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Interpretação Econômica, Inflação e Indexação

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N9 61

INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA, INFLAÇÃO E INDEXAÇÃO

Antonio Maria da Silveira

(2)

Antônio Maria da Silveira

A análise neoclássica de fenômenos sociais e pol1ticos fore c10 subconjunto de fenômenos a partir dos quai6 os construtos

econômi'-coa

foram idealizados é cada vez mais frequente na literatura. Este trabalho versa sobre a questão, considerando inicialmente as セセ@

da interpretação econômica da estat1zação,proposta por Brunner. Na segunda parte, a análise de Brunner é estendida numa interpretação da inflação e da Qョ、・ク。￧セP@ como conflito redistributivo. A evidência

em-plrica do Brasil de 1983 é,em seguida, apresentada sob eata ótica.' Brunner utiliza um Homem Econômico com a onisciência de ゥセ@

formaçõe8 substituida pela engenhosidade na セオウ」。@ e análise de

alter-nativas de ação, e reduz o governo a um meio de redistribuição de ren da. Nossa principal tese é o irrealismo do pressuposto corno tipo i&Yü, o que nos leva de passagem ao grande debate gerado por Fr1edman. Re-formulamos uma tese 、・セエ・@ com a consideração de que os tipos ideais

vão se localizando nos fundamentos lógicos de cada ciência, na medida em que ela passa por desenvolvimentos e aperfeiçoamentos. Mas contra-pomos セ@ teste de "conexÃo múltipla", d.LScut1ndo o irrealismo do Homem

Econômico em termos do Homem Psicológico. Tomamos o construto da aná 1188 transacional, colocando-o em termos probabilIsticos com a intro-dução de uma potencialidade de comportamento racional, tradicional ou emotivo.

*PhD em Economia (71) e MS Em AdministraçãO (68) pela ouZョ・ァQセャォョ@ tlúwrsity, Engenheiro セッッ@ e Eletricista (63) セャ。@ UFMi. Este trabalho é de iniciativa e

J:eSpCIlSabilldade exclus! vas do autor, qoo agradece a Mutha R.C. Te1xe.1.ra pelo estf·

ZIIllo e sugestões recehirJaS.D1on!sio O.Carneiro c Paulo R.Haddad revisaram a

pr1Jre!

m

wrsão,

apresentancb excelentes sugestões, ,lati todas infel1zrrente 1n:x>rporadas.

(3)

Usamos Robil;!30n para salientar a importância, para o etlten dimento do comportamer.to econômico, da dimensão tradicional da perf!S?

nalidade humana. Iste nos permite também resolver o paradoxo encon-trado por Brunner na formação de qovernos. Usamos Knlght para enfat! zar a dimensão cmotiV.l do ウセイ@ humano, assim como para questionar o pressuposto da distribuição segundo o mercado adotada por Brunner. Também Georgescu nos serve com p incomensur'\bilidade card:"nal dOI

iludlvelmente ditos serviços improdutivos. Apontamos ainda a confu-.ão de Brunner entre recusa valorativa da análise e recuse cognitiva

·da de.importÂncia da valoração, c refutamos sua condenação dasanáli-eM .ocialista e liberal com !)éiSe no pr inclpio da complementaridade

da Nials Bohr. Terminamos cor.1 a visão de Hlcks sobre a ciência e o fenômeno econômico, e com um parDl.el0 en;:re a vlaão de Brunner e de Retardam.

Nossa principal tese, na sogunda parte, é a tentativa de

estabelecer que um sistema genera:izado e legalizado ou controlado de correção monetária tende a acentuar e prolongar os processos in-flacionários. O instituto da corre9ão tende a transformar-se numa

ar

ma de conflito redistributivo, acentuando-se o uso da riqueza para セ@

tração de riqueza alheia via ganhos inflacionários e para proteção da riqueza própria na cvitação das perdas inflacionárias. O aumento deste jogo de soma negativa tende a ocorrer em detrimento do uso da riqueza para a produção de mais riqueza, realimentando a inflação e tornando mais prováveis as estagflações e hiperinflações.*A condição necessária para a explicação do estado da indexação é que os pressu-postos de Brunner se)a.m aplicáveis, com cidadãos e governantes agin-do puramente em terrnOB ・ァッ■セエゥ」セウN@

A condição sufic:!.ent-p, P'Wf\. usar este antigo esquema

lógi-co,

&

a natureza dialitica dos conceitos econ6rnicos. Na conceituação

*cam

ao lalgo do texto, a referência セjN@ ilurrenb do jogo de sana negativa é

(4)

da Georg •• cH , 08 conneitos ecC'nômicos são dialéticos por não atenda rem ao prind.pio da ョ[ゥッMセッョエイ。￳ゥ￧ ̄ッ@ da lógica; contrapõem-se 08 con-ceitos aritllomórUcoB da ftsica newtoniana J da mai:Erlática e da própria

169ica. A d:.alética o'. não-unicidade tem sua causa na histerese do comportamen":o humano ia 80clal e na frequência da novidada a da ・カッャセ@

9ÃO na •• pi':ie econômLca. A não-unicidade dos conceitos ウゥァョゥヲゥセ。@ セ@

viamente a lnultiplici.iade. de suas medidas, quando existentes. Assim, ao obtermos uma meé.1ds econômica devemos estar conc!ent ... de que

WI n6mero

0:

le não NNQセ@ u 11 número, mas um borric., um bor::-!

to,

nrna manch"

ou um

intel-talo de variação, uma ordem de grandeza arbitrariamente r.pr •• entaé.l por um nCL"lIero. Sobre os conceitos macroeconômicos, qua mai·. aqui I,::>S intel'esliam, temos nas palav.cas de Georgesc::u (1967, p.327):

(M var.láw1s rnac:::oEc:mânicas

J

difere"ll oo'Jutras apenas p:n:qua -

abG-tratatunte redu2i&s a um caso individual e 8. um dado instante - admi

tan イ・セョ。・ョエZ。￧イッ@ lor meio de um número. A partir desse nú:nero é possí-vel, elL seguida, cxi.lstruir uma pseuCo-ned1da que, invariavelmente,

cor-セZN・@ a 1.IlI8 egpicle de média. Ccnstata-BS que a pseut'b-t!adida é, Er..

81111êncl.a, um 」Z。ャᄋセNエッ@ dialético pelo fato de jamais estarm:la em

oond!

9ÕeB

dI! dizer qual fómula há de ser escolhida para o cálculo desaa

rré-cSia • ele jameda p:dellDJB assegurar que outro número (maior ou menor do que o IÚ'nerO cbtido oan aW'J.lio de alguma fórna.tl.a) também serviria ••• Ir-セャャiiiAiャエ・@ usndo. \111 Úldice 00 lIt\ agrega:3o não se cx:upara a um projé-til, セョエZ・ウ@ que utn projétil, é u-ra espécie de IMSsa que rocx:bre um alvo

セN」ッ@ (e.<] •• "padrão de vida' 00 'p.toduto nacia1al' ) •

ZセNエ。@ in1eterminação das medidas, da inflação eM nosso ca-ao, tira pt'ovei to :> Homem Econômico em sua busca do interesse próprio. Resultam O!. usos c::m"enientemente aiternativos dos diversos índices,

os oportun:ls questl.otlamentos ou muuanças de metodologlas de cálculo,

(5)

as falsificações, etc. MUltiplicam-se as fórmulas de correçties mone-tárias e as intervenções governamentais em suas compulscriedades. Do problema "t.écnico" d.!tetado por Georqescu passamos ao problema pol!. tico e social reconhecido, LエNョセ・イ@

ili.A,

por doi. outros economistas . . iores nas citações abaixo.

