M et odologia para prevenir exposição ao
mercúrio em adolescent es de garimpos de ouro
em M ariana, M inas Gerais, Brasil
1Me tho d o lo g y to p re ve nt me rcury e xp o sure
amo ng ad o le sce nts fro m g o ld mine are as in
Mariana, state o f Minas Ge rais, Brazil
11 Projeto fin an ciado com recu rsos d a Organ iz ação Pan -Am erican a d a Saú d e (Program a d e Saú d e Am bien tal d a Rep resen tação n o Brasil) e ap oiad o p ela Secretaria d e Estad o d e Saú d e d e M in as Gerais, Su b-Reitoria d e
Desen volvim en to e Ex ten são (U FRJ), e Fu n d ação Un iversitária José Bon ifácio, Un iversid ad e Fed eral d o Rio d e Jan eiro.
2 N ú cleo de Estu dos de Saú de Coletiva, Cen tro d e Ciên cias d a Saú d e, Un iversid ad e Fed eral d o Rio d e Jan eiro, Hosp ital Un iversitário Clem en tin o Fraga Filh o. Av. Brigad eiro Trom p ow sk y s/no, 5oan d ar (Ala Su l) Rio d e Jan eiro, RJ, 21941-590, Brasil.
Voln ey d e M . Câm ara 2
M aria Iz abel d e Freitas Filh ote 2 M aria Im acu lad a M ed in a Lim a 2 Flávio Vald oz en d e Alh eira 2 M árcio San tos M artin s 2 Th or Oliveira Dan tas 2 Ron ir Raggio Lu iz 2
Abst ract Th e m a in ob ject iv e of t h is st u d y w a s t o p rom ot e t h e ev a lu a t ion of a n ed u ca t ion a l m eth od to id en tify h ealth risk s am on g ad olescen ts exp osed to m ercu ry by th eir w ork in gold m in -in g p rod u ction .Th e p roject w as carried ou t w ith ad olescen ts from a p u blic sch ool from th e Dis-trict of Mon sen h or Horta, Mu n icip ality of M arian a, state of Min as Gerais. Statistical evalu ation of th e resu lts revealed a sign ifican t in crease in th e am ou n t of correct an sw ers betw een th e first a n d fift h st a ge con cern in g t h e d efin it ion of w ork a ccid en t s a n d it s im p ort a n ce in rela t ion t o w ork -related d iseases, accid en ts on rou te to an d from th e w ork p lace an d violen ce at w ork site itself.
Key words Mercu ry; Ad olescen ts; Occu p ation al Health ; En viron m en tal Health
Resumo O p rin cip al objetivo d este estu d o foi p rom over a avaliação d e u m a m etod ologia ed u -cativa p ara id en tificar e refletir, criticam en te, sobre os riscos à saú d e d e ad olescen tes cau sad os p elo trabalh o em garim p os d e ou ro. O p rojeto foi realiz ad o com ad olescen tes qu e estu d avam n a Escola Estad u al Côn ego Braga d o Distrito d e Mon sen h or Horta, Mu n icíp io d e M arian a, M in as Gerais, Brasil. A avaliação d os resu ltad os através d e testes estatísticos revelou u m sign ificativo acréscim o d e resp ostas corretas d a p rim eira p ara a ú ltim a fase sobre a d efin ição d e acid en tes d e t rabalh o e su a equ ip aração com as d oen ças d o t rabalh o, os acid en t es d e t rajet o e as agressões n o local d e trabalh o.
Int rodução
A u tilização d e m ercú rio em p rocessos d e p rod u çã o rod e o u ro n o Bra sil é u m exem p lo rod e p o lu ição p or resíd u os p erigosos qu e atin ge p op u -la çõ es o cu p a cio n a is e n ã o -o cu p a cio n a is. O p rocesso p rod u tivo d o ou ro cau sa a exp osição d ireta d os trab alh ad ores ao m ercú rio m etálico n os am b ien tes d e trab alh o e a exp osição in d ireta d e p op u lações n ãoocu p acion ais qu e este -jam p róxim as às áreas garim p eiras. O m ercú rio m etálico p od e tam b ém sofrer u m p rocesso d e m etila çã o em sed im en to s d o s r io s, co n ta m in ain d o os p eixes e cau sain d o u m p erigo p otein -cial d e exp osição ao m etil-m ercú rio p ara tod a a p op u lação.
A existên cia d estes tip o s d e risco s à sa ú d e evid en cia a n ecessid a d e d e m etod ologia s q u e p ossam , ao m en os, m in im izar a exp osição d as p essoas ao m ercú rio. Sen d o assim , foi realiza-d o u m estu realiza-d o qu e teve com o ob jetivo p rin cip al a va lia r u m a m eto d o lo gia ed u ca tiva n a q u a l a d o lescen tes p u d essem id en tifica r e refletir criticam en te sob re os riscos à saú d e p resen tes n o p rocesso d e extração d o ou ro.
