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Utilização digestiva de dietas semi simplificadas com fenos enriquecidos com vinhaça para coelhos em crescimento

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Academic year: 2017

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Camila Campos Gondim Martins Coelho

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Zootecnia da Escola

de Veterinária da Universidade Federal

de Minas Gerais como requisito parcial

para Obtenção do grau de Mestre em

Zootecnia.

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À minha família por todo apoio e paciência.

Ao meu amor pela dedicação e carinho em momentos difíceis.

Ao professor Walter Motta pela atenção, orientação e confiança na condução desse projeto.

Ao professor Iran Borges pela co-orientação e amizade.

Às amigas e companheiras de experimento e análise, em especial Érika e Diana, e a estagiária Flavinha.

À amiga Natascha Almeida e ao Danilo pela realização das análises estatísticas.

Ao Luiz Machado pelo apoio e auxílio na condução do projeto.

Aos funcionários do LAMA e do Laboratório de Nutrição.

À Escola de Veterinária, ao colegiado de pós-graduação pelo suporte e aos seus funcionários em especial a Heloísa por sempre me receber com atenção e carinho.

Aos funcionários da fazenda experimental pela dedicação e apoio diante das urgências do experimento.

À Vale Verde por nos ter cedido à vinhaça essencial a realização do experimento.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela bolsa de mestrado a qual viabilizou a dedicação integral a este experimento.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais pelo financiamento do projeto.

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RESUMO ... 10

ABSTRACT ... 11

INTRODUÇÃO GERAL ... 12

CAPÍTILO 1. REVISÃO DE LITERATURA ... 14

1.1. Panorama da Cunicultura ... 14

1.2. Vinhaça ... 17

1.2.1. Utilização da vinhaça ... 18

1.2.2. Formas de utilização da vinhaça na nutrição animal ... 20

1.3. Tifton 85 ... 22

1.4. Componentes da parede celular e digestão da fibra ... 23

1.5. Necessidades energéticas e protéicas ... 25

1.6. Cecotrofia ... 26

1.7. Dietas simplificadas e semi-simplificadas ... 27

CAPÍTULO 2. ENSAIO DE DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES DE DIETAS SEMI SIMPLIFICADAS A BASE DE FENO DE TIFTON 85 E SUPLEMENTADAS OU NÃO COM VINHAÇA PARA COELHOS EM CRESCIMENTO ...29

1. INTRODUÇÃO ... 29

2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 30

2.1. Local e condições experimentais ... 31

2.2. Produção do produto e dietas experimentais ... 31

2.3. Condução experimental ... 33

2.4. Análises laboratoriais ... 34

2.5. Metodologia dos cálculos ... 34

2.6. Análises estatísticas ... 35

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 35

4. CONCLUSÕES ... 39

CAPÍTULO 3. CECOTROFOS E SUA CONTRIBUIÇÃO NUTRITIVA DE DIETAS SEMI SIMPLIFICADAS A BASE DE FENO DE TIFTON 85 SUPLEMENTADAS OU NÃO COM VINHAÇA PARA COELHOS EM CRESCIMENTO ... 40

1. INTRODUÇÃO ... 40

2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 41

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 43

3.1. Curvas de Cecotrofia... 43

3.2. Composição química e contribuição nutritiva dos cecotrofos ... 45

4. CONCLUSÕES ... 48

CAPÍTULO 4. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PRODUTIVO, RENDIMENTO DE CARCAÇA E BIOMETRIA DO TRATO GASTRO INTESTINAL DE COELHOS EM CRESCIMENTO ALIMENTADOS COM DIETAS SEMI SIMPLIFICADAS A BASE DE FENO DE TIFTON 85 SUPLEMENTADAS OU NÃO COM VINHAÇA ... 49

1. INTRODUÇÃO ... 49

2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 49

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 51

4. CONCLUSÕES ... 54

CONCLUSÃO GERAL ... 56

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Tabela 1. Subprodutos do processamento da cana-de-açúcar ... 17 Tabela 2. Características da vinhaça resultante de mostos de melaço, de caldo de cana e de mostos mistos... ... 18 Tabela 3. Evolução da regulamentação da disposição da vinhaça... 19 Tabela 4. Parâmetros nutricionais e produtivos de Tifton 85 adubado com 200kg de N/ha em diferentes idades. ... 23 Tabela 5. Composição percentual dos ingredientes nas dietas experimentais (% MN)... 32 Tabela 6. Composição nutricional das dietas experimentais através das análises laboratoriais (% MS). ... 33 Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS), da matéria orgânica (CDMO), da matéria mineral (CDMM), da proteína bruta (CDPB), da energia bruta (CDEB), da fibra em detergente neutro (CDFDN), consumo médio diário (CMD), excreção média diária (EMD), energia digestível (ED), proteína digestível (PD), relação energia digestível por grama de proteína digestível das dietas experimentais (REL) e relação gramas de proteína digestível por mega joule de energia digestível (RPE) de acordo com as dietas experimentais... 36 Tabela 8. Composição química dos cecotrofos de acordo com as dietas experimentais. ... 46 Tabela 9. Contribuição nutritiva dos cecotrofos de acordo com as dietas experimentais...47 Tabela 10. Consumo médio diário, ganho de peso diário e conversão alimentar segundo as dietas experimentais... 51 Tabela 11. Ganho de peso diário de acordo da com a dieta experimental ao longo do tempo. 52 Tabela 12. Peso inicial, final, da carcaça e rendimento de carcaça segundo as dietas experimentais. ... 53 Tabela 13. Rendimento dos valores absolutos da biometria do trato gastrointestinal e vísceras comestíveis. ... 53

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Os objetivos desse trabalho foram avaliar a influência de duas qualidades de feno de Tifton 85 suplementados ou não com vinhaça em dietas semi simplificadas para coelhos em crescimento da raça Nova Zelândia Branco sobre a digestibilidade aparente dos nutrientes, a composição química dos cecotrofos, a contribuição nutritiva dos cecotrofos, o desempenho, os rendimentos de carcaça, o rendimento de vísceras comestíveis (fígado, rins e coração) e o rendimento do trato gastrointestinal e ceco repleto. As dietas continham feno de Tifton 85 com nível de inclusão de 53,61% para dieta SUP e SUPV e 50,06% para dietas INF e INFV. As dietas SUPV e INFV receberam vinhaça na proporção de 2:1 (duas partes de vinhaça para uma parte de feno). O ensaio de digestibilidade foi conduzido com 40 animais (10 animais por tratamento), com idade de 55 dias. Os resultados demonstraram que as dietas semi simplificadas à base de feno de Tifton 85 não foram influenciadas pela qualidade do feno e pela adição da vinhaça para os parâmetros avaliados com exceção do coeficiente de digestibilidade da matéria mineral. Para essa variável, animais alimentados com a dieta INF obtiveram valores superiores aos da dieta INFV e os animais da dieta SUP e SUPV apresentaram valores intermediários. No experimento de cecotrofia foram utilizados oito animais por tratamento com 66 dias de idade. Em cada animal foi colocado um colar circular de madeira por 24 horas para impedir o consumo de cecotrofos. A colheita era realizada a cada duas horas objetivando a construção da curva de produção de cecotrofos. As curvas apresentaram dois picos de produção (dieta SUPV e INFV) de cecotrofos ao invés de um (dieta SUP e INF), apesar dos resultados, a produção, composição química e contribuição nutritiva não se alteraram. No experimento de desempenho foram utilizados 13 animais e somente foram avaliadas as dietas SUP e SUPV. Os resultados de foram iguais para consumo médio diário, ganho de peso diário, conversão alimentar, peso inicial, peso final, peso da carcaça, rendimento de carcaça, rendimento de fígado, rendimento de coração, rendimento da cabeça, rendimento da pele, rendimento do trato gastrointestinal e rendimento do ceco repleto. Somente para rendimento de rins apresentaram diferentes resultados, animais alimentados com a dieta SUPV tiveram rendimento de rins superior aos animais alimentados com a dieta SUP.