Oakar Morqenstern (1965, pp. 10 e 193) t

A aeleção de \.In Indic::e particular dentre vários, ou tn!!lSlOO a

queE:tão

scbrn

oe pxeçoe a incluir 00 as fó-"l!IIllas li usar, assume .1Jrportê.ncia prática ir.' 2.

diata e é parte d1 luta de p:dnr pol!tico .•. セ@ claro para qualqwr um que tenha. seguido a construção de

meros

indices EIt\ diferentes pc."Úees e !"!r

varieêoa perl0d0s de tetpo que aqu l ncs ccn:frattmros oom tml ptcblana

p::>lf

tioo tar:to quanto ecooânioo. tionel Robbins (1981, p. 8),

Deve estar claro então que a Ecxlnan:la Pol!tica, neste sentido, en\IO.I\''I:

todas as foxmas de análise e julgaITéntos de valor, ir.pl!ci ta O'.l

axplict-t:analte presentes qu.m:3o eo:n:m1stas discutem a エイセd@ de benefí,cios

e o reverso, ou as セ」[ゥ■・ウ@ de poUt1ca. Fln particulDr, GュイFNNセ@ .'?2

t:lqUe o fato de que toda. a queai:OO da escolha de números Indicas está.

dentro desta concepção; e, 」・セエャSL@ r;oooos aperfeiçoa,nentos de

néto-00s são mais desej;iveis do que o reoc:nhecirrent deste fato. l'1as o geral

rotXX1hecim:>l1to aberto da extensão em que a nultipl1cidade de critérios

ptÕx:1mJe, direciaiando as ooosideràÇÕas de pol!tica, envolve julgamentos

de valor deve ser totalmente benéfiC':!o

Assim, qualquer sistema de indexação é constituído por u:" vetor de múltiplos e arbitrários Aョ、セN」・ウN@

e

neste conflito redistrj.-butlvo que vemos a tcentuação da ャョエZヲセョウゥ、。、・@ e duração dos ーイッ」・Xウッセ@

inflacionários, independent.emente ::1(,<: posi tivoB ou negativos choques

de oferta estarem 0\1 não trazendc ョャ。ャセNュ」イLエ。￧￵・。L@ tese corriq'Jeira

(6)

netarista, teríamos que reduzir o conflito ,edistributjvo セ@ 「 ̄sセ@ ュッョセ@ tirla, além da despesa e receita de セイZLᄋBZ[WゥェエェL@ t .. rnt.;:.r,f,0 ar; d1 ferençaG GE_

correções como subsídios e tributos nr:g"tiyvc. '\fasi;arüo-nG5 trur.bém do pressuposto do pleno-emprego. Um de!:;taque r.ier,or 6 n. セクーャセH[イN￧ ̄ッ@ ーョイセ@

o crescimento relativo do sistema financeiro com perda de ーイッ、オエQカェエセ@

de da economia.

Na terceira parte, nossa evtdêncj a empírlca r.eduz-se ao caGC brasileiro do primeiro semestre de 1983, focalizando a セセエイセ￧ ̄ッ@ vin

correção monetária. Seguimos sistematicamente um jo.naj de ctiX'.llação nacional, resumindo, num apêndice, o notlciário rp.:lati vo às. varlações na correção monetária e aos aBsociados conflJ tos :t'p.àistrtbut;!. vos. Po-de-se verificar a parafernália am que: ee torno'.l o inst:i 1:U"t:0 de corre-yão monetária.no país, bem distante da idéia 、セ@ que é possível, na prática, corrigir a unidade de valor por セ@ indico gerai rill pLc-çcs "oh jet1vamente determinado", tecnicamente calculado a partir õü ciência ・」ッョ￴セゥ」。L@ e neutralizando ass1m o processo inflacionár-:i.o. Os vários

Indices de preyos, que espelharr. a inàeterninaçiio conceituõl, são mul-tiplicados em incontáveis "indices

cc

correção monetária", através de diversos expedientes, como variaâas percentagens de ür:i dp.lcs, 。イLウッ」ゥセM

das ou não ao salário r:1ín1mo ou à OHTN, que; se i.gualara Gil não ao INPC

e ao IGP, etc.

Concluimos evocando Schumpeter numa explicação 。ャエ・イョ。エZセカ。@

(7)

A Interpretação Econômica

A análise do processo de estatização, conduzida por Brunner (1978, pp. 45-86), fundamenta-se numa versão do Homem Econômico, de-nominada HAME-homem avaliador, maxinizador e enaenhoso, e desenvolvi da em coautoria com Meckling (1977, pp. 23-44).* Do Homem Econômico os autores mantêm os atributos de decisor em termos do interess"e pr§. prio e de maximizador, mas sem a onisciência sobre o universo de a1 ternat1vas de ação e os custos e benefIcios associados a cada uma delas. Logo, o atributo da capacidade ilimitada de cálculo ê 。」・ョエオセ@

do, pois a busca de alternativas - "engenhosidade" - e suas avali! ções significam uma ordem superior de complexidade no ーイッセ・ウウッ@ de ma x1mização.

O segundo pressuposto básico afirma a aplicabilidade do HA-ME na explicação do comportamento polItico de todos os cidadãos. eセゥ@

tores, jornalistas, tecnocratas, executivos públicos e pr1vados, go-vernantes e pollt1cos, maximizam o interesse próprio. As 。ァ↑ョ」ゥ。セ@ ァセ@ vernamentais traduzem este comportanento comum a todos os integran-tes seus. Não há exceções. O interesse público, os juizos morais e as avaliações éticas sao armas de combates redistributivos. O agente polIt1co ê um agente econômico que usa a riqueza própria, ou sob seu comando, para a produção de mais riqueza jogo de soma positiva, assim como para sua proteção e para extração da riqueza alheia - jQ

go de soma negativa. Maximiza-se também esta alocação.

Cabe antecipar algumas observações. Brunner e t-!ecklin:r (ibid, p. 26) salientam que o HAME não ê uma "desalmada máquina de calcular. A generosidade, o amor à farnllia, a piedade podem ser admitidos, sem

(8)

incoerência". Entretanto, エセョエッ@ na análise que conduzem do 」イゥュ・Lセ@

to na do processo ーッャャエャ」ッG。アオセ@ revista, tais atributos nao se mos-tram operativos. Os autores também indicam o construto Homem Econômi セL@ desenvolvido ao longo de duzentos aros em pesquisas que de tanto datam, por Mandeville, Ferguscn e Adam Smith, corno ancestral do HAME. Quanto à ancestral idade desta interpretação econômica do processo ーセ@

lltico, cremos que é igualmente justo salientar Roterdam (1525), mas observando que este aponta exceção, aspecto que desenvolveremos abai xo:

Em Sutla, pu-a resumir tuà:l nuna única idéia, vo1tai -vos para todos os 1!

â:ls, e VE!%eis que os papas, os príncipes, os juízes, os mgistraOOs, os

amigos, os inim1gos, os grandes, os pequenos, todos, sem exoeçao, agem

em virtude do ouro SOnal'lte. E, caro o filósofo, fora 00 estritamento

ne-cessário, cx::nsidera esterco esse netal, não é de admirar que todos

des-prezem a sua Qョエゥイョゥ」Q。、セN@

Outra observação importante é que Brunner também nao conse-gue fugir à dialética, pois vê-se forçado u reconhecer uma ambiguid! de na constituição dos governos. Como terceira proposição de sua análise podemos tomar a visão das crises pollticas como crises イ・、ゥセ@

tributivas, distinguindo-se os governos 。セ・ョ。ウ@ na instabilidade e

(9)

mantem o uso da riqueza para sua própria proteção!

A análise leva em conta os custos de informação, e os ーイッァイセ@

mas públicos se distinguem em complexos e simples nesta dimensão. Outra dicotomia importante está nos programas gerais e específicos, tanto em seus custos quanto nos benefIcios que geram. Ressalte-se que por mais gerais que sejam os benefIcios, há sempre grupos espe-cialmente agraciados. Exemplifiquemos com um excelente novo progra-ma de relações exteriores. Trata-se de um serviço público, por ・ク」セ@

lência, beneficiando todos; mas os exportadores e, mais diretamente, os diplomatas são particularmente favorecidos, os primeiros na faci

lltação dos negócios e os últimos nas abertas oportunidades de colo caça0 e promoção. Brunner relata que, durante dez recentes anos do Parlamento inglês, nenhum dos representantes formulou qualquer

pro-_ _ l

jeto de reduçao de gastos. Nao constitue surpresa quando postulamos um comportamento-HJlJ-I.E EJara rXJlíticos, eleitores e jornalistas.

O HAME não se informa er.t terr,os de direi tos e deveres do exer cIcio da cidadania, mas decide se

°

faz no ponderar custos e, benef! cios da informação. A supressão de um programa acarreta sempre o a-tingir um grupo interessado COM custos desprezíveis de infor

maçao, significando a resistência dos e1eitores-HAME que o consti-tuem: os demais eleitores só tornam conhecimento se existem benefI-cios lIquidos esperados, o que tende a ocorrer apenas em casos de programas simples com financiamentos específicos. O polItico-HAME prefere propor noves programas com financiamentos gerais e benefi-cios específicos, suficientemente complexos para afastar a atenção da grande maioria dos contribuintes. A tendência é acentuada oelo

comportamento dos jornalistas-HAME que buscam, em suas ュ。クゥュオセウL@

destacar o novo, o excêntrico, o sensacional que lhes a traem lei tores e vendem jornais.

