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PARTE II - FLEXÃO NORMAL SIMPLES

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Academic year: 2023

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Este texto destina-se como notas de ensino da disciplina Estruturas de Concreto I, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual Paulista – UNESP, Campus de Bauru/SP. As informações apresentadas estão de acordo com os requisitos contidos na Norma NBR Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento”), para projeto e dimensionamento de estruturas de concreto armado e concreto protendido.

INTRODUÇÃO

DEFINIÇÃO DE VIGA

COMPORTAMENTO RESISTENTE DE VIGAS SOB FLEXÃO SIMPLES

O estado de tensão ao longo dos eixos xy determina as tensões normais x, as tensões y e as tensões de cisalhamento xy e yx. O estado de tensão ao longo dos eixos principais determina as tensões principais de tração I e as tensões de compressão II.

Figura 1 – Viga biapoiada e diagramas de esforços solicitantes.
Figura 1 – Viga biapoiada e diagramas de esforços solicitantes.

No domínio 3, a deformação de encurtamento na fibra mais comprimida corresponde ao valor último (cu), de 3,5 ‰ para concretos do grupo de resistência I (fck  50 MPa). Concluindo, pode-se afirmar: as vigas devem ser dimensionadas para flexão simples no domínio 2 ou 3, e não podem ser dimensionadas no domínio 4.

PRESCRIÇÕES PARA AS VIGAS

  • Vão Efetivo
  • Definição da Altura e da Largura
  • Cargas Verticais nas Vigas
    • Peso Próprio
    • Paredes
    • Lajes
    • Outras Vigas
  • Disposições Construtivas de Armaduras
    • Armadura Longitudinal Mínima de Tração
    • Armadura de Pele
    • Armaduras de Ligação Mesa-alma
    • Espaçamento Livre entre as Faces das Barras Longitudinais
    • Condição para a Posição da Força Resultante na Armadura

Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, a utilização de reforço de pele pode ser dispensada. A armadura principal de tração e compressão não pode ser calculada no cálculo da armadura de pele.”.

Figura 8 – Valores práticos para estimativa da altura das vigas.
Figura 8 – Valores práticos para estimativa da altura das vigas.

HIPÓTESES BÁSICAS

As armaduras laterais das vigas podem ser tidas em conta no cálculo dos esforços resistentes, desde que devidamente ancoradas e unidas. A tensão de compressão no concreto (cd) pode ser obtida como: . f1) caso a largura do trecho, medida paralelamente à linha neutra, não diminua da linha neutra em direção à borda comprimida (Figura 14), a tensão é:

SEÇÃO RETANGULAR COM ARMADURA SIMPLES

Equações de Equilíbrio

Considerando o equilíbrio dos momentos fletores na seção, o momento fletor exigente (Msolic) deve ser equilibrado por um momento fletor resistente (Mresist), fornecido pelo concreto protendido e pela armadura de tração. Md é definido como o momento fletor interno resistente proporcionado pelo concreto comprimido e deve ser considerado em valor absoluto na Eq.

Cálculo Mediante Equações com Coeficientes K

Observe que Os depende da tensão na armadura tensionada (sd) e da posição do eixo neutro expressa por x.

Exemplos Numéricos

Quando a armadura calculada for menor que a armadura mínima, deve-se dispor a área da armadura mínima na seção transversal da viga. O número de barras deve ser tal que não resulte em fissuras significativas na viga ou em dificuldades adicionais durante a fabricação e montagem da armadura.7. A Figura 20 mostra o detalhamento da armadura na seção transversal da viga, com a combinação 4  16 mm aplicada (a combinação 7  12,5 mm deverá ser feita como atividade do aluno).

A distância acg , medida entre o centro de gravidade da armadura As e a fibra mais tensionada da secção transversal, é neste caso dada pela soma do cobrimento (c = 2,0 cm) e do diâmetro do estribo ( t = 5 mm) e metade do diâmetro da barra de reforço As A posição exata do centro de gravidade não é necessária para determinar a armadura As, pois é suficiente uma posição aproximada que não provoque um erro significativo. Determinamos aproximadamente a posição do centro de gravidade da armadura em uma linha que corre 0,5 cm acima da superfície superior das barras  16 mm da primeira camada, a distância acg.

A solução é aceitar um valor para acg e depois verificar o valor derivado do detalhamento da armadura na seção. Ao dispor as armaduras longitudinais negativas nas seções transversais das vigas, é importante deixar espaço livre suficiente entre as barras para a passagem da agulha vibratória. 21 No caso de vigas pequenas, não é necessário determinar a posição exata do centro de gravidade da armadura.

