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Plano do carvão nacional

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Academic year: 2017

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(1)

I - IN'lW)DUQÃO

1. Carvão vegetal e carvão mineral

;

Enquanto a lenha, o vento e a agua corrente foram as principais fontes de energia utiU zadas pelo homem, não se pôde desenvolver a grande indÚstria que conhecemos em nossos .dias, porque os metais tinham de ser fundidos median te o emprêgo do carvão de madeira e confonnados por proces-sos manuais.

As grandes invençÕes do século XVIII, porém, ao passo que exigiam

uma

nova e mais efetiva fonte de energia, para que pudessem, devidamente exploradas, resultar em uti-lidades de uso generalizado, afinal tornaram possível, elas mesmas, a exploração e utili zação do combust! vel de maior aplicação na idade moderna: - o carvão mineral. (1)

Passou-se o 1lIlndo, assim, da civilização da le-nha, da civilização do carvão vegetal, ou carvão de

madei-ra, para a ci vi l i zação do carvão de pedra, do carvão mine-ral, no justo mo:aento em que luziram os albores da era in-dustriaL O fenômeno da transmutação - que se operou em nu-(1) "O carvao~ - gue ate bem :eoucas decadas passadas mantinha ; p

a posição (obtida no seculo XIX) de f~nte quase exclu-siva de calor e energia~ tem agora tres grandes rivais~

óleo combustl vell. a gasolina e a fôrça hidrelétrica cNã:>

(2)

merosos países - pode ser localizado, quanto às suas ori-gens circunstanciais, na Inglaterra do princlpio do século XVIII. A devastação quase completa das reservas florestais da Grã Bretanha, que então era o principal pals

manufaturei-,

-ro, impunha, nessa epoca, enormes restriçoes aos produtore~

artesanais de ferro e outros metaiso Tentou-se, em pequena escala, a mineração do carvão de pedra, no primairo meio si culo, vi sando-se especialmente às camadas superficiais das jazidas. Pouco ou quase nada se conseguiu, porém, nas cama

p

das inferiores, porque a agua e os gases causavam grandes

p

dificuldades e tornavam impraticaveis as galerias. Eis que, de pronto, a máquina a vapor, invenção de Newcomen

aperfei-çoada em 1769 por James Watt, solveu o problema: - tomou

possível a sucção da água das minas e assim abriu caminho

para uma produção maior de carvão mineral.

nA nova e abundante fonte de Energia

primeiramen-te possibilitou o rapido cresc1mento da industria do ferro ,

.

'

e do aço. Depois, o carvão tornou-se em geral o

movimenta-, , ,

dor de fabricas e de locomotivas. Algumas decadas apos, t~

mou o lugar do vento,no trabalho de propulsão dos navios,a-través dos oceanos. O intenso desenvolvimento da manufatura e a rápida expansão do comércio internacional, por seu

tur-no, mais e mais estimularam a procura do carvão. ~ste se

transformou na verdadeira base do progresso tecnológico e a

p

(3)

3

-com maior eficiência; e aplainaram o caminho para a mecani-zação da exploração carbonÍfera". (2)

~

,

Como se vera adiante, existem varios tipos de ca!, vão mineral, càda um com suas aplicações próprias(hulha, a~ tracite, linhite, etc.). Neste trabalho, sempre que a pala-vra ca!yão aparece usada sem qualquer apôsto ou restritivo,

,.

-refere-se a qualquer dos tipos, isto e, nao visa a destacar especialmente nenhum d;les; e nunca se refere a carvão de

..

madeira, a carvão vegetal. determinado tipo de carvão te o nome dêsse tipo.

Sempre que se trouxer a baila um

,

de pedra, usar-se-a

taxativamen-2. Formação das Jazidas carbonÍferas

o

carvão

é

uma rocha fóssil, de origem orgânica, suficientemente rica de carbono sob forma sólida (no mínimo

4~). Se o teor

é

menor, não será carvão, será simplesmente

I' ...

turfa, ou sera um chisto carbonico.

-

~

-A formaçao dessa rocha fossil - o carvao - efeti-va-se através de uma longa cadeia de processos

qu1mico-geo-I'

logicos, que se podem resumir assim:

a) destruição de uma fabulosa e luxuriante veget.,! ção das primeiras regiões pantanosas, dos períOdOS arqueol,2 gicos iniciais(pe1as inundações e desagregações da crosta);

(4)

b) decomposição desta matéria vegetal, sob a água fresca e salobrá dos pantanais e lagunas;

c) mistura d~sse material decomposto com o lôdo

e com a areia;

...

d) volatilização de azoto e outros gases, pela a-ção do calor e pela pressão de numerosas camadas sedimenta-res que se foram superpondo mi.lenarmente;

e) acumulação de uma crescente quantidade de car-bono;

f) atuação constante, sôbre essa matéria em deco,!!!

~ "

,

posiçao, de inumeros exerci tos de fungos e bacterias, tendo como resultado muitas e variadas alterações químicas. (3)

tsse processo, êsse metamorfismo, foi milhares

de vêzes apressado e retardado, e outras tantas sustado, no

seu curso normal, pelas perturbações vulcânicas, pela int~

são das rochas ígneas, pelas contrações e distorqões da

crosta terrestre e pelas inundações. (4)

Quanto ao processo de formação das jazidas,

duas teorias .Sêgundo uma delas, a teoria dita autoctônica ,

" . , " ,

a farta vegetaçao que da origem a jazida e local, isto e, ~

xistiu no mesmo ponto em que a jazida se formou. Outra teo-ria (que se deve principalmente aos engenheiros e

cientis-(3), Moore, Elwood So, ~; Its Properties, Analysis, Clas-sification, Geologr, Extraction, Uses andDistribution,

John Wiley and Sons" New York, 1922, pags. 214 e segui.!!

teso

(5)

5

-tas franceses Grand'Eury e Henri Fayol),é a denominada ~

tônica. Explica que se formaram as jazidas com vegetação

C2

lossal nascida noutros sitios, principalmente nas regiões

tropicais. Essa vegetação, destruÍda pelos fenômenos

geoló-gicos e pelas grandes inundações, teria sido transportada

por enxurradas formidáveis e por caudalosos rios até os

ma-res e até as grandes depma-ressões da crosta em que havia gra~

des pântanos, lagos e lagunas, depois recobertos pela

maté-ria sedinentar e assim transformados em bacias carbonÍferas.

MOdernamente, a maioria dos tratadistas aceita as duas

teo-rias como plausíveis e não exclusivas. (5)

Os processos de fossilização do carvão, segundo

as estimativas dos geólogos, arrastam-se há 200-240 milhões

, ,

de anos, havendo-se iniciado no periodo arqueologico que

por isto mesmo se chama CarbonÍfero. Há tarri:>ém formações

mais modernas, que datam de apenas 80-90 milhões de anos,

, , ,

isto e, dos fins do segundo ciclo do periodo Cretaceo e dos

principios do perÍodo Eoc~nico. Entretanto,

é

relativamente

'" (

moderna a ocorrencia dos e stagios mais avançados linhite,

hulha, antracite), isto

é,

o carvão como o conhecemos, nas

suas formas atuais. O metamorfismo

descrito e iniciado,

como se disse, há 200-240 milhões de anos nuns casos, e há

80-90 milhões, noutros - só há uns poucos milhões de anos

é

que resultou no carvão dos nos sce dias. A turfa e outros

r-:oore, Elwood 5., op. ciL,págso214 e seguintes. CLcom

o Larousse du

XX

e Si~cle, ,verbete Houille (carvão de p~

(6)

chistos carbônicos terão sido, admitem os geólogos, o

pri-meiro

estágio da transformação de matéria vegetal

em

car

-vaoo

3. Tipos de Carvão

Como di versas e diferentes foram as vegetações

da$ bacias em que o carvão se formou; como a formação, nos vários casos, teve infcio e se processou em diferentes eras, geológicas; e como diferentes são,atualmente, em relação

às

muitas jazidas, os estágios do metamorfismo, quer quanto ao desenvolvimento atingido por êste, quer quant.o ao caráter, - há muitas e bem diferentes variedades de cariãoo

grau diz ou menos

Essas variedades diferem em classe e em !!:!!!o O

, p

respeito a pureza, isto e, a que se encontrem mais elementos estranhos de mistura com o carvãoo Por!