(10)

1e-vsndo avante poucos, pois a amplitude da plataforma é um meio

enge-nn080 de informar-se sobre a extensão do apoio dos eleitores.

o.

ーッセ@

cos que cumpre lhe rnaximizam o interesse próprio, o qual depende no!. malmente da reeleição. Os eleitores, por sua vez, listam os ,candida-to.e o. avaliam em termos de custos e beneficios privadoR, vindo a influenciar seus programas ou lançar novos candidatos ge 9uas maximi .açõe. a •• im o ditarem. Cada agência governamental também busca apoio relevante em lua permanente tentativa de estender o campo em que a-tua, • oa poderes discricionários no fazê-lo, tudo na medida dos in-terea •• s privados de seus partiCipantes.

Brunner assim explica o continuado crescimento dos governos da. democracias ocidentais, tanto na participação direta, no produto e na absorção da força de trabalho, quanto na indireta em termos de regulamentações, distribuições de tributos, cotas, subsídios, e ou-tros que tais. L.tretanto, o autor tarnbém sugere a aplicabilidade da análise aos subdesenvolvidos e aos governos aberta ou ュッ、・イ。、。セ・ョエ・@

autoritários, ャ・セ「イ。ョ、ッ@ que a viabilidade de uma oligarquia depende

de adequados arranjos redistributivos entre suas forças dominantes.

A análise é reconhecidamente incompleta, mas transparece a certeza

do autor de que mudança substancial de premissa alguma será neces.5-ria para seu aperfeiçoamento e formalização maior. Há muitas 9r0908! ÇÕ8S contundentes e algumas ウオイーイ・・ョ、セセ@ em termos do histórico

pro-fissional do pesquisadorl

OI 8CDlCJI'dstas !n'pressiooam-se oan a retórica das poli ticas de estabillz!,

çio.

Não c:bstante, a realidade tx'lltica de tais programas associa-se 。ャセ@

toriamente, na tlEllior das hipóteses, às questões de macro-estabi1izaçã;> ••• (ibid, p. 62)

A análise t:a:IDém sugere, a par disso, que são i'undaJ:Tentalrrente irrelevan-tes quase todos os capítulos da teorh das macro-poUticas eo:nân1cas e

(11)

AlqumAs qualificações maiores sao necessárias 。ョエセウ@ do uso

desta análise. Observamos que é apenas o atributo da engenhos idade que evita aritmomorfia plena. Em outras palavras, a condução desta anili8e sob forma matemática encontra sua dificuldade maior na forma lização deste atributo.* Observamos também, que a despeito da per!-cia do analista, a aplicação do Homem Econômico no explicar o compor tamento pol!tico de cidadãos e qovernantes é uma redução que signif! car necessariamente, incompletude e paradoxo, não faltando um certo

sabor conspiratórl0. O problema é que o fenômeno pol!tico é bem mais rico do que o econômico, exigindo um construto que reconheça outras dimensões do ser humano. Em Silveira (1978, p. 5) lembramos uma af1r mação de Whitehead, "assassinato é o pré-requisito para 'a

absorção

da biologia pela fisica", parafraseando-o, envilecimento é o pré-requi-sito para a absorção da pol!tica pela economia.

A pequenez do construto econômico, assim como os limites teóricos para a sua aplicabilidade, ficam bem evidenciados quando to mamos um modelo de homem da psicologia. O da análise transacional é doa mais pobres, sendo-nos assim mais acess!vel. Nossa racionalidade é nele apenas a dimensão adulta da personalidade, que é vista numa trindade que ainda,inclui o pai e a criança, ou a tradição e a emo-ção. como procuramos colocar em Sjlveira (1980, pp. 249-56). セMウ・@

que o determinismo da interpretação econômica pode também ser levan-tado. Brunner o adota na análise mas, nas セオ。ャゥヲゥ」。￧￵・ウ@ da con

clusão, nega-o veementemente no fenômeno (lbid, p. 86). Usando o con ceito de probabilidade ou potencialidade qüãntica, como o fizemos em Silveira (1984, s.I1I-3), podemos pressupor um agente po11tico ape-nas com potencialidade de ação racional em termos do interesse pró-prio. Contrapõe-se o interesse público, não excluindo, a ーッエ・ョ」ゥ。ャゥ、セ@

*

O HAME pode ou, rrelhor, deve ser visto na linha de descendência da versão do

Ho-nan Eca'lêrniro desenvolvido !X'r Stigler (1961, pp. 213-25), nIvel em qoo ainda

(12)

ee

da ação emotiva ou tradicional, sendo o coeficiente· de probabili-óade uma função dos valores éticos do agente e da sociedade, dentre outros fatores não menores.

Assim, o agente pol!tico tende a usar a riqueza ーセイ。@ a ex-tração de mais riqueza, 00 também, há una pセセャZA、。、・@ de que o interesse

p6blico esteja sendo usado como arma de um combate redistributivo, etc. Naturalmente, a resultante complexidade da análise "tende" para o infinito e, mais grave, sua refucabilidade "pende" para zero. Lo-go, devemos manter a abordagem de Brunner, servindo-nos a reformula-ção do construto como um meio de enfatizar que temos apenas uma in-terpretação dentre outras possíveis e por certo igualmente plausíveis. Mas cumpre 。ーイ・ウ・ョエ。セ@ um exemplo de corno um enriquecimento mais

mo-desto do construto modifica a análise. Tomemos o paradoxo que セイ@

reconhece na constituição dos governos. Joan Robinson (1979, pp. 9-22) também pressupõe o interesse próprio, o egoismo, mas o paradoxo não é sequer evocado em vista da concomitante pressuposição da ten-dência contrária, o a1tru!smo. Seu Homem Econômico é então enriquec! do por um processo 、セ。ョッ、・@ aprendizagem, ficando seu jogo redis-tributivo mitigado por sançoes legais mas também morais, e predomi-nando estas (ibid, p. 11):

Cem a ausência de respeito pela propriedade teria sido praticanente セ@

s!vel se atingir UlI padrão razoável de vida. Nem o mais s1ll1ples

investi-nento - lavrar o caI'I\!:X> para a próxina safra - valeria a pena nurra ・ウセ@

la superior ao que um ha'tlen poderia guardar no terrpo da cx>lheita. Inpor o

nedo da p.mtção [ela força ftmciona até certo セエッL@ mas é caro, inefici

(13)

ela' posta em analogia com a lIngua, havendo uma propensao ao seu de.envolvimento na estrutura do cérebro humano. O conteúdo da cons-cilncia, como a l!ngua que se fala, é fruto de um processo de educa çÃo, variando assim com a sociedade no tempo. Em outras palavras, há o reconhecimento de um código ético culturalmente condicionado. liA moralidade é desejada e respeitada pelo que ela própria vale,

deve-se pensar que é certo porque é certo" (ibid, pp. 14-5).

...

,

Temos a caracterização do comportamento ético, não reconhecido na análise econômica comum, dada 3 sua mistura ou igual tratamento de valores,

desejos e objetivos.

Assim, apesar de filogeneticamente reduzir-se, na visão de Ro binson, a uma necessidade biológica, o comportamento ético torna-se qualitativamente distinto. Voltando ao modelo de homem da análise transacional, é na dimensão tradicional que se apresenta o comport! mento ético. E são os valores que principalmente levam à formação e manutenção de governos ou, mantendo o interesse como motivação

ú!

tima, é a sobrevivência da espécie a força marcante na constituição deles, no secular aprendizado humano de que o egolsmo puro signifi-ca extração que impede a evolução. Assim, governos são meios de re distribuição de renda, mas a isto não se reduzem. Obviamente, há in teraçio de valores com objetivos e interesses próprios, em qualquer

・NエゥYセP@ evolutivo, significando que a interpretação econômica só pode ser aperfeiçoada Gom o reconhecimento dos primeiros, talvez tomando ordenamentos independentes e irredutíveis, uma simplificação

セ」。、。@ por March (1978, p. 215). Seria uma alternativa à ヲッイュオQ。セ@

(14)

fam!-lia.·

A _téria evoc'a necessariamente wna qualificação a

par-tir da visão humanIstica de Knight. Revendo dois de seus 」ャ£ウXゥ」ッセ@

vamos

sua relutância em aceitar a discutida redução filogenética do

comportamento ético (1923, p. 88), como também uma poss!vel regres-são humana aoestâgio em que necessidades biológicas se' apresentam como fins -- significaria o suicídio, se a regressão fosse vista como permanente (1922, p. 9). O homem distanciou-se e muito do pla-no animal, -e o fato patente é que quando a forma biológica da moti vaçào conflita com a parte cultural, estética ou moral dela como mai. ou menos sempre acontece - é a primeira que cede" (ibid, p.