Em b o ra o s fa to res d e risco d o s a m b ien tes d e trab alh o p ossam atin gir à p op u lação com o u m tod o, sã o os tra b a lh a d ores os a feta d os em m a io r in ten sid a d e p o r a gen tes etio ló gico s d e d oen ças e acid en tes, tais com o, agen tes qu ím i-cos d e variad os grau s d e toxicid ad e, agen tes físicos (ruído, radiações ion izan tes e n ão ion izan -tes, d escon forto térm ico, alterações d e p ressão, d escargas elétricas), agen tes m ecân icos, agen tes ergon ôm icos, agen tes b iológicos e os agen -tes p sico sso cia is. A exp o siçã o a es-tes a gen -tes tem co m o co n seq ü ên cia s o a p a recim en to d e acid en tes d o trab alh o e d oen ças ocu p acion ais qu e alteram o qu ad ro d e m ortalid ad e e m orb i-d ai-d e i-d os trab alh ai-d ores (Câm ara & Corey, 1992; Fa ria et a l., 1990; Fru m kim & Câ m a ra , 1991; Men d es, 1980; Tam b ellin i, 1978).
En tre os am b ien tes d e trab alh o qu e p od em ser classificados com o altam en te p erigosos d es-taca-se a p rod u ção d e ou ro em garim p os. Nos ú ltim os 20 an os a extração d este m etal cresceu m a rca d a m en te n o Bra sil. Félix (1987) cita u m crescim en to d e 9,6 to n ela d a s em 1972 p a ra 80,1 ton elad as em 1986. Já p ara o an o d e 1988, Hasse (1993) estim ou u m total d e 218,6 ton ela-d as ela-d e ou ro p roela-d u ziela-d as.
O a u m en to d a p ro d u çã o d o o u ro p o d e es-tar associad o a alterações d o q u ad ro san itário n as áreas d e garim p o e, en tre os d iversos fato-res d e risco fato-resu ltan tes d este tip o d e ativid ad e econ ôm ica, destaca-se o u so in discrim in ado do m ercú rio. O fato de o ou ro ser en con trado sob a form a d e p ó exige o u so d o m ercú rio p ara
for-m ar u for-m afor-m álgafor-m a q u e facilita a id en tificação d o ou ro, geralm en te n a p rop orção 1:1, ou seja, p ara cad a q u ilo d e ou ro, u tiliza-se, em m éd ia, ou tro qu ilo d e m ercú rio, p od en d o esta p rop or-ção variar d e 0,8 até 1,3 (Pffeiffer, 1988; Co u to et al., 1988; Ferreira & Ap p el, 1990).
A p rod u ção d e ou ro em garim p os p od e ser classificad a em três tip os: b alsas, on d e o m ate-ria l a u rífero en co n tra -se n o s sed im en to s d o s rios; veio, sen d o o ou ro localizad o n as roch as; e b a ixã o, n a s m a rgen s d e p eq u en os rios. Silva (1993) agru p a estes tip os d e garim p os em p ri-m ários (veio) e secu n d ários (b aixão e d ragas ou b alsas).
Utiliza n d o -se o ga rim p o d e b a ixã o co m o m od elo, p od e-se d ivid ir o p rocesso d e trab alh o em qu atro etap as (Cou to, 1991), qu e são: a) p re-p aro d a in fra-estru tu ra; b ) d esm on te h id ráu li-co (m oto-b om b a q u e joga águ a sob forte p res-sã o h id rá u lica p a ra d esm o n ta r o b a rra n co d e ca sca lh o ); c) co n cen tra çã o d o o u ro, o n d e a o m aterial con d en sad o é ad icion ad o o m ercú rio m etálico; d ) q u eim a d o ou ro, realizad a através d a q u eim a d o m a teria l a m a lga m a d o em u m a b atéia, restan d o o ou ro e sen d o o m ercú rio m e-tálico lan çad o n a atm osfera.
A exp osição d o trab alh ad or ao m ercú rio e a con tam in ação do m eio am bien te ocorrem p rin -cip alm en te q u a n d o a q u ele a d icion a m ercú rio a o co n cen tra d o e n a q u eim a d o o u ro (m a io r risco d e exp osição). Ap ós a etap a fin al d e p ro-d u çã o, o o u ro é ven ro-d iro-d o em lo ja s esp ecia liza-d as q u e re-q u eim am este m etal. Este p roceliza-d i-m en to p od e cau sar con tai-m in ação ati-m osférica u rb an a p or con cen trações resid u ais d e m ercú -rio m etá lico (Ma lm et a l., 1991; To b a r et a l., 1990).
Existem eq u ip a m en to s ch a m a d o s “reto r-tas”, qu e qu eim am o am álgam a ou ro-m ercú rio em circu ito fech ad o, d im in u in d o o risco d a ex-p osição atm osférica d os trab alh ad ores ex-p or este m etal (Pffeiffer, 1993). Tod avia, os garim p eiros n ão costu m am u tilizar este equ ip am en to, p or-q u e, segu n d o eles, a retorta p od e reter or-q u an ti-d a ti-d es ti-d e o u ro e o p reço ti-d o m ercú rio é m u ito b a ixo, n ã o co m p en sa n d o o seu rea p roveita -m en to (Câ-m ara &a-mp; Corey, 1992).
e-n etrar e-n o orgae-n ism o, atie-n ge a corree-n te sae-n gu í-n ea oí-n d e p erm aí-n ece d u raí-n te u m tem p o (m eia vid a) q u e tam b ém d ep en d e d a form a d e ap re-sen tação. Dep ois, p arte d o m ercú rio é d ep osita d a em tecid o s, o n d e se co n ju ga co m gru p a -m en tos su lfrid rilas d e p roteín as (Galvão &a-mp; Co-rey, 1987), ou en tão é elim in ad o através d a u ri-n a (p riri-n cip a lm eri-n te fo rm a m etá lica ), ca b elo (m etil-m ercú rio), su or, fezes, sa liva e a té leite m atern o (Clarkson et al., 1988).
