NPEV Número de propriedades farmacológicas das espécies mais versáteis NRUEM Número de usos relatados das espécies em misturas. NRUEUI Número de Usos Relatados de Espécies com Uso Individual NSC Número de Sistemas Corporais. Ruim.; Universidade Federal Rural de Pernambuco; dezembro de 2019; RITUAIS E CURAS: O USO DE PLANTAS ATRAVÉS DAS ORAÇÕES DO CARIRI CEARENSE - NORDESTE DO BRASIL.
INTRODUÇÃO GERAL
Objetivos e Questionamentos
Apesar da literatura relatar estudos etnobotânicos com rezadores em algumas regiões do Brasil, como Mato Grosso (MACIEL; GUARIM-NETO, 2006), Goiás (SILVA, 2007), Paraíba (OLIVEIRA; TROVÃO, 2009), Ceará (ZANK; HANAZAKI, 2016) e São Paulo (CARVALHO; BONINI; ALMEIDA-SCABBIA, 2017), esses estudos não abordam as associações de plantas medicinais conhecidas pelos rezadores, que como especialistas locais podem fornecer melhores informações para futuras pesquisas farmacológicas. O estudo buscou responder a seguinte questão: Quais são os tipos de plantas medicinais, de uso isolado e associado, utilizadas e/ou conhecidas pelos rezadores do Geopark Araripe para curar doenças? Para responder partimos dos seguintes pressupostos: 1- As principais espécies para os rezadores são aquelas com maior versatilidade e uma elevada percentagem de concordância do uso principal; 2 - O consenso entre os rezadores será baixo, pois os especialistas locais tendem a ser mais resistentes a absorver novas informações fora de sua cultura; 3 - Quando uma espécie é utilizada isoladamente para tratar uma doença, ela também pode ser utilizada em misturas para tratar a mesma doença.
Estratégias de Pesquisa
Para espécies de uso único calculamos a Importância Relativa (RI) (BENNETT; PRANCE, 2000), Fator de Consenso do Informante (FCI) (TROTTER; LOGAN, 1986) e Acordo de Uso Principal (CUP) (AMOROZO; GÉLY, 1988). ), já para as misturas, além desses índices, também foi calculado o Índice de Utilidade do Táxon na Mistura (IUTM) (GRAS et al., 2018). Quanto ao IUTM, até o momento foi utilizado apenas no estudo em que foi proposto por Gras et al. A vantagem dessa análise, bastante comum no estudo de redes complexas (GALLOS et al., 2007; MASON; VERWOERD, 2007), é o grau de precisão matemática dessas associações.
Estrutura da Dissertação
Os métodos de análise quantitativa IR, FCI e CUP são muito comuns em estudos etnobotânicos com plantas isoladas. Pelo menos um estudo etnobotânico (GRAS et al., 2018) já utilizou essa técnica para mostrar o nível de complexidade das famílias em misturas e a força do relacionamento entre elas, usando o conceito de conectividade de nós na rede. No artigo procuramos identificar quais espécies medicinais, de uso isolado e concomitante, são as mais importantes para os rezadores do Geopark Araripe.
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- A Medicina Tradicional Brasileira e os Sistemas Médicos
- Os Rezadores e as Plantas Medicinais
- Bioprospecção de Espécies Medicinais
- Redes Complexas
Vale ressaltar que as espécies podem ser utilizadas isoladamente ou em misturas (GRAS et al., 2018). Spreng (Malva do Reino), apresentou atividades anti-inflamatória (CHEN et al., 2014), antibacteriana e antitussígena (CASTILLO; GONZALEZ, 1999); Aloe vera (L) Burm F. Aplicando essa teoria ao uso de misturas medicinais, pode-se supor que o efeito de uma combinação de plantas medicinais é maior do que a soma dos componentes administrados separadamente (GRAS et al., 2018).
CAPÍTULO II: Manuscrito 01
Conhecimento sobre plantas medicinais de uso simples e associado por rezadores do Cariri Cearense – Nordeste do Brasil
Introdução
Estudos etnobotânicos desenvolvidos em sistemas medicinais locais (SML) complementam estudos farmacológicos que levam à descoberta de princípios ativos em plantas medicinais utilizadas por sociedades tradicionais (Berlin & Berlin, 2005; Albuquerque, 2010; Bruning, et al., 2012). A interação entre a medicina tradicional e a medicina moderna está relacionada à busca sistemática de novos medicamentos de origem natural, possibilitando a escolha racional de plantas medicinais, obtendo alternativas e curas para inúmeras doenças que acometem a população (Di-Stasi, 2005; Monteiro et al., 2008). Essa interação é facilitada pela abordagem etnobotânica, que busca o conhecimento e o resgate dos saberes tradicionais sobre o uso dos recursos da flora (Ribeiro, et al., 2014).