10). Mas a interpretação económica de Brunner está mais próxima de

um simples hedonismo do que de visões como a do "curso da história estar deterudnado por considerações materialistas". Também aqui Kn1qht se coloca com sua percepção dos fatos, "a filosofia do pra-zer é uma falsa teoria de vida; gera dor, sofrimento e tédio: estes três; e o maior destes é o tédio" (ibid, p. 15). Não é esta a ーオウセセ@

do homem comum, segundo os fatos na percepção de Knight.

Naturalmente, a condenação knightiana do Homem Econômico nada perde para a de grandes escritores, religiosos ou filósofos, aliás explicitamente reconhecidos pelo autor corno bem mais conhece dor •• da natureza humana e social do que os cientistas sociais (ibid, p. 21):

Temos aqui também algum suporte para a CXX'ldução da análise ao nIvel do

1nd1vlduo. Mas

recx:meo;m::>$

que esta abordagem é outra limitação maior, que atl!!. qe em geral e fundarrentalrrente o neoclassicisno. Basta letbrarncs a eJtergência da novidade na associação, caro brilhant:em:!l'ltc o coloca Georgescu (1967, pp.272-8).

I9flOI'ando a novidade e fazendo uso da função objetivo e das restrições de um

no-dele de prognrnação, Sinal (1964, pp. 1-22) desenvolve cxxn rruita sinpl1cidade o CXl1Oeito de oojetivo de uma organização, distinguindo-<> dos d:ljetivos de cada um 00s participantes, distinção explicitarrente negada por Brunner na análise. i.

(15)

Nessa セウー・」エゥ@ va

gica do hedcnisno: o hcr\P.lTI ゥ、セャ@ seria o hcrrem ea:nâniro, o haren

que sabe o que quer e 'O p;rs€que' cnn unicidade de prcpósito. O ヲセ@

to é,certanente, n reverso. C hctTJ:m1 econé.Tico é o egoista, cruel c:b

jeto de candenaçfK' rroral. lÜf.m disso, nós não ronferirros est.irM e

afeição baseados só ou princip;ilJr1:;ntt na ccnduta mas, bastante ゥイイセ@

cionaltrente, nas próprias irotiva,.;:c:ies, nos sent:irrentos aos quais

im-putanos a conduta.

Noutra アオ。ャゥヲQ」セ￧セッ@ maior da anilise devemos observar que Brunner parte da i l'lqua li f j Ctc1a .'1r"'? i.2:;ÚC da riqueza distribuída se

qundo o meCaniSl"lO LI" ;f.el (:dC",. A co( セG、{N\セo@ €- via governo, é este o "con denável" mecanis·Tc de rf-·c. i s !:.r Lb>n,,](" Nada hi sobre as indetermina-ções de uma dl.strlbu. ;:ãc NLLセ@ a イョ・イ」セNcI@ ; pendS, corno a

incomensurabili-dade cardinal dos iludivelmente 、ゥエッセ@ serviços "improdutivos", que

não cabe esquecer pois incluem ーイBヲ・ウウッイセウ@ e pesquisadores, além dos lndispensiveis superisores e 、・」ゥウ。イAセウ@ da produçio, etc (Georgescu 1967, pp. 291-3011. Mais importante, e mesmo se tal problema nio ィッセ@ vesse com a crescente classe improdutiva, Brunner implici t.amente ーセ@

supoe que a contribuição produtiva é uma medida ética de mérito. Mar. tendo-nos com os liberais, Kni.ght (1923, pp. 93-1031 brilhantemente acusa esta confusão .omum, cdbendo citá-lo lJe10 menos na lembrança de

que "muito antes de uma 。ーイックゥセ。￧SP@ maior ao individualismo comple-to, suas consequ6ncias ji eram r0conhecidas como intoleriveis". O ponto não é o enfatizar a カセ|ャッイ。￧ ̄ッ@ de Knight I mas sua adequada 」ッセ@

nlção: por ser reconhecida como illtolerãvcl, a distribuição segundo a contribuição prOd\lti.Vi:! I1dO paSi;;\ '.lt! uma tendência, por mais

indi-E a ゥョャョャ・イrィゥャQ、。jセ@ rj( 6 valoração incomum entre

(16)

Estara1rJs afinal lJvres para descar+ .. ,'tr todas as espécies de cost\.lJl'r.S セ@ c1A1.a e práticas eccnômicas, afetancb a riJstribuição de riqueza e os benefIcios e p.mtções ocxnêmica.s.

Noo

<.1gora os rnantenos a todo O.lSto,

por mais que セエ・ウ@ e injustos em sI IOOSllDS, porque são

trerrenda-mente úteis no prarover a aCUIT'ul ação do C".api tal.

Este "futuro", então previsto em cem anos, ocorrerá quando a acumula ção de capital tornar livre todo o atendimento das "necessidades ab-solutas", o que ocorrerá na dependência do controle da natalidade, da evitação de guerras e do reconhecimento da importância da ciência. Até lá teremos que pretender que o formoso, belo e lIcito é ileglti-mo e enojante, e vice-versa. Interpretando Keynes segundo a trindade do modelo de homem acima, é a dimensão criança da personalidade, é o 1d que florescerá com a libertação econômica, e isto em detrimento da dimensão adulta ou do homem econômico, e com a mudança completa do conteúdo da dimensão paterna ou da tradição, dos valores. Esta visão de extrema ュオエ。「ゥャゥ、。、セ@ do ser humano também contrasta com a rígida

invariância em イ・ャ。N[Zセッ@ a tempo e lugar pressuposta por Brunner. Mas

O contraste maior' na importância alri buida ao id está mais urna vez

em Knight (ibid, p. 9 :1), e este fal<=. do homem corno elr.piricamente o

via em seu tempo, não no futuro de l<eynes, "de fato, a atividade hu-mana é ,imensamente impulsiva, uma イセウーッウエ。@ relativamente automática e indeterminada a estimulos e ウオァ・ウエV・ウセN@

Do outro lado, num mesmo parágrafo e sob o que chama de "Impaciência valorativa e o simples sacrlflcioda cognição" (1970, pp. 6-7), Brunner confunde a atitude cognitiva dos que rejeitam o irrealismo do HomeP1 Econômico, "Os crIticos mostraram-se desgosto-sos com o fato das trarias ignorarem, implicitamente, as concepç6es morais ou as atitudes valorativas que cercam o comportamento humano", com a rejeição valorativa da anáUse: liA invesU.gação ウゥウエ・ュ£エゥ」。セᆳ

(17)

con-denlvel. Em outras ocasiões, levantam-se objeções contra os

reeulta-、セウ@ da análise tendo em conta bases morais e ignorando, por anpleto,

08 relevantes argumentos de orclem cognitiva", Obviamente, uma coisa セ@ tem a ver com a outra. De fato, a interpretação econômica só fi

ca consistente quando Brunner afirma que as atitudes morais são "ar-mas do combate redistributivo",

Para o entendimento do fenômeno humano e social, temos o realce dado por Knight ao papel da valoração e da emoção no 」ッューッイエセ@

mento do homem como ele é, ternos a importância da valoração no com portamento social enfaticamente salientada por Robinson. Formalizan do um pouco mais a nossa objeção maior, o Homem Econômico é ゥセゥウᆳ

ta como tipo ideal. f irrea1ista, tanto quanto o sociológico ou polI tico,

em

termos do Homem pSicológico, quer na versão freudiana quer na simplificada visão transacional. Não vimos tal formulação na ァイ。セ@

de lista de participantes do debate sobre o realismo dos pressupos-tos, acionado pelo já clássico trabalho de Friedman (1963, pp. 163--200), mas é esta a qU8stão crucial a nosso ver.*

o

princIpio da complementaridade de Niels Bohr perndte-nos manter a interpretação de tipo ideal, com a concomitante aceitação dos vários Han1nes apesar de suas inoons1stênclas, desde que 11mi tadas suas aplicabilidades de ao::n:do cem os fenéirerx:ls em ccnsideração. Um análogo físico

é

a c5eacrição do el.étron CCIlD part1cula ou caro orrla na treeân1ca quântica - Gear

gescu (1967, p. 913) e Heisenberg (l98l, p. 16-7). Esta fantlllação deixa a

desoo-berto a grotesca e ingênua troca de cx:nlenações entre ecax:.tnistas e ウッ」ゥ￳ャセ@

90S, ou entre cada urna destas "tribos" c os psicólogos, ou cienti s-tas polIticos doutro lado·· convenhamos que o comportamento des tas comunidades científicas ser.ia incrivelmente desconcertante e

i Un

ban

apanhado da 1 iteratura estã en - BolaOO (1979,

w.

