• Nenhum resultado encontrado

Vacinação em pacientes da Coorte Brasília de artrite reumatoide inicial.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Vacinação em pacientes da Coorte Brasília de artrite reumatoide inicial."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

ww w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

Artigo

original

Vacinac¸ão

em

pacientes

da

Coorte

Brasília

de

artrite

reumatoide

inicial

Luciana

Feitosa

Muniz

,

Carolina

Rocha

Silva,

Thaís

Ferreira

Costa

e

Licia

Maria

Henrique

da

Mota

HospitalUniversitáriodeBrasília,UniversidadedeBrasília,Brasília,DF,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem15dejunhode2012 Aceitoem7deabrilde2014

On-lineem6dejulhode2014

Palavraschave:

Vacina

Artritereumatoideinicial Populac¸ãobrasileira

r

e

s

u

m

o

Introduc¸ão: Os pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide (AR) apresentam risco aumentado deinfecc¸ões.A vacinac¸ãoé umamedidapreventivarecomendada. Nãohá estudosavaliandoapráticadavacinac¸ãonospacientescomARinicial.

Objetivos:Avaliarafrequênciadevacinac¸ãoeaorientac¸ão(feitapelomédico)sobrevacinas entreospacientescomdiagnósticodeARinicial.

Métodos:EstudotransversalincluindopacientesdacoorteBrasíliadeARinicial.Foram ana-lisadosdadosdemográficos,índicedeatividadedadoenc¸a(DiseaseActivityScore28–DAS28), incapacidadefuncional(HealthAssessmentQuestionnaire–HAQ),dadossobretratamentoe vacinac¸ãoapósodiagnósticodaAR.

Resultados: Foramavaliados 68 pacientes, sendo 94,1% mulheres, com idade média de 50,7±13,2anos.ODAS28foide3,65±1,64,eoHAQde0,70.Amaioriadospacientes(63%) possuíacartãovacinal.Apenascincopacientes(7,3%)foramorientadospelomédicosobre usodasvacinas.Ospacientesforamvacinadosparatrípliceviral(8,8%),tétano(44%),febre amarela(44%),hepatiteB(22%),gripe(42%),influenzaH1N1(61,76%),pneumonia(1,4%), meningite(1,4%)evaricela(1,4%).Todosospacientesvacinadoscomvírusvivoatenuado estavamemusodeimunossupressoresereceberamasvacinasdeformainadvertida,sem orientac¸ãomédica.Nãohouveassociac¸ãoentreousodenenhumavacinaeatividadeda doenc¸a,incapacidadefuncional,anosdeescolaridade,hábitosdevida,comorbidades.

Conclusão:Ospacientesforampoucoorientadospelomédicocomrelac¸ãoaousodas vaci-nas,comelevadafrequênciadevacinac¸ãoinadvertidacomcomponentevivoatenuado, enquantoaimunizac¸ãocomvírusmortosficouaquémdorecomendado.

©2014ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:lucianamuniz@yahoo.com.br(L.F.Muniz). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.04.002

(2)

Vaccination

in

patients

from

Brasília

cohort

with

early

rheumatoid

arthritis

Keywords:

Vaccine

Earlyrheumatoidarthritis Brazilianpopulation

a

b

s

t

r

a

c

t

Introduction: Patientswithadiagnosisofrheumatoidarthritis(RA)areatincreasedrisk ofinfections.Vaccinationisa recommendedpreventivemeasure.There arenostudies evaluatingthepracticeofvaccinationinpatientswithearlyRA.

Objectives:Toevaluatethefrequencyofvaccinationandtheorientation(bythedoctor)about vaccinesamongpatientswithearlyRAdiagnosis.

Methods: Cross-sectionalstudyincludingpatientsfromtheearlyRABrasiliacohort. Demo-graphicdata,diseaseactivityindex(DiseaseActivityScore28–DAS28),functionaldisability (HealthAssessmentQuestionnaire–HAQ),anddataontreatmentandvaccinationafter diagnosisofRAwereanalyzed.

Results: 68patientswereevaluated,94.1%women,meanage50.7±13.2years.DAS28was 3.65±1.64,andHAQwas0.70.Mostpatients(63%)hadvaccinationcard.Onlyfive pati-ents(7.3%)werebriefedbythedoctorabouttheuseofvaccines.Patientswerevaccinated forMMR(8.8%),tetanus(44%),yellowfever(44%),hepatitisB(22%),influenza(42%),H1N1 (61.76%),pneumonia(1.4%),meningitis(1.4%),andchickenpox(1.4%).Allpatients vacci-natedwithliveattenuatedviruswereundergoingimmunosuppressivetherapy,andwere vaccinatedinadvertently,withoutmedicalsupervision.Therewasnoassociationbetween theuseofanyvaccineanddiseaseactivity,functionaldisability,yearsofeducation,lifestyle, andcomorbidities.