1 - ~

xemp o, num carva.o de e levado grau na pouca m1s tura de cin-zas c Se êsse elemento se acha misturado ao carvão em

quan-tidades grandes, então o carvão será de grau inferior. O gra.u, portanto, como se vê, pode ser elevado mediante pro-cessos artificiais de eur1ficação, que em principio são pr2 cessos físicos, como a ,lavagem, a centrifugaçãc etco

Isto

ji

não se dá com a classe, ent retanto, pois

,

. . ,

esta se determina por elementos estaveis, inerentes a pro-pria qualidade do carvão, tais sejam, entre outros:

(7)

-

",,-b) teor d'

e

1811J11t.cs estraMos na c QIIpOSição da

rocha fóssil;

c) teor de elementos voláteis

na

composição. da ro

cha fÓ.e11. (6 )

A "

d) resistenc1a da rocha tossil a deformação pelo

calor;

e) quantidade relativa de calor que possa ser pr2

duzido pela rocha fóssil em combustão. (7)

o

"status" dêsses elementos que definem a classe

de um carvão decorre principalmente da "maturidad~" "'-a jaz!

,

~,. ,

da, isto e, de ja haver ou nao a jazida passado pelas

va-rias fases do processo de fossilização. E decorre da natur!

za da vegetação que, destruÍda, a constituiu inicialmnte.

~ ~ , A

Ja o grau do c&rvao e conseqf1encia, principalmente, da'

in-terferência de elementos extrínsecos, como a ação

vulcâni-ca, os cataclismos que produziram contrações e distorções

da crosta, os sedimentos depositados pelas enxurradas nas

(6)

(7)

No caso do grau, trata-se de mistura de elemen~os estr!

nhos;no caso da classe, trata-se de participaçao de ele

mentos indesejáveis na composição guimica,usando-se a~

qui as palavras m1s tura e composiçao quImica n2s seus!

xatoe e estritos sentidos cientIficos. Um carvao,pssim,

pode ser de alta classe,por não conter,na suà co~si­

ção su1m1ca, senão poucos elementos indesejáveis, e si-multaneanente de grau interior por se encontrar de mis-tura com elementos estranhos. iste mesmo carvão ,purifi-cado, poderá transformar-se num carvão de elevado grauo A medida dêsse calor expressa-se,geralmente, em

unida-des ténnicas inglesas. A urp.dade ténnica inglês a e a

(8)

jazidas em sua fase inicial de formação: etc.

A classificação dos carvões em tipos faz-se com

base nos elementos

citados, que lhes determinam a

clas-se. É mais usual a proposta pela American Society for

Tes-tins Materia1s, que compreende quatro grupos, cada um

d~s-, d~s-,

-ses com seus subgrupos. Tambem e corrente a classificaçao

didática adotada nos países europeus. No Quadro nQ 1, ad~a.!!

te, apresentam-se essas duas classificações. A americana,na

,

,

primeira coluna. A europeia, na ultima coluna. E, nas co-lunas centrais, os indices representativos dos requisitos de classe. (8)

(8) O ~dro nR 1,

é

~ adaptação da classificação forne-cida pela publicaçao denominada Coa1 Resources of the

United States (Circular nQ 94), de Averrit, Paul e

Ber-ryhi11, .. Louise R., edição U

.s.

Geo10gica1 Survey, 1950,

quanto a nomenclatura americana e aos indi ces; e de da-dos constantes da enciclopédia Larousse du XXe Siêc1e,

quanto

à

nomenclatura européia relativa aos mesmos

(9)

Q9=

Q U A D R O N~ 1

COMPOSiÇÃO E

.'

VALOR CALORIFICO DO CARVÃO

Tipos de Carvão C ClfPOSIçÃO Valo\" ca.1o-, Tipos de Carvão

r1fico em

(nomenclatura Total E1eme!!, E1emen car- unidades t;r (nomenclatura

americana) tos e! tos vo bono mioas ing1ê=-, europ;ia)

tranhos 1ateis fi~ sas

do

ANTRACITE

Meta-ant.ra.cite 100 4 2 94 11 500

Antracite 100 2 5 93 12 500 ANTRACITE

semi~te 100 2 10 88 13 000

BETUMINOSO

~ixa vo1atibllidade 100 3 19 78 13 500

Media VQlatib111dade 100 4 28 68 13 000

Alta volatibilidade HULHA

A 100 3 39 58 12 500

B 100 10 40 50 12 000

C 100 18 40 42 11 000

SUB-BE'H1MINOSO LINHITE

A 100 18 40 42 11 000

B 100 23 3.6 41 9 000

C 100 28 35 37 7 500 CHISTOS

CAR-BÔNICOS (TUE. FA)

(10)

É interessante que se façam a1.gu.m9.s observaçÕes, para melhor compreensão do quadroo Ei-las:

,

a} a nomenclatura americana e mais itemizada,

- p

tende para a especificaçaó, enquanto a europeia se contenta

com três classes apenas, sem distinguir pormenores;

b} o nome sub-betuminoso, que consta da

nomencla-tura americana, como acentua MoRo Campbell

(9),

é

absoluta-mente impróprio, pois dá uma idéia exataabsoluta-mente oposta ~

rea-lidade. Diz-se sub-betuminoso porque êste tipo de carvão

é

inferior (sub), ao betuminosoo Mas ~le

é

inferior justame,!!

te ••• porque tem mais betume e, assim, o que deveria era

cham.a.r--se ~erbetuminoso o Entretanto, aqu~le nome errôneo

ficou tradicional e continua a aparecer nos textos;

c} enquanto a classificação ~ricana admite

co-mo linhite (isto

é,

como um tipo de carvão) aqu;le que tem

um teor de

30%

de carbono fixado, tal não se dá com o sist~

,

-

,

ma europeu, que so considera como carvao, propriamente,a r2

cha carbonífera com um mínimo de 4C!J, de carbono, chamando

chisto carbônico ou turfa (e,íl certos casos) tôdas as rochas

fósseis carbônicas cujo teor de carbono fixado seja

infe-'" , f

rior a este ultimo ~ndiceo Tal diferença de nomenclatura e~

plica certas gritantes disparidades entre estatisticas

ame-ricanas e estatisticas européias relativas a carvão;

(9) Campbell, Marius Ro, The Coal Fields of the United

Sta-tes, General Introduction (Prof~ssional Paper n2 100),e

(11)

11

-d) os tipos compreendidos nos títulos linhite e chistos carbônicos (da classificação európéia) são inapro-veitáveis para a fabricação do coque (correspondem aos ti-pos compreendidos nas denominações sub-betuminoso e linhite, da classificação americana);

e) no Quadro nA 1, como se usaram os indices a-mericanos, a classificação européia é apenas compreensiva dos elementos correspondentes aos indices. Mas tais índices não são os limites das classes da classificação euro"ia;

f)

é

importante salientar que os vários tipos de carvão não se diferenciam apenas pelos indices composi-cionais e calorlficos que figuram no Quadro nA 1. Ao contr!