Os efeito s d o m ercú rio n o o rga n ism o va -ria m ta m b ém d e a co rd o co m a su a fo r m a d e ap resen tação. O m ercú rio m etálico p od e cau -sar in toxicação agu d a, on d e p red om in am os si-n a is e sisi-n to m a s resp ira tó rio s (ATSDR, 1989; WHO, 1991) e in toxicações su b agu d as e crôn i-cas, on d e ap arecem os efeitos n o sistem a n er-voso, rin s e p ele. No caso d os com p ostos orgâ-n icos d o m ercú rio, d estacam -se os seu s efeitos crô n ico s, p rin cip a lm en te a n ível d o sistem a n ervoso e a p ossib ilid ad e d e lesão teratogên ica (WHO, 1990).
É d ifícil p recisa r o n ú m ero d e p esso a s ex-p o sta s a o s risco s o rigin á rio s d a ex-p ro d u çã o d e o u ro. Po d e-se a firm a r q u e estã o exp o sto s a o m ercú rio m etálico os trab alh ad ores q u e q u ei-m a ei-m o u ro, t ra b a lh a d o re s p ró xiei-m o s à s á re a s d e qu eim a, p op u lação geral p róxim a aos locais d e q u eim a n o ga rim p o e n a s lo ja s d e co m p ra d e o u ro (Go n ça lves, 1993; To b a r et a l., 1991). Qu an to ao risco p oten cial d e exp ostos ao m e-til-m ercú rio, Hacon (1990), an alisan d o resu lta-d o s lta-d e vá rio s p esq u isa lta-d o res b ra sileiro s co m o Ma lm et a l. (1990), su ger iu a p o ssib ilid a d e d e estar ocorren d o m etilação em rios d e p equ en o p orte n a Am azôn ia.
O n ú m ero d e garim p eiros n o Brasil é p rati-cam en te im p ossível d e ser avaliad o com p reci-são. Um levan tam en to realizad o p elo Dep arta-m en to Nacion al d e Prod u ção Min eral estiarta-m ou u m to ta l d e 300 m il tra b a lh a d o res co n cen tra d o s p rin cip a lm en te n o Esta d o d o Pa rá . O n ú -m ero d e gari-m p eiros é d ireta-m en te p rop orcio-n al ao orcio-n ível d e p rod u ção d o ou ro, q u e p or su a vez d ep en d e d o p reço n os m ercad os n acion ais e in tern acion ais. Não existem estatísticas con -fiáveis sob re a d istrib u ição p or faixa etária. Podese afirm ar, p orém , qu e os adolescen tes, ju n -tam en te com os ad u ltos joven s, são u m gru p o etário d e elevad a freqü ên cia n os garim p os.
A q u estã o rela tiva a o tra b a lh o d o a d o les-cen te n o Brasil tem sid o u m tem a ain d a p ou co d iscu tid o, talvez p or ser u m gru p o q u e n ão es-teja in serid o n o gru p o m a tern o -in fa n til, n em d o trab alh ad or ad u lto. Con tu d o, é u m gru p o d e a lto risco p o rq u e está em fa se d e d esen vo lvi-m en to físico e p síq u ico e ta lvi-m b élvi-m p r io ritá rio p a ra im p la n ta çõ es d e a tivid a d es p reven tiva s
n a área de saú de e trabalh o. Os adolescen tes es-tão n o in ício de su as vidas p rodu tivas, ou ain da n ão in gressaram n o m ercad o d e trab alh o.
Desd e o p erío d o d a Revo lu çã o In d u stria l, n a In glaterra, o trab alh o d a crian ça, d o ad oles-cen te e d a m u lh er, fo i u tiliza d o co m u m va lo r m en or. Men d es (1980), em u m a an álise h istóca d este p erío d o, cita q u e o s d o n o s d a s fá b ri-cas com p ravam o trab alh o d as crian ças p ob res n os orfan atos; m ais tard e, com o os salários d os p ais op erários n ão eram su ficien tes p ara m an -ter a fam ília, tam b ém os seu s filh os foram ob ri-ga d o s a tra b a lh a r n a s fá b rica s e m in a s. Ho je, n o Bra sil, m u ita s sã o a s cria n ça s e a d olescen -tes q u e in gressa m n o m erca d o d e tra b a lh o, a d esp eito d o qu e d eterm in ou a Con stitu ição Fe-d era l Fe-d e 1988, em co n Fe-d içõ es su b u m a n a s (Pi-n h eiro et al., 1993).