Conclusion: Patientswereinfrequentlybriefedbythephysicianregardinguseofvaccines, with highfrequencyofinadvertentvaccinationwithlive attenuatedcomponent, while immunizationwithkilledviruswasbelowtherecommendedlevel.

©2014ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

As infecc¸ões são importante causa de morbimortalidade nospacientes com artritereumatoide (AR).1 Estima-se que

esses pacientes apresentem risco dobrado de desenvolver infecc¸ão,quandocomparadocompacientessadiosdomesmo sexoedamesmaidade.Oaumentodasusceptibilidade infec-ciosaédecorrentenãoapenasdotratamentoutilizado,masda própriadoenc¸aedecomorbidadesassociadas.2Asinfecc¸ões

ocorremcommaiorfrequêncianasarticulac¸ões,nosossos,na pele,naspartesmolesenotratorespiratório,2esão

responsá-veis,pelomenosemparte,peloaumentonamortalidadedos pacientescomAR,principalmentequandoocorremnotrato genitourinárioenasviasbroncopulmonares.3–6

A vacinac¸ão é a principal medida preventiva contra as doenc¸asinfecciosas.7NospacientescomAR,dependendodo

estadodeimunossupressão,aimunogenicidadedavacinac¸ão podeserreduzida,masaindaéeficaz.8Existemalgunscasos

deARrelatadosapósusodevacina,principalmentecontrao vírusdahepatiteB,masnãoháevidênciaderelac¸ãocausal estabelecida.Então,atualmente,aadministrac¸ãodamaioria das vacinas preconizadaspelo calendáriovacinal nacional, podeserrealizadadeformasegura,nãoinfluenciandoa ativi-dadedadoenc¸a.7–9

Ousodasvacinasquenãocontenhamorganismosvivos, comoaquelascontrainfluenza(intramuscular),pneumonia, tétano,difteria,coqueluche,HaemophilusinfluenzaetipoB(Hib), hepatitesviralAeB,poliomielite(inativada–VIP),meningite epapilomavírushumano(HPV)érecomendadoempacientes

comdoenc¸asreumáticas,incluindoaAR.8,10Dentreessas,as

vacinascontrainfluenzaeapneumocócicasãoasmais indi-cadas,commelhorníveldeevidênciaemrelac¸ãoàseguranc¸a eàeficácia.Todasasvacinasdevemseradministradas, pre-ferencialmente,antesdoiníciodasdrogasmodificadorasdo cursodadoenc¸a(DMCD)sintéticasoubiológicas,paratentar atingirrespostaimuneadequada.8,11

As vacinas com componentes vivos atenuados devem ser evitadas, quando possível, em pacientes com doenc¸as reumáticas.8Estãoincluídasnessegrupoasseguintesvacinas:

trípliceviral(SCR–sarampo,caxumbaerubéola),BCG,vacinas contrainfluenza(nasal),varicela,herpeszoster,febretifoide, poliomielite (oral-VOP),varíola efebreamarela. Entretanto, deve-sefazer umaavaliac¸ãoindividualizadadospacientes, considerandoograudeimunossupressãoeosfatoresderisco paraaquisic¸ãodessasinfecc¸ões.8,12,13

Apesar da recomendac¸ão do uso de vacinas em paci-entes com doenc¸as reumáticas, a frequênciade vacinac¸ão é subótima, chegando a no máximo 20%-35% em pacien-tesimunossuprimidos.14Porém,poucosestudosavaliarama

coberturavacinaldospacientescomAR,comamaiorparte dosestudosavaliandoapenasasvacinascontrainfluenzaou anti-pneumocócica.

Oúnicoestudoavaliandovacinac¸ãoempacientescomAR inicialmostrouquearespostadavacinacontrapneumoniafoi menordoqueaverificadanapopulac¸ãonormal.Alémdisso, observouqueaadic¸ãodeinfliximabeàterapiacom metotre-xatenãoafetouarespostaàvacina.15

(3)

diagnósticodeAR.16Entretanto,nãonenhumestudoque

avalieapráticadavacinac¸ão,demodogeral,nospacientes comARinicialnoBrasil.

Assim, o presente estudotem como objetivos avaliar a frequênciadavacinac¸ãoentreospacientescomdiagnóstico deARinicial,bemcomoverificaraorientac¸ãodadapor médi-cosaospacientescomrelac¸ãoaousodasvacinas.