,

rio, ha numerosos outros caracteres distintivos, como tipo de fratura, dureza, etc., que não se examinam neste traba-lho por constituirem pormenores desnecessários ao fim mais objetivado.

40

Utilização do carvão - Produtos e subprodutos do carvão Naturalmente, a questão do preço muito influi na escolha de tal ou qual o tipo de carvão, para os fins que se têm em vista. lfuitas vêzes,um carvão de grau inferior

é

~ ,

mais compensatorio, em face do custoo Entretanto, ha muitos casos de indicação ou de contra-indicação específica e, em tais hipóteses, são muito limitadas as possibilidades de substituição o

(12)

-.?

possa. ser utilizado para movimentar as maquinas dos navios 9

o carvão sub~betuminoso do tipo A (capacidade calorífica de

11 000 unidades térmicas) é considerado o melhor porque,por

preço inferior ao de outros, que lhe são superiores,e em i~

dêntico volume~ produz a mesma quantidade de calorias, e

porque o seu grande inconveniente = a maior quantidade de

fumaça - tem pouca importância9 em se tratando de viagem ma

rltimao

Para utilização doméstica (inclusive e

especial-mente aquecimento interno) a antracite é o tipo idea19

por-que quase não contém cinza e é fácil de utilizar-se com as-seio; além disso, quase não produz fUmaça.

A hulha não atende às finalidades domésticas por não ter essas qualidades e pouco se usa para a movimantação

p p •

de locomotivas e maq~nas a vapor, pois e mais cara que o

carvão sub-betuminoso do tipo! (ou seja, do que a linhite

da classificação européia) 9 ao passo,que êste último li para

o fim aludid09 tem o mesIOO efeito. Por isto a bulha

é

mais

geralmente aproveitada na fabricação de vários produtos e

subprodutos o Os produtos são o coque, o carvão de retorta e

,p ;1\ Ao ,

os elementos volateis. Destes tres produtos, obtem=se

nume-rosíssimos subprodutos, diretos ou indiretos. O Quadro nP- :2

"

e um esquema dos produtos e subprodutos obtidos por distil!,

ções da hulha. (10)

(10) Trata-se da adaptação de quadros semelhantes, publica=

dos por numerosos livros que tratam da matéria. Há al-p p

guns que parecem verdadeiras arvores genealogicas e

(13)

13

-5.

Distribuição geográfica mundial das baci as carboniferas

As principais áreas carboniferas do mundo se

dis-tribuem ao longo de uma faixa,

à

volta do globo, no hemisfé

rio norte. Essa faixa, a começar da costa sul do Alaska,

a-longa-se pelas bacias das montanhas Rochosas e do maciço

Apalachiano (nos Estados Unidos)~ cruza o Atlintico norte e

reaparece nas Ilhas Britânicas, bem como na Europa

norte-o-cidental e central (França, Bélgica, Holanda,Alemanha, Tch~

coslováquia, Hungria e Polônia). Depois a faixa do carvão

estende-se pela RÚssia central e pela Ucrinia, cruza os mon

tes Urais e reaparece na Sibéria, que atravessa tÔda, de

o-este a lo-este. No extremo lo-este, bifurca-se em dois

ramos:-um em direção do norte, que vai ter novamente ao Alaska,po~

- " p

to de partida; outro, em direçao sul. Este ultimo ramo atra

vessa o vale do Iang-tse-kiang (há importantes jazidas nas

zonas de influência de Shang-hai e Hong-kong),e morre

quan-do atinge o oceano Pacifico. Se, entretanto, se admitir que

" p

o prolongamento de tal ramo cruza esse oceano, ver-se-a que

justamente vai terminar nas paragens meridionais da

Améri-ca, onde se encontram a.lgumas bacias carbonÍferas (as do Chi

le, as da Argentina e as brasileiras, localizadas no Rio

Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná). Frize-se que

a.o chegar êste referi do ramo sul da faixa carbonifera ao no

adiante. Note-se que o quadro se refere especialmente

à

bulha mas que numerosos dêsses produtos e

(14)

vo mundo$ as jazidas perdem muito em importância,quer quan=

~

to ao mQntante das reservas, quer quanto ao grau e a classe

-do carvao.

Além das bacias carbonÍferas situadas na faixa

do carvão, algumas há$ e importantes, localizadas dispersa=

mente em vários pontos do globo (África do Sul, fndia~ Aus=

trália)o

o

A seguir, num esquematico mapa-mundi,aparecem as=

sinaladas na faixa carbonÍfera mundial as principais bacia~

Bem assim marcam-se outras ~ fora da faixa - por importan=

tes que são. As bacias brasileiras, sem êste requisito e~

bora (pois no plano internacional têm muito pouca signific~

(15)

1

H U L H A

~.

PEODUTOS VOLÁTE I S dão, por

con-densa~ão:

CAf<VÃO DE ~ETOITA"

isto e', carbono Quase puro

(c~isois de grafite,

elec-t~odos, fil~entos de gra-f I te para I ampadas de arco

~

COQUE~

r---=---~

.

M;UI<S

..

AMON I ACA I S

eao, por distila ~ão:

-At"'O ti i ACO

GÁs

dá, por depuração:

HIDROG~~iIO

SULFUf\OSO

transfor~~vel em

enx8fre. que d<~

por calcina~ão:

GlS DE GASQ

voltaico,ect.) GENIO

'"

COMPOSTOS elA t,ETADCS -(azul da Prú's-sia. prussia-tos, c ii.lnu-retosl

-cls PULO

(para ilurninc:,ão e calefa§8o)

dá. por pur i f i cação:

GÁs SEM l3E1iZOL

COQUE PAfiA AQUECIMENTO

I NTEf<NO

ALCATRÃO . dá, por d ist i

la-~

I:;ao: (sRis aIToniacüis,

sulfatos, nitra-tos, etc.)

1

GÁs

SUlF~J~OSO

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QIJADRO N~2

PRODUTOS E SUBPRODUTOS DA HULHA

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(16)

Q.

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o

11)

a:

c 115U""""....-f

(17)

16

-Se

~ verdade nue o mapa anterior dá uma idéia

clara da distribuição das bacias carboniferas pelo mundo, ~

também certo que pouco informa quanto a um aspecto quiçá

mais importante: - o valor dessas jazidas, em têrmos de qu~

lidade do carvão de cada uma e em têrmos das rese~dS que

contêm. Porque êstes são, com efeito, os dois principais a~

pectos. Das reservas, diz bem o Quadro nQ

3,

adiant~que as

apresenta em relação ao mundo, aos continentes e a alguns

paises selecionados. (11) As quantidades se referem a todos

os tipos de carvão, indiscriminadamente, incluindo a

linhi-te da nomenclatura americana, que linhi-tem apenas

30%

de carbono

-fixado, e o carvao europeu denominado brown coal. Mas

com-preenda-se: - afora o brown coal, só estão abrangidos no

quadro os carvões que fornecem pelo menos 6 250 unidades

térmicas ingl;sas.