Tod os estes argu m en tos citad os reforçam o ob jetivo p rin cip al d este estu d o, qu e foi: id en ti-fica r a d o lescen tes ga r im p eiro s e p ro m over a d iscu ssã o d a s rela çõ es en tre sa ú d e e tra b a lh o a tra vés d e u m a m eto d o lo gia ed u ca tiva d e in -fo rm a çã o e reflexã o crítica . Ou tro s o b jetivo s m ais esp ecíficos in clu iam :
• Orien tar os ad olescen tes sob re os riscos aos qu ais estavam su b m etid os n os seu s am b ien tes d e trab alh o, d e form a a con trib u ir n a d issem in ação d o coin h ecim ein to sob re saú d e e p revein -ção;
• in form ar sob re o qu e com p ete ao trab alh a-d o r a a-d o lescen te, a n ível in a-d ivia-d u a l e co letivo, n a b u sca d a m elh o ria d a s su a s co n d içõ es d e trab alh o;
• p rom over o trein am en to d e recu rsos h u m a-n os (p rofessores d a escola, p rofissioa-n ais d a Se-cretaria d e Estad o d e Saú d e e alu n os d a UFRJ) n a id en tifica çã o, p reven çã o e co n tro le d e ris-co s à sa ú d e d o s a d o lescen tes ca u sa d o s p elo am b ien te d e trab alh o n a p rod u ção d e ou ro.
M at eriais e mét odos
Esta m etod ologia já tin h a sid o testad a p or esta equ ip e com su cesso em ad olescen tes escolares d e três áreas d e d iferen tes n íveis sócio-econ ô-m ico s. A p riô-m eira exp eriên cia fo i eô-m u ô-m a escola d e u m a com u n id ad e d e b aixa ren d a d a an -tiga Fa vela d a Ma ré, n a Área d e Pla n eja m en to 3.1 d o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro. A segu n d a, em d u a s esco la s, sen d o u m a u rb a n a e a o u tra ru ra l, n o Mu n icíp io d e Teresó p o lis, Rio d e Ja -n eiro. A ú ltim a , o co rreu -n o Co légio Ap lica çã o d a Un iversid ad e Fed eral d o Rio d e Jan eiro (Fi-lh ote et al., 1993).
lo-ca l d o estu d o, d eu -se p o rq u e a m in era çã o d e ou ro con stitu i-se n a p rin cip al ativid ad e econ ôm ica d este Distrito, en vo lven d o eôm seu p ro -cesso d e p ro d u çã o p esso a s d e d iversa s fa ixa s etá ria s, in clu in d o p rin cip a lm en te o s a d o les-cen tes. Estes ú ltim o s p a rticip a m , n a m a io ria d a s vezes, co m o co n tra ta d o s tem p o rá rio s p elo s d o n o s d o s ga r im p o s o u em tra b a lh o co n -ju n to co m p esso a s d a fa m ília . Além d isso, fo i ta m b ém leva d o em co n sid era çã o o fa to d e a Secretaria d e Estad o d e Saú d e d e Min as Gerais (SESMG) esta r in icia n d o u m estu d o so b re o s efeitos d a exp osição ao m ercú rio n a saú d e d os garim p eiros.
O Distrito d e Mo n sen h o r Ho rta su rgiu h á m a is d e 300 a n o s co m a d esco b er ta d o o u ro e fica situ ad o a cerca d e 20 Km d a sed e d o Mu n i-cíp io. Nã o fo i p o ssível estim a r o n ú m ero d e ad olescen tes e a in form ação d em ográfica d is-p on ível era sob re o n ú m ero total d e h ab itan tes: ap roxim ad am en te 2.000 p essoas (IBGE, 1993). O Mu n icíp io n ã o co n ta co m red e d e esgo to s, sen d o a b a stecid o p o r á gu a n ã o tra ta d a . Su a s ativid ad es p rod u tivas são b asicam en te agríco-las e d e m in eração d e ou ro.
Ap ós o p rim eiro con tato com u m a d as lid e-ra n ça s com u n itá ria s d e Mon sen h or Horta , foi escolh id a com o local p ara d esen volvim en to d o p rogram a a Escola Estadu al Côn ego Braga (ú n i-ca escola on d e estu d a va m os a d olescen tes d o Distrito d e Mon sen h or Horta). Foram tam b ém ap resen tad os e d iscu tid os os ob jetivos d o p ro-jeto com a Diretora e os p rofessores e d efin id os o n ú m ero d e alu n os p or tu rm a e os h orários d e d esen volvim en to d o p rojeto.
A m eto d o lo gia ed u ca tiva fo i p la n eja d a e execu tad a em cin co fases, en tre os d ias 4 e 9 d e ab ril, con form e exp licitad o ab aixo:
Primeira Fase
Ap resen tação d a eq u ip e; d iscu ssão d e tod a a m eto d o lo gia a ser em p rega d a ; a p lica çã o d e u m q u estio n á rio co m p ergu n ta s sim p les e d i-retas q u e caracterizavam o p erfil ocu p acion al d o s a d o lescen tes e q u e a p resen ta va m situ a çõ es d e vid a e tra b a lh o p a ra serem rela cio n a -d a s co m a ci-d en tes e -d o en ça s -d o tra b a lh o ; e a p resen ta çã o d e d ia p o sitivo s m o stra n d o p esso a s tra b a lh a n d o em ga rim p o s, ser viço s d o -m ésticos, agrop ecu ária, -m eios d e tran sp orte e o u tra s a tivid a d es fa m ilia res à p o p u la çã o d o Distrito d e Mon sen h or Horta . Em segu id a , foi d iscu tid a a rela çã o d esta s o cu p a çõ es co m a saú d e d a p op u lação e os con ceitos d e acid en -tes e d oen ças d o trab alh o.
