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Capacidade digestiva durante a ontogenia de larvas de pacu Piaractus mesopotamicus

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Academic year: 2017

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RESSALVA

Atendendo solicitação do autor, o texto

completo desta tese será

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Doutorando Thiago Mendes de Freitas Orientadora Maria Célia Portella

Caunesp

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP

CENTRO DE AQUICULTURA DA UNESP

CAPACIDADE DIGESTIVA DURANTE A

ONTOGENIA DE LARVAS DE PACU,

Piaractus mesopotamicus

Doutorando: Thiago Mendes de Freitas

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Doutorando Thiago Mendes de Freitas Orientadora Maria Célia Portella

Caunesp

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP

CENTRO DE AQUICULTURA DA UNESP

CAPACIDADE DIGESTIVA DURANTE A

ONTOGENIA DE LARVAS DE PACU,

Piaractus mesopotamicus

Doutorando: Thiago Mendes de Freitas

Orientadora: Dra. Maria Célia Portella

Tese apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Aquicultura

do Centro de Aquicultura da

UNESP – CAUNESP, como parte

dos requisitos para obtenção do

título de Doutor.

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Caunesp

Freitas, Thiago Mendes

F862c Capacidade digestiva durante a ontogenia de larvas de pacu

Piaractus mesopotamicus. / Thiago Mendes Freitas. – – Jaboticabal,

2015

iii, 150 p. ; il. ; 28 cm

Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Centro de Aquicultura da UNESP, 2015

Orientadora: Maria Célia Portella

Banca examinadora: João Martins Pizauro Junior, Rodrigo Takata, Rosangela Kyoko Jomori Bonichelli, Fernando José Zara

Bibliografia

1. Larvicultura. 2. Piaractus mesopotamicus. 3. Pacu-capacidade

digestiva. I. Título. II. Jaboticabal-Centro de Aquicultura da UNESP. CDU 639.31

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Caunesp 4 DEDICATÓRIA

Dedico à Ana Paula Nogueira Cardoso e Oswaldo Antônio Ferreira Gomes, porque hoje termina um importante ciclo na minha vida, nesta cidade e universidade. Ciclo que teve início com vocês me acolhendo, ajudando e convivendo. Foram quase 12 anos de estudos, experiências e amadurecimento, mas nada disso termina por aqui, pois no ciclo da vida levarei comigo e continuarei conhecendo, experimentando e amadurecendo, assim como, lhes serei grato.

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Caunesp 5 AGRADECIMENTOS

À minha mãe, pessoa única e admirável, que sempre acreditou em mim e me mostrou o que é o amor incondicional e verdadeiro;

À todos os meus familiares;

À minha orientadora Profa. Dra. Maria Célia Portella, por sua contribuição no mundo acadêmico, pelos ensinamentos, pela amizade e, principalmente, por contribuir imensamente em minha formação e amadurecimento profissional.

Aos membros da banca de defesa: João Martins Pizauro Jr., Rodrigo Takata, Rosangela Kyoko Jomori Bonichelli, Fernando José Zara.

Aos membros participantes do exame geral de qualificação: Profa. Dra. Rosângela Kioko e Prof. Dr. João Martins Pizauro Jr., pela participação e contribuições.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo apoio financeiro concedido pela bolsa de doutorado.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo auxílio à pesquisa concedido.

Aos amigos que estiveram durante o meu doutorado, ajudando nas coletas, no cuidado com os peixes, na troca de experiências e aprendizado, e pelos momentos de descontração e risadas. Agradeço à Olívia Menossi, Natalia Leitão, Juliana Tomomi, Thyssia Bomfim, Andressa Innocente, Thalys Cruz, Raphael Serafini, Tais Lopes, Amanda Halum, Ivã Guidini, Rodrigo Gimbo, Rudney Weiber, Hellen Buzollo, Lidiane Sandre, Lígia Neira, Thiago Nascimento, Sílvia Ligeiro. Obrigado pelo aprendizado e amizade.

Aos funcionários do Caunesp e ao Programa de Pós-graduação em Aquicultura, pelo auxilio concedido. Muito Obrigado.

À Márcia Jusi, não existem palavras que possam expressar a minha gratidão a você por me ajudar diante as dificuldades que encontrei na realização das análises de biologia molecular.