(11) O Quadro nQ 3 foi elaborado com base nos resultados

da Conferencia Internacional de Energia, realizarta em

Londres, em

1948,

resultados êsses publicados no

(18)

QUADRO NQ 3

RESERVAS CARBONÍFERAS MUNDIAIS

(em bilhões de toneladas métricas)

;

DISCRIMINAÇÃO DAS PAISES QUE POSSUEM

RF.sERVAS POR CONTINENTES AS PRINCIPAIS RESERVAS

MUNDIAIS

,

America do Norte e Estados Unidos

2 880

Central

3 066

Cana da ,

89

,

America do Sul

3

---

---Inglaterra

172

Europa

638

Alemanha

337

Polônia

98

URSS

1 200

---

---Ásia

1 101

Índia China

1 012

65

,

206

Africa

---

---Oceania 54

---

---TOTAL ~TDIAL DAS

(19)

18

-são necessárias algumas observações sÔbre o qua-droo Ei-las~

a) não

é

muito l~gica a inclusão~ na coluna dos continentes, do titulo URSS .. Melhor seria que, na linha cor respondente

à

Europa, se somassem as reservas localizadas na

.1" " P Q

Russia europeia. E, na linha correspondente a ~Sla, se in-,

cluissem as reservas localizadas na Siberia. Entretanto, a fonte consultada e indicada (Conferência Internacional de Energia de

1948)

apresenta os dados como estão no quadro e não os discrimina de modo a tornar possivel essa estrita distribuição. Alem disso, tradicionalmente

é

uso dizer que

três cont inentes, ao passo que o quadro inclui UJ1f número

maior;

b) há outras - e várias - estimativas sôbre

re-servas, que com esta do quadro não coincidemo mos de bilhões, como são apresentadas, dela

Nas, em

têr-

"-nao divergem

,

muito, algumas; e outras, se mais distanciadas, e não incluem certos tipos de carvão, por exemplo a ou o brown coaL Uma. reserva total de 5 165 bilhões ladas métricas (ou~ arredondamente, 5,2 trilhões), da no statistical Year-Book (edição de New York)

,

porque linhite de tone e indica e citada no livro 1;[orld Population and Resources. (12) Essa reserva foi recentemente estimada, conforme indica o livro~ apÓs a-curadas pesquisas, em que se lançaram mão de todos os recur

(20)

sos técnicos disponÍveis;

c) afinal, o que ressalta muito nitidamente do

Quadro nQ 3, é a imensa pobreza da América do Sul, em

maté-ria de carvao. Num total de 6 268 bi lhões de tone ladas, as

suas reservas totais são apenas de 3 bilhões, vale dizer,

correspondem a pouco menos que a infima parcela de 0,5%.

Dentro de um tal quadro, claro está que a situação do

Bra-, f - ,

sil, quanto as reservas carbon1feras, nao e nada brilhante.

6.

Posição do Brasil entre os países que podem prOduzir car

~

Com efeito, o Brasil nem mesmo fi~ra e nem

se-quer está incluido o carvão brasileiro nesta pequena

parce-la de 3 bi lhões de toneladas. Eis a razão: nosso carvao

é

de tipo inferior aos considerados pela estimativa do Quadro

oQ 30 Realmente, produz pouco mais de 3 000 unidades

térmi-cas inglêsas (13) e

os de algumas jazidas selecionadas ~

tingem a 4 700 ou 5 000 calorias o Além disso, in natura con

tém quase sempre, misturados, mais de

30%

(às vêzes mais de

40%)

de cinza e, por outro lado, todos os tipos de carvão

nacional apresentam, na sua composiçãoj um teor de enxôfre

demasiadamente elevado e prejudicial. (14) Sem figurar emb~

R f

ra nas estimativas gerais corno pais carbon1fero - por causa

(13) Daqui por diante, no lugar de unidade térmica inglêsa

usar-se-á sempre a palavra caloria, que tem a mesma

significação.

(14) Prejudicial em t~rmos, is~o é, quando não se tem em

(21)

20

-da quali-dade inferior -da rocha róssi19 que não apresenta 05

caracteres de classe conforme às padronizações geralmente

aceitas (seja a americana, seja a européia) - o Brasil tem

carvão em razoável quantidade. As reservas dêste carvão 9

que embora de menor classe tem muitas aplicações úteis,

es-timam-se em 5 bilhões de toneladas. (15)

Para que se tenha uma idéia mais nÍtida da

posi-ção brasileira no quadro mundial, o que só seria possível

num conjunto estatístico que inclua carvão de tÔdas as clas

,

ses e graus, apresenta-se a seguir o Quadro nQ

4,

que e ta!

,

bem uma estimativa das reservas mundiais, diferindo do

Qua-dro nR J pelo fato de que compreende essas jazidas que

pro-duzem carvão de qualidade inferior. Tanto assim que estima

as reservas em quantidade muito mais elevada. (16)

(15) Estimativa de Gonzaga de Campos, in O Brasil e Suas Riquezas, 'ofaldemiro Potsch, Livraria Francisco Alves,

1951, pâgo 280. Confirmam-na outras fontes, por

exem-plo, The statesman's Year-Book, The Macmillan COo, New

York, 1951, pág • 839.

(16) The Coal Resources of the World, International

Geolo-gical Co~ress, Toronto, 1913, e~. Morgan

&

gompany,

vol. I~ pags. XVIII. O quadro deste trabalho e uma

(22)

QUADRO NR 4

RESERVAS CARBONiFERAS MUNIU AIS

(em bilhões de toneladas métricas)

D~SCRIMINAÇÃO DAS PAÍSES QUE POSSUEM RESER . S POR CONTINENTES AS PRINCIPAIS RESERVAS

MUNDIAIS

, Estados Unidos

America do Norte

5 073

Canadá

3 839

1 234

,

America do Sul e

Central

32

---

---Europa

724

Inglaterra Alemanha

190

423

URSS

234

---

---, China

996

A:iia

1 106

,

India

79

África 58

---

---Oceania

170

---

---TOTAL MUNDIAL DAS

(23)

22

-Sôbre êste quadro

é

necessária uma explicação.

Não obstante incluir carvões de menor classe, aparecem as

reservas da URSS e da China menores que as atualmente

cal-culadas e que figuram no Quadro n2 3. A razão de ser

é

a se

guinte~- em ambos os países estavam as pesquisas geológicas

~ p ~

muito atrasadasj a epoca. Na China, ja se progredira algo,

por causa da situação dos países europeus que nela

manti-nham concessões e interêsses econômicos. Na URSS, tal não

, f . . .

-se dava. Se e poss1ve1 aplicar a situaçao daqueles tempos o

vocabulário em voga hoje em dia, certamente não haverá

ne-nhum exagêro em dizer-se que a Rússia tzarista de 1913 era,

nem mais nem menos, um pais "subdesenvolvido". Eis uma

pro-, f P

va nos proprios dados estat1sticos ja apresentados neste e~

crito: enquanto em 1913 só se conheciam na Rússia

(inclusi-ve Sibéria) bacias carboniferas representativas de 234

bi-lhões de toneladas, agora as estat{stic~internacionais

fa-zem-na figurar com reservas do porte de 1 200 bilhões de to

neladas. (Confrontar o Quadro

nP

3 e o Quadro nQ

4)0

Dada essa explicação para ressalvar aparente

in-coerência do Quadro n2

4

e retificado aqui o total dêste,em

têrmos das maiores reservas da URSS e da China

(respectiva-mente mais 966 e mais 16 bilhões de toneladas), é

possi-vel, então, conhecer-se a importância relativamente pequena

do Brasilj no plano carbonifero mundial. Eis o cá1culo~

Total da reserva carbonifera

mundial~segundo o Coneres

so Internacional de Geo1õ

(24)

Reservas posteriormente assi-naladas:

URSS

CHINA

966 16

8

379

Desta reserva carbonifera, que inclui carvões de tÔdas as classes e graus, mesmo o inferior, que não produz

as calorias ndnimas fixadas nos padrões internacionais, ap~ nas

5

bilhôes de toneladas pertencem ao Brasil. Como se vê, isto representa a inf1ma parcela de

0,6%.

