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Estudo dos critérios dimensionais da população idosa de Porto Alegre : investigação antropométrica

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Academic year: 2017

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(1)

MESTRADO EM GERONTOLOGI A BI OMÉDI CA

FABI ANE AZEVEDO DE SOUZA

ESTUDO DOS CRI TÉRI OS DI MEN SI ON AI S DA POPULAÇÃO I DOSA DE PORTO ALEGRE:

I N VESTI GAÇÃO AN TROPOMÉTRI CA.

(2)

DI SSERTAÇÃO DE MESTRADO

ESTUDO DOS CRI TÉRI OS DI MEN SI ON AI S DA POPULAÇÃO

I DOSA DE PORTO ALEGRE:

I N VESTI GAÇÃO AN TROPOMÉTRI CA.

FABI AN E AZEVEDO DE SOUZA

Orient ador: Prof. Dr. AN TÔN I O CARLOS ARAÚJO DE SOUZA

Co- orient ador: Prof. Dr. MARI O DOS SAN TOS FERREI RA

(3)

ESTUDO DOS CRI TÉRI OS DI MEN SI ON AI S DA POPULAÇÃO I DOSA DE PORTO ALEGRE: I N VESTI GAÇÃO AN TROPOMÉTRI CA.

Dissert ação apresent ada com o

requisit o para obt enção do grau de Mest re, pelo Program a de

Pós-Graduação em Geront ologia

Biom édica da Pont ifícia

Universidade Cat ólica do Rio

Grande do Sul.

BAN CA EXAMI N ADORA:

(4)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Bibliotecário Responsável

Ginamara Lima Jacques Pinto CRB 10/1204

S729e Souza, Fabiane Azevedo de

Estudo dos critérios dimensionais da população idosa de Porto

Alegre: investigação antropométrica / Fabiane Azevedo de Souza. 

Porto Alegre, 2007. 105 f.

Diss.(Mestrado) – Instituto de Geriatria e Gerontologia.

Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica. PUCRS, 2007.

Orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza

1. Ergonomia. 2. Envelhecimento Humano. 3. Envelhecimento – Morfologia. I. Título.

(5)

Dedico est a dissert ação ao m eu orient ador, prof. Dr. Ant ônio Carlos Araúj o de Souza, que m e apresent ou ao universo do envelhecim ent o hum ano e cuj a dedicação e

confiança perm it iram - m e

(6)

AGRADECI MEN TOS

De m aneira m uit o especial ao Eduardo, por part ilhar com igo os m om ent os m ais im port ant es de nossas vidas e sem pre m e apoiar e acolher. Você é a part e m ais im port ant e dest a hist ória.

À m inha m ãe, I lza e m eu pai, Nelm o, pelo incent ivo e confiança. É com quem cont inuo aprendendo sem pre.

À Elisa, ao Fabrício e à Fabiane pelas presenças const ant es e pela im port ância de vocês em m inha vida.

À fam ília Araúj o de Souza que t em nos acolhido e confiado, obrigada por t udo.

Aos professores e acadêm icos que part iciparam do Proj et o Mult idim ensional

dos I dosos de Port o Alegre, pois foi nossa disponibilidade, seriedade e

convivência que t ornou esse proj et o um a im port ant e realidade.

Aos colegas da Faculdade de Educação Física, em especial aos am igos Jonas Gurgel e Flávia Port o, pelo auxílio na colet a de dados.

Aos professores do I nst it ut o de Geriat ria e Geront ologia da PUCRS, em nom e de sua coordenadora Prof.Dra. Valdem arina Bidone, pelo carinho e incent ivo no decorrer dest a Pós Graduação.

Ao Prof. Dr. I renio Gom es Filho pelo auxílio no t rat am ent o dos dados dest e est udo e por m e ensinar a im port ância e a efet ividade da pesquisa cient ífica. Ao Prof.Dr. Mario dos Sant os Ferreira que m e apresent ou com brilhant ism o ao m undo da Ergonom ia.

Aos am igos Caren Lara, Cibele Cardenaz, João Lim a e Pablo Goulart pela incansável aj uda no levant am ent o de dados e pela am izade nas horas de folga do Proj et o Port o Alegre.

Aos colegas de t urm a do I GG pelo com panheirism o e por t udo que aprendi com vocês, em especial aos am igos Juliana Brandão, Nilt om Furquim , Karin Viegas, Vilm a Belt ram e, Rosa Maria Alm eida e Let ícia Machado.

(7)

Aos idosos, suj eit os dest a pesquisa, cuj a avaliação nos levou a relevant es descobert as.

(8)

“A ge n t e t e m qu e u sa r o la do m e lh or e se a da pt a r ”.

(9)

ESTUDO DOS CRI TÉRI OS DI MEN SI ON AI S DA POPULAÇÃO I DOSA DE PORTO ALEGRE: I N VESTI GAÇÃO AN TROPOMÉTRI CA.

RESUMO

I nt rodução: Poucos problem as t êm despert ado t ant o a preocupação do próprio hom em em t oda sua hist ória com o as alt erações relacionadas ao envelhecim ent o e à incapacidade funcional, associada a est e período do desenvolvim ent o hum ano. O proj et o de aj ust e dos espaços para o seu uso t orna- se cada vez m ais im port ant e, pois t odos os esforços que t em com o finalidade aum ent ar a probabilidade de um a vida com m aior aut onom ia, significam t orná- la m ais segura e adapt ada às lim it ações nat urais decorrent es do envelhecim ent o. A ausência de um conhecim ent o m ais específico sobre as m edidas ant ropom ét ricas dest a população incorre em

um a m aior dificuldade de planej am ent o. Obj et ivos: O present e est udo t em

com o obj et ivo geral: Det erm inar padrões referenciais ant ropom ét ricos da população idosa de Port o Alegre. Os obj et ivos específicos são: Caract erizar física e dim ensionalm ent e a população de idosos; avaliar as alt erações m orfológicas relacionadas ao envelhecim ent o, at ravés de levant am ent o ant ropom ét rico; analisar e com parar os valores colet ados na am ost ra com os

valores ut ilizados com o referência na bibliografia; Mat eriais e Mét odos:

I nserido dent ro do Proj et o Mult idim ensional dos I dosos de Port o Alegre, est e t rabalho foi definido com o sendo t ransversal explorat ório e observacional de base populacional para os event os m ais freqüent es da população idosa, com a part icipação de 476 idosos, com idade acim a de 60 anos. A colet a de dados foi realizada na PUCRS, após o preenchim ent o do t erm o de consent im ent o.

(10)

longos t endem a não sofrer reduções im port ant es. Com paradas às dim ensões ut ilizadas com o referência na bibliografia, as m edidas colet adas apresent aram um perfil de idoso m enor e com est at ura inferior.

Conclusões: At ravés dest e levant am ent o pudem os est abelecer com parações e apont ar diferenças suficient em ent e im port ant es para afirm ar que os dados ut ilizados com o padrão não são adequados à nossa população.

(11)

STUDY OF THE DI MEN SI ON AL CRI TERI A OF THE AGED POPULATI ON OF PORTO ALEGRE: THE AN THROPOMETRI C I N VESTI GATI ON .

ABSTRACT

I nt roduct ion: Few problem s have concerned t he hum an being in t he

hist ory such t he alt erat ions relat ed t o t he aging and it s funct ional incapacit y, associat ed t o t his period of t he hum an developm ent . The adj ust m ent of t he proj ect for spaces t o be used by t he aging subj ect s becom es increasingly im port ant , and t he effort s done in t his way will help t o increase t he

aut onom y and safet y of t he elderly, and adapt t he space t o t he nat ural

lim it at ions occurring during t his period. The absence of an specific knowledge on t he ant hropom et rics m easures of t his populat ion incurs int o a bigger

difficult y of planning. Obj ect ives: The m ain obj ect ive of t his st udy was t o

det erm ine ant hropom et ric reference st andards for t he aged populat ion of Port o Alegre. The specific obj ect ives was t o charact erize t he physical and dim ensional m easures of t his populat ion; t o evaluat e t he effect of t he aging in t he m orphologic m easures, and analyze and com pare t he values collect ed

wit h t he act ual values used as reference in t he bibliography; Mat erials and

Met hods: This proj ect is a part of larger populat ion based survey nam ed t he Mult idim ensional Proj ect of t he Aged of Port o Alegre, and was defined as a t ransversal, observat ional, and explorat ory for t he event s m ost frequent of t he aged populat ion. I n t his sam ple 476 elderly aged above 60 years old, 132 m ales and 344 fem ales were evaluat ed. The st udy was approved by t he Et hics Com m it ee of t he Pont ificial Cat holic Universit y of RS and dat a was collect ed, aft er t he signat ure of t he inform ed consent by every volunt eer.