503-22). Mas a ヲ・イエゥャゥセ@

de do clássico parece inesgotável, sendo o debate ma.ts recente entre Hirsm e

Marchi (1984, pp. 782-94) e Bolarrl (1984, pp. 795-7).

•• j Ve a urna interessante interpretaçao, concentrada nos economistas,

(18)

".cientIfico" se nao dispuséssemos da explicação de Kuhn (1978). Bem

· ... t .. ±JDportante, a formulação destroi a crItica de Brunner ·10 Homem

Sociológico da visão socialista (1977, pp. 31-4) e da visão liberal (ibid, 35-40). Tomando a última, em particular:

Eaaa oarbinação eclética de cx:ntraditórios blooos de ca'\Strução

cogni-tiva

(HAME,

Hcrten Sociológico e Harern PolItiooJ é caracterlstica do

diecurao liberal. As contradições ébvias

m

afastadas graças a uma con veniente divisão do discurso. O lIAME se restringe aos processos de rrer-ca&:>, o hare.rn político opera em um l'IEio em que está ausente o lucro, ゥセ@

to 6, no govemo, e o haten sociológioo se manifesta na discussão das

grardes

questões

sociai s •••

Em princIpio, todas as reduções e composições Bao precá-rias, traduzindo o estado das artes, isto é, a inexistência de uma unidade analltica no campo social. Cumpre lembrar, e não apenas co-mo consolo ou justificativa, que um fundamento lógico único no cam-po da matéria inerte é ainda "matéria de sonho", bastando a conside ração da persistente separação entre flsica e qulmica. De fato, a afirmação de que o senho tornar-se-ã realidade traduz não muitornais do que a aceitação de dogma da racionalidade do real (Georgescu ibid, pp. 212-15) e Heer (1963, p. 211). 'rambém como no desenvolvimento dos

(19)

t.portante, e nem mesmo se tal trindade é construto suficiente para セia@ teoria do comportamento social, político e econômico no nIvel

*

mais abstrato.

!

importante ainda observar que o lado empIrico da questão é bem mais sério, pois situa-se no n{vel paradigmático.

Por outro lado, os tipos ideais localizam-se nos funda-mentos lógicos da ciência, nos pressupostos da teoria ou· em suas proposições básicas, na medida em que se desenvolve a sua constru-çÃo em termos de fertilidade, generalidade, elegância, ウゥューャゥ」ゥ、。、セ@

coerência, completude lógica, etc. Quanto mais se desenvolve a ciãn cia, "mais abstratos, gerais e poderosos" são os seus CalStrutos (Mar genau 1966, p. 295), mais ーセャ￧￵・ウ@ nÃo-suscet!veis de observação compÕem 08 seus pressupostos (Georgeecu, ibid. pp. 205-6) -- não

.ão palavras de Georgescu, mas segue-se do espIrito de sua colocação.

e

certo tambêm que, formalmente, não há como testar empiricamente um tipo ideal. Segue-se a tese principal do Friedman, na afirmação de que o único teste relevante é o das implicações dos pressupostos. Assim, a asserçao de que os tipos ideais localizam-se nos pressupo! tos da teoria torna consistente a posição ヲイゥセョゥ。ョ。N@ Mas o teste formal, digamos, de conexão múltipla, Homem Econômico versus Homem Psicológico, ou esta contraposição com o construto de outra ciência emplrica,mostra a parcialidade da tese.

Menos formal e mais relevantemente, a própria introspec-çao torna patente o irrealismo do Homem Econômico na medida em que

• &1tendenos a critica de S.im:n rraiS c:x::rtD un prd:>lema de nIveis de abstração em

que \mI mesno fenâreoo é tratado. seu oonstruto, Haten Administrativo,

mantem-se substancialrrente na diJrensão raciooal da persc.nalidade hlmlaIla,

tarrbétti

abs-tra1.D:'!o as duas rotras. A resposta a este questicnamento está em ver a adm1ni!,

tração c:x::rtD eoc:nania aplicada, assim caro a engenharia é flsica aplicada. logo,

o Ifatan Ecatânico é caso limite do Hatem Mminlstrativo. セ@ perfeit:.aITcnte leg!t!.

no que a econattla não

cuioo

Cb "kl'nrhc),tl", principal preocupação do S.im:n. O

questia'lalrlento seria, aliás, total.lrente inaceitável na fIsica. Veja SilOCl'l(l984,

(20)

noa afastamos do infinitamente pequeno subconjunto de ヲ。ゥd・セ@ a par-tir dos quais foi idealizado. Apesar de" todas estas アオ。ャゥヲゥ」セセL@ pa! samos a uma extensão da análise de Brunner, focalizando o CXJ1fl1to re-distributivo no processo inflacionário do Brasil de hoje. p。イ。ヲイ。ウ・。セ@

do Hicks, acreditamos que a teoria [ esta ゥョエ・イーイ・エセ￧ ̄ッ@ econômica] i-lumina uma parte [não pequena

J

do aI vo, deixando o resto [não mui to

J

no escuro (1980, p. 208). Dentro da visão hicKsiana, a aplicabi-lidade de uma teoria é questão de tempo e espaço, pois os fatos econô micos mudam incessantemente e a ilUminação correta do passado pode ho je ser irrelevante, e vice-versa. As teorias são concentrações de atenção. Assim, a interpretação econômica concentra a atenção unica-mente na dimensão racional do ser humano, no decisor em busca do in-teresse próprio, abstraindo os comportamentos éticos e emotivos, di-mensões que podem ser da mesma ou de maior importância, na dependên-cia da matéria, do lugar e da êpoca. O porque da boa 。ーャゥ」。「ゥャゥセ@ que

vemos no Brasil de hoje é questão em que só podemos especular no 。ー↑セ@ dice.

Finalmente, nossa última qualificação maior do Brunner es ti ligada à oportunidade que sentimos em buscar a ancestralidade da anilise em 'Erasmo. Este explicitamente aponta os filósofos como ex-ceção, e se coloca como tal, enquanto Brunner implicitamente nos exi-ge a aceitação da excepcionalidade do cientista econômico. O ponto é desconcertante: a interpretação econômica é aplicável na descrição do comportamento de todos, com exceção dos cientistas da economia: Mas o ponto é óbvio, pois de outra forma nada contradita a colocação de que a análise de Brunner é pura "retórica", ou de que os testes empIricos desta ciência não passam de "armas do combate redistributivo" de seus praticantes na busca da extração de riqueza alheia セ。イエゥ」オャ。イュ・ョエ・@

(21)

Inflação e Indexação: O Conflito Redistributivo

Podemos facilmente estender a análise de Brunner aos proces-a08 inflacionários com o auxIlio de uma visão semi-monetarista que ーセ@

de ser encontrada em Hayek (1963, pp. 513-22). Poderíamos, creio que aem perda alguma para a nossa tC3e, adotar alternativamente outras interpretações da inflação, Furtado (1963, pp. 11-44) como um exemplo aplicado. Há,' aliás, uma interessante semelhança na desigualdade 、。セ@

duall カゥウ￵・セ@

n:1

inflClção. Ambas rejeitam o pressuposto da separação de processos ョャッ」セエゥカッウ@ 0 セァイ・イ。エゥカPsL@ セqョセッ@ dentre os cruciais da inter

pretação monetari",ta (3.::-,mr:t:r 1973, p. 13). Esta rejeição permite que lUllbas atribu31li o ¢LZウセGョーイ・ァッ@ à desarticulação do sistema econõmioo, ーッセ@

セ@

to ゥューッイエセャQエ・@ em nessa tr·3.balho. Há outras slmilaridadesi' mas .1 naior

exploração del.::.s l('var-no:-!a a urna digressão não compensável pela in -tegração posH{vE'l.

Para a ext"!nsão da análise de Brunnp.r aos processos inflacio nários, basta o entendimento 、セウエ・ウ@ como casos particulares, em ter mos redistr::"blltivo3, dos prccessos de estatização. A inflação aumenta a partlC?ipação do governo na economia, na forma direta ou indireta, ou em 。ョ「セウN@ r.e:.tr".: os tributos, o imposto i:1flacionãrio é dos mais complexos, apresentanuo incidência difusa e generalizada, não sendo explicitamente 、・セセュゥョ。、ッ@ contribuinte algum, nem havendo muito menos

quaisquer ações de cobrançé1. Acrescente-se a inexistência de ato para

a sua 。ーイッカ。セ ̄ッL@ muito menos de debate em parlamento, e a natureza de

seu crescJni:nto inicial, normalmente suave e reptílico. Temos um BーイセN@ grama" com custo geral e complexo, pouca visibilidade inicial e ー。エイセ@ nos quase invisíveis, pois n polêrr:ica dos economistas quanto às cau-aas da inflação confunde e cansa ati a pr6pria classe·.

