foi reimpresso em 1995 - mas o mesmo não aconteceu com a família de Paco, que não gostou da forma como o patriarca foi retratado nesta obra, e o próprio título da obra livro - O fim trágico do bandido Paco - já mostra a posição do autor em relação ao personagem central. Já Sejane Dornelles, ao tratar da questão do banditismo em seu livro Os últimos bandidos a cavalo, de 1991, publicado pela editora da Universidade de Caxias do Sul, lembra de Paco não como um bandido, mas, talvez , como vigilante, e relata um incidente em que Paco consegue um padre para realizar um batismo, embora não recebesse o pagamento da família por isso, e conclui que "o que não se pode negar é que Paco Sanchez foi um homem corajoso e que ajudou os pobres. . Em termos de conquistas amorosas, não foi só Luzzatto (1987, p. 48) quem descreveu Paco como sedutor: "era um conquistador impaciente: não via fim!", outros autores citados relatam também a relação de Paco. em que conviveu com duas esposas - tendo filhos com ambas - e muitos outros casos esporádicos, que resultaram em seu rompimento com a moral social e religiosa da época.

Figura 24 – Capa do livro Paco
Figura 24 – Capa do livro Paco

A IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Em 1931, após a morte de Paco, o jornal chegou a publicar duas matérias sobre ele, uma em 24 de fevereiro, sob o título "O trágico fim do bandido Paco", e outra em 27 de fevereiro, "A vida e a morte de Paco" - uma sensacional relato de suas aventuras. O Jornal Caxias, fundado em 1927, na cidade de Caxias do Sul, circulava semanalmente e se declarava independente, publicou no dia 5 de março de 1931 na página 4 uma matéria intitulada "Era uma vez um Paco .., e foi fuzilado, esse é o destino dos Lampeões” (JORNAL CAXIAS, 1931). A segunda, uma série de reportagens denominada "A Saga de Paco", no Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, em 2001.

Figura 28 – João Nunes
Figura 28 – João Nunes

PACO E A JUSTIÇA – PROCESSOS

O outro, José Abraham, um fazendeiro sírio que morava em Bento Gonçalves, deve ter conhecido Paco há algum tempo, pois ele morava perto da casa de sua amante Olympia. A informação chegou aos ouvidos do delegado de Veranópolis, Octacílio Vaz – que já procurava Paco – que decidiu ir ao seu encontro. Esse confronto é um dos mais influentes dentre os publicados e comentados na historiografia de Paco.

Figura 29 – Casa onde residiam Olímpia Frattini e os filhos
Figura 29 – Casa onde residiam Olímpia Frattini e os filhos

MEMÓRIA

No entanto, segundo Le Goff (2013, p. 422), podem afetar a forma como a memória é mantida, pois “o esquecimento e o silêncio da história revelam esses mecanismos de manipulação da memória coletiva”. Ainda na continuação da história de Paco Sanches, o autor observa que “[o livro] foi lançado com assinaturas na Feira do Livro de Porto Alegre e na Feira do Livro de Gramado” (26 de junho de 2021). Sobre a posição da família e a recusa em fazer um filme sobre a história de Paco, ele relata que “os filhos adoravam o pai e o respeito à sua memória era maior do que o interesse financeiro” (28 de junho de 2021).

HISTÓRIA ORAL

Ele corrobora a afirmação de Gandon (2001, p. 151), lembrando que "as referências escritas nem sempre são mais confiáveis ​​do que as fontes orais". Caberia então à história oral captar as vozes ocultas do conhecimento oficial, construídas por meio de documentos convencionais, em sua maioria escritos. Sarlo (2007, p. 93) diz que “todo relato do passado é uma representação, algo dito ao invés de um fato”.

ENTREVISTAS

A oralidade narrando Paco

Os colonos italianos que viviam na região estranharam que o pai de Paco tivesse uma barba tão longa, pois era costume entre eles não usar barba ou, quando muito, um bom bigode. Em vários relatos, consta também que o pai de Paco sempre o protegeu, que não impôs limites para o filho. O companheiro de Londero conta sobre isso (1989): “O pai de Paco e a mãe dele andavam nus, nus, nus, sempre nus, fazia frio, fazia calor, não usavam roupa, fosse inverno ou verão.