(12)

bones t end not t o suffer im port ant reduct ions. Com pared wit h t he reference dat a used in t he bibliography, t he collect ed m easures had present ed a profile

of sm aller subj ect s wit h inferior st at ure. Conclusions: Through t his survey

we could est ablish com parisons and point out differences sufficient ly

im port ant t o affirm t hat st andards used act ually are not adequat ed for use in our populat ion.

(13)

LI STA DE ABREVI ATURAS E SI GLAS

PUCRS: Pont ifícia Universidade Cat ólica do Rio Grande do Sul

I GG: I nst it ut o de Geriat ria e Geront ologia

SPSS 1 1 .5: St at ist ical Package for t he Social Sciences versão 11.5

N: am ost ra populacional est udada

M: m édia

P: nível de significância

dp: desvio- padrão

(14)

SUMÁRI O

1 I N TRODUÇÃO...15

2 FUN DAMEN TAÇÃO TEÓRI CA...17

2.1 EN VELHECI MEN TO HUMAN O...17

2.1.1 Alt erações Biológicas Decorrent es do Envelhecim ent o...25

2.1.1.1 Alt erações m orfológicas...25

2.1.1.2 Alt erações nas funções neurom usculares...27

2.1.1.3 Alt erações esquelét icas e art iculares...27

2.1.1.4 Alt erações Sensoriais...28

2.1.2 Proporções Hum anas e sua relação nos idosos...29

2.2 EN VELHECI MEN TO HUMAN O E ADAPTAÇÕES ARQUI TETÔN I CAS.35 2.2.1 Convivência com a adversidade...37

2.2.2 Barreiras arquit et ônicas...39

2.2.3 Quedas na Velhice...41

2.3 N ORMATI ZAÇÃO VI GEN TE...44

2.3.1. Tabelas referenciais...44

2.3.2 Regulam ent ação I nt ernacional...45

2.3.3 Norm at ização Brasileira...46

2.3.4 I dosos versus Deficient es Físicos...48

3 JUSTI FI CATI VA E OBJETI VOS...51

(15)

3.2 Obj et ivos...52

3.2.1 Obj et ivo Geral...52

3.2.2 Obj et ivos Específicos...52

4 MATERI AI S E MÉTODOS...53

4.1 DELI N EAMEN TO DO ESTUDO...53

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA...53

4.2.1 Seleção da Am ost ra...53

4.2.2 Crit érios de I nclusão...54

4.2.3 Crit érios de Exclusão...54

4.3 COLETA DE DADOS E I N STRUMEN TOS...55

4.3.1 Colet a dos Dados e I nst rum ent os...55

4.3.2 Análise Est at íst ica...60

4.4 ASPECTOS ÉTI COS...60

5 RESULTADOS...61

6 DI SCUSSÃO E CON SI DERAÇÕES FI N AI S...76

7 REFERÊN CI AS BI BLI OGRÁFI CAS...79

8 AN EXOS...83

Anexo 01 – Term o de Consent im ent o Livre e Esclarecido...84

Anexo 02 - Aprovação no Com it ê de Ét ica...88

(16)

1 I N TRODUÇÃO

Em t oda a hist ória da hum anidade, nunca as populações apresent aram expect at ivas de vida t ão alt as, frut o principalm ent e de polít icas de saúde pública e m edicina prevent iva, bem com o dos avanços na área da pesquisa cient ífica.

O envelhecim ent o progressivo da população hum ana const it ui um sério

desafio para a civilização cont em porânea1 e o proj et o de aj ust e dos espaços

e produt os para o seu uso t orna- se cada vez m ais im port ant e, pois t odos os esforços que t em com o finalidade aum ent ar a probabilidade de um a vida, com m aior aut onom ia, significam diret am ent e t orná- la m ais segura e adapt ada às suas lim it ações nat urais decorrent es do envelhecim ent o.

O ent endim ent o dest e processo de envelhecim ent o com o um a ocorrência nat ural do ciclo de vida é fundam ent al na com preensão do seu im pact o sobre as condições de saúde associadas à longevidade e à qualidade de vida dos seres hum anos. Ele não deve ser considerado um a doença, m as um event o cont ínuo e inevit ável, com caract eríst icas específicas e alt erações

cum ulat ivas2. As conseqüências dest e processo no ser hum ano podem nos

levar a generalizar o idoso com o um pot encial port ador de deficiências, o que difere radicalm ent e de rot ulá- lo com o deficient e físico.

Em bora as perdas funcionais que ocorrem em nossos sist em as vit ais em função do envelhecim ent o sej am event os esperados e aum ent em a nossa vulnerabilidade, as doenças associadas à velhice não são part e do processo

norm al de envelhecim ent o2.

(17)

font e inest im ável de pesquisa at ravés da qual poderem os buscar um a m aior qualidade de vida e aut onom ia para est a faixa et ária da população.

A Organização Mundial de Saúde argum ent a que os países podem cust ear o envelhecim ent o se os governos, as organizações int ernacionais e a sociedade civil im plem ent arem polít icas e program as de “ envelhecim ent o at ivo” que m elhorem a saúde, a part icipação e a segurança dos cidadãos

m ais velhos. A hora para planej ar e agir é agora3.

Cabe à área biom édica o est udo do processo biológico do envelhecim ent o. À arquit et ura, com o um a área social, cum pre a m issão de est udar as alt erações físicas que ocorrem nest a fase e relacioná- las ao m eio am bient e no qual ele vive, propondo soluções que facilit em a vida dos indivíduos idosos.

A seguir, serão apresent ados aspect os do processo de envelhecim ento hum ano e suas principais alt erações relacionadas à m orfologia, funções neurom usculares, esquelét icas, art iculares e sensoriais. Alt erações est as que influenciam diret am ent e no planej am ent o de am bient es adapt ados a det erm inados grupos de indivíduos. Finalizando est e capít ulo abordarem os os t em as relacionados às proporções hum anas e sua relação nos idosos. Após, serão descrit as as im plicações das barreiras arquit et ônicas no cot idiano do idoso. O capít ulo seguint e nos t raz inform ações sobre as norm at izações e regulam ent ações que am param o espaço físico dest e indivíduo. Concluindo est e capít ulo, o referencial t eórico nos conduz a um a com preensão da im port ância de se diferenciar idosos de deficient es físicos. Por fim , apresent ar- se- á a j ust ificat iva e os obj et ivos da pesquisa que m ot ivaram o desenvolvim ent o dest a dissert ação.

(18)

2 FUN DAMEN TAÇÃO TEÓRI CA

2 .1 . EN VELHECI MEN TO HUMAN O

A exist ência de num erosos conceit os por si só deixa clara a dificuldade

de ent endim ent o do processo de envelhecim ent o4. Dent re t ant as definições,

a que conceit ua o envelhecim ent o com o um processo dinâm ico e progressivo, no qual há m odificações m orfológicas, fisiológicas, bioquím icas e

psicológicas5, det erm inando um a perda progressiva da capacidade de

adapt ação do indivíduo ao m eio am bient e, ocasionando m aior

vulnerabilidade é a que m ais se aproxim a do com plexo processo de envelhecer.

O conceit o de “ velho” que nos é dado pelo dicionário Houaiss6 –

“ ant iquado; que se cont rapõe ao m oderno; ant igo num a sit uação ou função” - j á não nos é referência quando fazem os a relação dest e conceit o de “ algo velho” com “ pessoa idosa” com o era feit o antigam ent e.