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The aims of this study were to evaluate the influence of two qualities of Tifton 85 hay supplemented or not with simplified semi vinasse in diets for growing rabbits of New Zealand White on apparent digestibility of nutrients, the chemical composition of cecotrophes, the nutritional benefits cecotrophes of the performance, carcass yield, the yield of edible offal (liver, kidneys and heart) and the income of the gastrointestinal tract and caecum filled. The diets containing Tifton 85 hay with inclusion level of 53.61% for diet SUP and SUPV and 50.06% for diets INF and INFV. Diets were SUPV and INFV stillage in natura in the proportion of 2:1 (two parts of vinasse to a part of hay). The digestibility trial was conducted with 40 animals (10 animals per treatment), aged 55 days. The results showed that diets based on simplified semi Tifton 85 hay were not affected by the quality of the hay and the addition of vinasse for the parameters evaluated except for the digestibility of the mineral matter. For this variable, animals fed diet INF higher than those obtained from the diet and the animals INFV diet SUP and SUPV had intermediate values. In the experiment caecotrophy eight animals were used per treatment with 66 days of age. In each animal was collared circular timber for 24 hours to prevent the consumption of cecotrophes. The harvest was performed every two hours aiming at the construction of the production curve cecotrophes. The curves showed two peaks of production (diet INFV and SUPV) cecotrophes instead of a (diet SUP and INF), despite the results, production, chemical composition and nutritional benefits have not changed. In the performance experiment were used and only 13 animals were evaluated diets SUP and SUPV. The results were similar for average daily intake, daily gain, feed conversion, initial weight, final weight, carcass weight, carcass yield, liver, heart yield, yield of the head, skin income, income gastrointestinal tract and performance of the cecum filled. Only kidney showed yield different results, animals fed diet SUPV had kidney yield superior to the animals fed diet SUP.

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A utilização de dietas à base de forrageiras para coelhos vêm sendo estudada no Brasil há alguns anos. No entanto, pouco se foi definido quanto às inclusões máximas e quais as características ideais das dietas.

É importante que estudos deste tipo foquem o peso final para abate uma vez que o animal deve conseguir obter da dieta a taxa de crescimento necessária para o peso de abate esperado na data correta.

Dados de mercado preconizam valores de peso final variando de 1,8 a 2,5 kg aos 72 dias de idade como sendo o satisfatório, de modo que o peso da carcaça não seja inferior a 1 kg. Os valores acima citados ainda não estão bem estabelecidos, pois pouco se sabe do custo: benefício da idade do abate e peso do animal.

Cada vez mais há competição entre o alimento humano e animal, principalmente quando se fala em grãos e cereais. A fim de reduzir essa competição, o desenvolvimento de dieta à base de ingrediente fibroso (dietas simplificadas) mostrou-se promissora. Para, no entanto, suprir as necessidades nutricionais dos coelhos à utilização de fenos de qualidade superior são os indicados.

Nos países tropicais há dificuldade de se produzir gramíneas de qualidade a baixo custo tornando economicamente difícil a utilização de dietas simplificadas para coelhos. Diante disso, o presente trabalho desenvolveu dietas semi simplificadas com fenos proteicamente mais pobres. As dietas semi simplificadas são aquelas em que os níveis de inclusão do volumoso giram em torno de 50 a 60%, seguidos por fonte protéica e energética.

Com objetivo de aumentar o teor de proteína dos fenos, a inserção da vinhaça na dieta se mostrou uma saída interessante. A vinhaça é um líquido poluente resultante do fabrico da aguardente ou do álcool combustível que quando despejada inadequadamente no solo pode vir a contaminar o lençol freático.

Aliar então, ingredientes alternativos com possibilidade poluidora a ingredientes volumosos de baixa quantidade com o objetivo de minimizar os custos de produção e possibilitar a produção de proteína de alto valor biológico a um baixo custo passa a ser uma interessante alternativa.

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· Avaliar nutricionalmente dietas semi simplificadas para coelhos e um possível efeito da vinhaça e dos fenos de diferentes qualidades

· Avaliar a contribuição nutritiva dos cecotrofos em dietas semi simplificadas e um possível efeito da vinhaça e dos fenos de diferentes qualidades

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Dados do mercado apontam o Brasil como o quinto produtor de carne de coelho da América do Sul, deixando para trás Equador, Uruguai e Bolívia. A produção nacional, segundo a FAO em 2007, foi de 2050 toneladas.

No mesmo ano, a China foi o maior produtor de carne de coelho com uma produção de 604 mil toneladas com substanciais crescimentos anuais. Em segundo lugar (230 mil), a Itália vem mantendo a estabilidade produtiva seguida por pequenos aumentos.

Pode-se observar também que a produção mundial de carne de coelho cresceu nos últimos anos (gráfico 1). Um dos motivos se deve, provavelmente, a preocupação quanto à qualidade da carne devido à baixa concentração de colesterol.

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0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

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4

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Gráfico 1. Produção Mundial de Carne de Coelho em Mil Toneladas por Ano (FAOSTAT)

Os coelhos são classificados como herbívoros, alimentando-se de alimentos de origem vegetal. Os herbívoros possuem capacidade digestiva desses materiais vegetais pelo auxílio de estruturas especiais e microrganismos. A possibilidade de utilização de ingredientes volumosos com alta inclusão reduz os custos de produção tornando a carne de coelho mais competitiva (Cheeke e Patton, 1981).

A procura por alimentos não convencionais aumentou nos últimos anos na tentativa de reduzir a competição com alimentação humana (grãos e cereais). Dentro desse contexto, a proteína de origem microbiana ou proteína unicelular (leveduras) mostra-se como uma alternativa viável à substituição dos componentes básicos das rações.

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Dado o crescimento do setor cano-açucareiro, foi gerado paralelamente à produção de álcool combustível um montante de subprodutos. Neste contexto, o desenho de trajetórias tecnológicas portadoras de modos de produção mais desejáveis,do ponto de vista da proteção e do uso sustentável do meio ambiente tornou-se o foco principal desse setor (Corazza e Salles-Filho, 2000).

O conceito de Desenvolvimento Sustentável, como é proposto, tem uma conotação positiva uma vez que associa eficiência econômica a justiça social e a prudência ecológica, abrindo portas para uma nova alternativa de oposição aos modelos tradicionais de desenvolvimento (Brusaeke, 1995). Este conceito foi fortemente discutido em 1992 no Brasil quando foi realizada a RIO-92. Como resultado desta conferência foi publicado um texto, chamado Agenda 21 que trata do redirecionamento da sociedade industrial, sugerindo buscar uma nova interpretação do conceito de progresso, objetivando a qualidade e não apenas o crescimento.

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Tabela 1. Subprodutos do processamento da cana-de-açúcar

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Melaço Rico Indústria de alimentos, ração animal, álcool etílico, levedura, outros Melaço Pobre Ração animal, fermento

Ponta e Palha de cana Ração Animal, cobertura do solo

Bagaço Energia para a combustão, papel, papelão, compensados, adubo, ração

Torta de Filtro Fertilizante, ração

Levedura Ração

Vinhaça Adubo (fertirrigação)

Fonte: Instituto Euvaldo do Ludi (IEL/NC), (2005).

Dentre os subprodutos da industrialização da cana-de-açúcar, a vinhaça destaca-se por apresentar o maior número de problemas, devido à grande quantidade produzida, alto teor de água, elevada acidez e alta demanda bioquímica de oxigênio (DBO) (Bard e Paiva, 1981).

Outra vertente é a produção de cachaça. A produção da vinhaça de alambique é resultante do processo de produção da cachaça ou aguardente. A composição química da vinhaça é bastante variável devido à natureza e composição da matéria-prima, composição do mosto, tipo de fermentação e processo de destilação utilizado (Gava 2001; Azania

2003).

Aliar então, ingredientes alternativos com possibilidade poluidora a ingredientes volumosos de alta quantidade visa minimizar os custos de produção possibilitando a produção de proteína de alto valor biológico a um baixo custo.

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A vinhaça é o principal subproduto do processo de fabricação do etanol e da cachaça. Além de ser quantitativamente o principal representante é também o mais poluente dificultando seu transporte e eliminação. Segundo Cortez (1992), a produção de vinhaça varia em função dos diferentes processos empregados na fabricação do álcool. De maneira geral, cada litro de álcool produzido em uma destilaria gera entre 10 e 15 litros de vinhaça.