Figura 19 - Posição da linha neutra na seção transversal e limites entre os domínios 2, 3 e 4
Figura 19 - Posição da linha neutra na seção transversal e limites entre os domínios 2, 3 e 4

SEÇÃO RETANGULAR COM ARMADURA DUPLA

Equações de Equilíbrio

O momento fletor necessário deve ser equilibrado pelos momentos fletores internos resistentes fornecidos pelo concreto protendido e pelas armaduras, tanto em tração quanto em compressão, e que podem ser representados pelo momento fletor de cálculo Md tal que Msolic = Mresist = Md 35, do qual o o significado físico é o momento fletor interno resistente fornecido pela parte As1 da armadura de tração e pela zona de concreto comprimido com a máxima profundidade possível (0,8x), conforme esquema mostrado na Figura 31b. A tensão 'sd na armadura de compressão depende do tipo de aço, da posição da armadura na secção, expressa pela relação d'/d, e da posição x determinada para a linha neutra, que geralmente é assumida estar dentro do limite de valores (0,45d ou 0,35d).

A Tabela A-5 apresenta os valores de ’sd, em função de d’/d e do tipo de aço, para concretos do grupo de resistência I. As partes As1 e As2 da armadura tracionada resultam do equilíbrio dos momentos fletores nas seções mostradas na Figura 31b e c. Eles são dados pelas forças resultantes na armadura tensionada multiplicadas pelos braços de alavanca correspondentes, ou seja, a distância entre as forças resultantes que se equilibram na seção.

24 Os valores limites de x devem ser levados em consideração para seções transversais de vigas e lajes, tanto para seções de apoio como para aquelas ao longo de regiões, com ou sem redistribuição de momentos fletores. De acordo com o diagrama de deformações apresentado na Figura 30, são definidas as relações entre as deformações de cálculo na armadura de tração (sd) e na armadura de compressão (’sd) e no concreto da fibra mais comprimida da seção.

Figura 31 - Decomposição da seção com armadura dupla.
Figura 31 - Decomposição da seção com armadura dupla.

Cálculo Mediante Equações com Coeficientes K

O coeficiente K é o inverso da tensão na armadura comprimida (K's = 1/'sd), e é mostrado na Tabela A-5 para o concreto resistente do Grupo I, em função da relação d'/d e da posição assumida para a armadura, linha neutra.

Exemplos Numéricos

Como já mencionado nos exemplos numéricos anteriores, é importante posicionar corretamente a armadura na secção. Como neste exemplo o momento fletor solicitado é negativo, a armadura de tração As deve ser colocada próxima à borda superior da viga, o que é chamado de “armadura negativa”, e a armadura comprimida (A's) deve ser colocada próxima à borda inferior . , que é comprimido pelo momento fletor negativo. Por se tratar de uma âncora negativa, uma série de hastes devem ser colocadas nas camadas para permitir a passagem do vibrador.

Porém, a distância livre de 4,4 cm entre as hastes da primeira camada não é suficiente para a passagem do vibrador com diâmetro de 49 mm. 30 O aluno deverá em algumas situações recalcular para perceber as diferenças nos resultados (armadura) devido a pequenas diferenças entre os valores da altura de utilização anteriormente adotada e aquela resultante do detalhamento da armadura na seção transversal. Neste caso, uma solução para atender ao limite máximo, entre outras coisas, é dimensionar a seção com armadura dupla.

Porém, a distância livre entre as hastes deve permitir a passagem da agulha vibratória e deve ser verificada. Este exemplo mostra que na escolha da disposição das barras é interessante adotar uma área de armadura um pouco maior que a calculada.31. 31 Neste texto aceitamos concordância com tolerância de até 5% menor em relação à área calculada da armadura.

Figura 32 – Detalhamento das armaduras longitudinais de flexão na seção transversal.
Figura 32 – Detalhamento das armaduras longitudinais de flexão na seção transversal.

SEÇÃO T

Largura Colaborante

A largura da junta é definida como a largura da placa que resiste às tensões normais de compressão resultantes do momento fletor. A largura da cooperação não é constante ao longo do vão e depende de vários factores: viga única ou contínua, tipo de carga, vão, tipo de apoios, relação hf/h, existência de vigas transversais, etc. As tensões de compressão x na viga e na placa variam em intensidade, diminuindo à medida que se afastam da alma da viga (Figura 49).

Como as placas se deformam menos que a alma da viga, a linha neutra apresenta uma curvatura além da alma (Figura 50), com diversas causas para esta curvatura. De acordo com a NBR 6118 (artigo Quando a estrutura é modelada sem considerar automaticamente a ação conjunta de placas e vigas, esse efeito pode ser levado em consideração adotando-se uma largura cooperativa da placa ligada à viga, constituindo uma seção transversal T. A cooperativa a largura bf deve ser dada pela largura da viga bw mais no máximo 10% da distância a entre pontos de momento fletor zero, para cada lado da viga onde houver uma placa cooperante”.