Algum as definições usadas com um ent e,

Figura 1

nos perm it em iniciar o ent endim ent o do est udo da “ t erceira idade” , t erm o est e em pregado em 1957 pela Organização Mundial de Saúde a fim de denom inar o grupo de pessoas que possuíam m ais de sessent a anos.

ENVELHECI MENTO VELHI CE

PROCESSO FASE DA VI DA

VELHO / I DOSO

(19)

Já em 1982, a Organização das Nações Unidas est abeleceu sessent a anos com o início da t erceira idade nos países em desenvolvim ent o e sessent a e cinco anos nos países desenvolvidos prevendo que a expect at iva de vida dest es locais baseadas em pesquisas populacionais. Em bora em nosso país, sob alguns aspect os inclusive legais, a idade cronológica lim it e considerada é de sessent a e cinco anos.

O envelhecim ent o não é, t ão som ent e, a som a de pat ologias agregadas e de danos induzidos por doenças. I nversam ent e, nem t odas as m udanças em est rut ura e função dependent es da idade podem ser consideradas com o alt erações ligadas à idade t ão som ent e. No int uit o de incorporar esse rigor

dent ro de um a definição operacional, foi propost o7 que m udanças

fundam ent ais relacionadas com a idade devem obedecer a quat ro condições: 1. Devem ser delet érias, ou sej a, devem alt erar e t endem a reduzir a funcionalidade do organism o.

2. Devem ser progressivas, ist o é, se est abelecem gradualm ent e.

3. Devem ser int rínsecas, ist o é, não é o result ado de um com ponent e am bient al m odificável - cabe ressalt ar, aqui, que o am bient e t em fort e influência sobre o aparecim ent o e velocidade dessas m udanças, apesar de não ser a sua causa principal.

4. Devem ser universais: t odos os m em bros de um a espécie deveriam

m ost rar t ais m udanças graduais com o avanço da idade3.

As alt erações fisiológicas que ocorrem com a idade nos seres hum anos result am de um som at ório do processo de envelhecim ent o associado ou não às doenças crônicas. Exist e consenso que, com o envelhecim ent o, ocorrem alt erações m orfológicas int rínsecas aos t ecidos e órgãos que por sua vez alt eram a m orfologia ext erna do indivíduo durant e o envelhecim ent o. É um a “Aging Conspiracy” 8, um a conspiração do envelhecim ent o cont ra o ser

hum ano.

(20)

envelhecim ent o. Nas sociedades ocident ais é com um associar o envelhecim ent o com a saída da vida produt iva pela via da aposent adoria. São considerados velhos aqueles que alcançam 60 anos de idade, o que t orna difícil caract erizar um a pessoa com o idosa ut ilizando com o único crit ério a idade. Além disso, nest e segm ent o conhecido com o t erceira idade est ão incluídos indivíduos diferenciados ent re si, t ant o do pont o de vist a socioeconôm ico com o dem ográfico e epidem iológico. Mesm o reconhecendo que a idade não é o único parâm et ro para definir o processo sócio-dem ográfico do envelhecim ent o, o m esm o é usado a fim de facilit ar a análise dos dados e a const rução de indicadores.

Quando est udam os os fenôm enos relacionados aos seres hum anos, poucos problem as t êm m erecido t ant a at enção e preocupação do próprio hom em em t oda sua hist ória com o as alt erações relacionadas ao envelhecim ent o e à incapacidade funcional, com um ent e associada a est e

período do desenvolvim ent o9.

Em 1940, a vida m édia do brasileiro era de 45,5 anos. Os avanços da Medicina e as m elhorias nas condições gerais de vida da população repercut iram no sent ido de elevar a expect at iva de vida ao nascer, t ant o que, 40 anos m ais t arde, est e indicador elevou- se em 17 anos ( 62,6 anos, em 1980) .

A barreira dos 70 anos de vida m édia é rom pida por volt a do ano 2000, quando se observa um a esperança de vida ao nascim ent o de 70,4 anos. Segundo a proj eção, o Brasil cont inuará galgando anos na vida m édia de sua população, alcançando em 2050 o pat am ar de 81,3 anos, basicam ent e o m esm o nível at ual do Japão.

(21)
(22)
(23)

Figura 4

A prom ulgação da Lei no 8.842, em 4 de j aneiro de 1994, que dispõe

sobre a Polít ica Nacional para o I doso25 é um im port ant e indicador de que a

polít ica nacional t em se preocupado e reconhecido o fenôm eno do envelhecim ent o.

(24)

t rat a o envelhecim ent o populacional com o um a quest ão de int eresse da sociedade em geral e reconhece a necessidade de se considerar as diferenças econôm icas, sociais e regionais exist ent es no País na form ulação de polít icas direcionadas aos idosos.

Considerando a cont inuidade das t endências verificadas para as t axas de fecundidade e longevidade da população brasileira, as est im at ivas para os próxim os 20 anos indicam que a população idosa poder· exceder 30 m ilhões de pessoas ao final dest e período, chegando a represent ar quase 13% da população. Assim , em bora a fecundidade ainda sej a a principal com ponent e da dinâm ica dem ográfica brasileira, em relação à população idosa é a

longevidade que vem progressivam ent e definindo seus traços de evolução11.

Est e crescim ent o da população de idosos, em núm eros absolut os e relat ivos é um fenôm eno m undial e est á ocorrendo a um nível sem precedent es. A part ir da década de 70, um a série de conceit os relat ivos à saúde das populações passou a ser reavaliado diant e de um novo fenôm eno,

o envelhecim ent o populacional10.

As proj eções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1 900 m ilhões de pessoas. Alguns aspect os im port ant es que t ent am explicar est e

fenôm eno são os seguint es11:

• Desde 1950, a esperança de vida ao nascer em t odo o m undo aum ent ou 19 anos;

• Hoj e em dia, um a em cada dez pessoas t em 60 anos de idade ou m ais; para 2050, est im a- se que a relação será de um para cinco para o

m undo em seu conj unt o, e de um para t rês para o m undo desenvolvido;

• Segundo as proj eções, o núm ero de cent enários - de 100 anos de idade ou m ais - aum ent ará 15 vezes, de aproxim adam ent e 145 000 pessoas em 1999 para 2,2 m ilhões em 2050;

(25)

65 ou m ais - dim inuirá em m enos da m et ade nas regiões desenvolvidas, e em um a fração ainda m enor nas m enos desenvolvidas.

Est e crescim ent o da população idosa aparece de for m a m ais acent uada nos países em desenvolvim ent o, em bora est e cont ingent e ainda sej a proporcionalm ent e bem inferior ao encont rado nos países desenvolvidos. Nos países da Am érica Lat ina, o Brasil assum e um a posição int erm ediária com um a população de idosos correspondendo a 8,6% da população t ot al. As populações européias apresent am , caract erist icam ent e, proporções m ais elevadas, com os idosos represent ando algo em t orno de 1/ 5 da população de seus países.

O Censo12 2000 inform a que o peso relat ivo da população idosa no

início da década represent ava 7,3% , enquant o, em 2000, essa proporção at ingia 8,6% . Nest e período, por conseguint e, o núm ero de idosos aum ent ou em quase 4 m ilhões de pessoas, frut o, segundo est udos do I BGE, do crescim ent o veget at ivo e do aum ent o gradual da esperança m édia de vida.

At é 2025, segundo a OMS3, o Brasil será o sext o país do m undo em

núm ero de idosos. Ent re os m unicípios das capit ais, Rio de Janeiro e Port o Alegre se dest acaram com as m aiores proporções de idosos, represent ando, respect ivam ent e, 12,8% e 11,8% da população t ot al nesses m unicípios.

População est a, com t endência de crescim ent o para os próxim os anos.

(26)

2 .1 .1 ALTERAÇÕES BI OLÓGI CAS DECORREN TES DO EN VELHECI MEN TO

Todas as est rut uras, t ecidos e funções, m odificam - se em algum a ext ensão com o envelhecim ent o.

Do pont o de vist a do desenvolvim ent o de proj et os que visam a adequação da m oradia para os indivíduos da t erceira idade, algum as alt erações decorrent es dest e processo são m ais im port ant es.

