• Nenhum resultado encontrado

Pr Pr Pr

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Pr Pr Pr"

Copied!
40
0
0

Texto

Título Projecto Terrisc - Recuperação de Socalcos e Prevenção de Riscos Naturais Coordenador Luciano Lourenço Consultor científico Fernado Rebelo Investigadores Adriano Nave Nuno Pereira Mafalda Silva Ana Carvalho José Fialho. Editor Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais Composição, paginação e design gráfico Adriano Nave Revisão de texto Luciano Lourenço Ilustrações Marisa Espínola Foto da capa Vista parcial de Chãs de Égua, Serra do Açor. Ao mesmo tempo, por meio da permeabilidade do solo, evitam o desencadeamento de riscos naturais, como movimentos de solo em encostas.

Em Espanha, França e Portugal (fig. 1) foi realizado um estudo exaustivo dos socalcos, desenvolvendo orientações de estudo para as autarquias locais, alertando para a sua valorização, para a recuperação das paisagens e para a prevenção dos riscos naturais. Em França, o Parque Nacional das Cévennes é parceiro em colaboração com o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) de Languedoc - Roussillon (fig. 3). Em Portugal, participam também como parceiras as faculdades das Universidades do Porto e de Coimbra, esta última através do Núcleo de Investigação Científica sobre Incêndios Florestais.

Fig. 1 - Localização geográfica dos grupos participantes no projecto Terrisc.
Fig. 1 - Localização geográfica dos grupos participantes no projecto Terrisc.

Enquadramento geográfico

Caracterização física

Caracterização demográfica

A diminuição do número de habitantes, que afeta a maioria das freguesias do interior destes concelhos, teve como uma das consequências o envelhecimento da população e o progressivo abandono da agricultura e da área agrícola criada para ela. propósito (Figura 6). De facto, a tendência geral até 2001 foi no sentido de uma redução significativa da população ocupada no sector primário, sendo que em geral a população ainda a trabalhar neste sector é já bastante envelhecida em média, o que em certa medida reflecte o cenário do interior distritos do país.

Metodologia

Os objectivos deste parâmetro assentam num inventário da estrutura dos socalcos e do estado de conservação dos muros que os suportam e numa análise mais específica do aproveitamento agrícola e da fisionomia vegetativa das parcelas agrícolas. O inventário dos terraços baseou-se na análise integrada de mapas militares do Instituto Geográfico do Exército, fotografias aéreas de 1958 e mapas ortofotográficos de 2004 (fig. 7). Com base na análise dessas fontes de informação geográfica, foi realizada a vetorização dos terraços utilizando as ferramentas do software ArcGis 9.1.

Um dos objetivos do Terrisc foi quantificar os vários aspetos que direta ou indiretamente estão relacionados com a erosão dos solos e que permitam uma monitorização e controlo sistemático da movimentação de materiais. Para o efeito, foram instaladas parcelas de erosão, onde são recolhidas periodicamente amostras de material das fugas, que são posteriormente submetidas a tratamento laboratorial. Com o objetivo de quantificar uma série de variáveis ​​meteorológicas essenciais para a caracterização do clima local, foram instaladas estações meteorológicas em cada um dos municípios (fig. 9).

Fig. 9 - Estação meteorológica e parcela de erosão do campo experimental de Loriga.
Fig. 9 - Estação meteorológica e parcela de erosão do campo experimental de Loriga.

Áreas-amostra e parcelas experimentais

  • Estrutura
  • Estado de conservação
  • Uso agrícola
  • Fisionomia vegetal
  • Condições meteorológicas locais
  • Erosão nos socalcos

A área actualmente ocupada pelos socalcos traduz-se, desde o início, numa extensão linear, seguindo o curso das linhas de água e sobretudo concentrando-se em torno dos núcleos populacionais (fig. 10). A observação dos terraços permitiu determinar os tipos de disposição estrutural das paredes em que foram consideradas as disposições paralelas (fig.11), concêntricas, radiais (fig.12) e ortogonais, seguindo um critério da orientação das paredes dos terraços em relação à orientação dos terraços, taludes e linhas de água. Foi também estudado o tipo de acabamento da parede superior, nomeadamente nivelado, sobrelevado, sobrelevado com placa perpendicular (fig.14) e sobrelevado com placa oblíqua.