Segunda Fase
Discu ssã o so b re a s rep ercu ssõ es n a sa ú d e
relacion ad as com as p rofissões escolh id as, as-sim com o as d os p ais e p aren tes p róxim os.
Terceira Fase
Plan ejam en to d as ativid ad es d o qu arto d ia, ca b en d o a os a d olescen tes d ecid irem sob re a s estratégias p ara ab ord ar o tem a saú d e e trab a-lh o.
Q uart a Fase
Desen volvim en to d as ativid ad es p rop ostas n a terceira fa se. Os a d o lescen tes d ecid ira m rea liza r en trevista s film a d a s (víd eo ) co m u m d on o d e garim p o, d u as p rofessoras, u m a fam í-lia d e carvoeiros, u m jogad or d e fu teb ol e u m a ap osen tad a. Tam b ém foram elab orad os carta-zes e rea liza d a s d ra m a tiza çõ es so b re o tem a saú d e e trab alh o.
Q uint a Fase
Avaliação qu alitativa fin al d os ad olescen tes sob re o qu e ap reen d eram d a relação en tre saú -d e e tra b a lh o, sen -d o a p lica -d o n ova m en te o q u estio n á rio p a ra a va lia çã o q u a n tita tiva d a m etod ologia e an álise d o víd eo p rod u zid o p e-lo s a lu n o s, o n d e esta va m registra d a s to d a s a s ativid ad es d esen volvid as p elos ad olescen tes.
O q u estion ário u tilizad o foi con stitu íd o d e p ou cas p ergu n tas p ara qu e su a ap licação fosse rá p id a e com con teú d o d e fá cil com p reen sã o, in clu in d o os segu in tes tip os d e in form ações: a) Id en tificação d o ad olescen te: Data d e n as-cim en to, sexo, série q u e estu d a va e a tivid a d e o cu p a cio n a l. Esta id en tifica çã o n ã o in clu iu o n o m e d o a d o lescen te p a ra evita r co n stra n gi-m en tos d o alu n o q u e n ão sou b esse resp on d er as p ergu n tas.
b) Riscos relacion ados ao trabalho: Doen ça pré-via ou a tu a l ca u sa d a p elo tra b a lh o, lesã o (a ci-d en te) ca u sa ci-d a p elo tra b a lh o, p ro fissã o q u e ju lga sse m a is p erigo sa e esp ecifica çã o d a s d o en ças o u a cid en tes rela cio n a d o s co m esta ocu p ação.
Vale ressaltar q u e a u tilização d o m ercú rio n o ga rim p o é ilega l e en tre o s ga rim p eiro s d o Distrito d e Mon sen h or Horta existem até estra-tégias p ara d ivu lgar a ch egad a d e órgãos d e fis-ca liza çã o, n o ta d a m en te o In stitu to Bra sileiro d o Meio Am b ien te e d os Recu rsos Natu rais Re-n ová veis (IBAMA). Este fo i o u tro m o tivo p elo q u al n ão foi solicitad o o n om e d o ad olescen te e ta m b ém o p to u se p o r d eixa r q u e eles p ró -p rios relatassem a qu estão d o u so d o m ercú rio. Não existiam referên cias a este m etal n o q u estion ário, e sim , p ergu n tas gerais sob re acid en -tes e d oen ças.
atra-vés d e q u atro situ ações q u e in clu íam a d efin i-çã o d e a cid en te típ ico e a cid en te d e tra jeto, u m a situ a çã o d e a cid en te d e trâ n sito a ca m i-n h o d o tra b a lh o, u m a d o ei-n ça ca u sa d a p ela ocu p a çã o e u m a a gressã o d en tro d a em p resa . Isto p o rq u e a legisla çã o b ra sileira d efin e a ci-d en te ci-d e trab alh o com o toci-d a ou qu alqu er lesão ou p ertu rbação fu n cion al qu e ocorra p elo exer-cício d o tra b a lh o, eq u ip a ra n d o a o s a cid en tes típ ico s, en tre o u tro s, o a cid en te n o tra jeto d e casa p ara o trab alh o ou vice-versa, as d oen ças d o trab alh o e as agressões n o local d e trab alh o. A a va lia çã o q u a n t it a t iva d a m e t o d o lo gia fo i fe it a a t ra vé s d a co m p a ra çã o e n t re a s re sp ostas corretas existen tes n o q u estion ário an
-te s e d e p ois d o d esen volvim en to d a ativid ad e d e cam p o. Os d ad os ob tid os foram arm azen a-d os em m icrocom p u taa-d or u tilizan a-d o o p rogra-m a EPIINFO (Dean et al., 1992). A an álise esta-tística d a s d iferen ça s en tre a s resp o sta s n o s qu estion ários an terior e p osterior foi feita u tili-zan d o os testes d e Fish er e Qu i-Qu ad rad o.
Result ados
Tod os os ad olescen tes resid iam n o Distrito d e Mon sen h or Horta e a su a d istrib u ição p or fase d o p ro gra m a ed u ca tivo (a n terio r e p o sterio r) segu n d o sexo e faixa etária está ap resen tad a n a
Tab e la 1
Distrib uição d a p o p ulação ad o le sce nte e stud ad a p o r fase d o p ro g rama, se g und o se xo e faixa e tária. Mo nse nho r Ho rta, Mariana, MG – 1994.