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Caunesp 6

agradeço por ter feito parte da equipe de seus orientados e por todo aprendizado durante minha passagem pelo LEA.

Aos amigos do LEA, agradeço ao Luiz Flávio dos Santos, Rafael Colósio, Adriano Gonçalvez, Caroline Santana, Gabriela Cavazine, Mareliza Menezes, Guilherme Baldissera, Gustavo Morais, Vitor Igor e Gabriel Ferreira.

Aos amigos do Escritório Regional Serrana da FIPERJ, Rodrigo Takata, Lícius Sá Freire, Marcelo Menezes e André Medeiros agradeço a força que me deram durante este 1 ano de trabalho e período de finalização desta tese. Agradeço imensamente por Deus ter me colocado ao lado de vocês. Agradecimento especial também ao diretor da FIPERJ Augusto Pereira e à Ana Carolina Iozzi pelo trabalho que desenvolve na Fundação.

Ao meu mais novo irmão Emanuel Barata, por me apresentar uma nova cidade e novos amigos. Sua amizade foi fundamental na minha adaptação em Nova Friburgo.

À Mateus Reis, pela amizade e momentos de distração. Que sua força e conquistas sirvam sempre de exemplo para que eu possa alcançar os meus objetivos.

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Caunesp 7 APOIO FINANCEIRO

FAPESP, Bolsa de Doutorado, Processo n° 2011/18607-3

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Caunesp 8 RESUMO

O conhecimento sobre a organogênese das larvas de peixes é uma ferramenta útil para estabelecer suas capacidades funcionais sistêmicas e suas necessidades fisiológicas a fim de garantir o bem-estar ideal e o crescimento sob condições de aquicultura A manipulação de protocolos de alimentação na larvicultura pode influenciar a capacidade das funções digestivas, levando os animais a um maior ou menor desenvolvimento. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar o crescimento e o desenvolvimento morfofisiológico do trato digestório de larvas de pacu, Piaractus mesopotamicus, cultivadas com diferentes

dietas alimentares e protocolos de transição do alimento vivo para o formulado, por meio de análises de desempenho zootécnico, histológicas, histoquímicas e enzimológicas (tripsina, amilase, lipase, leucina-aminopeptidase, maltase e proteases ácidas), contribuindo assim, para a compreensão do desenvolvimento do trato digestório das larvas de pacu e da sua capacidade digestiva.

PALAVRAS-CHAVE

Piaractus mesopotamicus, Larvicultura, Trato digestório, Transição alimentar,

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Caunesp 9 ABSTRACT

The knowledge about organogenesis of fish larvae is a useful tool to establish their functional capabilities and systemic physiological needs in order to ensure welfare and optimal growth under aquaculture conditions. Feed in hatchery affects digestive functions inducing faster or slower development. Thus, this study aimed to evaluate growth and morphophysiological development of the gastrointestinal tract in pacu Piaractus mesopotamicus larvae, rearing under live

food and formulated diet with different weaning protocols, through the analysis of production performance, histology, histochemistry and enzymology (trypsin, amylase, lipase, leucine-aminopeptidase, maltase and acid proteases). Therefore, this research contributes to the better understanding of the development of the gastrointestinal tract in pacu larvae and its digestive capacity.

KEY-WORDS

Piaractus mesopotamicus, Larviculture, Digestive tract, Weaning, Digestive

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Caunesp 10 INTRODUÇÃO GERAL

Os dados mais recentes apresentados pelo MPA (2013) demonstram que a produção aquícola no Brasil foi de 628.704,3 t no ano de 2011. Comparando-se com o montante produzido em 2009 (415.649,0 t), fica evidente o crescimento do setor no país, com um incremento de 51,2% em dois anos. Os dados também revelam que tal produção é, em sua maioria, baseada em espécies de água doce (86,6% do total). Ainda segundo o MPA (2013), as espécies nativas mais criadas em 2011 foram o tambaqui, pacu e seu híbrido, o tambacu (tambaqui x pacu), que juntas representaram cerca de 33% da produção aquícola continental.

