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Rio de Janeiro

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Academic year: 2023

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Combinar a proteção ambiental com a necessidade de promover o desenvolvimento econômico tem se mostrado uma tarefa difícil. PALAVRAS-CHAVE: mineração; o ambiente; rompimento da barragem de rejeitos de Mariana; desastres ambientais; perspectivas legislativas.

Os Estudos de Impacto Ambiental e o Licenciamento Ambiental

Então, com o decreto n. 88.351 de 1º de junho de 1983, que regulamenta a Lei 6.938/81, Estudo de Impacto Ambiental - EIA - relativo ao processo de licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras. Também prescreveu a coleta dos resultados da avaliação de impacto ambiental no relatório de impacto ambiental - RIMA - e dividiu a obtenção da licença em três etapas, licença prévia - LP, licença de instalação - LI - e licença de operação - LO.

O Poder de Polícia Ambiental

Para o autor, “se for uma licença denominada “licenciamento ambiental”, é porque o meio ambiente e o empreendimento licenciado devem estar em harmonia, ou seja, haverá segurança de que não ocorrerá degradação ambiental”. (MACHADO, 2013, p. 325). Assim, Laubadère apud Machado (2013, p. 386) “o poder de polícia não pode ser atribuído a um particular e (...) a Administração não pode privar-se das suas responsabilidades neste domínio”. Machado (2013) também conclui que será difícil atingir os fins de interesse social se um particular exercer o poder de polícia.

O poder de polícia administrativa ambiental é exercido, na maioria das vezes, por meio de ações fiscalizadoras, pois a proteção administrativa do meio ambiente compreende, entre outras coisas, medidas corretivas e fiscalizadoras. Apesar disso, entre as ações da polícia ambiental, lugar importante também é ocupado pelo licenciamento, pois as licenças são exigidas como condição para a prática de atos que, se não respeitados nos pontos pertinentes, podem trazer efeitos ilegais ou determináveis.” (MILARÉ, 2009, p. 283). Da combinação das lições acima, reforçadas pelo entendimento de Meirelles (2003), o poder de polícia está vinculado quando a norma legal o determina e pode ser interpretado nessas situações como dever de polícia.

O DILEMA DA MINERAÇÃO

Mineração Promotora do Desenvolvimento Econômico

Nossa Carta Magna contém o princípio do desenvolvimento econômico consagrado em seu art. O minério de ferro lidera com 60% do valor total da produção mineral brasileira, e em segundo lugar está o ouro com apenas 5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM - o estado produz mais de 180 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, então em 2014 o restante do saldo mineral (exportações menos importações) do estado foi de 14,3 bilhões de dólares e representou 53%.

O município de Mariana, sede de uma barragem de minério de ferro que rompeu em 2015, possui uma dinâmica econômica fortemente ligada à mineração de minério de ferro. Em 2013, o município gerou 70% do produto interno bruto (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2015) na atividade industrial, enquanto arrecadou 95,06% do imposto sobre circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e comunicação - ICMS (SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA/MG, 2016) foram associados à extração de minério de ferro em 2015. Segundo relatório da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (2016), a população do município aumentou quase seis vezes nos últimos 50 anos.

Mineração Potencialmente Danosa ao Meio Ambiente

Nessa linha, Haddad (2006) demonstra como os projetos de mineração têm efeito em cadeia na urbanização do município com aumento da renda e da riqueza da população, além do aumento da produção nacional. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil - CPRM (2002), os principais problemas da mineração podem abranger cinco categorias: poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, deslizamentos de terra, queima de carvão e resíduos radioativos. Corroborando os entendimentos acima, Matta (2001), avaliando a experiência da Região Metropolitana de Salvador - RMS -, aponta que os principais problemas ambientais apontados pelo Plano Diretor de Mineração de 1992, para a RMS, foram desmatamento, remoção de férteis. solo, poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, vibração, impacto visual e degradação da paisagem.