Ofícios de Paco através da História Oral

Em suas palavras: “Mas ele [pai] era remador, trabalhava até com jangadas, fazia rafting nesse rio e naquela cachoeira toda ali. Comentando o fato de Paco ser operário, os defensores relatam a época em que ele trabalhou como balseiro transportando mercadorias pelo Rio das Antas até a capital, afirmando que ele não negava serviços, “trabalhava na balsa quando ela estava lá na casa de Trajano serraria, que para lá traziam madeira de carroça. Segundo outra testemunha, pode-se perceber o quanto a fama de homem valente de Paco era conhecida na região, pois só quem não tivesse medo poderia dar aos comerciantes a garantia de que suas mercadorias não serão roubados, roubarão pelos caminhos selvagens pelos quais tiveram que chegar ao seu objetivo.

Religião na vivência de Paco – relatos orais

Uma história de Santo Antônio que era: levei um tiro, Santo Antônio sempre me ajudou..” (Abílio B., In LONDERO, Veranópolis, RS, 1989, volume 1). No livro Os últimos bandidos a cavalo, Sejane Dornelles, (1991, p. 211) relata um episódio da vida de Paco, que seu sobrinho, Juvenal França, confirma em 1998, e chega a dar o nome do padre, apesar de não ter tendo fornecido. algumas informações encontradas no livro de Dornelles.

Relações de poder e favores

Outro entrevistado também comenta sobre indivíduos que iam trabalhar na casa de Paco: “quase sempre tinha peão [peão], preto, sempre que tinha preto, ele tava lá, aí eles, era muito difícil achar uma casa sem peões, negros, mas era gente estranha, gente vinha de baixo, do Rio das Anto, vinha de todos os lugares" (Tomaz T., EM LONDERO, Veranópolis, RS, 1989, fita 2). Nos depoimentos recebidos, é unânime que aqueles que não eram seus inimigos foram muito bem tratados e também acolhidos em sua residência: "Ei, amigo, vem cá, nunca faltou comida, bebida, aguardente, vinho branco, vinho branco vinho, que era doce e ele só sabia disso, ..", e sim, nem todos eram seus amigos, "alguns não gostavam .." (Tomaž T., V LONDERU, Veranópolis, RS, 1989, fita 2) Sim, sim, seu local de residência na época também diz que ele estava com meu avô.

Respeito e Valentia

Por isso ele era bravo, ninguém batia nele”, [..] ele ia com a autoridade, mandava ele que era bravo, se tinha problema, ia lá no meio dividir alguma coisa. (Tomaz T., In LONDERO, Veranópolis, RS, 1989, fita 2). Outra declaração diz que até as autoridades o temiam: “Ele passou a ser temido por todos. Ela [avó, Maria Caselli Vetorelli] estava em casa uma noite com as crianças, meu avô Vetorelli, como um bom italiano tinha sete, oito filhos, nove e ela estava em casa e era uma noite chuvosa de inverno e o avô tinha ido embora. saiu com uma patrulha, que na época tinha outro nome, Timon, em homenagem a Pako e ele tinha ido lá armar uma emboscada para matar meu avô.

A Política, a polícia e a perseguição

Segundo a família, que acompanhou tudo, a culpa pela mudança de comportamento de Paco era da polícia e da política. O sobrinho de Paco, Juvenal França, 83 anos, afirmou que o tio era protegido pelas autoridades: "Octacilio era amigo de Paco" (SOTTILI, 1998, p e também confirma a versão de que João Nunes "estava esperando para matar Paco make" ( Idem , p. 123) A discórdia gerada, por sua vez, culminou na tentativa de Paco de se mudar para outra região.