Desta forma, o pacu Piaractus mesopotamicus, teleósteo pertencente à

família Serrassalmidae, ordem Characiformes, e originário da bacia dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai (Godoy 1975), apresenta importância na aquicultura brasileira. Isto é devido às características favoráveis da espécie, como relativa facilidade de manejo, boa taxa de crescimento, hábito alimentar onívoro e aceitação de sua carne no mercado consumidor (Jomori 1999; Jomori et al. 2003; Cyrino et al. 2004; Queiroz et al. 2005; Tesser e Portella, 2006; Urbinati et al. 2010; Portella et al. 2014). Essas características aliadas ao crescimento da atividade aquícola no país têm aumentado a demanda por larvas e juvenis desses peixes, tornando-se um desafio para a produção sustentável, uma vez que implica no desenvolvimento de protocolos de criação que garantam uma produção de juvenis de alta qualidade, ambientalmente e socialmente amigável, e a um preço acessível.

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Caunesp 11

As larvas de peixes passam por profundas morfofisiológicas durante suas fases iniciais de desenvolvimento e vários fatores podem interferir no seu desenvolvimento normal e afetar a sua qualidade, fazendo com que uma baixa porcentagem destas chegue até os estágios juvenil e adulto (Cahu et al. 2003). Além disso, condições sub-ótimas durante as primeiras fases de vida reduz a qualidade de vida dos juvenis e as consequências geralmente só se manifestam posteriormente na vida adulta (Kortner et al. 2011).

No Brasil, a larvicultura é conduzida principalmente em sistema semi-intensivo (Jomori et al. 2003; Mai e Zaniboni-Filho 2005). Neste sistema, as larvas permanecem nas incubadoras e no momento da abertura da boca são transferidas diretamente a viveiros pré-fertilizados, onde uma população planctônica se desenvolve e serve de alimento às larvas. Nos viveiros permanecem por um período de 30 a 60 dias, até atingirem o estágio de juvenis. As taxas de sobrevivência nestas condições geralmente são baixas e sua produção depende exclusivamente das condições ambientais (Senhorini et al. 1991; Jomori et al. 2003; Mai e Zaniboni Filho 2005; Kojima et al. 2015). Entretanto, Jomori et al. (2003) demonstraram que para produção de juvenis de pacu, a larvicultura intensiva em ambiente controlado com fornecimento de náuplios de artêmia por 6 ou 9 dias aumenta significativamente a sobrevivência das larvas e, consequentemente, a disponibilidade de juvenis comparando-se à estocagem direta em viveiros externos.

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Caunesp 12

para o alimento formulado, resultando muitas vezes em baixo crescimento e elevada mortalidade (Jomori 1999; Portella et al. 2000; Tesser e Portella 2006; Cericato 2005; Jomori 2005; Tesser et al. 2005 e 2006; Menossi et al. 2012; Leitão et al. 2011).

Com o menor crescimento larval, o desenvolvimento das estruturas digestivas das larvas pode ser significativamente afetado. Jomori (2005) comparou o uso de plâncton natural coletado em viveiros fertilizados e náuplios de artêmia produzidos em laboratório como alimento inicial para larvas de pacu criadas intensivamente, e verificou maior crescimento, sobrevivência e desenvolvimento do estômago em larvas que receberam os náuplios. O baixo desempenho de crescimento das larvas que receberam o plâncton foi claramente relacionado à composição das espécies presentes neste, e a menor sobrevivência à presença de copépodes predadores. Enquanto houve predomínio de rotíferos, o crescimento foi muito lento e somente quando aumentou a participação de cladóceras que as larvas apresentaram uma taxa de crescimento mais destacada. Esse mesmo tipo de comparação foi realizado com pintado Pseudoplatystoma corruscans (Ayres 2006), que também demonstrou a vantagem dos náuplios

artêmia como alimento vivo inicial para a espécie.

O fornecimento conjunto de alimento vivo e formulado, técnica denominada de co-alimentação, melhora o estado nutricional das larvas de pacu e facilita a aceitação da dieta formulada, proporcionando crescimento contínuo, principalmente quando o tempo de manutenção do alimento vivo é mais prolongado (Jomori 2005; Tesser et al. 2005). Jomori (2005), Menossi et al. (2012) e Leitão et al. (2011) demonstraram que larvas de pacu alimentadas desde o início da alimentação exógena com dieta formulada têm suas taxas de crescimento e de sobrevivência reduzidas (<12%) em comparação com as larvas alimentadas à base de náuplios de artêmia.