Pacientes

e

métodos

Realizou-seestudotransversaldefevereirode2012atéjunho de2012,comopartedaCoorteBrasíliadeArtriteReumatoide Inicial.17–20AcoletadedadosfoirealizadanoAmbulatóriode

ReumatologiadoHospitalUniversitáriodeBrasília,da Univer-sidadedeBrasília(HUB/UnB).Foramincluídospacientesacima de18anos,comdiagnósticodeARinicial(menosdeumano desintomasnomomentododiagnóstico).

Os pacientes participaram voluntariamente do estudo, após esclarecimentossobreo teorda pesquisa edepois de assinarem o Termo de Consentimento Livre eEsclarecido. OestudofoiaprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisada FaculdadedeMedicinadaUniversidadedeBrasília (CEP/FM-028/2007).

Todos os participantes foram avaliados por meio de entrevista direta em consultas habituais ambulatoriais. O cartãovacinal,quandodisponível,foichecado,avaliando-se quaisvacinasospacienteshaviamfeitousoapóso diagnós-ticodaAR.Casonãopossuíssemocartãovacinal,ospacientes foramquestionadosespecificamentesobretodasecadauma dasvacinasrecomendadaspelocalendáriovacinalnacional para adultoseidosos:influenza sazonal, pneumocócica 23 valente–Pn23,trípliceviral–SCR,duplatipoadulto(difteriae tétano–dT),hepatiteB,febreamarela.21Alémdisso,foram

avaliados com relac¸ão ao uso de outras vacinas: varicela, meningocócicaevíruspapilomahumano(HPV).Os pacien-tesforamperguntadostambémsehaviamrecebidoalguma orientac¸ão porpartedomédico que oacompanhava sobre quaisvacinasdeveriamounãofazeruso.

Foramobtidasaindainformac¸õessobreidade,tempode diagnóstico, índice de atividade da doenc¸a (DiseaseActivity Score 28 – DAS28), questionário de incapacidade funcional (HealthAssessmentQuestionnaire–HAQ),usodeDMCD sinté-ticaoubiológica(medicac¸ão,dose),hábitosdevida(atividade física,tabagismoatualouprévio),escolaridadee comorbida-des, pormeiode questionárioserevisão deprontuário.Os pacientesforam,então,divididosemgruposconformehaviam recebidoounãocadaumadasvacinascitadasanteriormente. Aanáliseestatísticadescritivafoiutilizadaparaavaliac¸ão das característicasgerais da populac¸ãoemestudo. Os tes-test-studentouMann-Whitneyforamusadosparaaanálise dasvariáveiscontínuas.Asvariáveiscategóricasforam ana-lisadas pelos testes do qui-quadrado ou exato de Fischer quandoapropriado.Oníveldesignificânciade5%(p<0,05) foiutilizadoemtodosostestesestatísticos.

Resultados

Foramavaliados68pacientescomdiagnósticodeARinicial. Ascaracterísticasgerais dospacientes estão mostradas na

Tabela1–Característicasgeraisdospacientescom diagnósticodeARinicialavaliadosquantoàvacinac¸ão

Características n(%)ou

média±desviopadrão (n=68)

Mulheres 64(94,1%)

Idade(anos) 50,7±13,2

Tempodediagnóstico(anos) 6±2,8

Escolaridade(anos) 8,2±3

Tratamento

DMCDsintético 67(98,5%)

DMCDbiológico 14(20,5%)

DAS28 3,65±1,64

HAQ 0,70±0,6

Cartãovacinal 48(63%)

tabela1.Comrelac¸ãoaotratamentocomimunossupressores, 55(80%)pacientesestavamemusodemetotrexate,18(26%)de antimaláricos,17(25%)deleflunomida,oito(11%)de sulfassa-lazina,13(19%)deprednisona,seis(8,8%)deinfliximabe,um (1,4%)deetanercepte,dois(2,9%)adalimumabe,quatro(5,8%) derituximabe,dois(2,9%)abatacepte.

Dototaldepacientesavaliados,apenascinco(7,3%)haviam sido orientados pelo médico sobre o uso de vacinas. Os pacientes que se submeteram à vacinac¸ão sem receber recomendac¸ãomédicaespecífica,ofizeramporcontaprópria, demaneirainadvertida,porsugestãodamídiaoudeterceiros (parentes/vizinhos/conhecidos).

O uso de alguma vacina inativada ou recombinante foi observadoem57(84%)pacienteseousodealgumavacinacom componentevivo atenuadofoiverificado em32 (47%) paci-entes,apósodiagnósticodeAR.Avacinac¸ãofoirealizadada seguinteforma:seis(8,8%)contratrípliceviral(SCR–sarampo, cataporaerubéola),30(44%)comadT,30(44%)contrafebre amarela,15(22%)contrahepatiteB,29(42%)contragripe,42 (61,7%)contrainfluenzaH1N1,quatro(5,8%)contra pneumo-nia,um(1,4%)contrameningite,um(1,4%)contravaricela.