2 .1 .1 .1 ALTERAÇÕES MORFOLÓGI CAS

Quando nos referim os às alt erações m orfológicas t em os que as

diferent es populações m undiais36 são com post as de indivíduos de diferent es

t ipos físicos e biót ipos. Pequenas diferenças nas proporções de cada segm ent o corporal exist em desde o nascim ent o e t endem a acent uar- se

durant e o crescim ent o, at é à idade adult a21. Dest es, a com posição corporal,

a est at ura e o peso são os que influenciam diret am ent e na com posição do envelope hum ano. O t erm o “ envelope hum ano” é const it uído pelo delineam ent o ext erno do indivíduo, ist o é, o espaço que suas proporções ocupam em um am bient e.

Com posição corporal: Quant o ao com ponent e adiposo, est e t ende a aum ent ar e apresent ar dist ribuição cent rípet a com o avanço da idade, deposit ando- se a gordura principalm ent e na região abdom inal. Nas m ulheres, com o o depósit o de gordura é m aior, a densidade corpórea é

m enor que a do hom em da m esm a faixa et ária4. Com isso t erem os

(27)

Est udos21 feit os na população am ericana, na década 40, serviram de base para definição de t rês t ipos de caract eríst icas físicas predom inant es na população hum ana, definindo um t ipo de com posição corporal aproxim ada para cada indivíduo:

Endom orfo: t ipo de form as arredondadas, com depósit os de gordura. Em sua form a ext rem a assem elha- se a um a pêra – est reit a em cim a e larga em baixo. O abdom e é grande e cheio e o t órax relat ivam ent e pequeno. Braços e pernas são curt os e flácidos. Os om bros e a cabeça são arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo possui baixa densidade. A pele é m acia.

Mesom orfo: t ípico de indivíduos m usculosos, de form as angulosas. Apresent a cabeça cúbica, om bros e peit o largos e abdom e pequeno. Possui pouca gordura subcut ânea.

Ect om orfo: indivíduos que possuem corpo e m em bros longos e finos, com um m ínim o de gorduras e m úsculos. Os om bros são largos e caídos. O pescoço é fino e com prido, o rost o é m agro, o queixo é recuado e a t est a é alt a. O t órax e o abdom e são est reit os e finos.

Out ras alt erações m orfológicas im port ant es que devem ser consideradas no proj et o e/ ou design de produt os para est a faixa da população são as relacionadas ao aum ent o do diâm et ro ant ero- post erior e redução do diâm et ro t ransverso do t órax nos idosos, const it uindo o que cham am os de t órax senil.

Est at ura: A part ir dos 40 anos de idade, que é at é quando a est at ura se m ant ém , t em os um a redução de cerca de um cent ím et ro por década, devendo est e fat o a um aum ent o das curvat uras da coluna, encurt am ent o da

coluna vert ebral devido às alt erações nos discos int ervert ebrais13.

Acent uando- se após os 70 anos4.

Peso: Em indivíduos norm ais e com hábit os saudáveis há um a

t endência à redução do peso após 60 anos de idade13. Quando est e peso se

(28)

2 .1 .1 .2 ALTERAÇÕES N AS FUN ÇÕES N EUROMUSCULARES

No processo de envelhecim ent o est udos t êm dem onst rado14 que o ser

hum ano perde ent re 50.000 e 100.000 neurônios por dia. Ent re as diversas alt erações que podem acont ecer no sist em a nervoso cent ral, a redução dos reflexos é um a das que m ais im port am no que se relaciona à aut onom ia do indivíduo pelo m aior risco de quedas.

Em relação às alt erações m usculares há um a progressiva redução da força m ot ora em part e pela dim inuição da at ividade física que gradualm ent e ocorre com a idade, m as igualm ent e pela redução do núm ero de fibras m usculares que acont ece com o envelhecim ent o, a sarcopenia.

Est udos t êm dem onst rado que pessoas com m ais de 45 anos são m ais propensas aos dist úrbios de nat ureza ergonôm ica, especialm ent e lesões

m úsculo- ligam ent ares e lom balgias15.

2 .1 .1 .3 ALTERAÇÕES ESQUELÉTI CAS E ARTI CULARES

Duas são as alt erações m ais freqüent es relacionadas à coluna vert ebral que ocorrem com o envelhecim ent o.

A prim eira é um a progressiva redução de alt ura dos discos int ervert ebrais que reflet e na dim inuição da est at ura, geralm ent e da ordem

de um cent ím et ro a cada década, acent uando- se após os 60 anos de idade16.

(29)

Est a alt eração, geralm ent e dim inui a est at ura em cerca de dois cent ím et ros para cada vért ebra com prom et ida, ocorrendo em curt o espaço de t em po17.

Ainda em relação à ost eoporose além das frat uras vert ebrais, out ra frat ura im port ant e que causa m uit a lim it ação, é a frat ura de fêm ur proxim al, cham ada por alguns aut ores de frat ura coxo fem ural.

Out ro aspect o que influi na m obilidade e aut onom ia, nest a faixa et ária, são as alt erações art iculares, especialm ent e de j oelho e coxo fem ural. Est as alt erações, cham adas art rit es e art rose, ocorrem por desgast e da cart ilagem art icular ocasionando m uit a dor e lim it ação funcional.

2 .1 .1 .4 ALTERAÇÕES SEN SORI AI S

Em relação às alt erações sensoriais a visão é um dos aspect os m ais im port ant es que devem ser levados em cont a no desenvolvim ent o de um proj et o arquit et ônico, considerando- se que a visão é um dos sent idos que m ais é afet ado pelo processo de envelhecim ent o. A dim inuição da acuidade

visual18 pode ser ocasionada, com o na cat arat a, por um a redução da

t ransparência do crist alino, ou m esm o pelas alt erações de out ras est rut uras do olho fazendo com que o indivíduo idoso ut ilize óculos com grande freqüência. Est e aspect o é im port ant e pelo fat o de que idosos, m uit as vezes, por não aj ust arem com freqüência suas lent es passam a t er dificuldades visuais que podem induzir aos acident es.

Além da redução da acuidade visual, t em os as alt erações na visão periférica, a dificuldade de discrim inação de cores e a incapacidade de

equilibrar o cont rast e de luz ao m udar de am bient es18. Est e declínio dos

(30)

Com o avanço da idade, o idoso t ende a apresent ar, por exem plo, um m aior com prom et im ent o da sua audição, porém est e m esm o indivíduo pode vir a m ant er a visão funcional em boas condições, o que fará com que, para ele, em det erm inados am bient es, as pist as visuais t ornem - se m ais

im port ant es e at é m esm o um aliado na sua orientação25.

2 .1 .2 PROPORÇÕES HUMAN AS E SUA RELAÇÃO N OS I DOSOS

O m ais ant igo cânon das proporções hum anas foi encont rado em um a câm ara m ort uária nas pirâm ides de Mênfis, aproxim adam ent e 3000 a..C.. Pode- se afirm ar que desde ent ão e at é hoj e, ocupam - se art ist as e cient ist as

em desvendar os m ist érios das relações proporcionais do corpo hum ano19.

Ent ret ant o, quando nos referim os ao est udo das proporções hum anas

t orna- se indispensável m encionar a Seção Áurea13, t am bém cham ada de

Razão Áurea, criada por Euclides de Alexandria, 300 a.C. Ele est abeleceu a necessidade de pelo m enos t rês ret as para se poder det erm inar um a proporção, sendo que a t erceira ret a da proporção sej a igual à som a das

duas ant eriores20.

No m ais com plet o t rat ado de arquit et ura rem anescent e da Ant iguidade,

o arquit et o e t eórico rom ano Vit rúvius, que viveu no século I a.C.1,3

escreveu: “ ... o com prim ent o do pé é 1/ 6 da alt ura do corpo; o ant ebraço, ¼ e a alt ura do peit o é t am bém ¼ ...” . Ele não est ava preocupado apenas com as proporções do corpo, m as t am bém com suas im plicações m et rológicas. A respeit o disso ele salient a que os gregos ext raíram dos m em bros do corpo hum ano, não som ent e as dim ensões proporcionais necessárias em t odas as

operações const rut ivas19 ( a polegada, o palm o, o pé,...) .

