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trabalho de conclusão de curso - BDM

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Academic year: 2023

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Em ecologia, a disciplina que estuda a relação entre a morfologia funcional e o desempenho ecológico das espécies é chamada de ecomorfologia (Motta et al., 1995; Norton et al., 1995; Peres-Neto, 1999), que tenta explicar, usando padrões, o sucesso do indivíduo em explorar um ou mais ambientes. As condições ambientais estão assim direta ou indiretamente ligadas ao seu comportamento ecológico e morfologia (Motta et al., 1995; Norton et al., 1995; Peres-Neto, 1999), afetando o seu padrão de distribuição (Roa-Fuentes et al. 2015). . A morfologia das espécies está intimamente relacionada com a sua ecologia, e as implicações desta relação na distribuição das assembleias de peixes têm sido estudadas em populações de diferentes sistemas fluviais (Watson e Balon 1984, Wikramanayake 1990, Winemiller et al. 1995, Peres-Neto 2004, Teixeira e Bennemann 2007, Blasina et al. 2016).

Em ecossistemas de riachos intactos, o aumento das dimensões do curso d'água a jusante favorece o aumento de espécies (Matthews 1986), e as diferenças morfológicas entre eles indicam diferenças ecológicas associadas a diferentes estratégias de vida (Norton et al. 1995). Estudos em regiões com intenso uso do solo e riachos com mata ciliar desmatada têm mostrado baixa diversidade com dominância de poucas espécies comuns, sugerindo que a simplificação de habitats também pode levar a uma simplificação da ictiofauna (Casatti et al. 2009). como a redução de grupos funcionais especializados e o favorecimento de grupos funcionais gerais e oportunistas (Teresa et al. A grande diversidade morfológica e ecológica dos peixes pode ser observada pela grande variedade de métodos reprodutivos, diferentes nichos e pela grande diversidade de tipos de recursos consumido (Motta et al. 1995).

Esta complexidade de características ecológicas pode ser usada como uma medida de impacto nos ecossistemas, uma vez que reflecte os efeitos dos factores de stress (Karr et al. 1986, Barbour et al. 1999), demonstrando que os organismos se adaptam e têm um elevado grau de integração nas suas ambiente. suas características morfológicas, ecológicas e comportamentais (Karr e James 1975, Norton et al. 1995). Embora os parâmetros de diversidade tradicionais sejam amplamente utilizados para estudos da diversidade de peixes em riachos (Bojsen e Barriga 2002, Casatti et al. 2009, Cetra et al. 2009, Teresa e Casatti 2010, Carmassi et al. 2012), atualmente outros surgiram e foram demonstrados. sua eficácia na identificação de padrões ecológicos e suas mudanças diante das consequências, como estudos de diversidade funcional (Teresa et al.). Atualmente, a maior parte dos ambientes aquáticos continentais brasileiros estão sofrendo alterações devido às atividades humanas (Tundisi e Barbosa 1995), direta ou indiretamente relacionadas aos processos de urbanização, atividades agrícolas ou pastoris, levando à contaminação e eutrofização, sedimentação, canalização e introdução de espécies exóticas (Agostinho e outros 2005).

A FLONA de Caxiuanã é uma unidade de conservação bem preservada localizada na região do principal polo madeireiro da região estuarina do estado do Pará, onde as atividades se concentram na extração de plantas, o que resultou na produção de madeira em tora de 26% do produção total do estado (Veríssimo et al. 2006).

Tabela 1 –  Tipos de vegetação encontradas em Caxiuanã. Fonte: PM da Flona de Caxiuanã  (ICMBio, 2012)
Tabela 1 – Tipos de vegetação encontradas em Caxiuanã. Fonte: PM da Flona de Caxiuanã (ICMBio, 2012)

CLIMA

PLUVIOSIDADE

A identificação dos indivíduos será realizada no nível taxonômico mais baixo possível utilizando chaves de identificação (Gery 1977, Kullander 1986, Britski et al. 2007) e especialistas profissionais. Valores elevados indicam peixes comprimidos lateralmente, relacionados a peixes que ocupam habitats aquáticos de movimento lento (Watson & Balon, 1984), podendo também indicar uma preferência por águas superficiais (Pouilly et al. 2003). Barbatanas caudais grandes indicam movimentos rápidos de investida, típicos de muitos peixes bentônicos (Balon et al. 1986).

