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FerA participação dos bancos privados na transição verde brasileira [manuscrito]: um estudo de caso do Banco Santander

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Academic year: 2023

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Nos últimos anos, os intermediários do mercado financeiro estão cada vez mais atentos aos investimentos voltados para projetos verdes, contribuindo assim para o desenvolvimento de uma economia ambientalmente mais sustentável. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar, no contexto do mercado brasileiro, qual é o papel do Banco Santander na transição para uma economia de baixo carbono.

O Acordo de Paris

Isso levou à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), um tratado ambiental internacional destinado a limitar as emissões globais de gases de efeito estufa que ainda está em vigor hoje. De fato, o período que vai da conferência de Kyoto, em 1997, até a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 21), em Paris, em 2015, não foi de grandes avanços para as negociações globais sobre mudanças climáticas (ROCHA, 2016).

Painéis Intergovernamentais sobre Mudanças Climáticas

Para os países em desenvolvimento, as negociações sobre o uso de mercados e mecanismos de comercialização das emissões de dióxido de carbono estavam entre as principais prioridades, pois, bem desenhadas, seriam ferramentas importantes para a redução global das emissões. No final das contas, foi uma batalha árdua garantir que o texto da decisão final ao menos mantivesse a ambição e não baixasse as expectativas para 2020. países – tanto progressistas quanto não progressistas – e negociações de trade-offs em todos os níveis.

Os principais objetivos da conferência foram a proteção dos ecossistemas afetados pelas mudanças climáticas; limitar o aquecimento global a 1,5 °C, com base na neutralização das emissões de gases de efeito estufa; captação de recursos para financiamento; e, regulamentando o Acordo de Paris por meio da cooperação global entre governos e sociedade civil, regulamentando o Acordo de Paris (TIRADENTES, 2021). Também na COP 26 foi reconhecida a necessidade de uma transição urgente e definitiva dos combustíveis fósseis para fontes renováveis. No entanto, os pesquisadores afirmam que as negociações apenas revelaram que a real desigualdade na distribuição dos ônus decorrentes do combate às mudanças climáticas é o maior obstáculo na hora de definir a agenda de medidas no curto prazo, o que pode comprometer o alcance dos objetivos resultados a longo prazo...

Panorama ambiental Brasileiro

Com a redução das emissões do desmatamento e o aumento simultâneo das emissões de outros setores (principalmente energia e agricultura), o perfil atual das emissões brasileiras em 2019 ficou mais próximo do dos países desenvolvidos, como mostra o gráfico 2. 11 Taxas de desmatamento na Amazônia monitoradas pelo projeto PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Podemos observar que houve uma queda acentuada do desmatamento a partir do início dos anos 2000 e atingiu os níveis mais baixos em 2012.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) mostram que entre agosto de 2021 e julho de 2022 foram cortados 10.781 km2 de floresta, o que equivale a aproximadamente 9 vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Os dados também mostram que houve um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que torna esse desmatamento o maior dos últimos 15 anos (IMAZON, 2022). Quando este é queimado, esse carbono é liberado na atmosfera, contribuindo para o aumento do efeito estufa.

Gráfico 2 - Emissões brasileiras de CO 2  no período de 2009 a 2019 por setor econômico
Gráfico 2 - Emissões brasileiras de CO 2 no período de 2009 a 2019 por setor econômico

Esforços do sistema financeiro para o estabelecimento de um padrão

Sua importância vai além das instituições financeiras, pois todos os setores ligados ao sistema financeiro têm sido afetados pelas exigências de utilização de serviços financeiros, como concessão de crédito e outras operações, que são um importante fator de boas práticas na economia real . Com o aumento da atenção do sistema financeiro internacional ao desenvolvimento sustentável, às mudanças climáticas e aos riscos socioambientais, o BCB introduziu em 2020 a dimensão da sustentabilidade na agenda do BC#, que tem como foco três objetivos principais: 1. Aprimorar a governança das questões sociais , riscos ambientais e climáticos que se aplicam às instituições financeiras e 3.

Isso significa que o sistema financeiro é identificado como protagonista para a efetiva implementação do processo de transição verde, mas a demora em encontrar soluções e metodologias para precificação dos riscos climáticos nas aplicações financeiras expõe o sistema à imprevisibilidade desses riscos, pelo que o Estado deve assumir um papel importante no desenvolvimento deste sistema. Um sistema financeiro nacional desenvolvido é importante para financiar o desenvolvimento econômico do país, pois o desenvolvimento é um processo cheio de riscos e incertezas. O objetivo deste capítulo é apresentar informações sobre a importância da FS como instituições públicas e privadas no processo de transição verde.