Em relação aos impactos causados ​​pela atividade mineradora, vale lembrar que os impactos diferem de acordo com o tipo de lavra. Lana (2015) também aponta que o uso de materiais químicos, como metais pesados ​​e compostos ácidos, pode alterar significativamente as características químicas do solo. Além dos impactos listados acima, avaliando os impactos decorrentes de acidentes de mineração, voltamos a citar os impactos decorrentes do rompimento da barragem de Mariana, que afetou cerca de 40 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, principalmente pelos danos à potenciais da bacia do Rio Doce.

ATUAÇÃO ESTATAL RELATIVA ÀS BARRAGENS EM MINAS GERAIS

Sistema Estadual de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais

12.334, de 20 de setembro de 2010, estabelece a política nacional de segurança para barragens destinadas ao acúmulo de água para qualquer uso, disposição final ou temporária de rejeitos e acúmulo de rejeitos industriais e cria o sistema nacional de informações sobre segurança de barragens. De acordo com o Inventário de Barragens do Estado de Minas Gerais 2015, devido aos acidentes já ocorridos e ao potencial de danos ambientais e sociais que podem causar, a gestão das barragens de rejeitos e estéril nas indústrias e mineração tem sido priorizada por meio do acompanhamento de relatórios técnicos de auditoria de segurança e realização de vistorias em obras (FEAM, 2016). De acordo com o documento, o Programa de Gestão de Barragens de Rejeitos e Estéreis é desenvolvido desde 2002 com o objetivo de reduzir o risco de danos ambientais decorrentes de acidentes nessas estruturas.

62, de 17 de setembro de 2002, que dispõe sobre os critérios de classificação para barragens de retenção de rejeitos, rejeitos e reservatórios de água em empreendimentos industriais e de mineração no estado de Minas Gerais. A Resolução 87/2005 também determina que as Auditorias Técnicas de Segurança devem ser independentes, ou seja, devem ser realizadas por profissionais externos à empresa para garantir a clareza e evitar conflitos de interesse e ser realizadas por especialistas em segurança de barragens. Vale ressaltar também que o Inventário de Barragens de 2015 (FEAM, 2016) estabelece que uma barragem que não atenda aos requisitos de segurança deve ser recuperada ou desativada pelo seu proprietário, que deve comunicar ao órgão fiscalizador as providências tomadas.

Tabela 1 – Distribuição de servidores do Sisema por cargo em dezembro de 2015.
Tabela 1 – Distribuição de servidores do Sisema por cargo em dezembro de 2015.

Estudos de Impacto Ambiental e Licenciamento da Barragem Rompida em Mariana

Integrando os processos LP, LI e LO da Barragem de Fundão, sua otimização e sua unificação e elevação com a Barragem de Germano, estão os EIAs de implantação e operação da Barragem de Rejeitos de Fundão, elaborados em 2005 - EIA (2005), o EIA do Projeto de Otimização da Barragem de Rejeitos de Fundão, dezembro de 2012 - EIA (2012), e do EIA de Unificação e Elevação das Barragens de Rejeitos de Fundão e Germano, outubro de 2013 - EIA (2013). No entanto, o estudo da Avaliação Preliminar de Perigo da Operação da Barragem de Fundão (EIA, 2005, p. 214) previu uma grande perturbação do perigo/cenário acidental. Em 2012, justificado pela continuidade das atividades da mineradora e pela superação do limite de capacidade de recebimento de rejeitos das barragens de Germano, Fundão e Santarém, foi proposto o Projeto de Otimização da Barragem de Rejeitos de Fundão.

A Alternativa 1, denominada Otimização da Barragem de Rejeitos de Fundão, consiste na disposição de rejeitos arenosos a jusante da Barragem de Fundão existente. Além das questões ambientais, que condicionaram a escolha da Alternativa 1, questões como volume armazenado, distância do projeto da Samarco (possibilidade de exploração das estruturas do mineroduto) e custo de implantação dos projetos foram os fatores que afetaram o projeto. escolha do projeto de otimização da barragem de rejeitos de Fundão. Supressão de vegetação, remoção e armazenamento de solo por decapagem, terraplenagem e obras civis para implantação do sistema de drenagem interna, sistema vertedouro e dique de partida do Projeto de Otimização da Barragem de Rejeitos de Fundão, bem como instalação de apoio estrutural (construção locais e acessos operacionais), além do tráfego de veículos e máquinas que promovem a compactação da camada superior do solo são responsáveis ​​por gerar o efeito de alteração das estruturas do solo, tornando-o mais suscetível ao desenvolvimento de erosões/ou instabilidades geotécnicas (movimentos de massa ).