Lista de espécies analisadas em riachos localizados dentro e fora da Flona de Caxiuanã, PA, cujas medições foram realizadas para cálculo do espaço morfológico. Nos igarapés dentro e fora da FLONA foram mais influenciados pelas características comprimento relativo da cabeça (CRC), altura relativa dos olhos (ARO), índice de compressão corporal (ICC), altura relativa do corpo (ARC) e índice de compressão do pedúnculo (ICPe). com maiores valores negativos representados pela espécie Apistogramma gr. Projeção dos dois primeiros eixos da PCA para espécies de peixes de riachos dentro e fora da Flona de Caxiuanã, ​​​​​​​​​​​PA.

Este arranjo ecomorfológico tem sido observado em diversas agregações de peixes de ambientes continentais (Watson e Balon 1984, Wikramanayake 1990, Casatti e Castro 2006, Oliveira et al. 2010, Leal et al. 2011). A espécie que melhor ilustra a tendência de posicionamento das demais espécies de ACS dentro da FLONA é Carnegiella strigata, conhecida como peixe-borboleta. Nessas áreas arborizadas, os insetos de origem terrestre costumam ser bastante abundantes e não é difícil capturá-los, pois sua liberdade de movimento, quando caem na água, é bastante restrita e podem ser facilmente predados (Melo et al. 2003).

As larvas de insetos terrestres podem representar um tipo de recurso a ser explorado próximo a locais marginais cercados por vegetação ribeirinha, com quantidades significativas de troncos e galhos submersos onde as larvas podem se estabelecer durante parte do seu desenvolvimento (Nakano et al. 2006). Dentro da FLONA, esse tipo de hábito é, portanto, extremamente vantajoso, pois os insetos terrestres possuem um valor nutricional significativo, principalmente em proteínas (60%), gorduras (25%) e carboidratos (15%) (Nakano et al. 2006), portanto, relação custo/benefício favorável considerando a qualidade do alimento e a facilidade de captura. O desmatamento da vegetação fluvial causa sensibilidade nas comunidades instaladas ao seu redor, pois é importante utilizá-la para reprodução, abrigo e alimentação dos peixes em seus microhabitats, o que induz a estrutura e composição dessas comunidades (Casatti et al. 2009). .

Pesquisas de substrato indicam que sua mudança afeta diretamente a disponibilidade de microhabitats, modifica a biota e a comunidade de macroinvertebrados, limitando a oferta de recursos alimentares para peixes de riacho (Russo et al. 2002, Yoshimura 2012), o que, combinado com a ausência de material alóctone , altera as relações tróficas entre as comunidades, prejudicando a composição e estrutura de todas as assembleias aquáticas habitadas (Pusey e Arthington 2003). A espécie que melhor exemplifica a tendência de especiação ao redor da FLONA é Crenicichla gr. A espécie Crenicichla britskii possui boca em posição terminal (Agostinho et al. 2004, Graça e Pavanelli 2007) e é classificada como insetívoro generalista, alimentando-se principalmente de insetos em fases juvenis que fazem parte do material autóctone do ambiente (Gibran et al. 2001).

Esta espécie está associada a habitats médios e entre as raízes submersas da vegetação marginal (Casatti 2002), pelo que a elevada ocorrência das espécies generalistas neste ambiente é um prenúncio de redução da integridade física do habitat (Sousa 2014), indicando que mesmo regiões alteradas, mesmo próximos a ambientes preservados, podem não ser suficientes para manter comunidades semelhantes àquelas de ambientes preservados (Harding et al. 2006). A ecomorfologia tem se mostrado uma ferramenta eficaz para determinar padrões de forma e algumas características no comportamento das espécies dentro e fora da FLONA.

Figura 3 - Localização da floresta nacional de Caxiuanã, PA. Os pontos indicam os igarapés onde  ocorreram as coletas
Figura 3 - Localização da floresta nacional de Caxiuanã, PA. Os pontos indicam os igarapés onde ocorreram as coletas

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Tabela 1 –  Tipos de vegetação encontradas em Caxiuanã. Fonte: PM da Flona de Caxiuanã  (ICMBio, 2012)
Figura 1 – Mapa de vegetação da Flona de Caxiuanã proposto pelo Plano de Manejo  da UC
Figura 2. Variação anual da precipitação na Floresta Nacional de Caxiuanã. Fonte: PM da Flona de  Caxiuanã (ICMBio, 2012).
Figura 3 - Localização da floresta nacional de Caxiuanã, PA. Os pontos indicam os igarapés onde  ocorreram as coletas
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Referências

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Em abril de 2011 foram mensuradas as características de desenvolvimento vegetativo: altura total (AT); altura acima do entrenó marcado (AM); comprimento do ramo plagiotrópico