Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Síntese e avaliação da atividade inibidora na acetilcolinesterase de novos análogos da pralidoxima.
Elaine C. Petronilho (PG),1 Ângelo C. Pinto (PQ)2 e José D. Figueroa-Villar (PQ)1*
figueroa@ime.eb.br.
1. Grupo de Química Medicinal, Departamento de Química, Instituto Militar de Engenharia, Praça general Tibúrcio 80, 22290-270, Praia Vermelha, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2. Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21941-970, Ilh Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Palavras Chave: Acetilcolinesterase, inibição enzimática, oximas, hidrazonas, Alzheimer, defesa química.
Introdução
A inibição da acetilcolinesterase humana (AChE) tem várias aplicações importantes em tratamentos médicos, especialmente no tratamento do mal de Alzheimer e como antídotos para o tratamento de intoxicação com organofosforados (OPs) neurotóxicos, como por exemplo a atropina. Por outro lado, oximas catiônicas derivadas da piridina são atualmente utilizadas como únicos reativadores da AChE inibida por OPs,1 mas são também inibidores competitivos da AChE e tem potencial para serem utilizados como anticolinérgicos. Neste trabalho foram sintetizados novos análogos da pralidoxima (2-PAM) e testados como inibidores da AChE por RMN. Foi dado ênfase a hidrazonas em função de resultados obtidos por modelagem molecular.2
Resultados e Discussão
Como a pralidoxima é o reativador comercial da AChE iniida por OPs, decidimos realizar a síntese de análogos com potencial para inibição da enzima pura e reativação da enzima inibida. A síntese dos compostos planejados é mostrada na Figura1.
Figura 1. Síntese da 2-PAM e análogos.
A metilação da 2-piridinacarboxialdeído (1) foi realizada por tratamento com iodeto de metila e o aldeído 2 foi convertido na 2-PAM (3), a hidrazona (4) e a guanil-hydrazona (5), identificados por espectrometria de massas e RMN.
Para realizar os testes de inibição utilizamos a acetil colinesterase de Electrophorus electricus e
acetilcolina como substrato em soluções de tampão de fosfato (0,1 M, pH 7,4) em D2O. As misturas dos reagentes foram colocadas em tubos de RMN de 5 mm e a transformação da ACh e a formação do acetato foram monitoradas através da integração dos sinais das metilas dos grupos acetila (δ 1,92 e 1,87) por 85 minutos. Para comparação da capacidade inibitória da AChE foi usado como padrão a 2-PAM (3), determinando o tempo necessário para atingir 50% da hidrólise da ACh na presença de cada composto. Os resultados são mostrados na Tabela 1.
Tabela 1. Tempo para hidrólise de 50% da ACh por AChE de Electrophorus electricus na presença dos compostos 3, 4 e 5.*
Composto Nenhum 3 4 5
Tempo (min) 48 58 72 53
*Variação de ±2 min.
Entanto que a guanil hidrazona (5) mostro uma capacidade inibitória relativamente baixa, a Hidrazona catiônica 4 foi o melhor inibidor, sendo 24% mais eficiente que a pralidoxima.
Conclusões
Os resultados obtidos indicam que as hidrazonas catiônicas, que é uma nova família de compostos, possuem um alto potencial como anticolinérgicos.
Nas próximas etapas serão realizadas avaliações in vivo, incluindo ainda outros análogos da hidrazona 4.
Agradecimentos
A CAPES-Pró-defesa, Ministério da Defesa e IMBEB pelo financiamento.
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1 Delfino, R. T.; Ribeiro, T. S.; Figueroa-Villar, J. D. J. Braz.. Chem.
Soc. 2009, 20, 407.
2 Delfino, R. T.; Figueroa-Villar, J. D. J. Phys. Chem. B. 2009, 113, 8402.