Atabela2mostraaanálisedascaracterísticasdogrupo querecebeuvacinacontrainfluenzasazonalemcomparac¸ão aogrupodepacientesquenãorecebeutalvacina.Amesma análisefoifeitaparatodasasvacinasemestudo.

Não houveassociac¸ão entreousodequalquer vacinae atividadededoenc¸a,incapacidadefuncional,atividadefísica, tabagismo e anos de escolaridade. Da mesma forma, não se observou diferenc¸a na frequênciade comorbidades que pudessem influenciaraindicac¸ão douso dealgumas vaci-nas, como neoplasias ediabetes melito. Nenhum paciente apresentou doenc¸apulmonarcrônica oudoenc¸aisquêmica cardíaca.Aorientac¸ãosobrequalvacinaospacientes deve-riam ou não utilizar, não acarretou em maior ou menor frequênciadousodenenhumavacina.Nospacientes vacina-doscontrainfluenzaH1N1tambémnãoseobservoudiferenc¸a emrelac¸ão aotratamentomedicamentoso ouusode outra vacina.

Comrelac¸ãoàidade,ospacientesquereceberamvacina contra hepatiteBetríplice viral eram maisjovens(44±12

(4)

Tabela2–Análisedospacientesdeacordocomavacinac¸ãocontrainfluenza

VacinaGripe (n=29)

Nãovacinados (n=39)

Valordop

Idade 57,9±12,8 45,4±10,8 <0,001

Maioresde60anos 15 2 <0,001

Tempodediagnóstico 6,7±2,8 5,5±2,7 0,07

DAS28 3,6±1,7 3,6±1,6 0,8

HAQ 0,77±0,69 0,60±0,68 0,3

Orientac¸ãovacina 2 3 1,0

Vacinas

Pneumocócica 4 0 0,029

TrípliceViral 3 3 0,6

FebreAmarela 15 15 0,4

Duplatipoadulto(dT) 20 10 <0,001

H1N1 18 24 0,8

Meningocócica 1 0 0,4

Varicela 1 0 0,4

Usodeprednisona 9 4 0,5

DMCDSintéticas 28 39 0,4

Metotrexate 25 30 0,5

Leflunomide 7 10 0,8

Antimaláricos 7 11 0,9

Sulfassalazina 4 4 0,7

DMCDBiológicas 4 10 0,3

Infliximabe 1 4 0,3

Adalimumabe 1 1 1,0

Etanercepte 1 0 1,0

Rituximabe 2 2 1,0

Abatacepte 0 2 0,5

Tabagismo

Atual 5 1 0,07

Prévio 8 11 0,8

Atividadefísica 11 21 0,2

Neoplasia 0 1 1,0

Diabetesmelito 4 1 0,1

naquelesqueusaramavacinacontrainfluenzaH1N1(6,7±2,6

versus 5±2,9, p=0,01). O grupo que recebeu vacina anti--pneumocócicaapresentoumaiorporcentagemdepacientes acimados60anos(75%versus22%,p=0,04).

Ospacientesquefizeramusodavacinaduplatipoadulto também fizeram uso com maior frequência da vacina trí-pliceviral(20%versus0%;p<0,005),davacinacontrahepatite B(47%versus26%;p<0,001)edavacinacontrafebreamarela

(63%versus29%;p=0,01)quandocomparadosaogrupoque

nãofoivacinadocomadT.

Nenhumpaciente que recebeua vacina contrahepatite B foi tratado com leflunomide, com diferenc¸a estatística significante quandocomparado com ospacientes que não receberamtal vacina (0% versus 32%;p=0,015). Os pacien-tesvacinadoscontrahepatiteBtambémforamvacinadosem maiorfrequênciacomatrípliceviral(33%versus19%;p=0,01). Todos os pacientes vacinados com vírus vivo atenuado (trípliceviral, febreamarelaevaricela)estavamemusode imunossupressores.Emtodosessescasos,avacinac¸ãofoifeita semorientac¸ãodosreumatologistasdoservic¸o.

Discussão

Apesar do aumento da susceptibilidade infecciosa dos pacientes com AR e da importância da vacinac¸ão, a

práticada imunizac¸ãopassivatemsido realizadade forma inadequada.10,14 Nossoestudomostrouqueospacientesda

CoorteBrasíliareceberampoucaorientac¸ão(7,3%)porparte do médicoquanto ànecessidade ounão da administrac¸ão de vacinas, de forma geral, ou, especificamente, com relac¸ãoacontra-indicac¸õesdevacinasdevírusvivos.Dessa forma,amaioriadospacientesvacinadosemnossoservic¸o de ARinicial, recebeuavacinaporcontaprópria, indepen-dentemente de orientac¸ão médica. Esse dado é de grande importância, poisaCoorteBrasília éacompanhadaemum ambulatóriodeReumatologiadeumservic¸odeatenc¸ão ter-ciária,ondeasrecomendac¸õesparavacinac¸ãoempacientes imunossuprimidosdeveriamsercumpridas.