Em conclusão, no plano internacional, figurar como unidade de

" f

portanto, e poss1vel a1irmar que, por duas razoes o Brasil não pode importância:

a) tem insignificantes reservas;

b) mesmo essas, pela classe, inferior da rocha fóssil, nem costumam ser consideradas nas modernas estat{s~

ticaso

Portanto, a exploração do carvão nacional terá d~ objetivar principalmente o consUmo interno. Êste siros> p~ derá rld maior parte ser atendido pela produçao nacional dos

quatro Estados em que está situada a bacia carbonÍfera bra= sileira~ Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e são Paulo.

Em tese, pOde-se afiI'1IBr: ressalvadas certas a= plicações especificas que exigem carvão de classe e grau

... P f

nao encontrados no Brasil, e mesmo poss1vel o completo su'~,

(25)

24

-contanto que se consiga um sistema de operação que, a par

de produzir carvão de melhor qualidade através do convenieE

te beneficiamento, possa fornecer êsse combustível a preço

razoável, após solucionar os múltiplos problemas

correla-,

tos, tais sejam o da tecnica e do custo do transporte e

ar-mazenagem.

-7. O carvao, - base do moderno desenvolvimento industrial

...

,

Toda a grande industria moderna teve como berço

e ponto de partida o fantástico desenvolvimento da

indús-tria do ferro, ocorrido efetivamente a partir de 1800, pois

só com base numa colossal produção de ferro

é

que foi possi

vel a fabricação de máquinas industriais, locomotivas,

na-....

vios e trilhos. Para que bem se compreenda a influencia do

ferro no desenvolvinento industrial moderno, basta ver o es

pantoso crescimento da produção mundial de ferro, num per1.2

do relativamente curto:

1800 1820 1840 1860

400 000 toneladas

1 650 000 n

3 300 000 11

7 360 000 11

Mas a produção de ferro em grande escala SÓ se

tornou possível com o uso do carvão mineral. Enquanto se

produziu ferro

à

base de carvão de lenha, os índices de p~

dução eram ridÍculos, comparados com os atingidos posterior

(26)

toneladas de ferro~ até

1780

(utilizando como combustivel o

carvão de lenha), mas produziu 400 000 toneladas, isto é,

vinte vêzes mais, em

1820

(quando

se lançara

à

produção

de ferro baseada no carvão mineral),

o

carvão mineral, portanto, possibilitando a

pro-dução de ferro em grande escala, ~ a verdadeira base do

mo-derno desenvolvinento irrlustrial; e em nada diminuiu essa

importância, quando o mundo passou a produzir aço, depois

de

1856-60,

isto

é,

depois que Henry Bessemer anunciou seu

processo de obter o aço a partir de barras de ferro; aliás

o carvão mineral passou nesmo a ter aplicação maior.

-carvao de

Destarte, os pai ses que di spunham de

,

-boa qualidade e facil exploraçao foram naturalmente os que

mais depressa se industrializaram: Inglaterra, Estados

Uni-dos, Alemanha, França e outros paises europeus.

(17)

A rápi

_ . . . r

da industrializaçao desses pa1ses, que aos demais se avanç~

(17)

Alguns Ea!ses, dispondo embora~e carvão de boa

quali-dade, nao acompanh3.ram a evoluçao industrial dos men-

..

.

cionados acima. Entretanto, em ca1a caso ha uma expl.!.

cação n'lrticular. ~ China e a Sib~ria viviam em

esta-do dE: subcivilizaçao (em comp:l.raçao com a

civiliza-ção européia da ~poca). Outros, como o Canadá e a

Á-frica do Sul, eram simples colônias e não dispunham

de qondições econômico-sociais que lhes per.mi~issem

industrializar-se. Nalguns casos mesmo, as metropoles dessas e doutras colônias adotaram providências e

me-didas administrativas que tolheram o desenvolvimento

(27)

26

-ram gigantescamente no tocante ao desenvolvimento econômico,

pÔ-losi evidentemente em situação de exportadores de merca~

. ,p

dorias industrializadas, especialmente de maquinas e produ~

tos de indústria pesada, bem como de importadores de

maté-rias-primas e de produtos naturais e agricolas •

.-E c-laro que, cada um conforme suas pos si.bi lida~

f P

des~ os outros pa1ses, mais tarde, tambem se foram

indus-trializando. Mas limitados pela carência de carvão, nenhum

se p~de avantajar em potencial econômico àqueles citados,e~

pecialmente aos três primeiros, possuidores das melhores b~

cias carbonÍferas. Durante muitos decênios, afora êsses pai

~ ,

ses, nenhum pode instalar industria realmente vigorpsa; mui

to menos a grande indústria pesada. (18)

Além da circunstância básica de nao

-

possuirem

carvão (19), a qual lhes determinou, no cenário do mundo, a

(18) p ,

-A Russia, apos a revoluçao socialista e sob o

regi-me dos planos qill.nqüenais, conseguiu elevar-s~ . ao

pri-meiro plano mundial, quanto ao potenscial economicoo E'

a Inglaterra dia a dia perde a influencia econ~mica de

outros teml?Os justamente porque diminuem suas reser -vas carboQiferas, de um lad9, e porque, . doutro lado,

a concorrencia de outros paises - como os Estados Uni-p

dos e a Russia - tomou-lhe diversos mercados em que tradicionalmente imperava. Muito recentenente, a Chi-na passou a explorar suas bacias carboniferas e suas jazidas de ferro e, segundo estatísticas atuais, acha--se em vias de em poucos anos supriracha--se do aço de que necessita para um pleno desenvolvimento industrialo

(19) Alguns pa!ses possuiam carvão;

é

verdade,mas de grau e

(28)

ti-posição econômico-polÍtica de fornecedores de produtos nat~

raia e agrÍcolas ~ os países não industriais defrontaram-se

com outra situação que, piradoxalmente 9 lhes atras')U a1.nrla

mais o desenvolvimento da indústria:

é

que tais palses 9 mo,!:

mente os nais ricos em matérias-primas de grande interêsse para os países industriais, encontraram nessa etapa do

de-~

senvolvimento capitalista grandes facilidades de comercio internacional; por vêzes (embora durante curtos períodos) 9

balança de pagamentos altamente favorável; e além d1ss0 9

grandes capitais que, acumulados nos países industriais 9 a-fluiram aos outros, nestes aplicando-se quase sempre aos se

"

-tores mais lucrativos da economia; por exemplo, a formaçao de grandes companhias exploradoras de.serviços pÚblicos (no princípio, especialmente estradas de ferro e emprêsas de n!,

- #

vegaçao; depois, ~erviços urbanos como os de agua, saneamen

to e iluminação pública), bem como

à

formação de grandes

,

companhias irrlustriais e comerciais que tomaram" a seu

pro-,

prio cargo tanto as principais atividades de industrta

ex-,

-trativa como o comercio de exportaçao dos principais

produ-tos naturais ou agrÍcolas. Tudo isso instituiu uma situação

de provisória riqueza nos países não industriais - capazes que foram, nesse ciclo econômico, de se abastecerem, pela via nais simples da importa ção, de tÔdas ou quase tÔdas as

nham desenvolvido completamente as técnicas atuais de

tra-tamento e beneficiamento dos carvÕes inferiores, a fim de

P . . . .

torna~los adequados a industria do ferro e do aço.