As cabanas de palha para guardar a palha e o recinto para guardar os animais são um elemento central na paisagem agrícola dos socalcos (fig.19). Habitualmente, o estado de conservação dos socalcos é determinado pela sua utilização e, no caso de abandono, pela duração desse período (Fig. 25). Da caracterização dos factores sociais e físicos que influenciam a configuração actual da paisagem dos socalcos nesta zona, conclui-se que a área produtiva é ainda superior à improdutiva (Fig.27).

Em algumas áreas ocupadas por espécies arbóreas, existe um sub-bosque formado por medronheiros (Arbutus unedo), urzes (Erica sp.) ou silvas (Rubus ulmifolius) (Fig. 33). A fisionomia vegetal foi definida tendo em conta a ocupação dos socalcos por formações lenhosas, arbustivas ou herbáceas (Fig. 31). A fisionomia vegetal está directamente relacionada com o estado de conservação dos socalcos, bem como com a sua utilização agrícola, estando também condicionada pelas características geomorfológicas e litológicas da área com predominância de formações arbóreas (fig.32).

Por outro lado, as espécies arbustivas surgem frequentemente na base dos muros ou mesmo no próprio muro, não definindo uma área por si só (fig. 34). Por outro lado, temos a existência de árvores de fruto como a cerejeira (Prunus avium), a figueira (Ficus carica), o pêssego (Prunus persica) ou a macieira (Malus domestica), que coexistem com pequenas hortas (fig. 35). Finalmente, encontramos plantações de pinheiro bravo ou eucalipto, resultantes da reconversão de campos agrícolas (fig. 36).

Para o projecto Terrisc, a importância destes dados é essencial, pois ajudam a caracterizar as condições meteorológicas locais e permitem o cruzamento de dados meteorológicos com dados de escoamento registados em parcelas (fig. 38). O estudo revela que apesar das estações terem algumas semelhanças em termos de temperatura, existem algumas diferenças significativas em termos de quantidade de precipitação (fig. 39). Os socalcos evidenciam o esforço, a perseverança e a capacidade de adaptação e sobrevivência do ser humano face a um ambiente hostil e repulsivo (fig. 43).

Fig. 11 - Disposição paralela, Loriga. Fig. 12 - Disposição radial, Cabeça.
Fig. 11 - Disposição paralela, Loriga. Fig. 12 - Disposição radial, Cabeça.

Riscos naturais

Campos em socalcos e os incêndios florestais

Na verdade, pode-se concluir que o desenvolvimento em termos de área queimada é cíclico, ou seja, fases com maiores quantidades são seguidas por anos com menores áreas queimadas. Relativamente ao número de ocorrências, a distribuição é mais irregular, não sendo aparentemente possível estabelecer um padrão evolutivo com igual certeza, uma vez que os valores máximos que se atingem apresentam uma distribuição mais ou menos aleatória, correspondendo aos anos e 2005 51 - Evolução da área ardida e do número de ocorrências nos concelhos de Arganil, Oliveira do Hospital e Seia.

Os anos com maior número de ocorrências nem sempre correspondem aos de maiores áreas ardidas, pelo que do ponto de vista dendrocaustológico foram anos caracterizados pela ocorrência de grandes incêndios florestais. O mapa da recorrência de áreas queimadas nos últimos 30 anos permitiu localizar as áreas mais afetadas e quantificar as diferenças existentes entre os socalcos próximos aos assentamentos habitados e as áreas agroflorestais circundantes mais distantes (Figura 52). 52 - O grau de reprodutibilidade dos incêndios florestais nas bacias hidrográficas da área considerada, ocorridos entre 1975 e 2005.

Através deste estudo foi possível verificar que ao longo do tempo, e em determinadas ocasiões, os socalcos agrícolas funcionaram como barreira à propagação do fogo, quando em bom estado e produtivos (fig. 54). Por outro lado, em algumas ocorrências verificadas em 2005, o mau estado dos socalcos, cobertos de mato seco e outros materiais facilmente inflamáveis, favoreceu a propagação de frentes de incêndio, o que também dificultou o seu combate (fig. 55 ). Relativamente à área de estudo propriamente dita, verifica-se que a área nunca atingida pelos incêndios florestais é de 22% (TABELA IV).

Por último, refira-se a percentagem mínima de 0,35% registada nas classes 5 e 6, num total de 52,3 ha referente a uma área com origem em condutas de água, localizada no Monte do Colcurinho e Outeiro dos Penedos. Mais especificamente, a recorrência de áreas queimadas em terraços concentra-se principalmente nos graus de recorrência 1 e 2, totalizando 7,6% da área total de estudo (Fig. 53). Como estruturas capazes de contrariar estes intensos processos erosivos, sobretudo após incêndios florestais, surgem os terraços, pois enquanto se mantêm preservados, funcionam como verdadeiras estruturas antierosivas.

