XXVIII Congresso de Iniciação Científica
A PARADIPLOMACIA NUM MUNDO EM TRANSFORMAÇÕES: OS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS PARA OS MUNICÍPIOS DO BRASIL
Lucas Lima da Cruz, Tullo Vigevani, UNESP Marília, Faculdade de Filosofia e Ciências, Relações Internacionais, lucaslimadacruz4@gmail.com, PIBIC 2017.
Palavras chave: paradiplomacia, novos atores, Brasil.
Introdução
Com o fim da Guerra Fria, nos deparamos com uma nova ordem a nível global, questões como segurança perdem certa relevância em detrimento de temas como: meio ambiente, direitos humanos, cooperação econômica, desenvolvimento sustentável etc.
A ação paradiplomática dos municípios já era existente, porém será nesse período que será teorizado acerca dos novos acontecimentos, incluindo a paradiplomacia na discussão dos recentes fenômenos. Desde o início deste processo do pensamento sobre o tema e a consequente emergência da questão da paradiplomacia, inúmeras alterações aconteceram no mundo, tais como a ascensão de governos mais conservadores e de cunho nacionalista; temas como “securitização de fronteiras e do cotidiano” tomam maiores espaços na agenda internacional. Fenômenos que trazem novos contornos para o plano internacional e consequentemente nacional.
No Brasil, a discussão acerca da paradiplomacia sofreu algumas transformações ao longo do tempo, sendo um fenômeno recente e com certos embaraços ao longo dos anos. O receio existente no âmbito do Estado nacional, segundo alguns, as inúmeras transformações políticas e econômicas no Brasil e no mundo e, muitas vezes, o desconhecimento dos possíveis benefícios trazidos pela ação paradiplomática coadunam para que sejam feitos estudos teóricos que visem enxergar as vantagens resultantes da internacionalização de municípios.
Objetivos
A partir da hipótese de que a inserção internacional de unidades subnacionais no Brasil ocorre a partir de uma dinâmica stop and go e da hipótese de que existe um receio por parte do Estado nacional de perder sua hegemonia em detrimento da ação de estados e municípios, iremos compreender de que forma as inúmeras transformações ocorridas no mundo, bem como no Brasil, nos últimos anos, sobretudo as transformações políticas, configuraram a paradiplomacia brasileira, fortalecendo-a ou enfraquecendo-a. Além disso, Pretende-se analisar de que forma as transformações no cenário global e nacional dos últimos anos podem afetar o trato da paradiplomacia no Brasil. Pretende-se compreender como os municípios brasileiros, mesmo em um mundo de transformações, com ascensão de governos nacionalistas e afins, atuam internacionalmente, por meio da ação
paradiplomática e acordos de cooperação internacional, na promoção de políticas públicas, implementação de ideias criativas e sustentáveis, dentre outros benefícios.
Material e Métodos
Prosseguiremos na busca por literatura nacional e internacional sobre o tema da paradiplomacia. Tanto no plano teórico, quanto nos estudos de caso que possibilitem comparações com o Brasil. Será realizado um roteiro para entrevista a gestores de cidades, secretarias/coordenadorias de Relações Internacionais, com foco nos municípios de Marília e Presidente Prudente. Do mesmo modo, para inserir esta análise no quadro mais geral brasileiro, buscaremos a literatura, os sites que informam e discutem analiticamente, inclusive no Ministério das Relações Exteriores, particularmente da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e na Casa Civil da Presidência da República, e também a Assessoria de Relações Internacionais do Governo do Estado de São Paulo. Com a mesma preocupação serão estudadas as ações das Associações Nacionais de municípios. O objetivo central é compreender de que forma a paradiplomacia tem atuado enquanto promotora de políticas públicas dentro dos municípios brasileiros, através das experiências de gestores municipais. Por fim, a partir da análise de leituras bibliográficas e entrevistas sobre o tema, os resultados serão compilados em um relatório final.
Resultados e Discussão
Até o presente momento, são poucos os resultados acerca do trabalho. É notável que existem poucas literaturas acerca deste tema, sendo algo extremamente novo e desconhecido por muitos. O tema é novo no mundo e noviço no Brasil, não sendo consolidado como um projeto de Estado para o desenvolvimento de municípios.
Conclusões
Conclui-se, assim, que o tema encontra-se em suas primeiras décadas de discussão no Brasil e no mundo, sendo visto com receio por parte de muitos governantes e não sendo acomodado enquanto política de Estado e, dessa forma, viabilizando o desenvolvimento das cidades por meio de políticas públicas.
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¹PASQUARIELLO MARIANO, Karina L. e Marcelo Passini. A Formulação da Política Externa Brasileira e as Novas Lideranças Políticas Regionais. Perspectivas. São Paulo: v. 33, 2008, pp. 99-135.
³Federalism and international relations: the role of subnational units.
New York: Oxford University Press, 1990.