Aausênciaderecomendac¸ãoporpartedosprofissionaisde umservic¸odeatenc¸ãoterciárianosfazquestionarasituac¸ão quantoàrecomendac¸ãodevacinac¸ãoemoutrosservic¸osde atenc¸ões primária e secundária de nosso país, e sublinha aimportânciadamaiordivulgac¸ãoedaatenc¸ãoquantoao assunto.

Trabalhosrealizadosemoutrospaísesevidenciarammaior frequência de orientac¸ão quanto à vacinac¸ão, com taxas variando de45% a95%.22–25 Não observamosinfluência da

(5)

saúde,com aumento de56% para 72% emquatro anosde observac¸ão.22,23

Alémdaorientac¸ão,outrosfatoresinfluenciamacobertura vacinalcomoaofertadavacinac¸ãonoprópriohospital, aler-giaacomponentesdavacina,reac¸õesadversasprévias.22–27

O tempo de prática profissional dos reumatologistas tam-bém pode interferir na frequência da imunizac¸ão passiva. DesaiSPetal.mostrarammaiorproporc¸ãodepacientes vaci-nadoscontrapneumonianogrupodosreumatologistasque tinhamprática<10anos.28Entretanto,estudobrasileiro

ava-liandopráticadevacinac¸ãopelosreumatologistaspediátricos noestadodeSãoPaulo,nãomostrouinfluênciadotempode práticaprofissional.29Noambulatóriodeartriteinicialondeo

presenteestudofoirealizado,todososreumatologistas apre-sentamprática<10anos.

Observamosqueo usode algumas vacinas como gripe, tétano,hepatiteBfoifator importantepara autilizac¸ãode outras vacinas. Isso pode ter acontecido devido a melhor orientac¸ãodadaaessespacientesemrelac¸ãoàimportânciada vacinac¸ãoemgeral.Alémdisso,nolocaldeaplicac¸ãode deter-minadavacina,comonosservic¸osprimáriosdesaúde,outras vacinaspodemtersidooferecidas,deacordocomidadeerisco deaquisic¸ãodeoutrasinfecc¸ões.

Em relac¸ão à vacinac¸ão contra influenza, evidenciamos queacobertura vacinal (42%)foi subótima, semelhanteao relatadoemoutrosestudospara AR.14,22,23 NoBrasil,esses

pacientessãoalvodaCampanhaNacionaldeVacinac¸ão do Idoso,queocorreanualmente.Ametadacampanhaé vaci-nar80%dapopulac¸ãoalvocontrainfluenza,sendoque,em 2011,atingiu-se84%decoberturavacinal.30Avacinac¸ãopara

pneumoniafoimenosfrequenteainda(5,8%),sendoquetodos ospacientesforamvacinadostambémparagripe.Taisvalores sãomenoresqueaquelesrelatadosnaliteratura,quevariam de20,2% a43%.25,28 Idadeacimados60 anosfoi fatorque

influenciouavacinac¸ãocontragripeepneumonia,como tam-bémobservadoemoutrospaíses,24,28,31oquepossivelmente

éexplicado pelaampladivulgac¸ão namídiada Campanha NacionaldeVacinac¸ãodoIdoso.

A vacina contra influenza H1N1 foi a mais utilizada pelos pacientes (61,7%), devido à campanha nacional em decorrênciadapandemiaem2009,queincluiupacientes imu-nossuprimidos.Issodemonstraquequandoospacientessão melhoresorientados,acoberturavacinalpodesermaiseficaz. EmestudobrasileirocompacientescomAR,avacinafoibem toleradaesegura,apesardemenorsoroconversão.32

As infecc¸ões nos pacientes com AR ganharam maior preocupac¸ãocomosurgimentodoschamadosagentes bioló-gicos,queincluemosinibidoresdofatordenecrosetumoral alfa(anti-TNF␣),rituximabe,tocilizumabe,abatacepte. Geral-mente, esses medicamentos são utilizados em associac¸ão com as DMCDs tradicionais,aumentando-se ainda maiso efeito imunossupressor das medicac¸ões.10 O usodo

rituxi-mabepodecomprometerarespostadealgumasvacinas,como a anti-pneumocócica e contra gripe, devido ao seu meca-nismodeac¸ão,sendorecomendadaaadministrac¸ãodessas vacinasantesdoiníciodessamedicac¸ão.8,33 Feutchtenbeger

M et al. mostraram maior taxa de vacinac¸ão contra influ-enzaeStreptococcus pneumoniaenos pacientes queestavam emusodeanti-TNFourituximabe.25Entretanto,não

observa-mosdiferenc¸aemrelac¸ãoàorientac¸ãoouaousodenenhuma

vacinanospacientesqueestavamemusodebiológico.Nos pacientesvacinadoscontrahepatiteB,houvemenorusodo leflunomida,achadoaparentementefortuito.Nãoobservamos maiorpresenc¸adehepatopatianessespacientes.