*

Parec:c セGセ⦅L@ :1'23t:a c1:lr";?;-l!3i).O,

-

o wpic:o se

-

d1!:>Ungué 。セョ。ウ@ pela sua naior atra ti

vi-dade. A rr.ais IX's'3diJ ァ・NャイゥャNeセ。L[ ̄ッ@ vem, lra;icalTentc, de SUglcr (1959, p. 531),

ItA aparelhagem da econctlÚa (; llUito flexIvel: sem quebrar as regras da profis-são - rcC. f.:llta de lógica ou negação da validade da teoria tradiclcnal - uma pessoa ウセゥ」ゥeGNョエZGNャイ・ョᅵG@ esperta pode chegar a qualquer conclusão que deseje en

qualquer proble:rm real (er" contraste cx::rn problemtlS formais)".

セ@ ',;' ; .. ' ,".' .-. . Nセセ@ セセ@ ... '//\.RGAS

(22)

No outro lado da moeda, o セーイッァイ。ュ。B@ envolve urna parcela subs tancial de benefIcios específicos, 。Aセ「ゥ@ trariamente distribuídos ーセ@

las autoridades econômicas セエイSカVウ@ das alternativaG composiç5es de expansão da base monetárj,a, inc.l'ündo u despesa pública. Novamente, não há debate ou aprovação parlamentar alguma sobre a extração de riqueza através das autoridades e insUt.u.:lçues monetárias, particu-larmente no caso brasileiro. a」イ・bセセョエーNMウ・@ o "benefIcio geral" sur-gido deste aumento seletivo e discricionário da demanda e do emprego na fase inicial do processo ゥョヲャ。」ャッョeセゥッL@ com a elevaçio de preços e o aumento fisheriano de juros イ・ウセjoョ、・ョ、ッ@ retardamente ao impulso

monetário. Há assim uma tendência para o surgimento da inflação numa economia, pois o iniciar de um processo inflacionário é um progra-ma de governo HAME com custos complexos e gerais, enquanto benefícios suficientemente simples e especIficos.

O eleltor-concribuinte-HAME não dele Lama conhecimento em virtude do custo da informação セオー・イ。イ@ o benefIcio, o imposto infla-cionário que deixaria de pagar. O eleitcr-bencficiadC'-HAME já parti-cipa diretamente da redistribuição de riqueza quando nos setores pri-vilegiados, ou indir(;t.:amenle 。エNNイ。カV[Lセ@ da propaqação do Jmpulso expan-sionista. Dentre os primeiros, ]S「セ@ セ・Sエjアオ・@ para os bancos no "reoo

lhlmento" direto do imposto 1 nflacior,ário através dos depósitos ã vista, lIquidos do compulsório e QPセᄋエセ。ウ@ compulsoriedades, como em-préstimos seletivos 」[[Lセ「ウゥ、ェ。、ッセ[N@ l\'1f'iw. os governantes-HAME sempre

ganham suporte num inIcio de processos inflacionários, maximizando seus interesaes próprios. A BャョヲQRセゥッMィ・イ。ョ￧。B@ de fins de governo 8

exemplo tlpico desta セ。ウ・N@

(23)

ex-22.

ce.aiva emissão monetária, via subsIdios "ü d('spesas do governo. Mas

a reversão do processo pOtle o<:=orrer sem mudanças polI ticas, assim co-mo nem todas mudanças a エセ。コ・イョN@ Existem outros aspectos. A maior con!

ciência da aceleração 、ッセ@ preços 。ェオウセオ@ ,g expectativas dos agentes

econômicos em geral, reduzindo os ganhos reais ou exigindo maiores e-miEsõcs para mantê-los·. Estas acentuam o processo e reduzem o Impeto dos governantes que o conduzem, dada a maior desarticulação do siste-ma econômico e a ゥョ」・イエ・セA@ assim produztda em suas carreiras pol!ti-cas. Concomitantemente, ocorrem aumentos da oposição dos contribuin-tes-HAME, que veem acentuados os 「・ョセヲ■」ゥッッ@ do se informarem. A dila-tada impopularidade do programa atrai outros governantes e políticos--HAME para a sua extinçãc

Trata-se de um"! conjugarJ'ão ck forças que pode trazer a rever-são do processo, mas ・ウエLセ@ esbar: ,1. na '- p':l.dçno doutros HAME, em

virtu-de do virtu-desemprego que, Lセッ|G。ュ|RZョエ」[L@ エ[[\[エセ|G\NZ@ :Jr:'c1estinado a ocorrer nos se

toree artificialmente ・XセャュオA。、」ウ@ dural:te 3 セセ・ャ・イ。￧ゥッ@ inflacionária.

Agravando-se o desemprego, a nova con')\l(,FlÇ;lO de forças dos maximizado res do interesse próprio pode desaguar em nova fase de expansao. Te-mos assim desenvolvida llr:ia explicação para a "polltica" de stop-and--go

em termos do processo de'.::isóri o dos agentes econômicos todos. Os セ@ -and-go são pontos de inflexão do pnxxssso inflacionário 」ッイイ・ウーッョ、・セ@

tas a renovações de pactos de poder dos agentes-HAME. セ@ propcnsio a inflaciona;.: contrapõe-se a aversao ao risco crescente da avolumante desarticulação da economia de um lado e articulação da oposição de outro. Revertido o processo, ュ。ョセNヲ・ウエ。Mウ・@ crescentemente o antes embu

tido desemprego, reartlculando outra oposiçio a avolumar-se na

resis-*

Veja, para o caso brasileiro, Silveira (1973, [p. 113-40). Este artigo foi

reti-rado do caltextO da tese de doutorrurento (1971), posterionrente publicada em ーッイエセ@

(24)

tinc1a a deflac1alar. Temos a caracter.1.zação de urna instabilidade ュ。」イッセ@

conômica, com origeM na interface dos processos pollticos c

econômi-COSo

! no embutido desemprego que Hayek acusa a desarticulação 」イ・セ@

cente da economia. A emissão excessiva gera demanda nos beneficiados setores, efeito temporário pois cessante com o retornado controle mone tÃrio de uma polltica desinflacionária. Mas a temporária mudança na composição da demanda significa o desvio de recursos para o seu aten-dimento, isto

é,

urna temporária realocação de trabalho e capital na economia. Esta realocação de trabalho, ou absorção de desemprego ini-cial, é o emprego artificial ou o desemprego embutido, pOiE fadado a manifestar-se quando da recuperação do controle monetário- o ーイッ「ャセ@

ma é obviamente o mesmo para o capital. セ@ claro que os reajustes da alocação de recursos às mudanças na composição da demanda vão ocorren do com mudanças de preços relativos, incluindo salários e juros. As-s1m, o choque desinflacionário significa urna mudança da composição da demanda, dos preços relativos e da alocação de recursos, com 、・ウ・ューイセ@

90 e capacidade ociosa dependentes do "gradualismo da política", e da intensidade e duração do processo inflacionário. O grau de desarticu-lação da economia pode ser セゥウャオイョ「イ。、ッ@ como a "distância" entre as du as posições de equil:brio geral, isto é, o reajuste do setor real ao passar a economia da inflação corrente à estabiltdade de preços·.

Há que se qualificar e completar esta interpretação em várias dimensões. Pode-se 、・ウセョカッャカ・イ@ o racioclnio alternativamente a セjイ@

de descontroles fiscais, ou de excessivos investimentos de empresas セ@

tatais gerando capacidade ociosa, nó utilizável com preços elevadaMen te subsidiados, interpretação que nos aproximaria do atual caso brasi

(25)

24.

le1ro segundo Furtado, como indicado acima. Mais importante é a evi tação de uma visão mecânica da economia a pendular entre inflação e estabilidade de preços, como se não houvesse inovação no setor real ou, ainda, pressupondo a reversibilidade delas. Lembrando Georgesc'..1., há histerese e novidades, há custos reais permanentes, e também pOSai

veis ganhos. Por exemplo, o recente investimento brasileiro em papel e celulose nos parece que se enquadraria n08 ganhos, pois o subsIdio, com a emissão que fosse, era o que se mostrava temporário. Â primei-ra vista, pelo menos, eprimei-ra caso claro de atendimento apenas do custo de implantação, incluindo a penetração de mercado, pois a operação envolve intensivamente recursos antes ociosos. O oposto certamente para o setor nuclear.

