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Juliana Quirino Silva Alcantara

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Academic year: 2023

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A dissertação trata da relação entre teologia e ciência, entre fé e razão, no panorama do mundo moderno e secular, do ponto de vista do método científico. O objeto de pesquisa mudou então para uma consideração do fenômeno da secularização, uma análise da relação entre razão e religião, e chegou-se a uma análise do método científico e teológico.

Conceito de secularização

3 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo que aquele que não nascer de novo não verá o reino de Deus”. 4 Nicodemos perguntou: “Como pode alguém nascer, se já é velho? Poderá entrar segunda vez no ventre de sua mãe para nascer?” 5 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.

Secularização e Igreja

A proposta da Igreja foi inovadora e surpreendente, pois pretendia atender aos anseios de uma parte do povo católico e enquadrar-se na realidade presente neste momento histórico. Foi necessário ajustar a posição da Igreja diante desta nova atitude do homem para oferecer o diálogo com o mundo, que seguiu o seu caminho evolutivo.

A possibilidade da missão da Igreja nas diversas culturas

A economia da salvação permeia a relação com os outros, não pode acontecer sozinha e neste sentido a Igreja considera o homem como um ser social, inserido num universo cultural. A partir daí, constroem-se afinidades, comportamentos e hábitos repetitivos, dos mais comuns aos mais solenes, incluindo formas de relacionamento com o transcendente. Faz parte da cultura, mas distingue-se pela sua natureza transcendental/metafísica e pela possibilidade de experimentar a fé.

Portanto, pode encontrar pessoas de qualquer cultura, em qualquer espaço e tempo, inserindo-se em uma determinada realidade. Hoje, como no passado, muitas pessoas não têm a oportunidade de conhecer ou aceitar a revelação do Evangelho e de entrar na Igreja.

Conclusão

Ainda sem chegar a conclusões, damos um passo na reflexão sobre os temas para então tratarmos da fé e da razão na produção científica. O cientificismo, ou fé e otimismo sobre o poder da ciência, cria uma lacuna entre a fé e a razão, causando uma divisão cada vez maior entre as duas. Max Seckler, ao falar sobre Teologia e Ciências2, faz uma interessante reflexão sobre o tema, que tem estreita ligação com a fé e a razão.

À luz desta observação histórica e da busca pela verificação das possíveis interações entre fé e razão, consideraremos primeiro neste capítulo a natureza do ato de fé e uma abordagem inicial às possíveis relações entre razão e fé. 2 Optamos por tratar os termos “fé e razão” e “Teologia e Ciência” como expressões cooperantes, harmoniosas e até semelhantes no sentido expresso, embora não ignoremos o salto epistemológico que existe entre eles.

A natureza do ato de fé

O processo de crença interna apresenta uma trajetória que culmina em um elemento qualitativo no olhar. Como podemos conhecer Cristo se não trilharmos o caminho de segui-Lo na vida?'18 É necessário segui-Lo expressando através da prática a caridade original da fé: 'Em Jesus Cristo, realmente conta a fé que atua por meio do amor. ‖19. As teologias da práxis – como a teologia política, a da libertação e a da esperança – deram assim uma contribuição expressiva ao conteúdo epistemológico da fé e à atuação da teologia, incorporando a “prática da fé” ao processo metodológico24.

Toda prática, seja cristã ou não-cristã, exige, do ponto de vista teológico, a distinção da fé revelada”. A natureza da fé implica a acumulação de elementos: o conhecimento da Revelação (fé dogmática ou fé informada) e a prática de obras através do ágape (fé prática).

Relações entre fé e razão

E em outra passagem: “Você tem fé, e eu tenho obras!” Mostre-me sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei minha fé baseada em minhas obras. A crença nos demônios identifica um conhecimento doutrinário muito profundo da Revelação, que chega a reconhecer a messianidade de Jesus antes de qualquer outra pessoa (Mc 1,24), mas ao mesmo tempo identifica uma incapacidade absoluta de realizar obras através do ágape. Verweyen ilustra: os Padres da Igreja escolheram Platão; na Escolástica houve preferência por Tomás de Aquino e pela filosofia aristotélica; A.