OspacientesvacinadosparatrípliceviralehepatiteBeram maisjovens.Issoocorreporqueapopulac¸ãoalvoda vacina contraSCRsãomulheresentre20e49anosdeidadeehomens de20a39anosdeidade.Damesmaforma,ocalendáriovacinal nacionalrecomendaavacinacontrahepatiteBparaadultos pertencentesagruposderiscocomogestantes,profissionais desaúde,trabalhadoresdediversasáreas,grupossexuaisde risco.Apopulac¸ãocitadatambémégeralmentemaisjovem.21

Abaixafrequênciadousodas vacinascontravaricelae antimeningócicaéjustificadapelanãoofertarotineiradessas vacinaspelosistemapúblicodesaúdebrasileiro.Nãohouve registrodousodavacinacontraHPV,que,atualmente, tam-bémsóéoferecidapelosservic¸osmédicosdaredeprivada.

A vacinac¸ão com componentes vivos atenuados (SCR, varicela e febre amarela) foi elevada erealizada de forma inadvertida.Ousodasvacinascomvírusvivoatenuadodeve ser evitadoquandopossível, maspodemser utilizadas,de formageral, empacientesmoderadamente imunossuprimi-dos,analisando-secadacasoindividualmente.8

Comrelac¸ãoàvacinaantiamarílica,MotaLMHetal. obser-varam em outro estudo realizado em nosso servic¸o que 52pacientescomARhaviamrecebidoavacinaantiamarílica. Desses, 12,8% apresentaramapenas efeitos adversosleves. Nãohouveregistrodereac¸õesgravesouóbitos.12Sendoafebre

amarelaendêmicaemgrandepartedoBrasil,avacinac¸ão con-tra essa doenc¸a éindicada paraa populac¸ãoresidenteem extensapartedoterritórionacional(alémdosviajantespara essasregiões).Noentanto,arecomendac¸ãoatualéque paci-entesemusodeimunossupressoresnãodevemservacinados contraadoenc¸a.13

O estudo demonstrou que uma elevada porcentagem dospacientes denossacoortede ARinicial,residentesem área endêmica para febre amarela, recebe a vacina inde-pendentemente da orientac¸ão médica. É essencial que os médicosreumatologistasdasáreasendêmicassaibamfazer aorientac¸ãoaopacientequantoàsáreascomrecomendac¸ão devacina,epidemiasesurtos,bemcomoaavaliac¸ãodorisco individualizadodeinfecc¸ãoedograudeimunossupressãode cadapaciente.

Apesar deo presenteestudoseroprimeiro avaliandoa situac¸ãovacinaldospacientescomARinicial,otrabalho apre-sentoualgumaslimitac¸ões.Oestudonãoconseguiuavaliaro cartãovacinaldetodosospacientes,poisomesmofoiperdido poralguns indivíduos.Nessescasos, oregistrodas vacinas podenãotersidofeitodeformafidedignadevidoaoviésde memóriadospacientes.Nãoavaliamostambémosmotivos quelevaramalgunspacientesanãosevacinarem,comopor exemplo,alergias,reac¸ões vacinaisprévias,mesmoquando foramorientados.Oconhecimentodosmotivosnosajudaria aotimizaracoberturavacinaldospacientes.Outralimitac¸ão doestudofoiquenãoavaliamossoroconversão,soroprotec¸ão ereac¸õesadversasdasvacinas.

(6)

tratamentocomasDMCD.Idealmente,essaavaliac¸ão deve-riaserfeita nãoapenaspelosreumatologistasnosservic¸os deatendimentosecundário/terciárioemsaúde,mastambém realizadaemnívelprimáriodeatenc¸ãoàsaúde,pormédicos nãoespecialistaseenfermeiros.

Concluindo,ospacientesdaCoorteBrasíliadeARinicial forampoucoorientadosporseusmédicoscomrelac¸ãoaouso dasvacinas,oque,anossover,poderefletirarealidadede grandepartedosservic¸osdoBrasil.Houveelevadafrequência devacinac¸ãocomvírusvivoatenuadodeformainadvertida, comtodososriscosinerentesaessaocorrência.Acoberturade vacinac¸ãocomvírusmortos,especialmentegripee pneumo-nia,quesãoasmaisrecomendadas,foisubótima,edecorreu nãodaorientac¸ãodoreumatologista,masdaprocura espon-tâneadopacientepelavacina.