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No geral, a vinhaça é rica em matéria orgânica e em nutrientes minerais como o potássio (K), o cálcio (Ca) e o enxofre (S), e possui uma concentração hidrogeniônica (pH) variando entre 3,7 e 5,0 (Ludovice, 1996) (tabela 2).

Tabela 2. Características da vinhaça resultante de mostos de melaço, de caldo de cana e de mostos mistos

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pH 4,2 - 5,0 3,7 - 4,6 4,4 - 4,6

Temperatura 80 - 100 80 - 100 80 - 100

DBO (mg/lO) 25000 6000 - 16500 19800

DQO (mg/lO2) 65000 15000 - 33000 45000

Sólidos totais(mg/l) 81500 23700 52700

Sólidos voláteis (mg/l) 60000 20000 40000

Sólidos fixos (mg/l) 21500 3700 12700

Nitrogênio (mg/lN) 450 - 1600 150 - 700 480 - 710

Fósforo (mg/lP2O5) 100 - 290 10 - 210 9 - 200

Potássio (mg/lK2O) 3740 - 7830 1200 - 2100 3340 - 4600

Cálcio (mg/lCaO) 450 - 5180 130 - 1540 1330 - 4570

Magnésio (mg/lMgO) 420 - 1520 200 - 490 580 - 700

Sulfato (mg/lSO4) 6400 600 - 760 3700 - 3730

Carbono (mg/lC) 11200 - 22900 5700 - 13400 8700 - 12100

Relação C/N 16 - 16,27 19,7 - 21,07 16,4 - 16,43

Matéria orgânica (mg/l) 63400 19500 38000

Substâncias redutoras (mg/l) 9500 7900 8300

Fonte: Sopral, 1986.

Em sua pesquisa, Rodella (1980) estudaram a composição química de nove destilarias autônomas do Estado de São Paulo e concluíram que a composição química da vinhaça mostra dependência marcante da localização da destilaria, provavelmente devido à influência do tipo de solo sobre a composição do caldo submetido à fermentação. Seus resultados foram semelhantes aos de Bittencourt (1978) que demonstraram que os valores da composição química da vinhaça podem variar dentro de largos limites dependendo do processo de fabricação.

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quando a prática foi proibida. Na Tabela 3, Hassuda (1989) faz um retrospecto da legislação que aborda o destino legal da vinhaça. Todo esse processo ocorreu devido à carga orgânica da vinhaça que causa a proliferação de microrganismos que esgotam o oxigênio dissolvido na água, destruindo a flora e fauna aquática e dificultando o aproveitamento dos mananciais contaminantes como fonte de abastecimento de água potável (Corazza e Salles-Filho, 2000). Tabela 3. Evolução da regulamentação da disposição da vinhaça

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Portaria MINTER n° 323, de 29/11/1978

Proíbe o lançamento da vinhaça nos mananciais superficiais. Portaria MINTER n° 323, de

03/11/1980

Proíbe o lançamento da vinhaça nos mananciais superficiais. Resolução CONAMA n° 0002,

de 05/06/1984

Determinação da realização de estudos e apresentação de projeto de resolução contendo normas para controle da poluição causada pelos efluentes das destilarias de álcool e pelas águas de lavagem da cana.

Resolução CONAMA n° 0001, de 23/01/1986

Obrigatoriedade da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para novas indústrias instaladas ou qualquer ampliação efetuadas nas já existentes.

Lei n° 6.134, de 02/06/1988, art. 5°, do Estado de São Paulo.

“Os resíduos líquidos, sólidos ou gasosos, provenientes de atividades agropecuárias, industriais, comerciais ou de qualquer outra natureza, só poderão ser conduzidos ou lançados de forma a não poluírem as águas subterrâneas”.

Fonte: Hassuda (1989).

Com a impossibilidade a partir de então, do lançamento da vinhaça nos rios e ribeirões, o descarte da vinhaça passou a ser um problema para os centros de pesquisa e para as indústrias.

As alternativas tecnológicas então desenvolvidas para um destino ambientalmente correto da vinhaça foram principalmente: fertilizante, fermentação anaeróbica (metano) e produção de levedura (Dias, 1980; Camhi, 1979).

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ambiente, desde as características físicas e químicas do solo até as águas subterrâneas a partir da sua percolação.

Simabuco . (1996), analisando a percolação de vinhaça nas águas subterrâneas durante a safra de 1995 em São João da Boa Vista-SP, por meio de fluorescência de Raios X, constataram a presença de metais pesados em amostras de água do lençol freático. E ainda concluíram que a prática da disposição de vinhaça nas lavouras, apesar de trazer em muitos casos um viável retorno econômico na forma de melhorias na produtividade, ocasiona sérios danos ambientais principalmente em áreas de aplicação irresponsável e não controlada.

Outra alternativa, a digestão anaeróbia da vinhaça, tem a seu favor o argumento econômico da produção do metano. Problemas técnicos, como o longo tempo de retenção e a granulação do lodo de microorganismos, foram superados e a biodigestão anaeróbia da vinhaça é hoje considerada tecnicamente viável.A viabilidade econômica desta tecnologia é tolhida por três fatores: em primeiro lugar, a falta de valorização do biogás como combustível alternativo; em segundo, a difusão bem sucedida da fertirrigação, que não sofreu nenhum controle ambiental mais rigoroso; e, em terceiro, o declínio do Proálcool, que não permitia investimentos (Corazza e Salles-Filho, 2000).

A produção de leveduras pelas destilarias de álcool se tornou uma opção. Poder-se-iam produzir dois tipos de levedura: as leveduras de recuperação, do gênero , obtidas através da fermentação anaeróbica do mosto açucarado e separadas por centrifugação do vinho, constituindo-se em um subproduto do processo de produção de álcool; e as leveduras de cultivo, representadas em maior parte, pelo gênero (ou ), obtida através da fermentação aeróbica de melaço e/ou vinhaça e geralmente possuem melhor qualidade às leveduras de recuperação (Desmonts, 1966).

A procura por alimentos não convencionais aumentou nos últimos anos, principalmente devido aos freqüentes aumentos nos preços de grãos de cereais e fontes protéicas vegetais. Dentro desse contexto, a proteína de origem microbiana ou proteína unicelular mostra-se como uma alternativa viável à substituição dos componentes básicos que compõem as rações.

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Uma demonstração da utilização foi feita por Arrigoni (1993) que ao oferecer à vinhaça em substituição a água para bovinos em confinamento observou melhora na conversão alimentar e ganho de peso diário. Devido ao alto teor de água da vinhaça (94-96%), e desta ser um material corrosivo e de difícil conservação, o emprego da vinhaça

não apresenta maiores perspectivas limitando seu uso em propriedades adjacentes às destilarias (Pupo, 1981).

2

A produção de leveduras através da centrifugação da vinhaça origina a vinhaça concentrada ou vinhaça seca. Sampaio (1989) através da análise de regressão para o coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo indicaram o ponto máximo de inclusão de 8,83% de vinhaça seca em substituição ao M.D.P.S. (milho desintegrado com palha e sabugo) em rações para bovino. Pupo (1981) avaliando os níveis de inclusão de vinhaça concentrada em ração para bovinos concluiu que a inclusão de 7% da vinhaça concentrada apresentou os mesmos resultados para ganho de peso, conversão alimentar e digestibilidade da matéria seca e matéria orgânica.

Landell (1991) utilizando a vinhaça concentrada como fonte protéica na alimentação de suínos em crescimento e terminação concluiu que na fase inicial a inclusão de até 10% da vinhaça concentrada obteve os mesmo valores de desempenho quando comparada à ração que continha o farelo de soja como ingrediente protéico da ração.

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Analisando a levedura na alimentação de suínos, Figueroa (1991) demonstrou que níveis de inclusão entre de 10 a 30% na dieta de não influem no peso final, conversão alimentar e consumo diário de extrato etéreo em gramas. Porém diminuiem o consumo da matéria seca e proteína bruta interferindo no ganho de peso diário.