(31)

t eóricos est udaram as proporções hum anas no int uit o de “ quant ificar” um hom em padrão.

O início da Ant ropom et ria foi m arcado, principalm ent e, por Albrecht Dürer na m et ade do século XV. Ele cat egorizou a diversidade de t ipos físicos hum anos de acordo com um a observação sist em át ica e m edição de um largo núm ero de pessoas. No ent ant o, nest e período renascent ist a a t eoria da

est ét ica perm anecia a m ais im port ant e. O desenho de Leonardo da Vinci27,

baseado no hom em padrão vit ruviano é um a das im agens m ais reconhecidas dest a época.

Figura 5. Font e: ht t p: / / www.dom iniopublico.gov.br/ download/ im agem / wm 000002.j pg

(32)

seção áurea, o cham ado “El Modulor” . No qual fazia a aproxim ação ent re o

sist em a m ét rico em pregado na França e Alem anha e o sist em a inglês, de polegadas, ut ilizado na I nglat erra e Est ados Unidos.

Assim , “ O Modulor” passou a det erm inar alt uras e larguras para o desem penho de várias at ividades dom ést icas e de t rabalho, sendo largam ent e adot ado por arquit et os e desenhist as indust riais pelo m undo afora13.

(33)

Nas últ im as décadas houve um aum ent o da preocupação com as dim ensões hum anas e corporais. Ao est udo dest as m edidas físicas do corpo

hum ano denom inam os Ant ropom et ria21.

Em nenhum out ro segm ent o est a preocupação foi m aior do que no

cam po da “ Engenharia das Configurações do Hom em ” 13, assim cham ada

pelos am ericanos e m ais conhecida por “ Ergonom ia” , com o é denom inada na Europa.

Um dos obj et ivos prát icos do est udo da ergonom ia concent ra- se, principalm ent e, na segurança, sat isfação e bem - est ar. A eficiência virá com o result ado.

As aplicações da ergonom ia, inicialm ent e, lim it avam - se à área indust rial, m ilit ar e espacial. A expansão que ocorreu para as m ais diversas áreas fez com que o conhecim ent o, ant es direcionado ao hom em adult o, se expandisse às m ulheres, crianças, idosos e deficient es físicos.

A m elhoria na qualidade de vida das pessoas, hoj e em dia, deve- se m uit o às aplicações da ergonom ia na vida diária. Desde a eficiência de elet rodom ést icos, passando pelo confort o dos aut om óveis, e segurança na m oradia.

A Ergonom ia t em sido definida com o sendo o est udo da adaptação do

t rabalho ao hom em22. Ent endendo- se t rabalho em um a visão m ais am pla,

t al com o am bient e ou equipam ent os.

Um out ro conceit o conciso é dado pela “Ergom ics Research Societ y”14,

na I nglat erra, onde Ergonom ia é o est udo do relacionam ent o ent re o hom em e o seu t rabalho, equipam ent o e am bient e, e part icularm ent e a aplicação dos conhecim ent os de Anat om ia, Fisiologia e Psicologia na solução dos problem as

surgidos desse relacionam ent o. Por isso a im port ância da

(34)

A grande variabilidade das m edidas corporais ent re os indivíduos

apresent a um grande desafio23 para o arquit et o e/ ou designer de

equipam ent os e espaços.

O Design Universal24, definido pelo Cent ro para o Design Universal,

Nort h Caroline St at e Universit y, EUA, é o design de produt os e de am bient es para serem ut ilizados por t odas as pessoas, em sua m aior ext ensão possível, sem a necessidade de adapt ações ou design especializados, na Europa é

denom inado Design for All. Em bora exist am sit uações nas quais se t orne

im possível um proj et o que at enda a t odos, indiscrim inadam ent e, seus princípios devem servir com o nort eadores no m om ent o de se realizar um a arquit et ura inclusiva, ent re elas a elim inação de barreiras físicas int ernas e ext ernas à m oradia que é t ão im port ant e independent em ent e da idade do seu usuário.

Seus princípios apresent ados a seguir são baseados nest a arquit et ura inclusiva:

- Uso eqüit at ivo, no qual o produt o proj et ado deve ser út il e pode ser adquirido por pessoas com habilidades diversas;

- Flexibilidade no uso garant indo que o result ado do design deve acom odar um a grande variedade de preferências e habilidades individuais;

- Sim ples e int uit ivo, pois seu uso deve ser de fácil ent endim ent o, independent em ent e da experiência, do conhecim ent o ant erior, das habilidades lingüíst icas ou do nível de concent ração corrent e;

- I nform ação percept ível apresent ando a inform ação necessária ao usuário independent e das condições do am bient e ou de suas habilidades sensoriais;

- Tolerância ao erro, ist o é, o produt o proj et ado deve m inim izar o risco e conseqüências adversas de ações acident ais ou não int encionais;

(35)

- Tam anho e espaço apropriados que ofereçam fácil alcance, m anipulação e uso independent em ent e do t am anho do corpo, post ura ou

m obilidade do usuário23;

Em um a sit uação prát ica de proj et o, além desses princípios, devem ser considerados fat ores com o o econôm ico, de engenharia, os cult urais, de gênero e o am bient al.

Em bora a concepção de proj et ar para o m aior núm ero de pessoas possível sej a algo im port ant e, difere do conceit o de se proj et ar para um a

“ pessoa m édia”22.

Não exist e um hom em “ m édio” que se encaixe em t odas as caract eríst icas m edianas de est at ura, dim ensões e habilidades. Port ant o deve- se t er em m ent e, no at o de proj et ar, as dim ensões que m ais se aproxim am do público- alvo de det erm inado proj et o para que com isso se m inim ize as discrepâncias das diferenças individuais.

A arquit et ura é feit a por pessoas para pessoas20, os edifícios são

const ruídos para serem habit ados por elas, bem com o as calçadas pelas quais cam inham os, as ruas pelas quais t rafegam os, at é um a cadeira na qual nos sent am os foi proj et ada baseada na escala hum ana.

Em cada processo proj et ual de arquit et ura, as dim ensões e os

m ovim ent os do corpo hum ano19 são fat ores det erm inant es da form a e

t am anho dos equipam ent os, m obiliários e espaços proj et ados.

Considerando- se o valor de uso da cidade, fica bast ant e difícil em basar qualquer t eoria que não disponha do indivíduo num papel cent ral, pois é a part ir dele e para ele que t udo é proj et ado.

Sem pre que possível e econom icam ent e j ust ificável20, as m edidas

ant ropom ét ricas devem ser realizadas diret am ent e, t om ando- se um a am ost ra significat iva de suj eit os que serão usuários ou consum idores do obj et o a ser proj et ado.

At é hoj e foram realizadas poucas pesquisas ant ropom ét ricas em larga

(36)

Por est arem as pessoas sobrevivendo a idades m ais avançadas é preciso t rabalhar pensando na flexibilidade e possibilidade de adapt ação de produt os e am bient es. Por isso é de fundam ent al im port ância se conhecer as alt erações físicas, funcionais, est rut urais e com port am ent ais dest es indivíduos, para que se possa fazer um a arquit et ura inclusiva, que perm it a que os idosos t enham um a vida com aut onom ia e confort o o m aior t em po possível.

2 .2 EN VELHECI MEN TO HUMAN O E ADAPTAÇÕES ARQUI TETÔN I CAS

O envelhecim ent o da população e o aum ent o da expect at iva de vida provocam m odificação no perfil de saúde da população. Ao invés, de processos agudos que evoluem para cura ou óbit o, t ornam - se predom inant es as doenças crônico- degenerat ivas e suas com plicações, que ocasionam repercussões im port ant es para a saúde e para a polít ica social. Um exem plo são as seqüelas ocasionadas pela ost eoporose e o seu m ais t em ido event o: a frat ura óssea após queda, principalm ent e quadril e coluna levando m uit as vezes a perda da independência e as alt erações na im agem corporal que podem levar as m udanças de hum or e o m edo de novas quedas ocasionando isolam ent o social do idoso e o vazio experim ent ado por não encont rar novas

funções3.