Assim9 para tais países, era como se carvão não pos~

(29)

28

-utilidades fabricadas o Mas resultou-lhes mal no futuro, pois

permaneceram incapazes de produzi-las, com suas próprias

fôrças econômicas,

Para mais dificultar ainda o desenvolvimento da

li f

-industr1a nacional dos palses que no primeiro arranco nao

puderam industrializar-se por falta de carvão de boa

quali-dade, em todos ;sses as numerosas companhias estrangeiras

-de outras nacionalida-des - neles sediadas ou nao mas

repre-A ,

sentantes dos vastos intereó'""es da grande industria de suas

terras de origem - sempre ir:fluiram, em maior ou menor

grau, para impedir ou obstar o pleno desenvolvimento

irrlus-trial, seja por indireta inger~ncia na politica, em busca

de medidas assecuratórias de seus interêsses, seja pelo Pr.2

cesso de concorr~ncia anulatória da capacidade de

iniciati-va local.

,

Aos poucos, cada vez mais condicionados as

injun-çÕes desta vasta estrutura econômica, os países forneced~

res de produtos naturais e agrícolas foram perdendo terreno

em a correlação de fôrças, tiveram que submeter-se cada vez

mais

à

superioridade .econômica dos palses industriais e, na

maioria, passaram a ser eternos devedores dêstes, sempre

com suas balanças de pagamento em posição negativa, tudo is

50 agravando-se, ainda, com a grande evasão de dinheiro

de-,

corrente dos serviços de juros dos emprestimos levantados

por seus governos, bem como determinada pelas crescentes r~

messas de lucros, para o exterior, feitas pelas grandes com

(30)

países industriais.

A situação mais se agravou, ainda, quando o

mun-do ingressou no ciclo econômico mun-do petróleo. Mesmo os

pa{

-ses nao industriais que dispunham de amplas reservas

petro-líferas não puderam acompanhar o ritmo dos países

industri-ais, nesse novo campo econômico, porrJU8 foram surpreendidos

pela própria inépcia para explorar por sua conta mesmo as

jazidas de seu subsolo:faltavam-lhes os recursos neteriais,

de que não dispunham, por não contarem com a indústria bási

ca do aço; e faltava-lhes a capacidade técnica, pois

é

cla-ro que essa não se poderia ter desenvolvido onde o

conheci-mento tecnológico naturalmente não crescera, por falta de

campo de aplicação.

Paulatino nes inexorável empobrecimento eis

A (

o que resultou para esses palses que nos albores da era

in-dustrial não criaram nem desenvolveram sua indústria,

espe-cialmente a indústria básica, em virtude de não terem

car-vão de boa qualidade, numa época em que não se haviam deseg

volvido ainda algumas das principais técnicas de tratamento

e beneficiamento dos carvões de classe e grau inferiores; ou

,

em virtude de algum outro fator circunstancial, peculiar as

-

,

, ,

suas situaçoes historicas, aquela epoca.

As tentativas de implantação de indústrias

diver-sas, feitas posteriormente por muitos dêsses países, claro

A

que, em numerosos casos, lograram exito completo, Quanto a

(31)

30

-veram apenas sucesso parcial; e em outros ainda 9 particula!,

" . , p .. #

mente no que concerne as industrias basicas e a industrla pesada, quase tôdas as tentativas ou foram frustradas ou

a-"

-penas se arrastaram ou arrastam morosamente.

Nos Últimos quarenta anos e especialmente flO ul~ "

timo quarto de século j premidos pela necessidade de 80er=

guer seu potencial econômico e o n1.vel de vida dos respecti-vos porespecti-vosj e, em certas ocasiõess ajudados por algumas cir~

cunstâncias (entre elas~ paradoxalmentej as guerras e as

crises) ~ muitos d~sses pa:Ísesj principalmente os que

dis-põem de abundantes recursos naturaisj tais sejam petróleo,

ferro e mesmo o carvão de baixa qualidade, agora que as mo-dernas técnicas de tratá-lo permitem aproveitá-lo para qua-se todos os finS industriaisj - muitos dêsses paÍses

tenta-ram ou estão tentando industrializar-se de todo~ pelo menos até o ponto de auto-suficiênciao

11 - AN'l'BIC1DIN'l'IS DO PLANO

no

CARVÃO KACIONAL

80

Brasil, - país agricola que se industrializa

Durante longo periodo, o Brasil· foi importador de quase tôda.s as utilidades fabricadas ~ apenas desenvolven do lentamente uma. ind~stria rudiment ar, de pequeno porte,

" " ,

(32)

, p .

-Nos primordios do secu10 passado~ nao formou na ala dos nóvei s países irrlustriais ~ porque não tinha carvão

Q . . . . "

adequado a instalaçao e desen~lvimento da g~dnde irrlustria do f erro e do aço o Depois ~ quando os nais modernos e

aper-feiçoados conhecimentos tecnológicos tornaram possível uma utilização mais ampla do seu carvão de baixa qualidade~ não

P - p

tratou de explora-lo ~ . porque nao tinha industria capaz de consumi-lo. Nesse círculo vicioso~ sob um regime de acanha= dos capitais particulares, incapazes de grandes empreendi-mentos industriais, o Brasil como que narasmou, durante o império e os sete primeiros períodos presidenciais, apegado

à

sua con~ção econômica tradicional de pais essencialmente agrícola e exportador de matérias-primas. Ultrapassado o

,..

-

,

ciclo economico em que essa condiçao garantiu uma proviso-A

ria prosperidade, viu-se o Governo permanentemente a

bra

-ços com graves problenas de finanças naciorais e intemacio nais. Manteve-se numa estrita po11tica de não intervenção na atividade privada e de ap;lo aos sucessivos empréstimos internos e externos, assim mais comprometendo o desenvolvi-mento industrial e a estabilidade econômica. Os empréstimos,

,

.

alias, consti tuiram durante muitos anos uma fonte

importan-,

te de recursos com que se cobriram os deficit·s orçament.!, rios, os serviços de juros, os saldos negativos da balança de pagamentos e alguns novos serviços públicos de maior

por

te, cujá prestação a marcha inexorável da civilização impu=

,

,

nha a autoridade publica.

P

(33)

= 32

-cas~ relativamente, chegaram a ter maior vultoo Muitas das

que mais prosperaram foram as montadas no pais por

compa-nhias estrangeiras, interessadas em produzir junto ~s

pró-prias fontes dema.t~ria-prima, portanto com evidente

econo-mia.

Em todo o perÍodo que precedeu 1914-18 e

ressal-vados os empr~sti mos ~ lavoura (que apenas significavam a

manutenção de uma. pol:ítica econômim essencialmente

agrlco-la), conta~se pelos dedos as poucas ocasiões em que o

Go-vêrno interferiu no campo econ~mico, seja para assistir ou

fomentar, seja para produzir. Mesmo depois disso e cessados

os efeitos imediatos da Primeira Guerra Mundial, foi muito

... ,

parcimoniosa a interferencia governamental, ate a grande

crise de 1929-30; na verdade, passou a ser palpável essa in

terfer~ncia, em tal período, nas sempre limitada ou a uma

, ... ,

precaria assistencia financeira que se constituia de empre~

timos muitas vêzes anti-econômicos e dest~nados a salvar de

crises certas emprêsas de maior porte; ou a uma regulament!