A utilização de plantas medicinais para fins terapêuticos é uma das mais antigas práticas de cuidados de saúde (Macedo, et al., 2018). Espécies de plantas medicinais podem ser usadas sozinhas ou em conjunto com outras espécies (Gras, et al., 2018). Muitas dessas espécies de fácil utilização, apresentando indicação de uso terapêutico com base no conhecimento tradicional e registradas em pesquisas etnobotânicas, já foram objeto de estudos farmacológicos, comprovando diversas atividades biológicas benéficas (Macedo, et al., 2018).
Por outro lado, a escassez de estudos etnobotânicos que registrem as associações de plantas medicinais dificulta o desenvolvimento de pesquisas farmacológicas e fitoquímicas, que verifiquem as interações dos princípios ativos das espécies que estão nas misturas. Além disso, analisar a frequência de relação direta entre espécies e famílias botânicas nas associações de plantas. Este estudo traz informações relevantes sobre plantas medicinais de uso simples e concomitante por rezadores do Cariri Cearense, que podem contribuir para o desenvolvimento de investigações farmacológicas.
Assim, objetivou-se: identificar se as espécies de plantas medicinais com maior versatilidade também apresentam alto percentual de concordância com o uso principal, o que pode indicar maior eficácia de seus usos; verificar se há consenso entre os informantes sobre espécies medicinais para tratamento de doenças; descobrir quais espécies têm a mesma indicação terapêutica quando usadas isoladamente e em misturas; e avaliar o valor da correlação entre espécies e famílias botânicas, contribuindo para futuros estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos.
Métodos
- Aspectos éticos
- Área de estudo
- Seleção de informantes e coleta de dados
- Identificação taxonômica
- Análise de dados
- Índices calculados para as misturas de plantas medicinais
- A abordagem de redes complexas
Os dados sobre plantas medicinais foram coletados por meio de entrevistas com um questionário estruturado padronizado (Albuquerque, et al., 2010). As amostras de plantas medicinais coletadas foram herborizadas (Mori, et al., 1988) e depositadas no Herbário Caririense Dárdano de Andrade-Lima - HCDAL da Universidade Regional do Cariri. A importância relativa (RI) (Bennet & Prance, 2000) de cada espécie citada foi calculada, demonstrando a importância de uma espécie em termos do número de serviços citados.
2 onde NSCEV é o número de sistemas corporais tratados por uma determinada espécie e NSCEV é o número total de sistemas corporais tratados pelas espécies mais versáteis. 3 onde NPE é denotado como o número de propriedades atribuídas a uma espécie particular e NPEV o número total de propriedades terapêuticas atribuídas às espécies mais versáteis (Bennet . & Prance, 2000). Como os valores NSC e NP são normalizados, o valor IR pode variar de 0 a 2; quanto mais próximo de 2, maior a versatilidade da espécie.
5 onde ICUP é o número de respondentes que mencionam o uso principal da espécie; ICUE corresponde ao total de respondentes que mencionam o uso da espécie (Amorozo & Gély, 1988). 7 Mede a razão entre o número total de respondentes que mencionam o uso da espécie e o número de citações da espécie mais indicada (Amorozo & Gély, 1988). Esse índice é obtido como o quociente entre o número de usos relatados (RU) das espécies em misturas e suas citações de usos individuais, seja com uma ou mais indicações terapêuticas (Gras, et al., 2018).
Seu valor aproxima-se da unidade quando o número de relatos de uso de uma espécie em misturas é maior que o número de citações referentes ao uso individual, e se aproxima de zero quando o número de relatos de uso de uma espécie com uso individual é maior que o número de citações. usando em misturas.
Resultados e discussão
- Conhecimento sobre remédios caseiros
- Plantas medicinais de uso simples
- Misturas de plantas medicinais
O sistema digestório obteve alto grau de consenso em outros levantamentos etnobotânicos realizados em comunidades da Chapada do Araripe (Cartaxo, et al., 2014; Ribeiro, et al., 2014). Entretanto, no estudo de Ribeiro, Oliveira, et al. 2014), este sistema apresentou um alto FCI de 0,7, com as mesmas indicações terapêuticas deste estudo, insônia e sedação. Em geral, em estudos etnobotânicos de plantas medicinais, o sistema respiratório apresenta um valor de consenso elevado, FCI≥0,8 (Cartaxo, et al., 2014; Ribeiro, et al., 2014; Macedo, et al., 2018).