O espaço que um a pessoa necessit a para realizar um a at ividade com segurança depende do t ipo de at ividade execut ada, bem com o de suas caract eríst icas anat ôm icas e funcionais. A falt a de espaço adequado pode rest ringir o desenvolvim ento corret o da at ividade dom ést ica, elevar o gast o

de energia hum ana e aum ent ar a incidência de erros19.

(37)

Alzheim er24 e out ras pat ologias, há algum as m udanças anat ôm icas e funcionais que caract erizam o envelhecim ent o nat ural, e elas devem ser t om adas com o base pelos arquit et os e proj et ist as.

Alguns aspect os devem ser levados em cont a com o “ dificult adores” para a adapt ação do idoso ao am bient e, são as alt erações sensoriais que

im plicam no desenvolvim ent o de am bient es24:

a) . Em função da dim inuição da acuidade visual e do cam po visual periférico, t em os com o obst áculos: os fios solt os pelo chão, degraus sem sinalização, obj et os solt os no chão, leit ura de bulas de m edicação, leit ura de list as t elefônicas com let ras m iúdas, legendas pequenas em film es, desorient ação em vários am bient es de cores iguais, dificuldade de seguir orient ação de sinalização, confusão em pisos com excesso de padronagens.

b) . Em função da dim inuição da audição e sist em a vest ibular t em os: dim inuição do equilíbrio, dificuldade de orient ação em am bient es m uit o ruidosos, com excesso de sons diversos, risco de quedas, problem as de equilíbrio em apoios inst áveis.

c) . Em função da dim inuição do paladar t em os: t endência à perda pelo int eresse na com ida, dim inuição na sensação gust at iva, desorient ação e agit ação em rest aurant es visualm ent e est im ulant es.

d) . Em função do olfat o t em os: dificuldades em perceber odores am bient ais com o gás e alim entos est ragados.

e) . Em função do t at o t em os: dim inuição da sensibilidade t áct il result ando em risco de acident es ao operar aparelhos elet rodom ést icos ou de

queim aduras no banho25.

(38)

segregação e o preconceit o26 em relação a est a im port ant e parcela da população.

2 .2 .1 CON VI VÊN CI A COM A ADVERSI DADE

Com im port ância fundam ent al em nossa qualidade de vida e bem -est ar, um am bient e físico adequado pode represent ar a diferença ent re a dependência e a independência para t odos os indivíduos, m as especialm ent e para aqueles m ais idosos.

As alt erações decorrent es do processo de envelhecim ent o nat ural do ser hum ano, com o j á vêm sendo vist o, acarret am dificuldades que vão desde lim it ações at é o im pedim ent o do uso. E dent ro dest e cont ext o o am bient e t orna- se um a grande “ arm adilha” quando se t rat a de sua inadequação.

Pessoas que residem em m oradias que oferecem m últ iplas barreiras físicas t endem a sair de casa com m enos freqüência e por isso est ão m ais suj eit as ao isolam ent o, depressão, m enor preparo físico e conseqüent em ent e t erão problem as de m obilidade.

Por essas considerações, pode- se not ar que, além de ser host il, o am bient e físico não facilit a o cot idiano do idoso.

Em bora m uit o se fale sobre a preocupação de se proj et ar am bient es

com um “ design universal”, segundo o qual os am bient es devem garant ir a

t odos, de igual m aneira e com o m esm o dispêndio de esforço, o acesso e uso

dos espaços const ruídos25. No ent ant o, os espaços públicos não est ão em

condições de acolher nem as pessoas em idade at iva, o que dirá idosos com

lim it ações de deam bulação27.

(39)

sanit ários. Medidas padronizadas para colocação de corrim ão, barras ou int errupt ores est ão disponíveis em docum ent os de norm at ização t écnica, m anuais e livros. Porém , exist em inúm eras diferenças individuais em relação a parâm et ros biom ecânicos e funcionais, aos desej os e expect at ivas e quant o

ao uso dos am bient es24.

Um a das adversidades encont radas é quant o à percepção e uso do espaço. Na percepção do espaço pelo idoso, em relação ao adult o j ovem , ocorre um a grande t ransform ação, com parando as et apas de vida dos

suj eit os28. Ut ilizando- se o espaço da residência, com o pont os de part ida da

análise t êm que: para o adult o j ovem sua residência é um m eio, um local de descanso e fruição; com relação ao idoso, o espaço da residência é seu m undo, seu universo, am pliado pelo núm ero de horas em que ele a freqüent a28.

A relação do idoso com seu local de m oradia, além de ser afet iva, t orna- se seu universo cognit ivo. Em m uit os casos, ret irar o idoso de seu lar significa aliená- lo ou suprim i- lo de algo que lhe é fam iliar e concret o, onde ele se sent e seguro e m ais confiant e, um lugar que ele dom ina t ant o

psicológica quant o fisicam ent e28. A figura abaixo est abelece um a relação

com parat iva desses dois m ovim ent os.

Figura 7. Relação residência e espaço para o adult o j ovem e para o idoso28. Font e: Arq. Fabiane Azevedo

Residência do adulto

jovem

(40)

Se considerarm os os dados da OMS de que 5% a 10% da população, com m ais de 60 anos, sofre acident es dom ést icos fat ais visualizarem os a im port ância da adequação do am bient e para est e usuário.

2 .2 .2 BARREI RAS ARQUI TETÔN I CAS

Os idosos expressam o desej o de viver em am bient es seguros, nos quais possam exercer cont role pessoal. Querem que esses am bient es propiciem aut onom ia, m as com cert o grau de cuidado e de especificidade, o que t raduz a necessidade de adapt ação dos espaços às capacidades físicas e

sensoriais dim inuídas24.

O fat o de não exist irem est udos ant ropom ét ricos específicos para as necessidades de adapt ação do am bient e próprias à sua condição dificult a a execução de proj et os adequados para est a população, vist o que, ao se proj et ar, para se evit ar erros, é preciso delinear o perfil do usuário.

As m udanças devem ser planej adas a part ir do est udo das caract eríst icas dest a população. Um exem plo bast ant e im port ant e est á no fat o de que aos 60 anos há um a redução em t orno de 66% da quant idade de

luz que chega à ret ina24. I st o significa que m esm o um idoso saudável e com

boa acuidade visual t erá dificuldades em discrim inar som bras, cant os e cont rast es.

Um am bient e adequado a idosos at ivos at ua com o agent e de prevenção de event os inesperados e por conseqüência, acident es. Grande part e dos idosos é capaz de reconhecer os perigos exist ent es relacionados ao m anej o do am bient e.

O t erm o “ Ageing place” 24 que t rat a da disposição de um am bient e para

(41)

Am bient es com barreiras expõem o indivíduo a riscos de quedas perm anent em ent e.

Est rat égias am bient ais que visam dar sust ent ação à m obilidade segura

e reduzir o risco de quedas baseiam - se em t rês abordagens gerais29. Em

prim eiro lugar ident ifica- se e elim inam - se as barreiras físicas consideradas pot encialm ent e inadequadas; em segundo lugar, adapt a- se o am bient e e em t erceiro lugar proporcionam - se esquem as de em ergência para o caso de event uais acident es; t ais com o cam painhas e alarm es de fácil acesso.

Essas m edidas, em bora ainda pouco realizadas, são os prim eiros passos na direção da redução das barreiras arquit et ônicas.

Os t rês pilares da est rut ura polít ica det erm inant e para um

envelhecim ent o at ivo segundo os princípios3 das Nações Unidas são

part icipação, saúde e segurança. E é j ust am ent e nest e pont o: a segurança, que a arquit et ura m ont a suas bases.

A quest ão que envolve a segurança é bast ant e am pla e abrange a população com o um t odo, em bora aqui est ej a volt ado especificam ent e para a t erceira idade.

A OMS fixa com o algum as de suas m et as priorit árias, no que se refere ao Program a de Envelhecim ent o e Saúde, a m odificação de am bient es de t rabalho, a elim inação de risco nos lares, a im plem ent ação de program as de prevenção de quedas e a ofert a de inform ações sobre segurança.

(42)

2 .2 .3 QUEDAS N A VELHI CE

Em bora as quedas não sej am event os exat am ent e decorrent es do processo de envelhecim ent o, a sua freqüent e ocorrência nest a população a

t orna um fat o t ípico do pacient e idoso18.

