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MONOGRAFIA LUCAS.pdf

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Academic year: 2023

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Este trabalho monográfico tem como objetivo analisar os principais aspectos relativos à aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra o sistema tributário, definidos nos artigos 1º, 2º e 3º da Lei nº 8.137/90, bem como nos arts. No contexto dos crimes contra o fisco, há muita discussão sobre a aplicação do princípio acima, também conhecido como princípio da bagatela. Considerando que o imposto faz parte do patrimônio do Estado e se destina a garantir a prestação de serviços públicos essenciais, incluindo educação, saúde, segurança, lazer, seguridade social e assistência, este trabalho analisará feita a discussão sobre a aplicação do o princípio da insignificância aos crimes contra o Fisco.

NOÇÕES GERAIS DE PRINCÍPIOS

5.,

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

No campo do direito penal, segundo Cunha (2015, p. 67), os princípios podem ser explícitos, concretizados no ordenamento jurídico, ou implícitos, quando decorrem dos princípios expressamente previstos e decorrem da interpretação sistemática de determinados disposições. Conhecido em latim como nullum crimen, nulla poena sine lege, é um mandamento de extrema importância num Estado democrático de direito, que determina a subordinação de todos ao imperativo da lei, e até mesmo o exercício do poder pela lei limitado. governante. A garantia da legalidade, que também está presente em outros ramos do direito, torna-se ainda mais relevante no domínio do direito penal, porque este ramo representa essencialmente o exercício do poder e deve, portanto, ser limitado.

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

A sua intervenção só deverá funcionar quando falharem outras barreiras que protegem o bem jurídico proposto por outros ramos do direito. O princípio da intervenção mínima também reflete o caráter subsidiário e fragmentário do direito penal, o que traz a ideia de que a norma penal só será aplicada quando os demais ramos do direito não possuírem mecanismos suficientes para proteger o bem jurídico. A proteção dos bens jurídicos não se realiza apenas através do direito penal, mas todos os instrumentos do ordenamento jurídico cooperam nesta missão.

PRINCÍPIO DA LESIVIDADE

PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE

PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

É claro que o princípio da insignificância, embora não esteja expresso em nenhum dispositivo legal, é plenamente aceito pela doutrina e pela jurisprudência. O princípio da insignificância tem o significado de excluir ou afastar o próprio crime típico, ou seja, não considera o ato cometido como crime. A sua aplicação resulta, portanto, na absolvição do suspeito e não apenas na redução e substituição da pena. sentido ou não sua aplicação1. O princípio da insignificância surge como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal, que, segundo a dogmática moderna, deve ser considerado não apenas no seu aspecto formal, de sujeição do fato à norma, mas sobretudo no seu conteúdo material. de natureza valiosa, no sentido do dano efetivo que protege pelo direito penal ao bem jurídico, o que ancora o postulado da fragmentação do direito penal.

Por outro lado, os tribunais superiores têm entendido que o reconhecimento do princípio da bagatela no caso concreto não é absoluto. Segundo Queiroz (apud CUNHA, 2015, p. 72), “tais requisitos (exigidos pelo STF) para permitir a aplicação do princípio da insignificância parecem tautológicos”. Portanto, o princípio da insignificância deve ser observado em cada caso específico, dependendo de suas especificidades.

Além desta norma, o Código Penal define outros três atos que também constituem crime fiscal, nomeadamente a apropriação ilegal da segurança social (KP, Art. 168-A), o peculato (KP, Art. 334) e a evasão à segurança social. contribuições ( KP, Artigo 334). Artigo 337-A). Portanto, em caso de conflito evidente com as normas, a Lei nº. 8.137/90 prevalece sobre o Código Penal em razão do princípio da especialidade, haja vista que a conduta ali descrita tem como elemento subjetivo especial a livre vontade e a consciência de fraude por parte do fisco (CASTRO, 2014, p. 1). 1º da Lei segundo o princípio da especialização, pois neste caso não se trata de entrada ou saída de mercadorias do território nacional”.

Feitas estas breves considerações, analisemos a aplicação do princípio da insignificância aos crimes tributários.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Ou seja, a aplicação do referido princípio aos crimes fiscais baseia-se num critério monetário, que será analisado a seguir.

CRITÉRIO MONETÁRIO PARA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO

Para aplicação do princípio da indiferença penal nos crimes de contrabando/desvio de recursos, o valor do imposto sonegado deverá ser comparado ao patamar da Lei nº que é de R$ 2.500,00. O valor em relação ao nível do princípio da insignificância é, portanto, o valor do imposto sonegado, excluída a multa de 50% prevista no art. De acordo com os acórdãos do STJ e do STF, o princípio da insignificância aplica-se quando o valor do imposto suprimido é inferior a R$ 10.000,00 na prática de peculato ou contrabando.

Contudo, é óbvio que este valor de 10.000 reais) não é susceptível de representar uma perda real para os cofres públicos, portanto verifica-se que a aplicação do princípio da bagatela nos crimes tributários se baseia num critério monetário e não na ocorrência de danos significativos. ao bem jurídico protegido. O entendimento sobre a aplicação do princípio da indiferença nos crimes tributários começou a mudar desde então, gerando mais discussões. Juros moratórios e multas não são aplicáveis ​​na mensuração do valor que deve ser considerado para efeito de aplicação do princípio da insignificância (HC 195372/SP, Ministro Rel. JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, apurado no DJe.