ção econômica destituÍda de orientação decisiva e consisten

te; ou a leis protecionistas nem sempre úteis; ou aima a

leis que estabeleciam facilidades e isenções para certas in

dústrias incipientes mas de reconhecida utilidade nacional.

...

Foi depois da crise economica de 1929-30 que mui-tos dos vários pa{ses até então principalmente fornecedores

,

de materia-prima tentaram mais ativamente desenvolver a

grande indústria, quer ampliando e aperfeiçoando algumas

a-,

(34)

apli-cado, quer abalançando-se a atacar novos setores, de maior

importância no plano econômico •

....

O Brasil não fez exceção. ~fuito pelo contrário,

favorecido que é o pais pelas fontes de riqueza, procuraram

os capitais particulares aplicar-se

à

indústriiJ., de um lado;

ej doutro lado, o Govêrno passou a tomar medidas mais efeti

vas para resguardar o potencial e promover o

desenvolvimen-to econômico nacionais. Assim é que preservou a propriedade

do subsolo e estabeleceu providências de proteção

à

indús-tria do pais, seja com a promulgação de leis adequadas a

ê!

te objetivo, seja pelo financiamento

à

produção industrial.

Mais ainda, passou mesmo a atuar como produtor êle prÓprio,

nalguns casos. Os resultados começaram a produzir-se, os

e-I

feitos a surgir, e verdade que um tanto lentos, um tanto

pressionados pela concorrência e as medidas de auto-defesa

promovidas pela grande indústria internacional

imperante

nos mercados mundiais, um tanto prejudicados porque a

inci-piente produção industrial nativa ainda não conseguia

atin-gir

à

perfeição dos padrões técnicos dos produtos

alienÍge-nas, um tanto precários porque a escassez ou o acanhamento

. do capital nacional ainda não se arrojava a cometer os em

preendimentos de grande vulto e a produzir em escala capaz

de alcançar produção a baixos custos.

Esta fase - desde a crise de 1929-30 até o ini-,

cio da segunda Grande Guerra, foi uma fase caracterizada

(35)

~ 34

-rasj por marchas e contramarchas do desenvolvimento

indus-trial brasileiro. Afinal apresentou saldo positivo, em mui~

p

tos setores, inclusive no da industria carvoeira.

Mas são as circunstâncias econômicas da Segunda Grande Guerra que vêm 'favoY'ecer imensamente o surto de in~

dustrialização em muitos dos paises que a tentavam, parti-cularmente no Brasil.

"

Privado quase totalmente do seu comercio de im-portação a partir de 1942, tanto pela falta de comuni cações marÍtimas como porque os grandes países passaram a

dedicar-..

...

-se a produçao de engenhos de guerra, o Brasil ingressa en-tão definitivamente no caminho da industrialização; e vá-rios setores industriais mai s importantes cOlJleçam a ser o~

jeto de instante interferência governamentalo O Govêrn09

quer diretamente empreendendo, quer assistindo com incisi-vas providências, inicia trabalho de grande porte que só no momento presente está apresentando seus resultados palpá-veis, principallIente an quatro daqueles grandes setores: e-nergia hidrelétrica; petróleo; aço e carvão.

Neste trabalho examina-se o problema do carvao

...

o

Serviu o esbôço, que se traçou nestes dois subt1t,1Jlos ns.

7 e 8, de pano de fundo para que bem se compreenà1 como o Brasil, que até 1914 não produzia carvão, de entã; em dian-te dian-tem visto crescer sua produção e hoje se acha, nesdian-te pa~

p N ~

ticular, proximo de uma situaçao de quase suficiencia,em r~

_ , C' . ~

(36)

"

nas proximas aos Estados em que se localizam as bacias.

" _ A

90 Surgimento da. industria do carvao como decorrencia da

Primeira GraMe Guerra

durante a guerra mundial de 1914=18

é

que a

produção carbonífera nacional ganhou expressão econ;micaoA~

~ L

tes disso~ nem se pode falar propriamente em produçao car=

bonirerao Houve, isto sim, algumas tentativa:s de certo

vul-to~ mas nenhuma delas resultou na instituição de uma

indús-"

tria carvoeira estave1 e vigorosa.

Uma de tais tentativas - a extração' concedida

por Barbacena a ~ companhia ingl~sa ~ c hegou mesmo a ser

a razão por que se construiu a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, inaugurada em 1Q de outubro de 1884. Mas quase i-mediatamente a companhia em questão

conseqUência das primeiras operações

entrou em colapso, em de exportação, que em-preendeu, para os mercados p1atinos. Outros empreendimentos,

"

-tambem sem maior significaçao, sucederam-se ou arrastaram =se 'nos três Estados sulinos.

"

-Linhas atras apresentaram-se as razoes tundamen, tais pelas quais não se desenvolveu, no Brasil, a indús\ria carvoeira, nem no século passado, nem nos primeiros anos do

século corrente: - quando se delineou no mundo a grande re~

-

"

voluçao industrial baseada na industria do ferro e do aço,

cujo esteio

é

o carvão mineral, o Brasil não dispunha de

(37)

-eial ~ por:;ue nuo se haviam desenvolvido completnmente as

t~cnica.s atuais de tra"i:.a:mnto e beneficiamento dos carvoes

-, ~ e "

inferiores. Alem disso~ o Brasll tlnha recem-saido de regi

me colonial, com tradição de economia agricola, e dispunha

de grandes riquezas naturais imediatamente exportáveis,

ca-pazes de garantir-lhe, aliadas

â

exportação de produtos

a-P R

gricolas, uma balança comercial f~lVoravel, que lhe

propici-ou ~ situação pelo menos de aparente progresso. Em

conse-qüência, o Brasil, natm'almente, ingressou no batalhão dos

países que passariam a ser, dai por 'J1.ante, tutelados econô

micamente pelas então incipientes gr3.;:1des potências. Isto

~

-

-

,

alias nao ocorreu apenas conosco, sena.o tambem com todos os

mais países da Am,;rica Latin:J. e com mui tos outros, do

ve-lho continente, mesmo com aquêlp' ~Iue vinham de ocupar a P2

...

sição de grandes potencias, como Es 'anha, Portugal e Hola,!!

P - ,

da, ate entao ou ate pouco antes detentores de imensos e ri

cos domÍnios coloniais.

Em não havendo o necessário clima econômico, as

tentativas de explorar carvão ou sucederam-se infrutíferas

ou apenas se arrastaram, pouco prooutivas. Faltou-lhes,

in-clusive, o decidido apoio do Govêrno, até porque a

clas-se dos produtores de carvão era então pouco pOderosa,em CO!

paração com outros grupos econômicos, e não conseguia

for-mar em pé de igualdade com êstes, nem pressionar suficient~

p , ,

mente a autoridade publica, para obter medidas de auxilio.

,

(38)

conseguiram, por vêzes, certas medidas de proteção. Mas

é

,

-

,

tambem verdade que, em contraposiçao, nte

1917

os importad,2

res de carvão desfrutavam de isenção de direitos de

impor-tação, bem como de isenção de taxas de expediente e de

con

-servaçao de portos.