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diferenciação dos órgãos digestórios (Dabrowski 1984; Kolkowski 2001; Dabrowski e Portella 2006; Rønnestad et al. 2007; Portella e Dabrowski 2008; Chakrabarti e Rathore 2010). O conhecimento dos mecanismos de digestão em larvas de peixes favorece o desenvolvimento de dietas formuladas que possam substituir o alimento vivo (Zambonino-Infante e Cahu 2001).

Por isso o insucesso da utilização exclusiva do alimento formulado na larvicultura de peixes pode ser atribuído à baixa organização do trato digestório que acarreta reduzida atividade enzimática e digestão proteica, prejudicando o crescimento desses animais (Kolkovski 2001). Como também, devido à formulação de dietas que não atendem as exigências nutricionais durante o período larval tal qual acontece quando se utiliza o alimento vivo. As dietas para larvas são compostas basicamente por proteínas complexas e com elevado teor de matéria seca, apresentam baixa atratividade e palatabilidade (Kolkovski 2001; Langdon 2003; Portella e Dabrowski 2008; Tesser e Portella 2011) e tem sido sugerido que, estas não proporcionam fatores (frações lipídicas ou proteicas) tal qual o alimento vivo, que estão envolvidos direta ou indiretamente, como precursores ou ativadores dos processos de digestão e absorção (Kolkovski 2001; Koven et al. 2001; Cahu et al. 2004).

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Caunesp 14

Considerando as espécies altriciais, a ontogenia anatómica e funcional do sistema digestório é semelhante na maioria dos teleósteos. Contudo, existem importantes variações interespecíficas relacionadas à sequência de aparecimento de determinados tecidos e atividades das enzimas digestivas, sendo a diferença mais relevante o tempo de diferenciação do estômago (Rønnestad et al. 2013). A determinação da atividade enzimática é relevante na aquicultura e ajuda a elucidar problemas nutricionais relacionados à fisiologia dos peixes (Stech et al. 2009). As larvas de pacu vêm sendo usadas como modelo de espécie neotropical altricial planctófaga e muitas informações sobre seu desenvolvimento, alimentação e nutrição já foram geradas (Jomori 2005; Tesser et al. 2005 e 2006; Clavijo-Ayala 2008; Jomori et al. 2008; Menossi et al. 2012; Leitão et al. 2011, Leitão 2013; Lopes 2014; Portella et al. 2014). Apesar disso, nada se conhece sobre a sequência de aparecimento das enzimas digestivas em larvas de pacu. Resultados indiretos como os observados por Tesser (2002) e Jomori et al. (2008) demonstraram que larvas de pacu entre 16-18 dias e pesando cerca de 12 mg de vida já apresentam estômago morfologicamente diferenciado, com presença de regiões glandular e não glandular, sugerindo que próximo a esse momento ocorra o início da digestão ácida. Jomori (2005) ainda relata o aparecimento das primeiras glândulas gástricas em animais menores que pesavam cerca de 7 mg.

De modo geral, o processo de digestão dos vertebrados é bem conhecido e envolve uma série de eventos que requerem a coordenação de uma variedade de processos básicos no trato digestório, que é iniciada pela ingestão de alimentos, incluindo as secreções enzimáticas e de muco, digestão mecânica e enzimática, absorção, motilidade (incluindo a evacuação) e, finalmente, a regulação destes diferentes processos (Zambonino-Infante e Cahu 2001; Lazo et al. 2011; Rønnestad et al. 2013; Morais e Almeida 2014). A eficiência dos processos digestivos determina o fornecimento dos nutrientes e, consequentemente, o maior ou menor crescimento das larvas de peixes (Rønnestad et al. 2013).

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ocorre a ativação do pepsinogênio em pepsina. O pâncreas é responsável pela síntese de um grande número de enzimas (carboidratases, lipases e proteases) e secreção destas no lúmen intestinal, onde ocorre a conversão do tripsinogênio em tripsina pela ação da enteroquinase, que é a única enzima secretada pelas células intestinais. A tripsina por sua vez participa da cascata de ativação das outras proteases pancreáticas. As células intestinais ou enterócitos apresentam dois tipos de enzimas. As enzimas citosólicas são encontradas no citoplasma dos enterócitos e o principal tipo é caracterizado pelas peptidases; enquanto as enzimas de membrana estão ligadas a membrana dos enterócitos, sendo caracterizadas por peptidases, dissacaridases e esterases (Zambonino-Infante e Cahu 2001; Zambonino-Infante e Cahu 2007; Moraes e Almeida, 2014).

