XXXI Congresso de Iniciação Científica
Efeitos de um programa de exercício físico combinado sobre a função cardíaca e a capacidade funcional de pacientes com insuficiência cardiaca
Paula Naomi Morimoto, Laura Sambugaro Pernomian, Stella de Angelis Trivellato, Tainá Fabri Carneiro Valadão, Silméia Garcia Zanati Bazan. Câmpus de Botucatu, Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, Curso: Medicina, e-mail da aluna-autora: paula-pnm@hotmail.com, Bolsa CNPq/PIBIC.
Palavras Chave: insuficiência cardíaca, ecocardiograma, exercício físico.
Introdução
Os benefícios de uma prática regular de exercícios físicos em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) são bem reconhecidos pela literatura, porém os fatores responsáveis por esses benefícios ainda são motivo de controvérsia.
Objetivos
Verificar o efeito de um programa de exercício físico combinado (EFC) sobre a função ventricular esquerda e sobre a capacidade funcional (CF) em pacientes com IC e fração de ejeção reduzida.
Material e Métodos
Ensaio clínico longitudinal, randomizado e controlado de 82 voluntários com IC de fração de ejeção reduzida de etiologia isquêmica, randomizados em dois grupos pareados por idade e sexo: Grupo Controle (GC n=41): realizaram atividade física de rotina de recomendação médica e Grupo Intervenção (GI n=41): submetidos a um programa de EFC supervisionado, composto por exercício aeróbico complementado por exercício de força três vezes na semana, por 16 semanas. Os pacientes dos dois grupos foram submetidos ao ecocardiograma transtorácico e ao teste de caminhada Cooper 12 minutos no início e após 16 semanas de protocolo. As comparações entre os grupos foram realizadas por meio do teste “t” de Student. As comparações entre os momentos, pré e pós-intervenção, foram efetuadas por meio do teste t pareado. As associações foram analisadas por meio do coeficiente de correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de p<0,05.
Resultados e Discussão
Houve melhora significante no GI no momento pós- treino em relação ao momento pré-treino e em relação ao GC, respectivamente, nas variáveis ecocardiográficas de função sistólica: fração de ejeção do VE (p<0,001/p<0,001), velocidade de excursão sistólica do anel mitral ao Doppler tissular (onda Smédio) (p<0,001/p=0,001) e de função diastólica do VE: volume do átrio esquerdo indexado (p<0,001/p<0,001) e da razão entre as ondas E/e'médio (p=0,002/p<0,001). Sobre a CF, houve melhora significante na distância percorrida no GI tanto em relação ao momento pré-treino (p<0,001) como em relação ao GC (p<0,001). Foi observada associação positiva e significante entre fração de ejeção do VE e distância percorrida (r=0,673; p<0,001) e entre onda Smédio e distância percorrida (r=0,491; p<0,001). E associação inversa e significante entre volume do átrio esquerdo indexado e distância percorrida (r=-0,459; p<0,001) e entre a razão E/e’ médio e a distância percorrida (r=-0,323; p=0,003).
Conclusões
Um programa de EFC supervisionado em pacientes com IC proporciona melhora das funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo, e melhora da CF.
Agradecimentos
Bolsa CNPq/PIBIC; Apoio: FAPESP: 2016/04959-9.
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1 Ponikowski P, Voors AA, Anker SD, Bueno H, Cleland JGF, Coats
AJS, et al. 2016 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. The Task Force for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2016;37(27):2129-2200.