De fato, uma comparação da erosão do solo após incêndios florestais, em terraços e em encostas naturais, não deixa dúvidas sobre o efeito antierosivo dos terraços, mesmo em condições de tempestade.

Fig. 51 - Evolução da área ardida e número de ocorrências, nos concelhos de Arganil, Oliveira do Hospital e Seia.
Fig. 51 - Evolução da área ardida e número de ocorrências, nos concelhos de Arganil, Oliveira do Hospital e Seia.

Campos em socalcos e episódios pluviosos extremos

Propostas de gestão e perspectivas

Prevenção dos riscos naturais através da redução do risco de incêndio

Preservação do património de socalcos

O ponto de partida pode ser a revitalização e promoção dos saberes tradicionais com vista à reabilitação do património edificado. Rotas de transumância: identificação dos principais caminhos percorridos pelos pastores com o seu gado (Fig. 69). É com base nestas três propostas ambiciosas que se pretende dotar as esplanadas de condições estruturais para que se tornem uma alternativa harmoniosa em termos turísticos e económicos, garantindo sempre a sua sustentabilidade cultural e patrimonial.

No sentido de integrar estes percursos e outros que venham a ser criados com alguns já existentes, desenvolvemos um percurso integrado adaptável a diferentes condições, cujo objetivo será fornecer um conjunto de informações, nomeadamente no que se refere às esplanadas , o que facilita a visita a um público variado e com diferentes horários disponíveis (Fig. 71). Será assim possível combinar um percurso básico de automóvel com percursos pedonais, tanto mais detalhados quanto maior for o tempo disponível. Este percurso visa a valorização destes socalcos, que nos últimos anos têm estado muito afastados da realidade urbana, cada vez mais destinados ao despovoamento e ao esquecimento.

Entre as sedes de concelho, ligam-se vários lugares no seio de vilas e aldeias que, entre muitas outras, encontram potencialidades patrimoniais, arquitetónicas, físicas, etnográficas, gastronómicas (Fig. 70). De facto, os incêndios têm sido o meio mais agressivo de destruição dos socalcos (Fig. 73). Ano após ano, a área de terraços diminui, e essas estruturas ancestrais sofrem de abandono e degradação, que os poucos e idosos habitantes das montanhas não conseguem reverter.

Face a estas constatações, urge preservá-la, o que aqui realçamos, pela representatividade do património natural e cultural que estas estruturas constituem. A revitalização e preservação de algumas delas poderia impulsionar o desenvolvimento do turismo nestas regiões, que assim ficariam alienadas do anonimato para o qual foram votadas (fig. 74). A partir do estudo realizado nas bacias hidrográficas do rio Alvoco e da ribeira de Pomares, foi possível analisar um conjunto de parâmetros relacionados com o uso atual dos socalcos agrícolas.

O estudo realizado nos concelhos da área de estudo, quer através da análise cartográfica em gabinete, quer face ao terreno, revelou um panorama em que a degradação avança, ao mesmo tempo que se vai perdendo população e atividades agrícolas (Figura 72) . À semelhança de muitos outros concelhos que já estão a transformar e a valorizar o seu património em socalcos, terão de pôr mãos à obra, porque neste caso ficarão para a história por transformarem áreas votadas para o abandono em exemplos de sucesso (foto com 75). e 76). Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, p. 757 (efeitos inéditos da erosão observada em campos agrícolas em áreas montanhosas do centro de Portugal após incêndios florestais), Península Ibérica - Espaço em Mudança, Anais, VI Colóquio Ibérico de Geografia, Porto, p.

Fig. 71 - Praia fluvial, Loriga.
Fig. 71 - Praia fluvial, Loriga.

Roteiro turístico

Imagem

Fig. 2 - Reunião de trabalho, Palma de Maiorca. Fig. 3 - Saída de campo, Cévennes.
Fig. 7 -  Levantamento da área de socalcos, com recurso à foto-interpretação.
Fig. 9 - Estação meteorológica e parcela de erosão do campo experimental de Loriga.
Fig. 10 - Área total ocupada por socalcos.
+7

Referências

Documentos relacionados

Os resultados apresentados neste trabalho somados a informações como número de colaboradores atuantes na estrutura do departamento de marketing das principais empresas