Assim, tantos os médicos quantos os pacientes devem sermaisbem-orientadosquantoànecessidadedavacinac¸ão, tendo emvista queas infecc¸ões são importante causade morbimortalidadenospacientescomAR.Adisseminac¸ãoea aplicac¸ãodasrecomendac¸õesconstantesdoConsenso2012da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre Vacinac¸ão em PacientescomArtriteReumatoide16poderáser,nesse

cená-rio,degrandeimportânciaparaamelhoradapráticaclínica dosreumatologistas.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

Agradecemosàsresidentesque nosajudaram nacoletade dados:MelianeCardosoeGabrielaJardim.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1. MichaudK,WolfeF.Comorbitiesinrheumatoidarthritis.Best PractResClinRheumatol.2007;21:885–906.

2. DoranMF,CrowsonCS,PondGR,O’FallonWM,GabrielSE. Frequencyofinfectioninpatientswithrheumatoidarthritis comparedwithcontrols:apopulation-basedstudy.Artrhritis Rheum.2002;46:2287–93.

3. MutruO,LaaksoM,IsomakiH,KootaK.Tenyearmortality andcausesofdeathinpatientswithrheumatoidarthritis. BMJ.1985;290:1797–9.

4. PriorP,SymmonsDP,ScottDL,BrownR,HawkinsCF.Causeof deathinrheumatoidarthritis.BrJRheumatol.1984;23:92–9. 5. Myllykangas-LuosujarviR,AhoK,KautiainenH,IsomakiH. Shorteningoflifespanandcausesofexcessmortalityina population-basedseriesofsubjectswithrheumatoid arthritis.ClinExpRheumatol.1995;13:149–53.

6. ReillyPA,CoshJA,MaddisonPJ,RaskerJJ,SilmanAJ.Mortality andsurvivalinrheumatoidarthritis:a25-yearprospective studyof100patients.AnnRheumDis.1990;49:363–9. 7. ContiF,RezaiSoheila,ValesiniG.Vaccinationand

autoimmunerheumaticdiseases.AutoimmunityReviews. 2008;8:124–8.

8. VanAssenS,Agmon-LevinN,ElkayamO,CerveraR,Doran MF,DougadosM,etal.EULARrecommendationsfor

vaccinationinadultpatientswithautoimmuneinflammatory rheumaticdiseases.AnnRheumDis.2012;70:414–22.

9.FeuchtenbergerM,VollRE,KneitzC.Vaccinations inRheumatology.ZRheumatol.2010;69:803–12. 10.GluckT,Ladner-MullerU.VaccinationinPatientswith

ChronicRheumaticorAutoimmuneDiseases.ClinInfectDis. 2008;46:1459–65.

11.AssenSV,BijlM.Immunizationofpatientwithautoimmune inflammatoryrheumaticdiseases(theEULAR

recommendations).Lupus.2012;21:162–7.

12.MotaLM,OliveiraAC,LimaRA,Santos-NetoLL,TauilPL. Vaccinationagainstyellowfeveramongpatientson immunosuppressorswithdiagnosesofrheumaticdiseases. RevSocBrasMedTrop.2009;42:23–7.

13.OliveiraACV,MotaLMH,Santos-NetoLL,TauilPL.Whata Rheumatologistneedstoknowaboutyellowfevervaccine. BrazJRheumatol.2013;53:206–10.

14.GluckT.Vaccinateyourimmunocompromisedpatients! Rheumatology.2006;45:9–10.

15.VisvanathanS,KeenanGF,BakerDG,LevinsonAI,WagnerCL. Responsetopneumococcalvaccineinpatientswithearly rheumatoidarthritisreceivinginfliximabplusmethotrexate ormethotrexatealone.JRheumatol.2007;34:952–7.

16.BrenolCV,MotaLMH,CruzBA,PereiraIA,FronzaLSR,Bertolo MB,etal.Consenso2012daSociedadeBrasileirade

Reumatologiasobrevacinac¸ãoempacientescomartrite reumatóide.RevBrasReumatol.2013;53:13–23.

17.MotaLMH,SantosNetoLL,PereiraIA,BurlingameR,Ménard HA,LaurindoIM.Autoantibodiesinearlyrheumatoid arthritis:Brasíliacohort:resultsofathree-yearserial analysis.RevBrasReumatol.2011;51:564–71.

18.MotaLMH,dosSantosNetoLL,BurlingameR,MénardHA, LaurindoIM.Laboratorycharacteristicsofacohortofpatients withearlyrheumatoidarthritis.RevBrasReumatol.

2010;50:375–88.