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digestibilidade aparente da matéria seca e proteína bruta encontrados, o valor de proteína digestível da torula para tilápia é suficiente para possibilitar seu uso em dietas comerciais.

Caballero (1993) avaliaram níveis de inclusão de levedura torula ( ) em aves através de ganho de peso, consumo e conversão alimentar para frangos de corte e porcentagem de postura e peso de ovos, consumo e conversão alimentar para poedeiras. Estes pesquisadores concluíram que até 10% de inclusão da levedura em dietas para frangos e poedeiras não afetam o desempenho destes animais.

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O gênero Cynodon é composto de gramíneas tropicais e sub-tropicais originárias dos continentes africano e asiático, com centros de origem na porção leste da África Tropical (Quênia, Uganda e Tanzânia), África Ocidental (Angola) e sul da Ásia e ilhas do Pacífico Sul. São plantas pertencentes à tribo Chlorideae, sendo subdivididas em oito espécies em função de sua distribuição geográfica. Outra subdivisão proposta é a de grupos dentro de gênero, denominado-se de gramas bermuda ( ) as plantas que apresentam rizomas (caules subterrâneos), e de gramas estrela ( ! e C ) as plantas mais robustas e não rizomatosas. Este cultivar, um Cynodon spp., é um dos últimos lançamentos do programa de melhoramento genético de plantas pertencentes a este gênero desenvolvido pelo professor Glenn W. Burton na Coastal Plain Experimente Station na cidade de Tifton, estado da Geórgia. É um híbrido F1 interespecífico resultante do cruzamento entre Tifton 68

( ! ) e PI 290884 ( ), uma variedade advinda da África do

Sul (Tonato e Pedreira, 2003).

O Tifton 85 é altamente indicado pela sua produção de massa verde, relação folhas/hastes, ótima palatabilidade, digestibilidade (60%), fibras e alto teor de proteína bruta (em torno de 16%), com cortes a serem realizados a cada quatro semanas no período das águas. Altamente recomendada para pecuária de leite, corte, criação de eqüinos, caprinos e ovinos (Tifton-85, 2010).

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Tabela 4. Parâmetros nutricionais e produtivos de Tifton 85 adubado com 200kg de N/ha em diferentes idades.

Rebrota (dias) MS (t/ha) PB (%) FDN (%) FDA (%)

14 2,85 16,3 73,6 37,2

28 4,6 14,2 80,8 40

42 4,69 10,3 80 42,1

56 9,18 8,6 85,6 44,2

70 9,71 8,6 80,7 45,2

Fonte: Adaptado de Gomide, 1996.

As plantas do gênero Cynodon em geral são caracterizadas por apresentarem uma grande flexibilidade de manejo, sendo Tifton 85 considerado o mais flexível dentre todos os cultivares pertencentes ao gênero. Esta grande capacidade de adaptação a diversas condições de manejo (leniente ou intenso) é decorrente das diversas características associadas ao habito de crescimento prostrado da planta (estolonífero) e a uma grande plasticidade fenotípica (capacidade de alterar sua morfologia e fisiologia em função de mudanças no ambiente) (Tonato e Pereira, 2003).

Trabalhos conduzidos por Machado (2007a) e Crespi (2004) apresentaram valores próximos e satisfatórios de desempenho entre a dieta referência e animais que receberam feno de tifton 85. Em suas dietas o nível de inclusão foi de 30% de feno de tifton 85.

13=3 6

A parede celular é um complexo de carboidratos, proteínas e outras moléculas, conferindo estrutura rígida e proteção aos tecidos vegetais. As moléculas de celulose com fibras longas conferem resistência, enquanto a hemicelulose, a pectina e a lignina formam o cimento junto com a celulose (Cunningham, 1993). Bromatologicamente a parede celular pode ser estimada pela fibra em detergente neutro (FDN), a qual pode variar em proporção entre partes e diferentes tecidos da planta (Wilson, 1994). A extensão da degradação da fibra em detergente neutro (FDN) é dependente de sua fração indigestível e da taxa de digestão da sua fração digestível (Mertens e Tamminga, 1993).

(24)

internos, como a lignina que tem sido constantemente associado à indigestibilidade da parede celular em forrageiras.

Segundo Van Soest (1994) a disponibilidade nutricional da fibra depende da habilidade do animal em clivar as ligações glicosídicas dos carboidratos vegetais e entre os carboidratos e outras substâncias. Portanto, a química nutricional desses carboidratos é uma descrição da degradação de carboidratos estruturais e não estruturais e dos fatores que influenciam sua disponibilidade para os animais e para a digestão microbiana. E ainda definiu parede celular como uma macromolécula com ligações covalentes entre β-glucanas, xilanas e arabananas com peptídeos a partir de ligações cruzadas.

As fibras são mais importantes no período pós desmame. Segundo Gidenne (2000), quatro são os principais pontos a serem observados sobre as necessidades de fibra para coelhos:

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O consumo de lignina ocasiona acentuada redução da digestibilidade da dieta associada a redução do tempo de retenção da digesta em todo trato acarretando como efeito paralelo da queda do risco sanitário. Celulose também gera as quedas da digestibilidade e tempo de retenção, porém menos importante.

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Estudos demonstraram um efeito favorável em valores variando de 0,14 a 0,31 na produtividade de fêmeas em lactação e no peso da ninhada. Em geral, as necessidades de lignina para coelhos em crescimento são de 5 a 7 g/dia e de celulose aproximadamente de 11 a 12 g/dia.

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(25)

aconselhável uma relação FD/FDA menor que 1,3. Quando a FD é substituída pelo amido, o desenvolvimento dos animais não é fortemente afetado.

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Especulações são feitas em relação ao nível de amido e da fibra na dieta, em especial o FDA. Trabalhos demonstram que mesmo em dietas de alto amido (30%) foram suportadas pelos animais desde que a quantidade de FDA fosse suprida, isso para animais em terminação. Para animais em desmame a concentração do amido não deve exceder 14% da dieta.

A alta inclusão de fibras para coelhos objetiva prevenir desordens intestinais causadores da alta mortalidade na fase de desmama. No entanto, a alta inclusão da fibra dilui a concentração energética da dieta aumentando o consumo do alimento e reduzindo a conversão alimentar. Quando a fibra da dieta é maior que 25% FDA o animal não consegue aumentar suficientemente o consumo energético diminuindo a taxa de crescimento (Guidenne, 2000).

A fermentação propicia a utilização de alimentos altamente fibrosos. As alterações digestivas causadas pelas fibras são diversas e estão intimamente ligadas ao tipo da fibra. Por exemplo, alimentos ricos em fibra solúvel, principalmente em pectinas, tem sua fermentação aumentada e como conseqüência, aumento da produção de ácidos graxos voláteis e queda no pH. Um aumento da fibra solúvel por sua vez, pode provocar uma diminuição no tempo de passagem da digesta decorrente da estimulação física da fibra aumentando motilidade e taxa de passagem (Warner, 1981).

No entanto, como observado, muitos estudos foram feitos a fim de determinar os níveis mínimos de fibra para manutenção da saúde intestinal. Estudos relativos ao máximo de inclusão para melhor desempenho ainda não são conclusivos.

13<3 ! 9 9

(26)

(1981, 1985) poucos trabalhos estudaram a relação proteína e energia digestível. A relação 10g PD/MJ ED tem sido definida como ótima para animais com taxa de crescimento inferiores a 40g/dia. Linhagens com alta taxa de crescimento a variação entre 11,5 a 12,5g PD/MJ ED vem sendo recomendada, isso também para animais no período neonatal ou com média de crescimento de 45 a 50 g/dia.

Maertens (1997) cita que a redução da relação PD/MJ ED afeta principalmente animais durante as primeiras três semanas de vida. Isso confirma que a retenção de nitrogênio aumenta com a diluição protéica da dieta e por fim reduz a excreção de nitrogênio. Ainda segundo o autor, a redução de 12,5 para 11,5g PD/MJ ED para coelhos em terminação não aumenta deposição de gordura e não afeta o desempenho do animal. E a redução sugerida pode significar uma redução de 10% do nitrogênio no ambiente.