Instrumentos de financiamento verde

A emissão dos primeiros títulos verdes foi feita pelo Banco Europeu de Investimento em 2007, o que foi um marco para o financiamento verde, seguido de perto pelo Banco Mundial, cuja primeira emissão foi em 2008 (BERROU et al. 2019). Instrumentos de financiamento verde são, portanto, aqueles que refletem a contribuição de recursos financeiros para projetos ou ativos que proporcionem benefícios ambientais e/ou sociais. Neste contexto, por ex. cabem em certificados de dívida e empréstimos vinculados a projetos com benefícios ambientais e/ou sociais.

A emissão de títulos de dívida por meio da alocação de recursos em projetos com benefícios ambientais e/ou sociais tem crescido em todo o mundo. Títulos verdes São títulos de dívida cujos recursos serão utilizados para financiar projetos considerados verdes. Como pode ser visto, as finanças verdes e o mercado de produtos financeiros verdes são conceitos em crescimento.

O papel dos agentes públicos no financiamento verde

Fundos verdes Fundos de investimento na forma tradicional do setor, mas que seguem um conjunto de regras para investir em empresas e ativos com impacto ambiental positivo. Em particular, o papel dos OPs no financiamento de investimentos verdes viria do planejamento, coordenação e financiamento para realizar esse tipo de investimento. Em 2009, foi criada a Unidade de Desenvolvimento Sustentável (UDS), cuja principal função era gerir a responsabilidade socioambiental do Banco e coordenar a implementação da estratégia empresarial de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) em todo o país.

Além disso, o BNDES dispõe de outros instrumentos de proteção ambiental, tais como: apoio a projetos ou estudos e financiamento a empreendimentos cujo objetivo seja mitigar as mudanças climáticas, como projetos de energia renovável e transporte eficiente; agronegócio, avaliação e conservação de florestas nativas e ecossistemas remanescentes; linhas de investimento em projetos de uso racional de recursos naturais e estruturas de desenvolvimento limpo; apoio à agricultura familiar por meio de investimentos em produção orgânica ou agroecológica e também com recursos para tecnologias de energia renovável e sustentabilidade ambiental. Também investe em fundos de investimento, com destaque para o fundo constituído por ações de empresas brasileiras que divulgam quanto de CO2 emitem; fundo para oportunidades de investimento na Amazônia. Ainda existem os Fundos de Investimento em Ações (FIPs), que são ambientalmente orientados (FAVATO et al., 2020).

O papel dos agentes privados

Na área de crédito e financiamento, os bancos privados criaram novas linhas ambientais para financiar o reflorestamento, o desenvolvimento de sistemas agroflorestais e o investimento em energia renovável. Os bancos também têm oferecido linhas de crédito para compra de equipamentos e maquinários com taxas de juros mais baixas para instituições que queiram desenvolver processos produtivos mais limpos. Este capítulo tem como objetivo identificar os programas, fundos e linhas de crédito desenvolvidos pelo Santander que visam financiar soluções para questões ambientais.

É importante destacar que o Santander Brasil participou da 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada em Paris para tratar do tema das mudanças climáticas. No Fórum de Inovação Sustentável organizado pelo PNUMA (Agência das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o Banco apresentou o estudo “O Futuro do Climate Finance”, que apresenta o posicionamento do Grupo Santander sobre o papel do setor financeiro no combate ao aquecimento global. . Este capítulo trata do exame de instrumentos financeiros com a finalidade exclusiva de financiar créditos ambientais, pois não existe uma taxonomia totalmente aceita que identifique atividades, ativos e/ou projetos com objetivos ambientais bem definidos (RICAS; BACCAS, 2021).

Estrutura organizacional no Banco Santander para riscos climáticos e

Nesse mesmo ano foi criada a área de Responsabilidade Social Corporativa e em 2005 o Relatório de Responsabilidade Social foi substituído pelo Relatório de Sustentabilidade. Dessa forma, as iniciativas de sustentabilidade do Santander Brasil seguem as diretrizes definidas pelas políticas de sustentabilidade do Grupo Santander e pelo Comitê Global de Sustentabilidade, presidido pelo CEO global. É esta comissão que propõe, coordena e promove as principais áreas de atuação, que são posteriormente apresentadas à aprovação do Conselho de Administração do Grupo.