Há que se reconhecer os setores indiretatnente beneficiados pelo processo inflacionário. 'remos os casos clássicos de "efeitos" da

inflação" de Alchian e Ressel (1962), com o imposto inflacionário be neficiando bancos, setores ゥョセ・ョウゥNカッウ@ em capital em detrimento da in

tensividade em trabalho, etc. ;·las cai:'t' destaque, em vista do.caso bra-sileiro atual, para o crescimento relat.ivo do setor financeiro. Nos-88 interpretação vai multo a16m du imposto inflacionário, colocando--8e no terna geral do,; efci tos da ゥャュ「ゥイセョ」ゥ。@ eo::nômica na estrutura das firmas. Podemos usar o HAI>1E, se bem c:ue a adição da racionalidade ウAセ@

têmica de March (ibid, pp. 201-4) enriqueceria a análise. Inicienos com outro caso brasileiro, bem simples, a repressão dos sindicatos de 1964 a 68, sua reduçno a, digamos, instituições recreativas e de as-sistência até agosto de 77, e seu ressurgimento a partir de então.

(26)

qando à sua quase-desativação na medida em que percebe o horizonte da repressão. Segue-se n:ativação hrusca quando do ressurgimento doe sin-dicatos, ou mais suave na medida em que a engenhos idade - o setor e! tratégico da firma - antecipar a mudança dos rumos ambientais. Temos a estrutura interna das firmas acompanhando a arrbiência ou, mais so-fisticadamente, em mudança interativa com ela. Joguemos agora uma ゥセ@

flação rápida e oscilante de duração quatro vezes maior. As オョゥ、。、・セ@

financeiras das firmas crescem em recursos, quantitativos e qualltat! vos, e em poder decisório, em detrimento das unidades outras ーイッ、セ@

ção, mercadologia, etc. - na medida da percepção da duração do pro-cesso e da grandeza da instabilidade, percebida e já vivida.

Vemos セ。ャ↑ョ」ゥ。ウ@ ou floress8ncias numa bem maior ge pendência I!

lativa das unidade financeiras. -Jemc3 a engenhosidade-HAME a

superdi-mensioná-las, tambê-m em termos do que !')eri.dID ou do que virão a ser quando da restauração da ・ウエセ「ゥャゥ、￵、Hセ@ de preços. Temos aqui, como

an-tes, as 、オ。セ@ posições a sinalizar o qrau de 、セウ。イエゥ」オャ。￧ ̄ッ@ da econo-mia, desarticulação potencial no sentido de Hayek - desempregq e ca-pacidade ociosa predestinados a ocorrer, criados na fase expansionis-ta do processo, mas rranifesexpansionis-ta.'1do-se, vindo à tona, com a contração. Cbvi!!.

mente, a distorção não se restringe às firmas. Consumidores, ou os ci dadãos-HAME em geral, desenvolvem o seu lado financeiro num claro e crescente desvio de recursos reais. Ao contrário dos casos 。ョエ・イゥッセL@

temos agora claramente perdas sociais, pois os recursos estão sendo usados para uma adaptação ao processo inflacionário, ou uma interação com êle.

(27)

manutençÃo da produção num processo inflacionário ・セゥァ・@ este superdi

mensionamento do sistema financeiro.

E

o correto para a inflação, a produtividade privada dos ←GNァ・ョエ・セ[N@ aSf.'irn o determina; mas significa a

queda da produtividade da econonici, pois trata-se de uso de recursos ditado pela inflação, como que desperdiçado nela. Gudin o colocou bem I é a masturbação financeira. Por outro lado, não esquecendo a

hiaterese e a novidade, o fato do sistema financeiro reduzir-se filo geneticamente ao lado financeiro dos agentes não impede que sua cons tltulção e desenvolvimento signifiquem mudanças qualitativas, irre-vers!veis muitas. Loqo, a reversão do processo inflacionário não im-plica na reduçÃo do sistema ao que seria se não houvesse a inflação.

I. iminência de sua redução é I aliás, um importante componente da

re-sistência a deflacionar dos HAME que o constituem.

2 bem transparente a hipótese de que os irregulares ciclos "stop-and-go" têm suas duraçce,-j e extensões dependentes da instabili dade das regras redistributiva3 do paIs, envolvidas em seu ウゥウセ@ le ga1

e

institucional. Corno vimos, quanto maior o poder discricionário de· autoridades-HAME, maior é a sua f1.exibilidade na redistribuição cbs beneficios, tanto entre as forças dominantes no governo, quanto entre oposições já existentes ou emergentes, rFtardando seus movimentos e luas articulações. F quanto mais ?mplas e bem providas as agências セ@

vernamentais, maiore:; os montante;; assim redistribuIveis, como tam-bém o campo de manobra da engenhosidade-HAHE. Resulta o crescimento relativo do governo, segundo Brunner. Obviamente, não se pressupoe ーZャセ@

(28)

aumentan-40 o custo de lnformaçbo dos ciria830s-!L'\ME e assim retardando suas i1:"

-

.'

t1culações e oposiçoes •

Obviamente, também, nao se pode pressupor que a ・ョァ・ョィッウゥ、。、セ@

-HAME

deixe escapar セ@ natureza dialética da inflação e à sua multiFl!

cidade de medidas. Un,a ação-HAME, abf'?rta a todos, autorid"'des,

slndi-catos e empresários, é o uso convenientemente alternativo das セセL@

de acordo com o que se quer ーイッカ。セLG@ ou füzer crer. Os diferentes

movi-mentos dos Indices mais gerais abrem boa flexibilidade nesta linha. Acrescente-se aqui o enprego das COlhecidas técnicas de mentir com estatís ticas. Uma segunda linha da ação-HAME, também aberta a todos, é o questionamento das medidas existentes, seus métodos de observação, ヲセセ@ mulas e abrangências, na tentativa de mッ、ゥセゥ」£Mャ。ウ@ para0 beneficia-mento próprio. Os erros de definição, e as arbitrariedades sempre ーイセ@

.

sentes, abrem invariavelmente espaço para investidas tais, mas a açâo é conduzida como se os problemas ヲッウセ・イQ@ dpenas das medidas existente';;,

Uma terceira linha de ação-HAME é a falsificação direta ou indivetaccJ dados, esta mais aberta às autoridades. Em sua indispensável obra, セ@ -genstern apresenta urna bem ・カゥ、・ョ」ゥセ、R@ 。セセャゥウ・@ da falsificaçio, セセイ@ procuramos atualizar e aplicar ao caso 「イ。ウゥャ・ゥイッセョッウ@ já citados tr,,-balhos que geraram eFlte artigo. l\. omi3são e subtração de dados urr.bém

aqui se colocam.

As três linhas de açao poder:! ser vistas como parte do estudo dos ーイッ」・ウN\NZZッセ@ decisórios sob ambiguidade. March (ibid, p. 217), por exemplo, indica um outro aspecto da questão em seu "problema da clare za ótima". Tomemos um fenômeno complexo, comportando descrições alter nativas e igualmente plauslveis. O estabelecimento de medidas 」ャ。イ。セ@

*

Poder-se-ia acrescentar o orçarrento das empresas govemalrentais, mas ressal-vando-se sua diferente natureza, ITESITO que nos aproxirre.rros, por exerrplo, de urna

-:2-são

l.angeana de uma econania socialista de serviço (lange, 1946-7, 9.134). A

(29)

e セAヲゥセ@ de desempenho, nestas condições, pode levar os agentes a ações inúteis, ou mesmo perver.sas, no セヲ ̄@ de obter boas notas, não im-portando o que venha a acontecer cün aspectos do fenômeno que não es-tão sendo medidos. Sal.:i.eritemos que a potencialidade inexiste na inter pretação econômica comum: o estahelec1mento das medidas leva os 。セ@

tes-HAME a ações inúteis e perversas para a consecução de boas notas. Um segundo exemplo pode ser visto em Simon, este focalizando a açao--HAME na fase de fixação das medidas. Trata-fie da deturpação do proce!