Sexo Idade Fase ant erior Fase post erior
n % po r se xo % po p. to tal n % po r se xo % po p. to tal
Sexo masculino 12 – 15 11 37,9 15,7 13 48,1 19,1
16 – 19 18 62,1 25,7 14 51,9 20,6
Sub to tal 29 100,0 41,4 27 100,0 39,7
Sexo feminino 12 – 15 32 78,0 45,7 31 75,6 45,6
16 – 19 9 22,0 12,9 10 24,4 14,7
Sub to tal 41 100,0 58,6 41 100,0 60,3
Ambos os sexos 12 – 15 43 61,4 61,4 44 64,7 64,7
16 – 19 27 38,6 38,6 24 35,3 35,3
Tot al 70 100,0 100,0 68 100,0 100,0
Tab e la 2
Esco larid ad e d a p o p ulação ad o le sce nte p o r se xo e fase d o p ro g rama. Mo nse nho r Ho rta, Mariana, MG – 1994.
Sexo Série Fase ant erior Fase post erior
n % n %
Sexo masculino Até 4aSé rie 3 10,3 3 11,1
5aSé rie 8 27,6 10 37,0
6aSé rie 4 13,8 4 14,8
7aSé rie 4 13,8 4 14,8
8aSé rie 6 20,7 6 22,2
Se m Info rmação 4 13,8 – –
Sub to tal 29 100,0 27 100,0
Sexo feminino Até 4aSé rie – – – –
5aSé rie 12 29,3 13 31,7
6aSé rie 17 41,5 17 41,5
7aSé rie 4 9,7 6 14,6
8aSé rie 4 9,7 4 9,8
Se m Info rmação 4 9,7 1 2,4
Sub to tal 41 100,0 41 100,0
Tab ela 1. Foram 70 alu n os n a fase an terior, sen -d o 41 (58,6%) -d o sexo fem in in o e 29 (41,4%) -d o sexo m ascu lin o. Na fase p osterior resp on deram ao qu estion ário 68 alu n os, sen d o 41 (60,3%) d o sexo fem in in o e 27 (39,7%) d o sexo m ascu lin o. En tre as m en in as p red om in ava o gru p o etário en tre 12 e 15 a n o s (resp ectiva m en te, 78% e 75,6% n as fases an terior e p osterior), en qu an to en tre os m en in os h ou ve o p red om ín io d a faixa de 16 a 19 an os (resp ectivam en te, 62,1% e 51,9% n as fases an terior e p osterior).
Qu an to à escolarid ad e (Tab ela 2), a p op u la-ção m ascu lin a em am b as as fases teve a m aio-ria d os alu n os cu rsan d o a 5a(27,6% e 37%) e 8a
(20,7 e 22,2%) séries. Já n a p o p u la çã o fem in i-n a, a m aioria d os escolares cu rsava a 5a(29,3 e 31,7%) e 6a(41,5% em am b as as fases) séries.
Na p o p u la çã o m a scu lin a , n a s d u a s fa ses, 100% dos adolescen tes en tre 16 e 19 an os trabalhavam e, destes, 56% relataram exp ecificam en -te o garim p o d e ou ro. Dos qu e se en con travam en tre 12 e 15 an os, 84% trabalh avam , sen do 54% d o total n o garim p o. Além d esta ativid ad e eco-n ôm ica foram citadas atividades agrop ecu árias em geral. Na p op u lação fem in in a, o gru p o etá-rio en tre 16 e 19 an os com preen deu a m aior par-te d aq u elas q u e trab alh avam (60%), en q u an to d as qu e tin h am en tre 12 e 15 an os esta p rop or-çã o a lca n ço u 25%. As a d o lescen tes d e a m b a s as faixas etárias qu e trab alh avam eram em p re-ga d as d om ésticas. Por ser u m a ativid ad e ilere-gal e a eq u ip e d o p ro jeto ter tid o u m co n ta cto d e ap en as algu n s dias com estes adolescen tes, n ão p o d e ser d esp reza d a a p o ssib ilid a d e d e p a rte d eles n ão terem citad o o trab alh o n a ativid ad e garim p eira e a exp osição d ireta ao m ercú rio.
Dos ad olescen tes qu e exerciam algu m a ati-vid ad e p rofission al, oito referiram já terem fi-ca d o d o en tes p o r fi-ca u sa d o tra b a lh o. Na fa se p osterior, ta lvez p elo m a ior con h ecim en to d a d efin ição d e d oen ça d o trab alh o, este n ú m ero elevou se p ara 11 alu n os. Qu an to às lesões ca -ra cterística s p o r a cid en tes, 21 a firm a -ra m , em am b as as fases, já terem sofrid o algu m trau m a-tism o n o trab alh o.
Na p ergu n ta sob re qu al a p rofissão era m ais p erigo sa , a s três m a is cita d a s p o r fa se fo ra m , resp ectivam en te: garim p eiro, p olicial e m oto -rista, n a fase an terior, e garim p eiro, b om b eiro e m otorista, n a fase p osterior. Qu an d o foi solicitad o q u e o ad olescen te in d icasse u m a d oen -ça o u a cid en te q u e viesse, p o r a ca so, vitim a r u m tra b a lh a d o r d a s p ro fissõ es cita d a s co m o p erigosas, a correta associação en tre o tip o d e ocu p ação e o risco a qu e o trab alh ad or p od eria estar su b m etid o sofreu u m au m en to exp ressi-vo d a p rim eira p a ra a segu n d a fa se, p a ssa n d o d e 40% p ara 70%.