Além da forma e do modo como a razão aparece e emerge na fé, seja imediata ou reflexivamente,34 Verweyen propõe examinar a fé como um todo, considerada ainda à luz da razão, com o objetivo principal de promover a sua justificação. Se [...] a mera tentativa de justificar a fé à luz da “razão” não é inadmissível ou pelo menos absurda.

Panorama histórico das relações entre fé e razão

Foram momentos em que houve uma oscilação entre o distanciamento amigável entre as ideias da Revelação e o horizonte da racionalidade (-e os milagres parecem interessantes apenas à luz do seu valor probatório externo e não por causa do seu significado como sinais‖39). a forte hostilidade, com a ideia de imposição extra-racional da Revelação - com “a imagem da Igreja Cristã nas guerras de religião e nos regimes absolutistas ocidentais, onde o que era apresentado como uma doutrina cristã vinculativa era considerado positivamente revelado no contexto das actuais composições entre Estado e Igreja» 40. Actualmente, é clara a necessidade de comunicação do elemento antropológico do Apocalipse na reflexão entre razão e fé. Se a crítica da linguagem não quiser entrar num círculo vicioso (não apenas hermeneuticamente), então o problema de uma “filosofia primeira” que chegue a critérios definitivos como diretrizes para a compreensão hermenêutica.

A questão mais proeminente colocada neste cenário refere-se essencialmente ao significado da religião e da Revelação e às situações concretas que as instituições seculares enfrentam hoje e se existe alguma “contribuição da Revelação cristã para o pensamento ‘pós-cristão’” 46. Mas quanto à justificação da fé antes da razão, ela não pode ser feita através de uma abordagem completamente externa ao facto histórico último da Revelação.

Outra forma de classificar a relação entre fé e razão

Na sua forma original sustenta que a razão é o único agente capaz de chegar à verdade, rejeitando em qualquer caso atos de fé na elaboração do argumento. Tal como o movimento anterior, reconhece os limites da razão, mas deixa vazios que podem ser preenchidos por atos de fé. Foi assim que os cristãos, no calor do santo zelo, destruíram com as próprias mãos o belo edifício cujo cuidado lhes foi transferido por séculos de fé.62.

Em outras palavras, sempre haverá um ato de fé que precede um ato de razão. O pré-requisito para tal tradução universal de uma lei natural é um ato de fé por parte do cientista.

Conclusão

No subtópico final foi apresentada a compreensão atual da relação entre fé e razão – fideísmo –; racionalismo; razão limitada, mas a única confiável; razão natural e adjacente combinada com fé sobrenatural e superior; a fé como elemento indispensável da razão. O conhecimento racional refere-se ao conhecimento geral da realidade, que pode ser alcançado independentemente da crença. Demonstradas as perspectivas existentes sobre a relação entre fé e razão, passamos ao estudo do método teológico em paralelo com o método científico.

Este tópico justificará especialmente a última corrente – a fé como elemento indispensável da razão –, explicará os elementos metodológicos e os conectará com a sua aplicação. No capítulo anterior foram enumeradas as formas como a relação entre fé e razão foi percebida pelo homem ao longo da história, com suas precisões e imprecisões, avanços e retrocessos.

Conceito e características do método

Destacamos a última perspectiva que identificou que, no exercício da razão, o pesquisador dá primeiro um passo metodológico de fé nas premissas do método científico. Neste trabalho destacaremos o aspecto do método e as demais dimensões serão tratadas secundariamente. Quando o método científico é exercitado, este elemento pode ajudar muito a desenvolver novas reflexões e estabelecer novas hipóteses.

Alves complementa afirmando que a execução do método científico exige criatividade, inteligência e engenhosidade, qualidades que libertam a pessoa da execução mecânica de uma trajetória, de forma enfadonha e obrigatória. Todas as características do método nos lembram que o método não foi feito para si mesmo, mas para servir a um escopo maior.