Hist oricam ent e, as quedas eram vist as com o ocorrências acident ais, event os at ribuídos à m á sort e – im previsível e, port ant o, inevit ável. Com o conseqüência, o peso que acarret ava um a queda, era sent ida pela vít im a com o um a conseqüência da falt a de cuidados, e não com o um problem a de

saúde pública28.

Havia um a out ra visão, t alvez ainda m ais insidiosa: a de que as quedas eram conseqüências do envelhecim ent o, sendo part e de um fenôm eno “ norm al” .

As quedas podem decorrer de um a série de problem as, sej am eles int rínsecos ou ext rínsecos. Os que se referem aos fat ores int rínsecos relacionam as m udanças relat ivas à idade, sedent arism o, redução de reflexos, equilíbrio, negação da fragilidade, ent re out ros. Enquant o que os ext rínsecos referem - se aos problem as de barreiras am bient ais, am bient es pot encialm ent e inadequados, m edicação que afet a o equilíbrio, ent re out ros.

É im port ant e salient ar que t odos os fat ores acim a cit ados caract erizam - se por serem m ult ifat oriais.

Quest ões do cont role da post ura corporal do idoso associada à dim inuição na propriocepção e nos reflexos periféricos dim inuem em m uit o a

respost a dos m úsculos na m anut enção e cont role da post ura corporal29. O

decréscim o no t ônus m uscular, e a oscilação da post ura t am bém são fat ores que aum ent am o risco de quedas.

No que se refere ao risco acent uado de quedas de própria alt ura, t em os que o t em po de reação de um a pessoa de sessent a anos, segundo

(43)

a crescer em t arefas m ais com plexas, que exij am capacidade de discrim inação ent re vários est ím ulos diferent es.

Os idosos são m ais vulneráveis a det erm inados t ipos de acident es, sendo o banheiro o am bient e responsável por grande part e dos acident es dom ést icos t ornando- se um local de at enção cont ínua.

As quedas t razem consigo com plicações que por m uit as vezes são as

responsáveis pelo com prom et im ent o da qualidade de vida do indivíduo30.

Em polít icas de saúde públicas, quando os fat ores de risco, t ant o am bient ais com o com port am ent ais, se m ant êm baixos, e os fat ores de prot eção elevados t em os populações com m aior e m elhor qualidade de vida.

Coeficient e de m ort alidade por quedas no Rio Grande do Sul30 de 1998 a

2005.

Figura 8

Quant o aos locais de ocorrência das quedas acim a relat adas31 66%

ocorreram nos dom icílios, 24% em vias públicas, 6% no t rabalho. Os dados reafirm am a im port ância da adequação do am bient e, especialm ent e o residencial.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

0 a 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 e mais

Ano

C

o

ef

./

1

0

0

.0

0

0

(44)

A aplicação de dados ant ropom ét ricos específicos em proj et os ergonôm icos realizados para idosos no ext erior m ost raram - se efet ivam ent e eficient es do pont o de vist a de redução de quedas e im pact os, além de

(45)

2 .3 N ORMATI ZAÇÃO VI GEN TE

Há pouca inform ação ant ropom ét rica disponível sobre a população idosa, especialm ent e em países em desenvolvim ent o, e recent em ent e é que est udos incluindo dados específicos dest a população, com m ais de 75 anos,

est ão sendo realizados33.

A Organização Mundial de Saúde enfat iza a necessidade de se pesquisar valores de referência para populações específicas.

Aparent em ent e o fat o de m edir as pessoas seria um a t arefa fácil20 a

grande dificuldade de se obt er dados ant ropom ét ricos das populações concent ra- se basicam ent e no fat o de que dados confiáveis exigem condições que nem sem pre são possíveis em um levant am ent o com um grande núm ero de pessoas. Est as condições às quais nos referim os são as m edições serem realizadas, por exem plo, sem roupa, sem calçados, eret o, sent ado em local fixo com m edida pré- det erm inada.

2 .3 .1 . TABELAS REFEREN CI AI S

A dificuldade de se realizar levant am ent os ant ropom ét ricos22 a part ir

de am ost ra de base populacional induz aos profissionais o uso de t abelas de m edidas ant ropom ét ricas disponíveis na bibliografia.

Em bora sej a m ais rápido e econôm ico ut ilizar- se dest e recurso a bibliografia em ut ilização, no Brasil, foi desenvolvida, em sua m aioria na

década de 7021 33.

Porém t em os que verificar os fat ores21 que influenciam nos result ados

(46)

com o avanço da idade; a época do levant am ent o – as m edidas ant ropom ét ricas dos povos evoluem com o t em po; e as condições nas quais est es levant am ent os são feit os – roupas, calçados, inst rum ent os de m edidas. Com poucas exceções, a m aior part e dos padrões de referência

sim plesm ent e não est á suficient em ent e fundam ent ada13. Dos raros

levant am ent os populacionais concisos, feit os em larga escala, encont ram - se as pesquisas com populações m ilit ares.

Em relação aos idosos brasileiros não exist e dados referenciais de base populacional e o problem a t ende a agravar- se no caso das m ulheres, porque as diferenças ant ropom ét ricas em relação às populações est rangeiras

cost um am ser m ais significat ivas21.

Ainda hoj e para realização de um proj et o específico relat ivam ent e

conciso, arquit et os e profissionais da área necessit am de um a consult a a um a grande variedade de font es para conhecer- se o t ipo de dado exist ent e e

adapt á- lo à finalidade de seu proj et o13.

2 .3 .2 REGULAMEN TAÇÃO I N TERN ACI ON AL

Um a das t abelas ant ropom ét ricas m ais com plet as que se conhece é a norm a alem ã DI N 33402 de j unho de 1981. Ela apresent a m edidas de 54 variáveis do corpo. Para cada variável a norm a descreve os pont os ent re os quais são t om adas as m edidas, a post ura adot ada e o inst rum ent o

ut ilizado20. Em 1996, est a norm a foi revisada e inst it uiu em duas part es

(47)

que m uit as vezes os t ornam relut ant es em adm it ir suas necessidades diferenciadas.

Já nos EUA, as m edidas m ais ut ilizadas para fins civis são apresent adas

pela publicação: Weight , Hight and Select ed Dim ensions of Adult s, do Dept .

of Healt h, Educat ion and Welfare, baseada em um a colet a de 11 variáveis

( est at ura e m ais dez m edidas em posição sent ada) de 6.672 adult os25.

No cont ext o int ernacional dest aca- se ainda a Holanda por desenvolver

um m anual com crit érios dim ensionais25 que percorre desde os espaços

urbanos at é dim ensões m ínim as para banheiros em residências, para novas const rução e adapt ação de edificações j á const ruídas naquele país, e t em com o obj et ivos prevenir m udanças forçadas de adapt ação do am bient e; reduzir o t em po para im plem ent ar a adapt ação; reduzir o cust o que envolve as adapt ações individuais; const ruir casas que possam ser facilm ent e visit adas; criar efeit o posit ivo na int egração social; aum ent ar a rent abilidade ao aum ent ar o valor prát ico da “ residência para t odos” ; criar am bient es em que t am bém pessoas não deficient es possam deles se beneficiar em

circunst âncias especiais25.

2 .3 .3 N ORMATI ZAÇÃO BRASI LEI RA

(48)

prioriza o at endim ent o ao idoso por m eio de suas próprias fam ílias, em

det rim ent o do at endim ent o asilar34.

Tam bém no art igo 10, inciso V – na área de habit ação e urbanism o, o est ado se com prom et e a: [ ...] dest inar, nos program as habit acionais, unidades em regim e de com odat o ao idoso, na m odalidade de casas- lares; incluir, nos program as de assist ência ao idoso, form as de m elhoria de condições de habit abilidade e adapt ação de m oradia, considerando seu est ado físico e sua independência de locom oção; elaborar crit érios que garant am o acesso da pessoa idosa a habit ação popular e dim inuir barreiras arquit et ônicas e urbanas.