As Ta b ela s 3 a 6 o ferecem u m a a va lia çã o com p arativa d os ín d ices d e acertos d os ad oles-cen tes sob re os con ceitos d e acid en tes d e tra-b a lh o, a n tes e d ep o is d o d esen vo lvim en to d a m etod ologia.
A Ta b ela 3 a p resen ta a s resp o sta s co rreta s d a d efin ição d e acid en tes d e trab alh o p or fase d o p ro gra m a ed u ca tivo segu n d o sexo e fa ixa etá ria . Pergu n to u -se q u a l a d efin içã o d e a ci-d en te ci-d e trab alh o e foram ap resen taci-d as cin co op ções de resp ostas. Observa-se que, p ara todos os a d olescen tes, a p en a s 27,1% sa b ia m d efin ir acid en te d e trab alh o e ao fin al d o p rojeto o ín -d ice -d e acerto alcan çou cerca -d e 67,6%. A an á-lise através d o Qu Qu ad rad o m ostrou u m a d i-feren ça sign ificativa en tre as fases. Este resu l-ta d o o co rreu , co m p eq u en a s d iferen ça s, p a ra o s d o is sexo s e em to d a s a s fa ixa s etá r ia s. No sexo m a scu lin o o ín d ice d e a certo s p a sso u d e 24,1% p ara 66,6% (p <0,01) e n o sexo fem in in o d e 29,3% p ara 68,3% (p <0,001). Qu an to à faixa etária, os m esm os resu ltados foram obtidos p a-ra a m b os os sexos e p erceb e-se q u e a p op u laçã o en tre 12 e 15 a n os ob teve u m m elh or ren -d im en to n a assim ilação correta -d a -d efin ição -d e acid en te d e trab alh o.
A Ta b ela 4 a p resen ta resp osta s correta s d a ca ra cteriza çã o d e a cid en tes d e tra jeto co m o a cid en tes d e tra b a lh o p o r fa se d o p ro gra m a ed u ca tivo. Fo i p ergu n ta d o se o co rreu u m a ci-d en te ci-d e trab alh o em u m a situ ação h ip otética em q u e u m trab alh ad or sofre u m trau m atism o com fratu ra d e u m a p ern a q u an d o se d irige ao tra b a lh o. Nesta Ta b ela p o d e-se p erceb er q u e, tan to em relação ao sexo q u an to à faixa etária, atin giu -se, p raticam en te, a totalid ad e d as res-p o sta s co rreta s n a fa se res-p o sterio r (res-p <0,001). Ap en as u m ad olescen te d o sexo m ascu lin o n ão resp on d eu corretam en te. Na fase an terior o ín -d ice -d e a certo a lca n ço u 50%, p o rém , -d eve-se ressaltar qu e h avia ap en as d u as altern ativas d e resp o sta (sim o u n ã o ) e, p o r este m o tivo, esse resu ltad o an terior era p revisto.
-Tab e la 4
Caracte rização d e acid e nte d e traje to co mo acid e nte d e trab alho p o r fase d o p ro g rama, se g und o se xo e faixa e tária. Mo nse nho r Ho rta, Mariana, MG – 1994.
Sexo Idade Fase ant erior Fase post erior
Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s
co rre tas co rre tas
to tal n % to tal n %
Sexo masculino 12 – 15 11 5 45,4 13 13 100,0
16 – 19 18 10 55,5 14 13 92,8
Sub to tal 29 15 51,7 27 26 96,2
Sexo feminino 12 – 15 32 17 53,1 31 31 100,0
16 – 19 9 4 44,4 10 10 100,0
Sub to tal 41 21 51,2 41 41 100,0
Ambos os sexos 12 – 15 43 22 51,1 44 44 100,0
16 – 19 27 14 51,8 24 23 95,8
Tot al 70 36 51,4 68 67 98,5
To tal d e ad o le sce nte s: χ2= 40,42 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo masculino : χ2 = 14,16 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo fe minino : χ2= 26,45 p < 0,001 Tab e la 3
De finição co rre ta d e acid e nte d e trab alho p o r fase d o p ro g rama, se g und o se xo e faixa e tária. Mo nse nho r Ho rta, Mariana, MG – 1994.
Sexo Idade Fase ant erior Fase post erior
Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s
co rre tas co rre tas
to tal n % to tal n %
Sexo masculino 12 – 15 11 1 9,1 13 8 61,5
16 – 19 18 6 33,3 14 10 71,4
Sub to tal 29 7 24,1 27 18 66,6
Sexo feminino 12 – 15 32 10 31,2 31 23 74,2
16 – 19 9 2 22,2 10 5 50,0
Sub to tal 41 12 29,3 41 28 68,3
Ambos os sexos 12 – 15 43 11 25,6 44 31 70,4
16 – 19 27 8 29,6 24 15 62,5
Tot al 70 19 27,1 68 46 67,6
To tal d e ad o le sce nte s: χ2= 22,71 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo masculino : χ2 = 10,23 p < 0,01 Ad o le sce nte s se xo fe minino : χ2= 12,50 p < 0,001
d o u m acréscim o d e 90,2 p ara 95,1% n o ín d ice d e acertos e até u m p eq u en o d ecréscim o, p ara a s m e n in a s e n t re 16 e 19 a n o s (100% p a ra 90,0%).