13>3

As características digestivas dos coelhos permitem a alta inclusão de fibra na dieta devido à dualidade da excreção fecal, com a capacidade dos coelhos de produzir e reingerir parte do material fecal, as denominadas fezes moles ou cecotrofos, oriundas da fermentação cecal (fenômeno descrito como coprofagia, ou mais especificamente como cecotrofia), o que lhes permite aproveitar mais eficientemente alimentos vegetais (Ferreira, 2008).

A fermentação cecal é responsável por 16 a 18% da digestão do animal sendo essencial ao atendimento às necessidades dos coelhos. Com a fermentação há produção dos ácidos graxos voláteis produzidos pelas bactérias cecais que contribuem na sustentação de tais requerimentos (Ferreira, 2008).

Uma vez que a digestão dos coelhos adaptados a alta ingestão de fibras, seu baixo consumo resulta em distúrbios digestivos, como alterações na atividade fermentativa do ceco e trânsito lento que favorece a ocorrência de diarréias, sobretudo em coelhos jovens (Gidenne, 1994).

A produção de cecotrofos diária depende da idade, em momentos de máxima exigência (63 dias) sua produção pode chegar a 25 g MS/dia e em períodos de menor taxa de crescimento (77 a 133 dias) estabilizando em 20 g MS/dia (Gidenne e Lebas, 1987). Carabaño

(27)

Não está bem definido como os coelhos distinguem as fezes duras dos cecotrofos, entretanto existem sugestões em relação a presença de neuromotores anais e na quantidade de ácidos graxos voláteis no material cecal causando um odor característico estimulando o consumo (Ferreira, 2003)

Alguns trabalhos têm demonstrado que a dieta pode influenciar tanto na composição química quanto na produção de cecotrofos. Ferreira (1990) encontrou diferentes valores para contribuição nutritiva tanto da MS quanto da PB em dietas que continham polpa de beterraba e bagaço de uva. O autor ainda cita modificações na composição química em termos de matéria seca e proteína bruta. Já Carabaño (1989) não encontraram diferença na produção de cecotrofos e na contribuição nutritiva para MS e PB ao substituir alfafa por palha de milho e farelo de girassol.

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O estudo relativo ao uso de dietas contendo altos níveis de forragem para coelhos, ou, dieta simplificada é uma nova tecnologia que busca obter o máximo de aproveitamento de incorporação de forragem para o animal (Machado 2007a). A utilização de forrageiras de baixo custo entra com objetivo de reduzir os custos do alimento que giram em torno dos 70% em sistema de criação intensivo para coelhos de carne (Ferreira, 2008). O sucesso dessa dieta para coelhos reside na fisiologia digestiva desses animais, em especial, a cecotrofia

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verificaram não haver influência negativa para os pesos vivos finais consistindo em resultados estatisticamente semelhantes. Em princípio, a convergência de resultados reside na qualidade dos alimentos utilizados.

Contudo, o desequilíbrio nutricional gerado por dietas a base de forrageiras tem sugerido a busca de novas tecnologias que agregam valores nutricionais a essas dietas. Baixo desempenho com dietas experimentais à base de fenos tem questionado o uso dessas dietas, principalmente nas fases de crescimento (Herrera, 2003) de lactação (Machado, 2006) e de reprodução (Fernández-Carmona, 2000).

Desenvolver dietas a base de feno suplementado com ingredientes protéicos e energéticos passa a ser uma alternativa viável. De acordo com De Blas (1984), os processos de digestão microbiana no ceco permitem aos coelhos a utilização de quantidades significativas de alimentos volumosos nas rações, perfazendo entre 40 a 50% da ração, para o atendimento das exigências nutricionais em fibra.

A utilização das dietas simplificadas ainda não está bem difundida e investigada no Brasil. Uma das dificuldades de utilização encontra-se na ausência de forrageiras que associam qualidade ao baixo custo. Diante disso, a utilização de dietas semi simplificadas mostra-se uma alternativa possível.

As dietas semi simplificadas são aquelas em que os níveis de inclusão do volumoso giram em torno dos 50 a 60% seguidos por uma fonte protéica e outras fontes energéticas. Não se conhece trabalhos nacionais que tenham testado este tipo de dieta para coelhos.

(29)

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Volumes crescentes de vinhaça eram lançados nos mananciais superficiais, principalmente nos cursos d’água como rios e ribeirões das proximidades das usinas de açúcar e álcool, ou alternativamente, nas chamadas áreas de sacrifício, até o final dos anos 70, quando a prática foi proibida. Com a impossibilidade a partir de então, do lançamento da vinhaça nos rios e ribeirões, o descarte da vinhaça passou a ser um problema para os centros de pesquisa e para as indústrias.

Iniciou-se desde então os estudos que tentavam introduzir este composto poluente na nutrição animal. Uma demonstração da utilização foi feita por Arrigoni (1993) que ao oferecer à vinhaça em substituição a água para bovinos em confinamento observou melhora na conversão alimentar e ganho de peso diário. Devido ao alto teor de água da vinhaça (94-96%), e desta ser um material corrosivo e de difícil conservação, o emprego da vinhaça não apresenta maiores perspectivas limitando seu uso em propriedades adjacentes às destilarias (Pupo, 1981). A vinhaça por característica é um ingrediente protéico e assim vem sendo estudado.

A procura por alimentos não convencionais aumentou nos últimos anos, principalmente devido aos freqüentes aumentos nos preços de grãos de cereais e fontes protéicas vegetais. Dentro desse contexto, a proteína de origem microbiana ou proteína unicelular mostra-se como uma alternativa viável à substituição dos componentes básicos que compõem as rações.

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em fibra. Além deste aspecto, o coelho utiliza, com eficiência, a proteína dos alimentos vegetais.

Diante deste conceito surgiram os estudos que avaliavam a máxima inclusão de ingredientes fibrosos nas dietas para coelhos, as chamadas dietas simplificadas. No entanto, Herrera (2003), considera que os principais problemas da utilização de dietas baseadas em forrageiras incluem as baixas concentrações energéticas, a deficiência em aminoácidos limitantes e o balanceamento mineral. Outro ponto atravancador do uso de dietas simplificadas para coelhos no Brasil está na baixa oferta de volumosos de qualidade associado ao alto custo.

Diante do exposto, criar uma dieta com alta inclusão de forrageira com poucas partes de ingredientes energéticos e protéicos pode vir a suprir os requisitos nutricionais a um baixo custo para coelhos em crescimento. E, além disso, utilizar um composto poluente como incremento protéico a fenos até então pobres nutricionalmente pode vir a ser duplamente solucionador.

O objetivo do experimento é avaliar nutricionalmente dietas semi simplificadas à base de feno de Tifton 85 de diferentes qualidades incrementados ou não com vinhaça para coelhos em crescimento.

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7313 & C D

O experimento foi conduzido no Laboratório de Metabolismo e Nutrição Animal situado nas dependências do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, durante os meses de Outubro e Novembro de 2009. O experimento teve início no dia 29 de outubro seguido por sete dias de adaptação e por mais quatro dias de colheita. O teste de digestibilidade foi realizado no período de 02 a 05 de Novembro de 2009.

(31)

do setor de Cunicultura da Fazenda Experimental Fazenda Experimental Prof. Hélio Barbosa localizada no município de Igarapé – MG.

A temperatura média encontrada no ambiente experimental foi de máxima de 25,93o C e mínima de 22,03o C.

7373 ) D

A inclusão da vinhaça na dieta foi realizada através do regamento dos fenos com vinhaça, seguida por sua secagem. Foram escolhidos fenos Tifton 85 com diferentes níveis protéicos (cerca de 8 e 10% de proteína bruta). Cada feno foi moído grossamente e colocado em tambores.

A vinhaça foi doada pela Fazenda Vale Verde localizada no município de Betim, Minas Gerais. Tambores de metais (200 litros) revestidos internamente por sacos plásticos foram utilizados no transporte e acondicionamento. Ao chegar, os tambores foram mantidos em câmara fria com temperatura média de 3o C esperando até o momento de sua utilização. Esta medida foi adotada devido à perecividade do produto.