As larvas de peixes com desenvolvimento altricial, tanto as marinhas como as de água doce, apresentam apenas atividade de proteases alcalinas (tripsina e quimotripsina) no início da alimentação exógena. A maior parte das larvas de peixes apresenta estômago funcional após a metamorfose, quando há abundância de glândulas gástricas, responsáveis pela produção de pepsinas e ácido clorídrico, que realizam preliminarmente a digestão de proteínas, que é continuada posteriormente pela ação da tripsina, quimotripsina e finalizada pela aminopeptidase (Govoni et al. 1986). Assim, o padrão de digestão do modo adulto com participação de protease ácida (pepsina) só é alcançado tardiamente, depois da diferenciação do estômago (Martinez et al. 1999; Dabrowski e Portella 2006; Vega-Orellana et al. 2006; Rønnestad et al. 2007; Portella e Dabrowski 2008; Chakrabarti e Rathore 2010; Babaei et al. 2011). Por exemplo, larvas de bacalhau

Gadus morhua têm fígado e pâncreas exócrino funcionais no início da

alimentação exógena, e todas as proteases digestivas, com exceção de pepsina, parecem estar presentes (Hoehne-Reitan e Kjørsvik 2004).

Em outro estudo sobre as características histológicas e ultraestruturais do trato gastrintestinal de larvas de Pelteobagrus fulvidraco, Yang et al. (2010)

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fisiológicas das larvas a fim de garantir o bem-estar ideal e o crescimento sob condições de aquicultura (Padrós et al. 2011). Além disso, estes aspectos sobre a ontogenia das enzimas digestivas e a caracterização das atividades ao longo do tempo precisam ser compreendidos para a determinação da habilidade da larva em utilizar determinadas dietas, assim como para servir de referência em futuras avaliações do efeito de dietas formuladas (Cahu e Zambonino-Infante 2001; Zambonino-Infante e Cahu 2007; Babaei et al. 2011; Hamre et al. 2013).

Vários autores investigaram a atividade de enzimas digestivas ao longo do desenvolvimento do trato gastrintestinal em larvas de peixes para um maior entendimento dos mecanismos de digestão (Hoehne-Reitan et al. 2003; Faulk et al. 2007; Gisbert et al. 2009; Chakrabarti e Rathore 2010; Babaei et al. 2011 Buentelho et al. 2011; Galaviz et al. 2011; Uscanga-Martínez, et al. 2011, Srichanum et al. 2013 e 2014), entender os efeitos da ingestão dos alimentos e o efeito da transição do alimento vivo para dietas formuladas (Ribeiro et al., 2002; Almeida et al. 2006; Vega-Orellana et al. 2006; Faulk e Hoult 2009; Guerreiro et al. 2010; Kurokawa et al. 2011), assim como verificar a suplementação de enzimas exógenas na dieta (Kolkovski 1997; Nunes et al. 2006; Tesser et al. 2006; Soares et al. 2008; Stech et al. 2010).

O conhecimento da ontogenia das enzimas digestivas durante os estágios larvais fornece uma melhor compreensão da fisiologia digestiva e nutricional das larvas de peixe e a utilização de técnicas bioquímicas podem contribuir para isto, como vêm sendo demonstrados em muitos estudos (Zambonino Infante e Cahu 2001; Hoehne-Reitan e Kjørsvik 2004; Garcia-Gasca et al. 2006; Wang et al. 2006; Lazo et al. 2007; Kortner et al. 2011a e b; Srichanum et al. 2013 e 2014;).

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Caunesp 17

colecistoquinina (CCK), leptina e o transcrito relacionado à cocaína e à anfetamina (CART) são potentes fatores anorexígenos (Volkoff et al. 2005). Segundo Volkoff (2006) estudos utilizando injeções de peptídeos cerebrais e periféricos mostraram que o NPY e as orexinas são potentes fatores orexígenos em peixes. Kurokawa et al. (2000) observaram que alterações da produção de tripsina são controladas pelo nível de CCK nas larvas de peixes.