No caso de aplicação ou não do princípio da insignificância, nos crimes de apropriação, apenas deverá ser tido em conta o critério objectivo, consubstanciado no valor tributário, e não os critérios de natureza subjectiva, como o carácter habitual. do crime em questão. O princípio da insignificância deverá ser aplicado ao crime de peculato quando os débitos tributários não ultrapassarem o limite de R$ 10 mil), adotado o disposto no artigo. 20, da lei nº, o que leva à aplicação, no caso, do princípio da insignificância, rejeitando qualquer consideração subjetiva.

Portanto, é evidente que após a publicação dos referidos regulamentos, existe uma divergência de opiniões entre os tribunais. Portanto, cabe-nos examinar os posicionamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Supremo Tribunal Federal (STJ), para tentar esclarecer o correto posicionamento quanto à influência do princípio da insignificância nos crimes tributários.

ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O STF, seguindo os ditames da legislação brasileira, sempre considerou a aplicação do princípio da insignificância para crimes contra a Ordem Tributária quando o valor do valor impresso fosse inferior a dez mil reais (R$), conforme definido pelo artigo. A importância do princípio da irrelevância deve ser avaliada tendo em conta todos os aspectos relevantes da alegada conduta. Contudo, com base no valor limite definido nas Portarias 75 e 130, de 2012, do Ministério da Fazenda, o Supremo Tribunal Federal apoiou, em princípio, a aplicação do princípio da insignificância.

I - De acordo com a jurisprudência deste Tribunal, o princípio da insignificância deverá ser aplicado ao crime de peculato quando o valor sonegado for inferior ao valor estabelecido no art. II - Despacho concedido para restabelecimento da pena de primeiro grau, em que foi reconhecida a incidência do princípio da insignificância e o paciente foi sumariamente absolvido com fundamento no art. Ressalte-se que o STF, mais uma vez, apoia a aplicação do princípio da insignificância apenas nos casos em que o valor do valor violado não ultrapasse o limite estabelecido nas Portarias 75 e 130 de 2012 do MF.

Para o STF, a análise do princípio da irrelevância dispensa considerações subjetivas, ou seja, serão analisados ​​apenas aspectos objetivos (STF, HC 77.003, AGI 559/504). Ressalte-se que o relator fundamenta a incidência do princípio da insignificância no valor fixado pela Administração Pública com a Portaria nº. 75/2012 do Ministério das Finanças, contornando assim o limite definido na lei n.º. a aplicação do princípio da insignificância em relação ao crime de peculato, considerado (a) o valor dos tributos evitados (II e IPI) e (b) o parâmetro fiscal correspondente ao valor de vinte mil reais) definido pelo artigo. 20 da Lei nº. Portarias n.º 75 e 130 do Ministério das Finanças.

Para que o princípio da irrelevância se aplique, deve ser considerado cada ato ilícito cometido separadamente, sendo irrelevante a existência de outros registos administrativos de apreensão envolvendo o mesmo autor.

ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Este Supremo entende que o princípio da insignificância no caso de evasão fiscal se aplica apenas quando o valor do imposto extinto for inferior a R$ 10 mil, o que não ocorreu no presente caso. Com base nisso, nota-se que o STJ deixa claro seu posicionamento quanto à aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra a disposição tributária, afirmando que tal incidência só deverá ocorrer quando o valor do tributo ofendido for inferior a R dez mil reais equivale a. ). O STJ tem posição consolidada de que o princípio da insignificância só pode ser aplicado ao crime de.

I - De acordo com a jurisprudência estabelecida no âmbito do Praetorium Excelso – 1ª e 2ª Turma – o princípio da imaterialidade aplica-se aos débitos tributários que não ultrapassem o limite de R 10.000 reais), observado o disposto no art. 1.112.748/TO, rendido ao entendimento obtido no Supremo Tribunal Federal no sentido de que o princípio da insignificância se aplica ao crime de peculato quando o valor dos tributos sonegados não ultrapassar o montante de R de acordo com o disposto no art. Ainda nesse sentido, o STJ confirma o entendimento de que a ocorrência do princípio da bagatela só deverá ocorrer quando o valor do tributo violado não ultrapassar o limite estabelecido no art.

1.393.317/PR (Ministro Rogério Schietti Cruz, DJe assinou orientação no sentido de que o parâmetro a ser levado em consideração para aplicação do princípio da insignificância no crime de peculato é o estabelecido no art. Ministro Félix Fischer, assinou entendimento conforme ao qual se aplica o princípio da insignificância para o crime de peculato desde que o valor do imposto evitado seja inferior a R$ 10.000). Neste caso, o valor dos impostos não recolhidos – direitos de importação e impostos sobre produtos industrializados – é R, valor que exclui a possibilidade de aplicação do princípio da imaterialidade.

Com base no exposto, conclui-se que o Supremo Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal possuem significados distintos quando se trata da aplicação do princípio da insignificância para os crimes contra a Ordem Tributária, em especial para o crime de peculato, sem nada esquerda, até agora o referido assunto está resolvido. No que diz respeito aos crimes contra a Ordem Tributária, há muito debate sobre a aplicação do princípio da irrelevância. Como vimos, há muito tempo, a aplicação do princípio da insignificância tem ocorrido sempre que ações relativas à exigibilidade tributária de dívidas registradas como dívida ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ou por ela cobradas , o valor consolidado não ultrapassou dez mil Rreas), devendo então ser arquivado, sem qualquer redução de distribuição, sendo necessária, para tanto, requerimento da Procuradoria da Fazenda Nacional.

Referências

Documentos relacionados

Dessa forma, tem-se que o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça é o de que: não basta o mero inadimplemento do tributo para a configuração da responsabilidade do