80 de substituição de objetivos globais, ambíguos e abstratos, par

sUb-objetivos tangíveis e o:>peracionais, lia formulação também poderá ser influenciada, sutilmente ou não, pelos interesses particulares do deci

li

sor e por seus desejos de poder (1984. p.122l. x Nossa elaboração sobre o liAME face à dialética das ned1das de inflação ficou ainda Jncompleta pela não consideração das diferentes teorias, interpret-.açõet=l ou simples visões do fenômeno inflacionário. Es

te é outro capítulo, adicionanão nova dimensão ã ambiguidade considera da, e assim estendendo QャQ、・ヲゥョゥ、。セエ・@ as oportunidades para o engenhos2 -HAME. A questão está 、ゥイ・エ。ュ・ョセ」@ ligada à multiplicidade de medidas, mas a nova dimensão está no jogo--flAl'-:S do desvio e direcionamento da atenção pública para distintas caUSilS do processo inflacionário. Assim, no Brasil recente, o usual embaralhamento da opinião pública com a tradicional polêmica em torno da inflação de demanda, de custo ou es-trutural, incorporou a realimentação セ・ャ。@ cor.reção monetária, a visão expectacional ou inercial, como também a especifica identificaçãç causas em eventos vários, e.g., os choques do petróleo, as taxas de ェセ@ ros domésticas e inter;1acionais: os subsIdios e os produtos agr!colas, os aumentos de preços de produtos importados e também dos exportadores,

05 deficits governamentais, os salários ou os sindicatos - até mesmo

antes de 197i!

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rada pertubação dos d"ldos econômicos*. Ocorre o aumento do custo da ln formação e da dificuldade de cálculo no processo decisórlo-HAME, retar dando-o e dificultando coalizões oposicionistas. Da mesma forma, a lns tab11idade institucional e legal dos países エ。セィ←イョ@ atua no sentido de expansões mais longas e intensas. Logo, os subdesenvolvidos se desta-cam na duração e intensidade dos processos inflacionários, pois se dis tinguem na instabilidade e na ambiguidade, nesta por terem suas econo

mias menos conhecidas, facilitando ou reduzindo o custo e aumentando o

beneficio do negativo jogo-HANE.

Esta colocaç?io nao cobre apenas pequenos ciclos stcp-and-go, estendendo-se obviament.e aos mais pronunciados processos inflacia'lári08, com sucessivas acelerações e desacelerações ao longo de tendências mús persistentes. A explicação també:il abrange desenvolvidos e subdesenvol-vidos. Observamos a mesma conjugação de forças dos maximizadores do in teresse próprio result.ando em inflaç'.3:o lenta I mais frequente nas es

truturas mais estáve.is e 」ッイGhB」ZゥN¢セウ@ '-os desenvolvidos, ou levando às

usuais inflações rápidas das est ruturdS subd.esenvolvidas. Finalmente, a expJ j ci',ção ainda alcança os processos ・ウエ。ァヲャセ@

cionãrlos. O maior uso da riqueza ーaイセ@ ・クエイ。￧セッ@ e proteção significa seu menor uso para produção. E quanto menor este uso ou jogo de soma positiva, tanto menor. é a taxa de crescimento, podendo ocorrer ・ウエ。ァョセ@

ção, recessão ou depre[;são durante a fase i.nflacionária do ciclo.

Acn.>s-cente-se o desvio e perda de recursos no crescimento do sistema finan-ceiro, não se podendo esquecer ainda que o jogo de soma negativa tam bém pert\IDa a ambiênci0 de negócios, com a keynesiana redução dos in-vestimentos privados tornando ainda mais prováveiS as fases

estagfla-*

E claro qm vúrics debatt'J e pJlêrnicds são legí tilros, mas tud::l fica reduzido à

rero

(31)

セゥ。ウN@ Por outro lado, há obviamente outras forças atuando em sen-tido contrário nos subdesenvoi.-/idos t como as melhores oportu.'1iàades de

investimento e 09 mais significantes saltos qualitativos da イ・セッ@

natural da população econômicamente ativa, no melhoramento do seu peE fil de instrução. As.iim, não se /Jade C':'oncluir sobre maior probabilic':a. de de estagflação nos subdesenVOívidos.

Pode-se, entretanto, concluir q'le a correção monetária am-plia e prolonga a expansão inflacinnária através da exacerbação dos conflitos redist.rHm4·ivos, torr.ando ilssjnl mais provável a ocorrência

de estagflações ou mesmo hiperinflações. O jogo de soma negativa se acelera, tanto na linha de extra cão d.; riqueza alheia via ganJlOs Lセ@ .. flacionários, sendo o imposto inflacionár ia apenas um caso ー。イエゥ」オャセL@

quanto na proteção dd riqueza próprie através da tentativa de evita-ção de perdas inflacionárias. Assalariados usam seu tempo, conhecimen to e demais recursos, particularmente seus sindicatos, num esforço de pelo menos manter seu poder aquisitivo médio. Associações de fixrres no sentido inverso: aULf"ntam os r.ecursos reais, bens de capital e mão-de--obra, alocados paril esta bal.ganha, alimentando o jogo de sorna ne9atl

VA. A indexação de salários tcrn? mais patente a importância dos frá-geis índices e a compreensão de suas fragilidades, ou a desconfiança de suas falsificações ou ambas, realimcntando o negativo ェッァッMhaスセL@ e podendo induzir as partes à construção de novos Indices para melhor se armarem no combate redistributivo.

O mesmo processo, r.om similares perdas sociais, reproduz-se nas interfaces de cQnSumi<:8res Ec firmas, nas relações interfirmas e

no governo com todos, particularmente com os contribuintes. Mas nao se pode esquecer o combate interno セョエイ・@ as próprias agências ァッカ・イセセ@

mentais, nem outro, talvez mais importante para os ウオ「、・ウ・ョカッャカセ、Hェウヲ@

(32)

in-flaclonirios, sem qualquer produto social. Ternos alocações e realoca-çõea que se constituem em causas para custos crec;cente:! da ョエゥカセ⦅、GSQHG@

produtiva, realimentando o processo inflacionário.

Por outro lado, na medida em que a correção se generaliza, cristalizam-se mais rapidamente as taxas ou a tendência ゥョセャ。」ゥッセ。L@

com expectativas cada vez mais compartilhadas pelos agentes econômicos. Movem-se os preços relativos ao longo desta tendência mantendo-se a viabilidade do processo produtivo, mas com crescentes custos sociais. A correção torna assim mais viáveis as maiores e mais prolongadas ta xas. Mas a aceleração não é nula. Os custos reais crescentes levam, por exemplo, a perdas no comércio 1nternacional, exigindo 、・ウカ。ャッイゥコセ@

ções reais, midl ou aceleração das minis, que se constituem em suces-sivos choques a realimentar o processo. Tais choques são' diferentes, portanto, de choques isolados e genuinamente exógenos, como o do pe-tróleo. Mais importantes ウ ̄セ[@ as pe::das セ・@ controle sobre recursos, em

termos reais, que as autoridades e agências governamentais experimen-tam com a inflação mac.ura.

(33)

·produção de adub:>-p:!pel", ou para exportaç,ses.

A tese de アエ[セ@ a correção vialU.iz:::. taxas de inflação maiores e realimenta 08 processos através de choques de oferta vem sendo 「セュ@ estabelecida. Parece-nos que nosso adendo de que faz o ュ・ウセッ@ através da exacerbação dos conflitos redistributivos, além de エッイョセイ@ mais ーイセ@

váveis e acentuar fases estaqflacion5.rj.as, já foi suficientemente ex-pJicado, mas pede a ᄋセvG@ denciação empírica. Entretanto, cumpre antes lern

brar que a instabilidade das regras redistributivas tende a 」イ・セイ@ nu

ma interação dinâmica com os conflitos, podendo desaguar em movimen-tos de força, como qolpes de estado ou revoluções. セ@ uma alternativa a seu arrefecimento através de novos pactos de poder, na conjugação

·doa interesses privados ・ョカッャカゥ、ッセN@

Há que também salientar ainda, nestas recomposições do pac-to de poder que tendem a constituir-se nos ponpac-tos de inflexão do ーイセ@ cesso, que a correção t.raz mais r0f;) "tência fi desinflação particular-mente em virtude do p::-oble'11;! ,}.:-: .':: :',(;:: J:.,: セNZZQL[ ̄ッ@ dos reajustes. A 、・ヲ。ウセ@

gem destes significa ー・ョセ。ZLIM」M\jキNlッLG@ Jli ei イセゥュ・ョエ」@ arbitrários não

im-portando se a desinflação envolve co!"reçe·:;,s fracionárias ou nulas. セ@ claro que o problema também existe rolS ,§ menor. na ausência de um

sistema generalizado e legalizado de 」セイイ・￧SPN@ A experiência brasile1 ra de 1964 mostra a st.:a. importância no 。、ゥ。セBャ・ョエッ@ da contração monetá-ria, evitando-se um processo redistributivo em favor de funcionários, em virtude dos イ・。ェオeエセウ@ ocorridos logo após a revolução, "corno os 5a

Referências

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