O método teológico a partir de seu objeto e finalidade

Por um lado, uma influência cultural [um comportamento desejável] que ajuda a dominar profissionalmente o método científico é o espírito de mudança. Desta forma, na Teologia o espírito de mudança contribui para que “o homem de cada época compreenda o sentido da sua vida e o seu destino final”, numa reflexão dotada de uma preocupação evangelística que conduz à inculturação da fé. . Movimento semelhante ocorre no método científico em geral: primeiro os fatos são coletados e depois passam a ser objeto de análise e interpretação.

À luz da fé e sob a orientação do magistério da Igreja, as disciplinas teológicas devem ser ensinadas de tal forma que os seminaristas possam haurir cuidadosamente os ensinamentos católicos da revelação divina, penetrá-los profundamente, fazer deles o alimento da sua própria vida espiritual. fazer e saber anunciá-lo, expô-lo e defendê-lo no ministério pastoral. 11. Esses movimentos nada mais são do que etapas do método no sentido mais amplo aplicável a qualquer Ciência.

Passos do método científico

Ao praticar o método científico, é importante ter uma compreensão satisfatória do acervo de conhecimentos prévios da Ciência específica a que pertence o assunto ou problema. A segunda etapa do método refere-se à capacidade do pesquisador de pensar e descobrir novos caminhos que levem ao seu objetivo final, o conhecimento confiável. Essa etapa é válida e aplicável a todas as ciências, mesmo aquelas realizadas por meio de pesquisas bibliográficas, como observa Feynman.

Será com base nos resultados concretos que se verificará se as hipóteses tiveram sucesso ou se precisam ser alteradas. Tudo isso para confirmar a objetividade dos meios e objetivos da pesquisa e alcançar um resultado comum/semelhante, independentemente de quem repete a pesquisa e em que momento e local ela é realizada.

Premissas do método científico

Premissas filosóficas

As premissas ontológicas cuidam do que é real, refere-se à interface entre o sujeito da pesquisa e o objeto de pesquisa, que direciona a pesquisa a analisar o objeto tal como ele é, com as características fundamentais que o identificam e que o separam dos demais. das coisas. A primeira refere-se à possibilidade de conhecimento, quando o sujeito entra em contato com o objeto e pode então extrair e sistematizar informações do objeto. 27 Alves explica que os trabalhos sobre história da ciência e metodologia científica raramente falam sobre as premissas do método.

O sexto elemento é a “existência de leis da natureza”32, como a lei da gravidade e a lei da ação e reação. O sétimo elemento é a “universalidade das leis da natureza”34, que reflecte o facto de as leis da natureza não exercerem gostos ou desgostos no mundo real.

Premissa teológica

No século XVI, a introdução do conceito de natureza pura na teologia não prosseguiu com ampla e aprofundada discussão entre os colegas. No século XVI, o conceito de natureza pura – originalmente teológico – começou a ser aceito por gerações de estudiosos brilhantes, mas não por teólogos. A suposição da natureza pura], por exemplo, não teria sido possível para os cientistas muçulmanos da Idade de Ouro do Islão.

No século XVIII, viriam à luz outras obras influentes desenvolvidas com base no axioma epistemológico da natureza pura. A frase espontânea de Laplace é representativa da aceitação metodológica, pela Ciência moderna, dessa premissa de natureza pura.49.

Conclusão

Dentre as premissas analisadas, destacamos que a natureza pura não é considerada um método teológico, mas apenas um método científico. A sua fiabilidade como conhecimento é o que legitima a sua aceitação como premissas ou axiomas do método científico”62. O método científico e o conhecimento confiável obtido através dele não se baseiam no eu ou na razão, mas num ato de fé nas premissas.

O ato de fé [de cada pesquisador], neste nível básico, fundamenta a condição de possibilidade epistemológica do método científico. O estudo do método científico e do método teológico possibilitou uma imersão mais profunda do que a compreensão do funcionamento da produção da Ciência moderna.

Referências

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(2) que a ética educativa deste documentarista reside na crença do poder que a imagem do filme documentário tem na revelação dessa verdade, na consequência que ela pode ter na vida