Para a realização do fabrico do produto escolheu-se um terreno plano onde uma lona com cerca de 80 m2 foi colocada. Outro ponto determinante na escolha do local foi o tempo de insolação, ou seja, se no local o sol seria constante. Sobre a lona o feno foi colocado em montes centrais para facilitar a absorção da vinhaça pelo feno. A proporção de diluição foi de duas partes de vinhaça para uma parte de feno, para cada fardo de 40 quilos de feno foram despejados 80 litros de vinhaça. Após a adição da vinhaça, o feno foi revirado a cada duas horas. Ao final do dia, a lona era embrulhada para evitar lixiviação pela chuva ou absorção de umidade pelo sereno. O tempo necessário para total secagem de um fardo de feno com aproximadamente 40 quilos foi de três dias.

Depois de constatada a secagem total do feno os mesmos seguiram para moinho onde foram cortados a 2 mm de comprimento, possibilitando sua inclusão na ração seguida da peletização.

(32)

foram formuladas a fim de atender as exigências nutricionais estabelecidas por De Blas e Mateos (1998).

Cada dieta experimental possuía fenos de tifton 85 de diferentes qualidades com e sem a adição de vinhaça, e subsequentemente foram nomeadas:

1. Dieta SUP: dieta que utilizou feno de qualidade superior (feno tipo A) sem a adição da vinhaça

2. Dieta SUPV: dieta que utilizou feno de qualidade superior (feno tipo A) com a adição da vinhaça

3. Dieta INF: dieta que utilizou feno de qualidade inferior (feno tipo C) sem a adição da vinhaça

4. Dieta INFV: dieta que utilizou feno de qualidade inferior (feno tipo C) com a adição da vinhaça

Pelo desconhecimento preciso do valor do incremento protéico causado pela vinhaça nas dietas o mesmo foi desconsiderado. A tabela 6 apresenta os valores percentuais dos ingredientes utilizados seguidos pelos valores nutricionais (tabela 7).

Tabela 5. Composição percentual dos ingredientes nas dietas experimentais (% MN).

Ingredientes SUP SUPV INF INFV

Feno tipo A 53,61 - - -

Feno tipo A com vinhaça - 53,61 - -

Feno tipo C - - 50,06 -

Feno tipo C com vinhaça - - - 50,06

Farelo de soja 27,29 27,29 30,66 30,66

Milho Grão 10,00 10,00 10,00 10,00

Óleo de soja 3,83 3,83 4,00 4,00

Melaço em pó 2,00 2,00 2,00 2,00

Fosfato Bicálcico 1,15 1,15 1,11 1,11

Bentonita 1,00 1,00 1,00 1,00

Premix 0,50 0,50 0,50 0,50

Sal comum 0,50 0,50 0,50 0,50

DL metionina 0,12 0,12 0,17 0,17

(33)

Tabela 6. Composição nutricional das dietas experimentais e dos fenos com e sem vinhaça através das análises laboratoriais (% MS).

Nutrientes Vinhaça FEN A SUP FEN A

+ V SUPV FEN C INF

FEN C

+ V INFV

MS 4,02 87,72 88,08 85,18 88,36 87,20 88,01 87,51 88,26

MO 80,06 80,19 78,46 77,43 78,89 81,24 79,36 80,13 79,67

PB 26,24 10,72 20,32 12,82 20,75 8,60 20,28 10,62 20,70

MM 6,11 7,53 9,62 7,75 9,47 5,96 8,64 7,38 8,59

EE 17,73 1,72 5,64 8,20 6,08 2,29 5,31 8,28 6,88

FDN 63,62 79,13 52,29 75,82 53,90 80,70 52,30 74,42 51,15

FDA 20,98 37,18 23,62 35,12 22,88 41,01 28,81 35,52 25,54

HEM 42,64 41,95 28,67 40,7 31,02 39,69 23,49 38,9 25,61

Celulose - 33,03 20,46 30,25 19,42 36,76 24,29 31,04 21,28

Lignina - 4,15 3,16 4,87 3,46 4,25 4,52 4,48 4,26

Ca 0,22 1,34 2,10 1,10 2,15 0,89 1,67 1,07 1,67

P 0,72 0,95 0,83 1,22 0,84 0,77 0,86 1,44 0,95

EB

(kcal/kg) 5110,81 3921,36 4749,82 3952,25 4747,23 3954,32 4689,38 4027,31 4813,40

Pode-se observar que os fenos que receberam a vinhaça tiveram um incremento protéico. O feno A passou de 10,72% de PB para 12,82%, o feno C foi de 8,60 para 10,62% de PB.

Os altos valores apresentados pelo extrato etéreo devem ser cuidadosamente avaliados. Vale ressaltar que a vinhaça é um composto rico em pigmentos que pode ter gerado um falso valor para esse parâmetro.

73:3 D

O ensaio teve duração de 11 dias (sete dias de adaptação seguidos por quatro dias de colheita). Cada tratamento continha 10 repetições (balanceados quanto ao sexo) e os animais utilizados tinham 55 dias de idade.

Os animais foram alocados individualmente em gaiola de tela galvanizada com comedouro de chapa galvanizada e tela para colheita de fezes. A colheita das fezes era feita diariamente no período da manhã e acondicionadas em sacos plásticos identificados e em seguida congeladas.

(34)

73=3 E 6

As amostras de feno e rações foram submetidas às análises de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM), matéria orgânica (MO), energia bruta (EB), extrato etéreo (EE), fibra detergente neutro (FDN), fibra detergente ácido (FDA), lignina, cálcio (Ca) e fósforo (P). Para obtenção das hemiceluloses (HEM) e celulose foi utilizado o artifício de cálculo onde:

HEM (%) = FDN (%) - FDA (%)

Celulose = FDA (%) - Lignina (%)

Nas fezes as análises realizadas foram matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM), matéria orgânica (MO), energia bruta (EB) e fibra detergente neutro (FDN).

As análises seguiram a metodologia sugerida pelo Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (1998) excetuando a lignina e energia bruta. Para a primeira, foi realizada a metodologia segundo Silva e Queiroz (2002) para a obtenção da lignina Klason através da extração após FDA em ácido sulfúrico a 72%. A energia bruta a bomba adiabática de Parr foi à utilizada.

73<3 E

Para obtenção dos coeficientes de digestibilidade de matéria seca (CDMS), matéria orgânica (CDMO), matéria mineral (CDMM), proteína bruta (CDPB) e fibra detergente neutro (CDFDN) utilizaram-se a equação sugerida por Schneider e Flatt (1975).

Digestibilidade do Nutriente (%) = Nutriente ingerido (g) – Nutriente das fezes (g) x100 Nutriente ingerido (g)

(35)

mantiveram próximas relações entre consumo e excreção. Estes últimos também tiveram seu desperdício anotado e extraído dos dados de consumo.

CDM (g) = Consumo (g) – (sobra + desperdício) (g)

Para obtenção dos valores de energia digestível (ED) as correspondentes digestibilidades foram multiplicadas pelos valores de energia bruta obtida de cada dieta. O

mesmo foi efetuado para a proteína digestível (PD).

ED (kcal/kg) = EB da dieta (kcal/kg) x CDEB da dieta (%)

PD (%) = PB da dieta (%) x CDPB da dieta (%)

A relação entre a energia digestível (ED) e a proteína digestível (PD) é designada pela sigla REL e pela fórmula abaixo.

REL = ED (kcal/kg) PD (%)

73>3 E F

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado e os resultados experimentais foram submetidos à análise de variância pelo Sistema para Análises Estatísticas (SAEG, 2007). O teste de comparação das médias escolhido foi o de Student Newman Keuls (SNK) a 5% de probabilidade.

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(36)

Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS), da matéria orgânica (CDMO), da matéria mineral (CDMM), da proteína bruta (CDPB), da energia bruta (CDEB), da fibra em detergente neutro (CDFDN), consumo médio diário (CMD), excreção média diária (EMD), energia digestível (ED), proteína digestível (PD), relação energia digestível por grama de proteína digestível das dietas experimentais (REL) e relação gramas de proteína digestível por mega joule de energia digestível (RPE) de acordo com as dietas experimentais.