A fôrça e a influência dos produtores junto ao

Gov~rno, obtiveram-na êles com o advento da Grande Guerra

de

1914.

O Brasil precisava do carvão nacional; todos os

, - f

que ate entao importavam o combust1vel, formaram ao lado

dos produtores, para clamar pelo apoio governamental.

Êste veio sob a forma de empréstL~os diretos do

Tesouro Nacional a três emprêsas que parcamente exploravam

,

as bacias do Sul. Consubstanciou-se, em seguida, atraves da

Lei n2

3 089,

de

8

de janeiro de

1916,

em medidas adequadas

a reduzir ao mÍnimo o custo do tt'ansporte do carvão

nacio-nal. Em 25 de maio de

1917

o Decreto n2 12

478

determinou a

construção de linhas férreas nas zonas carbonÍferas conheci

,

das dos Estados de Santa Catarina, Parana e Rio Grande do

Sul. Finalmente, na cauda orçamentária da lei de meios de

1917

(Lei nQ

3 446,

de

31

de dezembro) foi estabelecida a

taxa de

2%

sôbre o carvão estrangeiro importado.

A construção das estradas de

pelo Decreto nQ 12

478,

citado acima,

muitos anos. }Ta.s foi uma. providência

ferro, determinada

arrastou-se durante

acertada, porque asse

- f

gurou, em parte, o transporte da produçao carbon1fera.

(39)

-

38-mas ajudou o Brasil,9 principalmente no Rio Grande do Sul, a vencer a dificuldade de combustiveis nos anos da primeira

guerra mundialo Ao influxo das necessidades, cresceuj pràti

camente~ de O a c~rca de 350 000 toneladas anuaisllo(20)Eis,

em rápido esbôço~ o que se poderia designar como a Erimei~

ra fase de desenvolvimento da ind~stria carvoeira no Bra~.

t' _ _

10, Fase estagnaria da produçao de carvao na.donal

Veio o fim da Grande Gerra e,9 com êle,9 novamente

...

-a concorrenci-a estr-angeir-a, -a press-ao dos importadores,

preferindó o carvão alienigena, superior ao nossoo Além di!

to, cessada a pressão do mercado interno em favor de medi-das governamentais de proteção aos produtores bra.sileiros,

...

,

nada se fez de importante ou ponderavel para garantir-lhes

p ' ,

novos sucessos. As medidas ja tomadas, porem, continuaram a produzir os seus efeitos. E assim foi que a produção

nacio-I>

nal - numa segunda fase que se podera designar como estag-nária - manteve-se durante longos anos a mesma de 1915,isto

, , , , I>

e, girou em torno das 350 000 toneladas ja atingidas. Em

1930, por exemplo, foi precisamente de

385

000 toneladas.

11. Grande surto da indústria carvoeira: 1931-1940

p

A data de 9 de junhO de 1931 marca sem duvida o

(20) Ernani Cotrim~ discurso pronunciado na Segunda Mesa-Re

p p

t--donda de interessados e tecnicos da industria carbon1-fera nacional, in A Batalha do Carvão, Sindicato Nacio

(40)

vãoo Nessa data roi baixado o Decreto nQ 20 089; que estabe

leceu a taxa de aquisição obrigatória de

10%

de carvão na=

cional sôbre o importadog garantindo=lhe; assim~ um mercado

cert0 9 de que tanto careciao Êsse Decreto~ além da taxa de

obrigatoriedade ~ autorizou o Loide Brasileiro e a Estrada

de Ferro Central do Brasil a adquirirem todo o carvão naci2 nal disporrl.vel. A distribuição era feita pelo Loide

Brasi-leiro e os preços fixados por essa empr~~a e pela Central

_ A ~

do Brasil~ com aprovaçao do Governoo Cemedia ainda~ as

em-prêsas carboniferas~ isenção; por 10 anos~ dos impostos

fe-derais; estaduais e municipais; bem cono favores especiais aos navios empregados no transporte do carvãoo A influência

A ~ P

que esse decreto exerceu sobre a industria pode ser verifi-cada em estatística de produção:

1930 - 385 148 toneladas

1931 . 493 760 11

1932

-

542 773

"

1933

-

646 075 11

1934

-

730 622 11

1935

-

840 088

"

1936

-

662 196

"

1937

-

762 789

"

A 21 de junho de 1937, o Decreto nQ 1 828 elevou

a percentagem compulsória de 10 para 20 por cento e estabe~

..

,

leceu a obrigatoriedade de ser previamente benefic1ado todo

.,.

(41)

Continu 40 Continu

-ou a ascençao do produto:

1938

-1939

907 224

toneladas

1 046 975

"

Os Decretos nQs.

20 089

de

1931

e

1 828

de

1937,

em

10

anos, quase triplicaram a produção nacional de

car

-vao.

-12.

O carvao nacional e a Se~lnda Grande Guerra Novamente favorecida pelas dificuldades de impor~

tação, a produção nac~o~l de carvão continuou a elevar-se, durante a Segunda Grande Guerra. Mas

agora em ritmo esp~ tacular, comparado com 'o anterior. Com efeito, uma tabula-ção do crescimento anual da produção carbonÍfera, no

decê-nio

1930-1939,

revelará oue êsse crescimento por ano foi,

em média, de

90 000

toneladas, até o ano de

1937 (21)

e de 140

000

toneladas no biênio

1938-1939 (22),

ao passo que, nos primeiros quatro anos da Guerra

(1940-1943)

alçou-se a

(21)

N "

Nao se computou, para calcular essa media, o exercicio de

1936.

Neste, não houve aumento de produção,mas sim uma violenta queda, de cêrca de

180 000

toneladaso Res salve-se que, nos fins do ano anterior, o Brasil fôrã palco de uma revolução; e que o 8no de

1936

não resul-tou prÓspero para a economia nacional, mergulhado que estava o pais em lutas polÍticas e num clima de

in-tranq~lidade e inseguranxao Mesmo no ano seguinte,de

(42)

, A

media de crescimento a cerca de 265 000 toneladas anuais.

Eis a produção nacional nesse triênio:

1940

-

1 336 301 tonelanas

1941

-

1 40g 079

"

19~.2

-

1 774 651

"

1943 2 078 256

"

Estagnou a produção, quando atingiu dois milhões

, ,

de toneladas. Ei-la, nos dois anos seguintes, isto e, os uI

times do período da guerra:

1944 - 1 908 453 toneladas

1945 - 2 072 881 "

Essa estagnação - decréscimo até, na produção de

1944 - terá decorrido de fatôres vários. Os produtores,

en-tão e posteriormente, alegaram aue uma das razões estaria

em dispositivos de legislação trabalhista pertinentes aos

trabalhadores nas minas: "A 10 de novembro do ano de 1943 a

Consolidação .das Leis Trabalhistas reduziu o trabalho no

subsolo de oito para seis horas, inclusive o tempo gasto no

percurso ~ e ~ frente de serviço. A influ~ncia dessa me

dida ••• se fêz sentir no retrocesso da produção de 1944,

que foi de 1 908453." (23)

(22) Explica-se tal variação Rara. mais, do ritmo de cresc.!

mento da produção carbon!~era, nesses dois anos: e

que, como se disse linhas aciIné!, o Decreto _nQ 1 828,de

1937, eleV'ou o ronsumo obrigatorio de carvao nacional

de 10 para 2r:Jf, do importado.

Referências

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