Alternativamente, o cálculo da distância a pode ser feito ou verificado examinando os diagramas de momentos fletores na estrutura. O valor b2 representa a distância entre a face da viga considerando a seção T, no sentido perpendicular, à face da viga. No caso da viga V4, por exemplo, a largura cooperante bf é dada pelos valores b1 à esquerda e b1 à direita de V4, que geralmente são iguais, a menos que b2 interfira na definição dos valores de b1.

Figura 49 – Distribuição das tensões de compressão   x  na alma e nas lajes da seção T
Figura 49 – Distribuição das tensões de compressão  x na alma e nas lajes da seção T

Seção T com Armadura Simples

  • Cálculo Mediante Equações com Coeficientes K
  • Exemplos Numéricos

Deve-se observar 58 (igual à equação 23) para a posição da linha neutra.39 Para o diagrama retangular simplificado, se o resultado for 0,8x  hf, confirma a hipótese inicial para a seção T calculada como uma seção retangular com largura bf e altura h. Para calcular o momento fletor resistente M1d, fornecido pela área da placa compactada, utiliza-se 0,8x* = hf, o que deixa :. Com o momento fletor M2d, a posição x correta da linha neutra é determinada com referência à seção retangular mostrada na Figura 56c:.

A profundidade do diagrama retangular simplificado da distribuição das tensões de compressão no concreto para concretos do grupo de resistência I. (Eq. 12) é:. Além disso, a posição da linha neutra corresponde ao limite mostrado na equação para concretos do grupo de resistência I). Como a armadura de tração As está localizada na parte superior da viga, o momento fletor tem sinal negativo, comprimindo a parte inferior da viga.

A partir das equações obtidas para o equilíbrio de forças no concreto comprimido e na armadura tracionada (Eq. 53), obtém-se: Rcc = Rst. Portanto, o momento fletor característico de trabalho (Mk) é – 60,431 kN.cm (momento fletor negativo). 5º) Calcule o momento fletor máximo de serviço que pode ser suportado pela seção mostrada na Figura 64. Porém, como a armadura de tração está na borda inferior da viga, o momento fletor tem sinal positivo, então o banzo é comprimido e pode ser utilizado no cálculo que forma a seção T juntamente com a seção transversal.

Figura 55 – Seção T com 0,8x    h f   , para concretos do Grupo I.
Figura 55 – Seção T com 0,8x  h f , para concretos do Grupo I.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Nota: Verifique como é determinado o valor da opacidade nominal e adote um valor adequado para a resolução. 3º) Dimensione a viga do Exercício 2, levando em consideração a seção como apoio no bloco de fundação, onde o momento fletor característico tem o valor  3.200 kN.cm (negativo). 4e). Determinar a deformação máxima no concreto comprimido e a deformação na armadura 5º) Dimensionar a viga do exercício 4, levando em consideração o momento fletor característico (Mk) + 6.250 kN.cm. Detalhe a seção transversal, posicione a linha neutra. 7º) Calcule para a viga já executada na Figura 66 o momento fletor máximo admissível, sendo dados:. 9º) Dimensione a armadura longitudinal da viga da Figura 68 e calcule as deformações no concreto e no aço.

11º) Dimensionar e detalhar a armadura de flexão das nervuras da placa nervurada mostrada na Figura 70, conhecendo o momento fletor por costela em Mk = + 4.500 kN.cm. 13º) Calcule os momentos fletores máximos e as dimensões e detalhe as armaduras de flexão das vigas na construção mostrada na Figura 72. Nas vigas V103 e V104 são assumidas paredes divisórias sem aberturas com altura de 2,0 m. Se necessário, considere a contribuição de placas maciças no dimensionamento das vigas.

14º) Dado o plano de fôrma da Figura 73, dimensionar e detalhar a armadura longitudinal de flexão para as seções mais requeridas das vigas. Considerar, quando relevante, a contribuição das placas maciças no dimensionamento das vigas 15º) Dado o plano de fôrma da Figura 74, dimensiona e detalha as armaduras de flexão longitudinal das seções mais solicitadas das vigas. O vão das vigas que suportam a laje L2 será calculado com uma carga de parapeito de 2,0 kN/m ao longo dos seus comprimentos.

Figura 65 - Esquema estático e diagrama de momentos fletores.
Figura 65 - Esquema estático e diagrama de momentos fletores.

Imagem

Figura 3 - Trajetória das tensões principais de uma viga biapoiada no Estádio I sob carregamento  uniformemente distribuído (LEONHARDT e MÖNNIG, 1982)
Figura 4 – Componentes de tensão segundo os estados de tensão relativos aos eixos principais   e aos eixos nas direções x e y (LEONHARDT e MÖNNIG, 1982)
Figura 5 – Diagrama de deformações dos domínios 2, 3 e 4, para concretos do   Grupo I de resistência (f ck   50 MPa), onde   cu  = 3,5 ‰
Figura 14 - Seções onde a largura não diminui da linha neutra em direção à borda comprimida
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Referências

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