Tabela 4: Vantagens e Desvantagens para as Alternativas para Destinação de Rejeitos da  Barragem do Fundão
Tabela 4: Vantagens e Desvantagens para as Alternativas para Destinação de Rejeitos da Barragem do Fundão

A PROCURA DA SUSTENTABILIDADE PARA A MINERAÇÃO

O Projeto Mineração, Minerais e Desenvolvimento Sustentável, apoiando a elaboração do Relatório Global do Setor Mineral Brasileiro apresentado em Johanesburgo durante o Earth Summit 2002, reuniu várias propostas que merecem maior destaque: a necessidade de valorizar os aspectos sociais; supressão da mineração predatória; Mais especificamente, em relação ao acidente ocorrido em Mariana, o Núcleo de Apoio à Pesquisa Mineira Responsável - NAP - da Universidade de São Paulo - USP, que tem parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, a Universidade Federal de Ouro Preto - A UFOP - e a Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL -, fizeram algumas propostas para um novo modelo de mineração. Essa “nova mineração” enfatizaria o aumento da competitividade, a redução dos riscos socioambientais e o desenvolvimento socioeconômico da região.

Em relação à proposta do PNV para uma nova mina sustentável, destacam-se os seguintes pontos: integração regional das minas respeitando as características regionais; ampliar as possibilidades de aproveitamento de resíduos com novas tecnologias; desenvolvimento de cimento novo para obras de infraestrutura em geral; novo método de mineração que reduz o uso de caminhões e combina operações de superfície com estruturas subterrâneas; desenvolvimento de tecnologia para análise de metais pesados; e monitoramento geotécnico automático, que permitirá a identificação automática de movimentos mínimos em taludes, estruturas e. Pelo exposto, fica claro que embora existam algumas ações e programas que promovam uma mineração mais sustentável, ainda existe uma necessidade latente de políticas públicas que promovam o investimento e o intercâmbio em ciência e tecnologia para que a atividade mineradora atinja níveis menores de impacto ambiental. . Além disso, é benéfica a existência de políticas voltadas para o fortalecimento dos órgãos de controle da gestão ambiental, permitindo maior eficiência na regulação da atividade.

PERSPECTIVAS

10 do Decreto nº que dispensa o poder público de licenciamento e fiscalização ambiental de aspectos relacionados à segurança estrutural e operacional de lagoas de rejeitos. Esta disposição coloca a responsabilidade pela segurança estrutural e operacional no operador privado, mas constitui uma grave violação das proteções ambientais consagradas no artigo 225 de nossa Constituição Federal.

CONCLUSÃO

Como se vê, fere gravemente o princípio previsto na Constituição Federal de 1988 da proteção estatal ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Regulamenta a Lei nº 6.938, de 31.08.1981 e a Lei nº 6.902, de 27.04.1981, que dispõem, respectivamente, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e a criação de Estações Ecológicas e Zonas de Proteção Ambiental, bem como dá outras providências. FJP: Belo Horizonte, 2015. Disponível em: .

Ato Delegado n. 125, de 25 de janeiro de 2007, que dispõe sobre a estrutura organizacional da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas. Lei nº 21.972, de 21 de janeiro de 2016, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Sisema - e dá outras providências. Disponível em: .

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Tabela 1 – Distribuição de servidores do Sisema por cargo em dezembro de 2015.
Tabela 2 – Distribuição de servidores de carreiras finalísticas ambientais em unidades  administrativas de controle, fiscalização e monitoramento em dezembro de 2015
Figura 1: Gráfico da distribuição das estruturas por Classe e Tipologia – 2015
Tabela 3 – Condição de estabilidade das estruturas dividido por classe
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Referências

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