Nutrientes SUP SUPV INF INFV CV (%) P

CDMS (%) 43,73 46,24 42,37 44,23 13,40 *

CDMO (%) 40,17 42,66 38,45 41,60 15,21 *

CDMM (%) 52,31ab 51,13 ab 54,45 a 46,73b 11,24 3,46

CDPB (%) 74,71 74,03 76,69 76,42 4,35 21,40

CDEB (%) 46,98 49,23 45,53 48,05 11,78 *

CDFDN (%) 16,60 15,76 15,67 17,16 58,41 *

CMD (g) 122,78 127,44 121,89 116,04 11,34 34,50

EMD (g) 69,31 68,38 70,05 64,74 15,44 *

ED (kcal/kg) 2231,46 2337,00 2135,26 2312,87 11,70 32,52

PD (%) 15,18 15,36 15,55 15,82 4,34 19,64

REL (ED kcal/ g de

PD) 14,73 15,19 13,65 14,62 8,82

7,06

RPE (PD/MJ ED) 16,24 15,80 17,92 16,39 12,00

./ &012 23*

As dietas simplificadas ou semi-simplificadas por suas características apresentam valores inferiores de digestibilidade. A alta inclusão de fontes fibrosas acelera a taxa de passagem do alimento diminuindo a absorção dos nutrientes.

Através da tabela 6, pode-se observar que os valores nutricionais dos FEN A e FEN C + V muito se assemelharam. Podemos observar que os valores de digestibilidade apresentados pela INFV foram intermediários a dieta SUP e SUPV para diversos parâmetros avaliados. Obviamente que esses resultados são estatisticamente semelhantes não podendo ser ditos superiores ou inferiores. A observação deve ser feita principalmente sobre os resultados dos incrementos gerados pela vinhaça através da tabela 7 e a equidade dos fenos FEN A e FEN C + V.

(37)

correspondeu a quase 15% da proteína bruta da dieta na dieta formulada no trabalho de Machado (2006) a proteína era inteiramente oriunda dos fenos.

O trabalho de Faria (2008) também apresenta comparações semelhantes às realizada anteriormente. Os autores avaliaram dietas simplificadas a base de feno de alfafa e feno do terço superior da rama de mandioca. A principal diferença está nos valores de CDPB. O feno de alfafa apresentou valores próximos (73,29%) aos encontrado. Sendo também o valor encontrado para CDEB semelhante (50,59%).

A utilização de dietas semi simplificadas vem com objetivo de ajustar os baixos valores nutricionais obtidos com dietas simplificadas quando utilizado forrageiras de baixa qualidade. No caso das dietas que utilizam o feno da parte superior da mandioca os fatores antinutricionais ligados a esse ingrediente dificultam os processos digestivos. Outro fator depreciador é o alto teor de lignina encontrada na parte superior do feno de mandioca (Euclides 1979).

A utilização do feno de Leucena em substituição a dieta referência em 25% obteve como resultado para coeficientes de digestibilidade de MS, MO, PB, FDN e EB foram de 57,36%, 57,15%, 62,90%, 33,59% e 56,35%, respectivamente. Segundo a tabela 7 observamos que para todas as variáveis comparadas aos resultados obtidos por Scapinello

(2000), foram inferiores aos dele. Apesar do trabalho não apresentar o valor de FDA da dieta teste, pode-se subentender que os valores foram inferiores ao desse trabalho.

Ao comparar com o estudo conduzido por Machado (2009) em que o feno de tifton 85 substituiu 30% a ração a referência observamos que os valores para CDEB (43,54%) e CDMS (43,54%) foram superiores aos encontrados. Para o CDPB os valores foram semelhantes (74,35%). Fazendo uma comparação entre os valores nutricionais das dietas encontramos a resposta pelas diferenças encontradas. O FDA da dieta teste representou 27,46% da dieta. Este dado permite uma comparação com a dieta INF onde o valor é de 28,81%. Os valores CDMS (42,37%) e CDEB (45,53%) encontram-se mais aproximados com a dieta INF.

(38)

animais que receberam dieta à base de feno de amoreira consumiram diariamente, em média, 58,04 g. Os autores explicaram que os altos valores encontrados provavelmente foram causados pelo aumento da retenção da digesta provocados pelos altos níveis de pectina presente no feno de amoreira.

Os valores obtidos por Ferreira (2007) para feno de alfafa (36,42%), feno de rami (43,15%) e feno do terço superior da mandioca (23,02%) quanto ao CDFDN foram superiores aos encontrados nesse trabalho.

Segundo alguns pesquisadores (Henrique 1998; Valdez ., 1988) a queda dos valores de CDFDN são devido a baixa concentração de hemicelulose da dieta. Como o teor de lignina está abaixo das dietas utilizadas por Ferreira (2007) e os valores de hemicelulose muito aquém pode-se incumbir a deficiência dessa fração da fibra a redução dos CDFDN.

Outro ponto de debate segundo Gidenne e Perez (1993 a,b) e Arruda (2000), sobre fatores que influenciam a digestibilidade da fibra (FDN e FDA) são os níveis de amido na dieta. Segundo esses pesquisadores os CDFDN e CDFDA podem ser otimizados com a elevação dos níveis de amido dietético devido ao aporte adequado de energia suplementar fornecido por um substrato mais equilibrado que melhora a degradabilidade da fração fibrosa ao aumentar a atividade fermentativa. A temática é confirmada pelo trabalho de Arruda (2002) onde melhores valores de CDFDN foram obtidos em dietas que continham alto amido associados a fontes fibrosas menos lignificadas.

Os valores obtidos de ED são satisfatórios para animais em crescimento segundo De Blas e Mateos (1998) onde um mínimo de 2200 kcal/kg deve ser mantido. No entanto, a utilização de uma relação entre a ED e a PD seriam mais interessantes por avaliar conjuntamente dois requisitos nutricionais.

(39)

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As dietas semi simplificadas à base de feno de Tifton 85 não foram influenciadas pela qualidade do feno e pela adição da vinhaça para os parâmetros avaliados com exceção do CDMM.

(40)

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O coelho é um herbívoro de ceco funcional que possui como característica habilidade de suportar em seu ceco população microbiana com capacidade de realizar a fermentação de carboidratos estruturais, síntese de aminoácidos e vitaminas do complexo B a partir de alimentos fibrosos (Cheeke, 1987; De Blas, 1989).

A cecotrofia ou cecotrofofagia, ou seja, a dualidade de produção e de reingestão de fezes moles produzidas pelo ceco permite ao coelho compor sua dieta por ingredientes de baixo valor nutricional uma vez que através da fermentação associada à produção de vitaminas hidrossolúveis, ácidos graxos voláteis e aminoácidos incrementam sua dieta.

Esse mecanismo de utilização do alimento é possível devido à modificação anatomo-fisiológicas de natureza evolucionária do animal. Com a possibilidade de alta inclusão de fibra da dieta o coelho se torna um animal estratégico.

Cada vez mais há competição entre o alimento humano e animal, principalmente quando se fala em grãos e cereais. A fim de frear essa competição, o desenvolvimento de dieta à base de ingrediente fibroso (deitas simplificadas) mostrou-se promissora. Para, no entanto, suprir os requisitos nutricionais dos coelhos a utilização de fenos de qualidade superior são os indicados.

Nos países tropicais há dificuldade de se produzir gramíneas de qualidade a baixo custo tornando economicamente difícil a utilização de dietas simplificadas para coelhos. Diante disso, o presente trabalho desenvolveu dietas semi simplificadas com fenos proteicamente mais pobres.

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aguardente ou do álcool combustível que quando despejada inadequadamente no solo pode vir a contaminar o lençol freático.

O trabalho objetivou avaliar o efeito da vinhaça e das diferentes qualidades do feno de tifton 85 na contribuição nutritiva dos cecotrofos, alteração do padrão das curvas de cecotrofia e a composição química dos cecotrofos.