19.MotaLMH,LaurindoIM,dosSantosNetoLL.Prospective evaluationofthequalityoflifeinacohortofpatients withearlyrheumatoidarthritis.RevBrasReumatol. 2010;50:249–61.

20.MotaLMH,LaurindoIM,dosSantosNetoLL.Demographic andclinicalcharacteristicsofacohortofpatientswithearly rheumatoidarthritis.RevBrasReumatol.2010;50:235–48. 21.MinistériodaSaúde.SecretariadeVigilânciaemSaúde.In:

DepartamentodeVigilânciaEpidemiológica.Manualdos centrosdereferênciaparaimunobiológicosespeciais.3.ed Brasília:MinistériodaSaúde;2006.

22.BridgesMJ,CoadyD,KellyCA,HamiltonJ,HeycockCR.Factors influencinguptakeofinfluenzavaccinationinpatients withrheumatoidarthritis.AnnRheumDis.2003;62:685. 23.DoeS,PathareS,KellyCA,HeycockCR,BindingJ,HamiltonJ.

Uptakeofinfluenzavaccinationinpatientson

immunosuppressantagentsforrheumatologicaldiseases: afollow-upauditoftheinfluenceofsecondarycare. Rheumatology.2007;46:716–7.

24.SowdenE,MitchellWS.AnAuditofinfluenzaand

pneumococcalvaccinationinrheumatologyoutpatients.BMC MusculoskeletalDisorders.2007;8:58–62.

25.FeuchtenbergerM,KleinertS,SchwabS,RollP,ScharbatkeEC, OstemeierE.Vaccinationsurveyinpatientswithrheumatoid arthritis:acrosssectionalstudy.RheumatolInt.

2012;32:1533–9.

26.PradeepJ,WattsR,ClunieG.Auditontheuptakeofinfluenza andpneumococcalvaccinationinpatientswithrheumatoid arthritis.AnnRheumDis.2007;66:837–8.

27.FominI,CaspiD,LevyD,VarsanON,ShalevY,ParanD,etal. Vaccinationagainstinfluenzainrheumatoidarthritis:the effectofdiseasemodifyingdrugs,includingTNFalpha blockers.AnnRheumDis.2006;65:191–4.

(7)

rheumatologyoutpatients:thefirststepinimprovingquality. Rheumatology.2011;50:366–72.

29.SilvaCA,TerreriMT,AikawaNE,CarvalhoJF,PileggiGC, FerrianiVP.Práticadevacinac¸ãoemcrianc¸ascomdoenc¸as reumáticas.RevBrasReumatol.2010;50:3513–61.

30.MinistériodaSaúde.SecretariadeVigilânciaemSaúde, ProgramaNacionaldeImunizac¸ões.InformeTécnico: CampanhaNacionaldeVacinac¸ãocontraaInfluenza. Brasília.2012.

31.FahyWA,FarnworthE,YeldremKP,MellingGS,GrennanDM. Pneumococcalandinfluenzavaccinationinpatients

withrheumaticconditionsandreceivingDMARDtherapy. Rheumatology.2006;45:912–3.

32.RibeiroAC,GuedesLK,MoraesJC,SaadCG,AikawaNE,Calich AL,etal.ReducedseroprotectionafterpandemicH1N1 influenzaadjuvant-freevaccinationinpatientswith rheumatoidarthritis:implicationsforclinicalpractice.Ann RheumDis.2001;70:2144–7.

Referências

Documentos relacionados

Numa primeira fase é necessário elaborar uma listagem das entidades envolvidas com a entidade mãe, discriminando todo o tipo de relação que possa existir entre elas, sendo

Orientac¸ões preliminares da Sociedade Brasileira de Reumatologia para avaliac¸ão e tratamento da tuberculose infecc¸ão latente em pacientes com artrite reumatoide, na

Consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia 2011 para o diagnóstico e a avaliac¸ão inicial da artrite reumatoide.. Rev

O presente artigo visa dar a conhecer detalhes da construção do pavilhão, então designado Pavilhão das Indústrias e destinado à Exposição Internacional do Centenário da

Quanto ao questionário SF-36, os reduzidos valores dos escores dos domínios na avaliação inicial demonstraram grande impacto na qualidade de vida relacionada com a saúde

Em nossa coorte, não houve diferença entre as técnicas analisadas para a detecção do anti-CCP (CCP2, CCP3 e CCP3.1), sendo que a prevalência de anticorpos anti-CCP

A CEF dispõe de um sistema de avaliação de risco de crédito (SIRIC), alimentado basicamente pelas informações desse balanço perguntado e a questão levantada pelos gerentes

Informações tais como: percentual estatístico das especialidades médicas e doenças, taxas de ocupação dos principais recursos, tempos de permanência de internação, escores