O assunto é supervisionado pelo Conselho, com assessoria do Comitê de Sustentabilidade e do Comitê de Risco e Compliance, e do Comitê Executivo, que são responsáveis ​​diretos pelo desenvolvimento e implementação da estratégia global de sustentabilidade, incluindo ações relacionadas às mudanças climáticas. O Comitê de Sustentabilidade é um grupo consultivo responsável por prestar esclarecimentos e recomendações ao Conselho sobre o desenvolvimento de diretrizes relacionadas à sustentabilidade. 29 Já a Superintendência Executiva de Sustentabilidade é responsável pela elaboração de estratégias locais relacionadas ao tema e pela assessoria técnica para implantação e execução de práticas nas diversas áreas do Banco e de suas controladas.

Planejamento estratégico e cronograma das ações de sustentabilidade

Estabelecimento de procedimento específico para gestão de riscos socioambientais e climáticos em operações de project finance, podendo incluir a utilização de cláusulas contratuais e requisitos de análise definidos pelos Princípios do Equador; D. Adoção de medidas para mitigar os riscos relacionados à lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo, corrupção e suborno; H. Avaliação dos riscos sociais, ambientais e climáticos como parte do processo de tomada de decisão sobre novos investimentos sob a forma de participações em empresas (SANTANDER, p.9; 2023).

A instituição também possui um programa para zerar as emissões de GEE até 2050, o 'Net Zero Asset Managers', que faz parte do compromisso do banco contra as mudanças climáticas. Alinhamento com os objetivos do Acordo de Paris; apoio aos clientes na descarbonização das suas operações; manter funções neutras em carbono; e integrar o clima na gestão de risco do banco. Compreender e gerir as fontes de risco que as alterações climáticas trazem para os nossos portefólios e definir planos.

Ações e programas

As linhas de financiamento socioambientais em 2014 e 2015 focaram na redução e tratamento de resíduos, governança corporativa e construções e reformas sustentáveis, respondendo por 80% de todos os negócios ambientais em 2014 e 68%. Porém, já há um aumento muito significativo, de 7% para 19%, nas linhas mais puras de financiamento à produção. Os principais pontos deste ano centram-se no financiamento de três linhas de crédito para aquisição e instalação de equipamentos para produção de energias renováveis, eficiência energética, com um aumento de 58% no número de contratos e 43% no total volume de empréstimos concedidos. .

35 do agronegócio sustentável, por meio de linhas de crédito para incentivar a agricultura de baixo carbono com uso de novas tecnologias e melhores práticas agrícolas, com desembolsos de R$ 474,6 milhões, por meio de linhas de financiamento próprias e do BNDES. O desembolso do agronegócio responsável foi de aproximadamente R$ 513 milhões, por meio de linhas de financiamento próprias e do BNDES. Nesse produto, o investidor permite que um percentual predeterminado da receita do investimento – que também pode variar – seja utilizado para financiar linhas de crédito e operações sustentáveis ​​que promovam uma economia de baixo carbono.

Na linha agro sustentável, a instituição desembolsou R$ 346 milhões em 2021, com uma carteira completa de linhas de crédito, com produtos próprios e empréstimos, que financiam práticas de baixo carbono, equipamentos mais eficientes e certificações de rastreabilidade. Por fim, o quarto capítulo identificou os programas, fundos e linhas de crédito desenvolvidos pelo Santander voltados ao financiamento de soluções para as questões ambientais, além de apresentar as dificuldades e pontos a serem melhorados pela instituição, rumo a uma gestão mais sustentável.

Gráfico 5 - Financiamentos socioambientais por linha em 2014 e 2015 (em % do financiamento  total)
Gráfico 5 - Financiamentos socioambientais por linha em 2014 e 2015 (em % do financiamento total)

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Figura 1 - Histórico das emissões de gases do efeito estufa
Gráfico 2 - Emissões brasileiras de CO 2  no período de 2009 a 2019 por setor econômico
Gráfico 3 - Taxa de desmatamento em Km².
Gráfico 4 - Desembolsos em economia verde do banco Santander (em R$ bilhões), entre 2014 e  2021
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Referências

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