Mentha spicata (CUPc= 44,44%) foi citada para o tratamento principalmente da febre, enquanto no estudo de Gois, Lucas, et al. 2016), foi indicada para o tratamento de diarreia e verminoses, obtendo CUPc=87,5%, sendo o maior para o estudo. As espécies Egletes viscosa e Eucalyptus globulus que foram citadas principalmente para o tratamento de dores de estômago e febre, respectivamente, apesar de indicadas em outros estudos, não tiveram CUPc calculado (Vásquez, et al., 2014; Pilla, et al., 2006) . Em outros estudos, observa-se uma preferência por remédios caseiros compostos por dois ou três tipos diferentes (Cano & Volpato, 2004; Gras, et al., 2018).
Em outro estudo, observa-se também que há preferência pelo uso de folhas para compor receitas de misturas (Gras, et al., 2018). Nos estudos sobre o uso de misturas de plantas medicinais, a preferência é por decocções e doces como forma de preparo de remédios (Cano & Volpato, 2004; . Vandebroek, et al., 2010; Gras, et al., 2018). Essa espécie possui atividades antiinflamatória, gastroprotetora, antiulcerogênica e analgésica já comprovadas por meio de estudos farmacológicos (Viana, 2003; Galvão, et al., 2018).
Esses sistemas costumam ter um alto consenso entre os informantes em pesquisas realizadas no Nordeste do Brasil com plantas medicinais isoladas (Macedo, et al., 2015; Macedo, et al., 2018). A visualização dos gráficos e as estatísticas foram realizadas com o programa de código aberto Gephi (Bastian, et al., 2009). Essa estrutura, muitas vezes chamada de estrutura da comunidade, descreve como a rede é dividida em sub-redes (Blondel, et al., 2008).
Conclusões
Espécies de plantas medicinais que são usadas individualmente também podem ser usadas em misturas para tratar a mesma doença ou outro tipo de doença no mesmo sistema corporal. Apesar de algumas espécies de fácil uso apresentarem diversas atividades biológicas comprovadas, existe a necessidade de se estudar misturas de plantas medicinais por meio de pesquisas farmacológicas e químicas que possam explorar interações entre associações de espécies medicinais. Etnobotânica de Plantas Medicinais na Comunidade de Cordoaria, Litoral Norte do Estado da Bahia, Brasil.
O uso de fitoterápicos e plantas medicinais em unidades básicas de saúde de Caxias do Sul - RS, nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu - Paraná: opinião de profissionais de saúde. Diversidade e Uso de Plantas Medicinais em Quintais da Comunidade São João da Várzea em Mossoró, RN. Pesquisa etnobotânica de plantas medicinais no bairro Três de Outubro, município de São Gabriel, RS, Brasil.
Práticas terapêuticas tradicionais: uso e conhecimento de plantas do cerrado pernambucano. Aquisição e uso de plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, Município de Mogi-Mirim, SP, Brasil. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (nordeste do Brasil).
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na área de Caatinga da comunidade Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Principais Conclusões
- Contribuições Teóricas e/ou Metodológicas da Dissertação
- Principais Limitações do Estudo
- Propostas de Investigações Futuras
- Orçamento
A técnica usada para montar o grupo de especialistas locais foi um efeito bola de neve, mas foi difícil obter as indicações de algumas das orações. Mesmo quando construíram um bom relacionamento, algumas orações afirmaram que não conheciam outras pessoas na área de estudo. Ainda sobre o tamanho da amostra, por ser pequena, não é possível extrapolar os resultados para outras populações de especialistas locais.
Com esse investimento diário, foram realizadas entrevistas para coleta de dados etnobotânicos de aproximadamente 90 plantas medicinais e 56 espécimes vegetais foram coletados em condições adequadas (na fase de flor ou fruto) para depósito no herbário. Os custos acima não incluem despesas com aluguel de carro e combustível para três dias de campo, pois foram fornecidos pela Universidade Regional do Cariri.
APÊNDICE A
Planta utilizada Doença Parte da planta utilizada Como e onde coletado Momento da coleta Como armazenado Tipo de armazenamento Condições de armazenamento (temperatura) Validade Modo de preparo Modo de uso Modo de administração Planilha de dosagem.