O processo de maturação das enzimas digestivas durante o desenvolvimento larval pode ser acelerado, atrasado ou até mesmo interrompido dependendo da composição da dieta (Zambonino-Infante e Cahu 2001). Desta forma, por meio da manipulação de protocolos de alimentação é possível influenciar a capacidade das funções digestivas e endócrinas das larvas, levando a inúmeros efeitos fisiológicos, como maior crescimento somático e desenvolvimento (Kortner et al. 2011). Segundo Kortner et al. (2011) poucos estudos têm investigado a relação entre a capacidade digestiva, função endócrina, crescimento somático e desenvolvimento em larvas de peixes marinhos. Assim, fica evidente que o conhecimento da atividade enzimática durante o desenvolvimento larval do pacu é de capital importância para o estabelecimento de protocolos de criação que viabilizem a produção sustentável da espécie.

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Caunesp 18

ideal para substituição do alimento vivo para o formulado (Jomori et al. 2008), efeito da alimentação inicial sobre o crescimento muscular e expressão de fatores de regulação miogênica (Leitão et al. 2011) e desenvolvimento ontogenético do sistema sensorial das larvas, com ênfase nas estruturas relacionadas à alimentação e fuga de predadores (Clavijo-Ayala 2008; Portella et al. 2014). No entanto, a utilização de análises bioquímicas de atividade enzimática ainda não foi realizada para compreensão da fisiologia digestiva em larvas desta espécie.

Com base no exposto, a hipótese deste trabalho é que o desenvolvimento das estruturas digestórias e a funcionalidade deste sistema são afetados pelo manejo alimentar durante a fase inicial do desenvolvimento de larvas de pacu P. mesopotamicus. A presente tese está sendo apresentada na forma de dois artigos

científicos, tratados como manuscritos. O primeiro manuscrito caracteriza o desenvolvimento morfo-histológico do sistema digestório e crescimento das larvas de pacu sob diferentes manejos alimentares e o segundo trata da atividade enzimática destas larvas nas condições caracterizadas no primeiro manuscrito.

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Caunesp 149 CONCLUSÃO GERAL

Ao avaliar o crescimento de larvas de pacu alimentadas exclusivamente com náuplios de artêmia ou com dieta formulada e, também, submetidas à transição alimentar prematura (16 dpe) e tardia (22 dpe), podemos concluir que larvas de pacu aos 16 dpe (~11 mg) podem iniciar o processo de transição alimentar sem prejuízos à sobrevivência e ao desenvolvimento do trato digestório. Estas larvas ao final de 46 dpe atingiram o mesmo crescimento apresentado pelas larvas que se alimentaram exclusivamente com náuplios de artêmia. Entretanto, as larvas que iniciaram a transição alimentar tardia apresentaram crescimento superior às demais ao final de 46 dpe. As observações histológicas do trato digestório mostraram que no início da transição alimentar tardia, as larvas exibiam cecos pilóricos e intestino mais desenvolvidos do que as larvas com 16 dpe. Com estas observações podemos sugerir que as larvas aos 22 dpe (~47 mg), quando iniciaram o processo de transição, apresentaram maior eficiência de utilização da dieta formulada, pela maior capacidade em digerir e assimilar seus nutrientes.

Nossos resultados indicam também que as larvas de pacu apresentam um sistema digestório funcional para a digestão do alimento vivo desde o início da alimentação exógena, com atividade específica das enzimas tripsina, amilase, lipase e leucina-aminopeptidase. Porém, essa maquinaria enzimática não é eficiente para a digestão da dieta formulada, uma vez que não promoveu o desenvolvimento do trato gastrointestinal e culminou na mortalidade total das larvas que receberam exclusivamente esse tipo de alimento. Por isso, o uso de dieta formulada não é indicado como única fonte de alimento para larvas de pacu desde a primeira alimentação. No entanto, as larvas de pacu são capazes de digerir dieta formulada a partir do 16° dpe (~11 mg), momento em que apresentam estômago funcional com atividade de proteases ácidas e aumento da atividade específica da tripsina e amilase em relação aos estágios anteriores.

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Caunesp 150

larvas que receberam alimento vivo ou que passaram pela transição alimentar mais tardia.

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