Na an álise d a Tab ela 6 d estacase a d iferen -ça en tre o ín d ice d e a certo s so b re a ca ra cteri-zação d as agressões n os locais d e trab alh o co-m o aciden tes de trabalh o. Foi ap resen tada u co-m a situ ação d e b riga en tre d ois trab alh ad ores em u m a carp in taria. A d iferen ça d e acertos n as p o-p u la çõ es m a scu lin a e fem in in a en tre a s fa ses
Tab e la 5
Caracte rização d a d o e nça d o trab alho co mo acid e nte d e trab alho p o r fase d o p ro g rama, se g und o se xo e faixa e tária. Mo nse nho r Ho rta, Mariana, MG – 1994.
Sexo Idade Fase ant erior Fase post erior
Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s
co rre tas co rre tas
to tal n % to tal n %
Sexo masculino 12 – 15 11 2 18,1 13 13 100,0
16 – 19 18 15 83,3 14 14 100,0
Sub to tal 29 17 58,6 27 27 100,0
Sexo feminino 12 – 15 32 28 87,5 31 30 96,7
16 – 19 9 9 100,0 10 9 90,0
Sub to tal 41 37 90,2 41 39 95,1
Ambos os sexos 12 – 15 43 30 69,7 44 43 97,7
16 – 19 27 24 88,8 24 23 95,8
Tot al 70 54 77,1 68 66 97,0
To tal d e ad o le sce nte s: χ2= 12,06 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo masculino : χ2 = 14,22 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo fe minino : χ2= 0,72 p > 0,10
Tab e la 6
Caracte rização d e ag re ssõ e s físicas co mo acid e nte d e trab alho p o r fase d o p ro g rama, se g und o se xo e faixa e tária. Mo nse nho r Ho rta, Mariana, MG – 1994.
Sexo Idade Fase ant erior Fase post erior
Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s Ad o le sce nte s Re sp o stas Ace rto s
co rre tas co rre tas
to tal n % to tal n %
Sexo masculino 12 – 15 11 1 9,0 13 10 76,9
16 – 19 18 4 22,2 14 11 78,5
Sub to tal 29 5 17,2 27 21 77,7
Sexo feminino 12 – 15 32 1 3,1 31 25 80,6
16 – 19 9 0 0,0 10 7 70,0
Sub to tal 41 1 2,4 41 32 78,0
Ambos os sexos 12 – 15 43 2 4,6 44 35 79,5
16 – 19 27 4 14,8 24 18 75,0
Tot al 70 6 8,5 68 53 77,9
To tal d e ad o le sce nte s: χ2= 67,82 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo masculino : χ2 = 20,60 p < 0,001 Ad o le sce nte s se xo fe minino : χ2= 48,73 p < 0,001
Conclusões
A an álise estatística d os d ad os m ostran d o u m elevad o ín d ice d e assim ilação d os con ceitos d e aciden tes e doen ças do trabalh o dep ois de ap li-cad a a m etod ologia coin cid iu com a an álise su bjetiva favorável dos p articip an tes da equ ip e. Esta an álise levou em con sideração o in teresse e o n ível d e p articip ação d os ad olescen tes, p ro-fessores e das p essoas que m oravam n o Distrito. Em b o ra a m eto d o lo gia , p o r u m a q u estã o estra tégica q u e já fo i exp lica d a , en fa tiza sse con ceitos gerais d e saú d e e trab alh o, a qu estão
A d iscu ssão d e tod os os iten s d o qu estion á-rio m ostrou claram en te qu e os ob jetivos d o es-tu d o fora m a lca n ça d os. To rn a -se d esn ecessário rep etir tod as as d iferen ças sign ificativas en -tre as resp ostas corretas an tes e d ep ois d a ap li-ca çã o d a m eto d o lo gia p elo s a d o lescen tes d e am b os os sexos. A ú n ica excessão foi a caracte-rização d a d oen ça d o trab alh o ( Tab ela 5) p ara o sexo fem in in o.
Este estu d o d eve ser con sid erad o ain d a co-m o u co-m p rojeto p iloto e o seu d esen volvico-m en to d eve ser recom en d ad o com reservas p ara áreas garim p eiras d os Estad os qu e com p õem a Am a-zô n ia Lega l. O Distrito d e Mo n sen h o r Ho rta ap resen ta características sociais e econ ôm icas qu e d iferem d a Região Am azôn ica. Além d isso,
Agradeciment os
Os au tores agrad ecem à Dra. Leilan e Coelh o Am orim , à Dra. Dirce Carvalh o Am aral e ao Dr. Walb ery Roqu e d e Sá, tod os d a Secretaria d e Estad o d e Saú d e d e Mi-n a s Gera is; à Profa . Ma ria AMi-n gélica FerMi-n a Mi-n d es, lid e-ra n ça co m u n itá ria lo ca l; à Pro fa . Ma ria Ra im u n d a Alves (en tão Diretora) e a tod a eq u ip e d e p rofessores d a Escola Estad u al Côn ego Braga; à Profa. Elizab eth Co sta Dia s d o De p to d e Me d icin a Pre ve n tiva d a UFMG e aos ad olescen tes d e Mon sen h or Horta.
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