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O experimento de cecotrofia foi realizado no Laboratório de Metabolismo e Nutrição Animal situado nas dependências do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, durante o mês de Novembro de 2009. Ao final do experimento de digestibilidade (05 de Novembro) foi realizado o experimento de cecotrofia. Foram utilizados 36 coelhos com 66 dias de idade da raça Nova Zelândia Branco, sendo oito animais por tratamento.

A temperatura média encontrada no ambiente experimental foi de máxima de 22,5o C e mínima de 20,0o C.

As dietas experimentais utilizadas foram as mesmas do experimento de digestibilidade (tabela 6 e 7 no capítulo 2).

Os altos valores apresentados pelo extrato etéreo devem ser cuidadosamente avaliados. Vale ressaltar que a vinhaça é um composto rico em pigmentos que pode ter gerado um falso valor alto para esse parâmetro.

O experimento de cecotrofia objetiva avaliar a contribuição nutritiva promovida pela fermentação cecal através da reciclagem de nutrientes. Para a realização do experimento, colares circulares de madeira (25 cm de diâmetro) de contenção que impedissem o consumo dos cecotrofos foram colocados nos animais às 16 horas, tendo seu término às 18horas e 30 minutos. As coletas foram realizadas a cada duas horas por um período de 24 horas ininterruptas. O experimento terminou às 16 horas do dia seguinte.

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Após a colheita, os cecotrofos eram pesados e congelados para posteriores análises. Para cada tratamento foi feita a curva de cecotrofia de acordo com peso na matéria seca de produção de cecotrofos.

Nos cecotrofos as análises laboratoriais realizadas foram matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM) e matéria orgânica (MO). As análises seguiram a metodologia sugerida pelo Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (1998).

Para obtenção dos valores de contribuição nutritiva dos cecotrofos, utilizou-se a fórmula sugerida por Carabaño (1989):

CN MS % = A x 100 CN PB % = C x 100 A + B C + D

Onde:

CN MS = Contribuição nutritiva dos cecotrofos em matéria seca (%); A = Excreção dos cecotrofos (g MS/dia)

B = Média de ingestão do alimento durante o período experimetal (g MS/dia) CN PB = Contribuição nutritiva dos cecotrofos em proteína bruta (%); C = Proteína bruta excretada nos cecotrofos (g/dia)

D = Proteína bruta ingerida no alimento (g/d)

O consumo médio diário (CMD) foi obtido pela média durante os dias do experimento de digestibilidade eliminando do cálculo as sobras e desperdícios:

CDM (g) = Consumo (g) – (sobra + desperdício) (g)

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As curvas de cecotrofia objetivam avaliar o período de ocorrência dos cecotrofos e se houve alguma modificação causada pela dieta. Para o traçado, a cada duas horas obteve-se a produção, em MS, dos cecotrofos e após a plotagem dos dados uma curva de tendência foi requisitada e um coeficiente de determinação (R2) registrado. Os gráficos correspondentes a cada tratamento estão demonstrado a seguir.

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Gráfico 2. Curva de produção de cecotrofos ao longo do dia em coelhos com 66 dias de idade alimentados com a dieta SUP.

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Gráfico 4. Curva de produção de cecotrofos ao longo do dia em coelhos com 66 dias de idade alimentados com a dieta INF.

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Gráfico 5. Curva de produção de cecotrofos ao longo do dia em coelhos com 66 dias de idade alimentados com a dieta INFV.

Segundo Sampaio (2007) o coeficiente de determinação (R2) visa avaliar a adequacidade de um modelo em relação ao fenômeno observado. Por exemplo, quando o R2 for alto, o modelo fará melhores estimativas e será adequado aos pontos observados devido aos baixos desvios, ou seja, os pontos estarão em consonância com o modelo proposto. E ainda cita que, em valores baixos de R2 é necessário observar conjuntamente a ele a instabilidade da resposta estudada uma vez que ambos estão ligados.

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A cecotrofia ocorre principalmente durante o início do período da luz (Belier e Gidenne, 1996). Pode-se inferir que o mesmo obedece ao ciclo circadiano do animal. Os resultados demonstrados acima seguem esse padrão. Segundo Merino e Carabaño (1996) o pico de produção de cecotrofos ocorre das 9 às 12 horas.

Uma avaliação visual dos gráficos nos permite dizer que em todos os tratamentos a máxima de produção de cecotrofos foi durante o período matutino, mais especificamente das 6 às 10 horas.

No entanto, nos tratamentos que tiveram em sua dieta a inclusão da vinhaça (dietas SUPV e INFV) pode-se observar uma modificação da curva através da inserção de dois picos de produção. Ocorreu um adiantamento do pico das 6 horas e um adiamento do pico das 10 horas.

Não se sabe ao certo o motivo dessa modificação. Entende-se que a vinhaça é rica em carboidratos solúveis e em parede celular de levedura que pode ter ocasionado uma modificação no ciclo produtivo dos cecotrofos.

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Diversos são os fatores que influem a composição dos cecotrofos, dentre eles está a composição da dieta. Em dietas com baixo teor de fibra a cecotrofia é reduzida, em função de uma baixa motilidade intestinal e um maior tempo de retenção cecal. Estes aspectos estão muito relacionados a distúrbios como diarréia e impactação cecal (Ferreira 2008).

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Tabela 8. Composição química dos cecotrofos de acordo com as dietas experimentais.

Nutriente (%) SUP SUPV INF INFV CV (%) P

MS 31,46 31,66 31,38 32,78 8,78 *

PB 23,76 25,08 23,84 23,32 7,57 26,88

MO 78,61 79,24 80,14 78,36 2,53 31,01

MM 10,17 9,98 9,82 10,27 3,63 9,02

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Comparando a composição química dos cecotrofos em experimentos com dietas experimentais semelhantes (alta inclusão de fibra) pode-se perceber que os valores encontrados por Herrera (2003) foi superior para PB nas dietas a base de feno de alfafa (32,53%) e feno do terço superior da rama de mandioca (29,34%). Porém inferiores para a MS tanto para feno de alfafa (24,55%), feno de rami (27,59%) como para feno do terço superior da rama de mandioca (23,30%).

Para Falcão e Cunha (1988) e Pérez de Ayala (1989) o aumento do teor de lignina é responsável pelo aumento do teor de MS dos cecotrofos. Fato contrário ao ocorrido ao comparar os valores obtidos por Herrera (2003) e os obtidos nesse trabalho.

Avaliando melhor a questão, as dietas de Herrera (2003) à base de feno de alfafa, feno de rami e feno do terço superior da rama de mandioca continham 5,54%, 5,25% e 13,75% de lignina. E as dietas experimentais do presente trabalho continham 3,16%, 3,46%, 4,52% e 4,26% para as dietas SUP, SUPV, INF e INFV, respectivamente. Sendo as dietas experimentais de menor teor de lignina as que obtiveram maiores valores de MS, a teoria proposta por Falcão e Cunha (1988) e Pérez de Ayala (1989) nessa situação não foi conclusiva. Carabaño (1988) avaliando diferentes dietas (diferentes concentrações das frações fibrosas) não observou (P<0,001) influencia da dieta na matéria seca dos cecotrofos.

Os valores de MS encontrados por Arruda (2003) foram superiores ao desse trabalho. Avaliando dietas com alto e baixo amido associados a diferentes fontes de fibra (feno de alfafa e casca de soja) obteve como média de MS 35,09%. Esses autores observaram um acréscimo da MS em dietas com alto amido.

Imagem

Gráfico 1. Produção Mundial de Carne de Coelho em Mil Toneladas por Ano (FAOSTAT)
Tabela 1. Subprodutos do processamento da cana-de-açúcar
Tabela 2. Características da vinhaça resultante de mostos de melaço, de caldo de cana e de  mostos mistos  ) 8 pH  4,2 - 5,0  3,7 - 4,6  4,4 - 4,6  Temperatura  80 - 100  80 - 100  80 - 100  DBO (mg/lO)  25000  6000 - 16500  19800  DQO (mg/lO 2 )  65000  1
Tabela 4. Parâmetros nutricionais e produtivos de Tifton 85 adubado com 200kg de N/ha em  diferentes idades
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