Figura 30 – Gruta no interior de Veranópolis, RS
Figura 30 – Gruta no interior de Veranópolis, RS

Famílias e casos extraconjugais

Socorria, ela era uma mulher de muita coragem, de muita coragem" (Frederico S., V LONDERO, Bento Gonçalves, RS, 1991, cassete 7). O sobrinho de Paco, Juvenal França, foi perspicaz em seu depoimento sobre o porquê de Paco exercer tanta influência sobre as mulheres: “Para ele, as conquistas amorosas de Paco se deram pelos seguintes motivos: 'ele dizia que era solteiro; ele teve uma conversa para mil; era jovem;. De qualquer forma, os casos amorosos de Paco - apesar de inusitados - sempre foram conhecidos por todos - família, parentes e vizinhos.

Emboscada e morte

Sobre o enterro de Pako, existem várias versões; alguns afirmam que havia muitas pessoas, outros apenas familiares. Uma colega de trabalho, ao falar sobre isso com Sottil (1998, p. 136), limitou-se a comentar que "não vi o Paco, mas dizem que não sobrou um osso inteiro dos tiros que ele deu". Não é comum ouvir em relatórios, nem ver na historiografia, questionamentos sobre como o padrinho e companheiro de Paco, o então delegado Octacílio Vaz, continuou no desempenho de suas funções; apenas as ações de Sanchez são mostradas.

Figura 31 – Paco em seu leito de morte
Figura 31 – Paco em seu leito de morte

CURADORIA/CURADOR

Além disso, também é importante conhecer a história do Museu Municipal do município de Veranópolis, RS, onde a exposição foi efetivamente concebida e realizada. Mais adiante nessa evolução conceitual, vemos o termo vinculado à atividade de mediação, ou seja, de um especialista estabelecendo conexões entre grupos, públicos, pessoas com propostas, objetos, exposições ordenadas a partir de "modelos de ordem" definidos pelo mediador ( curador aqui). No caso específico da exposição sobre Paco Sanches – assunto a ser discutido adiante – a curadoria é um trabalho compartilhado com o coordenador da instituição – Museu Municipal de Veranópolis – e também historiador Bernardo Lucchini Bisatto.

MUSEUS

Ou seja, relaciona-se com a memória coletiva dessas sociedades, pois os museus são, sem dúvida, lugares de memória. Atualmente, os museus dispõem de diversas ferramentas que auxiliam e facilitam o cumprimento de seus objetivos. São as novas tecnologias, os recursos tecnológicos que aproximam os museus dos seus públicos, que dão maior visibilidade ao trabalho museológico e à participação do público.

MUSEU MUNICIPAL DE VERANÓPOLIS

55 A Política de Arrecadação do MUMVER está disponível para download em http://www.veranopolis.rs.gov.br/secretarias/28/turismo-e-cultura/271/museu-municipal-de-veranopolis-. Em geral, quando o assunto é a vida de Paco - Francisco Sanches Filho - o registro das fontes orais é de extrema importância. Disponível em: https://historiapublica.com.br/wp-content/uploads/2021/09/A-historia-e-seus-publicos-_-Na ais.pdf.

Disponível em: https://eliana-rezende.com.br/historia-oral-o-que-e-para-que-serve-como-se-faz/. Disponível em: https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2017/Janeiro/evolucao-do-titulo-de-eleitor-mostra-o-desenvolvimento-da-democracia- Brasileira, Acessado em: 17 de outubro

Figura 33 – Fachada atual da Casa de Cultura Frei Rovílio Costa, Veranópolis, RS
Figura 33 – Fachada atual da Casa de Cultura Frei Rovílio Costa, Veranópolis, RS

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Figura 01 – Folder da Peça Teatral “A Saga do Rio das Antas”
Figura 02 – Espaço Recuerdos de Paco, Mostra Decorare 2021
Figura 03 – Espaço Recuerdos de Paco, Mostra Decorare 2021
Figura 06 – Capa do Livro Paco: uma história escrita com chumbo
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Referências

Documentos relacionados

A construção do Museu Histórico de Belo Horizonte, obra da admi- nistração municipal de Juscelino Kubitschek em 1943, com o fim de pre- servar a memória da capital mineira, também