Em relação à legislação, pode- se dest acar que no Brasil, inst rum ent os

legais com o a Lei Ordinária Federal 01009834 ( 2000) , o qual est abelece

norm as e crit érios para prom oção da acessibilidade de pessoas port adoras de deficiência ou m obilidade reduzida. A Lei Est adual/ RS 8.974 ( 1990) det erm ina que proj et os de arquit et ura e de engenharia, em edifícios públicos, de propriedade do Est ado, devem incorporar as facilidades de acesso a deficient es físicos.

Seis norm as brasileiras34: NBR9050; NBR 5050; NBR14020;

NBR14021; NBR14022; NBR14273; NBR14970- 2 incluem , num m esm o grupo de condições de acessibilidade, os deficient es físicos, as gest ant es e os idosos.

Legislações que enfocam os requisitos das habit ações para adequação ao usuário idoso est ão surgindo em diversos países e t êm - se m ost rado eficazes para afront ar o desafio social do envelhecim ent o da população.

A própria legislação federal brasileira é cont rover sa, no que diz respeit o

ao enquadram ent o do idoso com o pessoa port adora de deficiência25. Da

(49)

deficiência” , m ais um a vez referindo- se a deficiências graves e não m encionando as lim it ações dos idosos. Muit as vezes eles t êm dificuldade de locom oção, m as não se enquadram nas deficiências físicas favorecidas por vagas especiais.

Para que se possa t er um a legislação adequada à cult ura e t radição nacional, é im prescindível que se inicie t ant o um m ovim ent o para um profundo conhecim ent o das im plicações que o envelhecim ent o exerce sobre

o uso das m oradias25, quant o um debat e em busca de soluções apropriadas

ao cont ext o brasileiro.

2 .3 .4 I DOSOS V ERSUS DECI EN TES FÍ SI COS

É de t ot al im port ância diferenciar os indivíduos idosos norm ais que apresent am alt erações t ípicas do envelhecim ent o com o grupo de indivíduos que possui deficiências físicas, quer sej am elas por acident es ou por dem ais causas, dessa form a ent endem os a urgent e necessidade de avaliar as alt erações m orfológicas que os indivíduos apresent am com o envelhecim ent o para, a part ir daí, procurarm os as soluções que poderiam est ar relacionadas à criação de norm as específicas para os idosos.

Cum pre definir que, deficient e físico é aquele indivíduo que independent e da idade apresent a um a lesão que o im pede definit iva ou t em porariam ent e de execut ar suas funções usuais para a sua idade. Acrescent e- se o fat o de que dent ro dest e m esm o grupo de deficient es, por

exem plo, ocorrem subclassificações específicas com pat ologias e

caract eríst icas int rínsecas.

(50)

■ Para OMS3, aut onom ia é a habilidade de cont rolar, lidar e t om ar decisões pessoais sobre com o se deve viver diariam ent e, de acordo com suas próprias regras e preferências.

■ I ndependência é, em geral, ent endida com o a habilidade de execut ar

funções relacionadas à vida diária – ist o é, a capacidade de viver independent em ent e na com unidade com algum a ou nenhum a aj uda de out ros.

Afora a aut onom ia, que sabidam ent e é algo m uit o com plexo de se m ensurar, a independência possui m edições de graus de dificuldades com prot ocolos j á conhecidos.

A Organização Mundial de Saúde que define incapacidade com o um a “ rest rição ou falt a de capacidade para realizar um a at ividade da m aneira ou dent ro da am plit ude considerada norm al para um ser hum ano” .

No ent ant o, a respeit o de idosos, os est udos e levant am ent os são

recent es, regionalizados e escassos em inform ações, Panero13 incluindo num

m esm o capít ulo de seu livro, idosos e port adores de deficiências físicas, conclui que a dim inuição de alt ura no idoso pode ocorrer em função de sobrevivência selet iva de pessoas m ais baixas e m ais leves. Cont udo, est udos at uais que com provem est as inform ações são inexist ent es. Afirm a,

ainda, que a variação de grau de alcance - ant ropom et ria dinâm ica - dos

idosos, em relação aos adult os j ovens, ocorre em função da incidência de art rit es e out ras lim it ações de m ovim ent o, part icularm ent e no m ovim ent o de alcance vert ical. Cabe dest acar que est es dados report am - se aos dados de populações de idosos nort e- am ericanos.

(51)

ainda não est á t ot alm ent e assim ilada pelos fabricant es de bens de consum o,

especificam ent e no segm ent o idosos35.

É im port ant e not ar que há um a grande diferença ent re o idoso e a pessoa port adora de deficiência, principalm ent e no que se refere ao am bient e dom ést ico. A pessoa port adora de deficiência – PPD - t em um a sit uação bem definida com relação à sua deficiência, enquant o que o idoso est á suj eit o a const ant es alt erações nas suas habilidades, além de ser im possível prever quando, o que e em que grau acont ecerá um a debilidade

que afet e o uso do am bient e const ruído25.

Nesse sent ido, o PPD precisa de um am bient e com caract eríst icas específicas e que at enda às suas lim it ações, enquant o que a pessoa idosa necessit a de um am bient e não específico, m as que possa ser adapt ado às m udanças de suas habilidades, m udanças essas que podem ocorrer com o passar dos anos.

Em leis e norm as, o idoso est á associado ou incluído no grupo de pessoas port adoras de deficiência. É necessário ent ender que o envelhecim ent o é um a fase nat ural da vida do hom em , apresent ando lim it ações t ant o quant o nos dem ais ciclos da vida. Com o cit ado no it em de regulam ent ação int ernacional, a norm a DI N alem ã em sua últ im a versão j á faz est a dist inção.

(52)

3 JUSTI FI CATI VA E OBJETI VOS

3 .1 JUSTI FI CATI VA

Est udos de am ost ras populacionais são fundam ent ais para o ent endim ent o dos desafios que surgem em um a população em processo de envelhecim ent o. Superar esses desafios requer um planej am ent o inovador e reform as polít icas subst anciais t ant o em países desenvolvidos com o em países em t ransição. Os países em desenvolvim ent o enfrent am os m aiores desafios, e a m aioria deles ainda não possui polít icas abrangent es para o envelhecim ent o.

A ausência de um conhecim ent o m ais específico sobre as m edidas ant ropom ét ricas dest a população incorre em um a m aior dificuldade de planej am ent o, onde norm at izações específicas poderiam m inim izar efeit os decorrent es de inadapt ação de espaços e am bient es at ravés de um a prevenção sej a ela prim ária ou secundária.

A relevância dest e proj et o est á relacionada à definição de parâm et ros m orfom ét ricos dos idosos da nossa população de form a a perm it ir o desenvolvim ent o de norm as específicas.

É sobre est e est udo que se propõe um t rabalho de m edição dest a população que em bora saudável possui lim it ações reconhecidas pela

avançada idade. I ndivíduos que cont inuam exercendo at ividades

(53)

3 .2 OBJETI VOS

3 .2 .1 Obj et ivo Geral

Det erm inar padrões referenciais ant ropom ét ricos da população idosa de Port o Alegre.

3 .2 .2 . Obj et ivos Específicos

1. Caract erizar física e dim ensionalm ent e a população de idosos;

2. Avaliar as alt erações m orfológicas relacionadas ao envelhecim ent o, at ravés de levant am ent o ant ropom ét rico;

(54)

4 MATERI AI S E MÉTODOS

4 .1 DELI N EAMEN TO DO ESTUDO

O proj et o m aior, Est udo Mult idim ensional dos I dosos de Port o Alegre, no qual se insere est e est udo foi definido com o sendo t ransversal explorat ório e observacional de base populacional para os event os m ais freqüent es da população idosa.

4 .2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

4 .2 .1 Seleção da Am ost ra

Os crit érios nort eadores da escolha da am ost ra foram os m esm os em pregados no Levantam ent o de 1995 e baseado no censo populacional de 2000.

A det erm inação do n da am ost ra para o present e est udo baseou- se no

núm ero de indivíduos avaliados no est udo ant erior para cada bairro da cidade de Port o Alegre, at ualizados pelo I BGE de acordo com as est im at ivas de variação populacional para 2005 que foram calculadas a part ir dos result ados do censo de 2000.

Referências

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