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1198103399 11111111111111111111111111111111111111111 j '---~~
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C A P I T A L ,
-. NONOGRAFIA DE ~1ESTRADO
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',odri gues
15/02/74,
I'
~ _.~_.~----.--"..--
.-~--Ori~ntador: Prof. Joib Carlos Hopp .~ Fundação GetulioVal'!las
Escola de Adminisnção FGV de Empresas de 5110 Paulo
Biblioteca· "
T ít'ulo: "política de'ü í ve de n do s :e' Custo de 'Capital".
,
.Aluno: Alberto Jose Rodr1gues Alves Ori~ntador:Prof. Joio Carlos Hop~ 'Banca:, .Pr of",
Prof. Prof. Aprovada: Reprovada: R'efater:
Roberto Siqueira Costa Wladimir A. Puggina Joio Carlos, Hopp
1974. ,
. ~.
.' ..
'nm,":l'i
~TNDICE
Introdução
PARTE 1: O Modelo Te5rico de Modigliani-Miller
PARTE
2:
CrTticas ao Modelo deM-M
PARTE 3: O Estu~o Emplrico de Brigham-Gordon
PARTE 4: CrTticas ao Estudo deB-G
PARTE 5: Adaptação do Modelo de B~G a um Setor Especlfico d~ Economia Brasileira
PARTE 6: Comp i)açã o e A p1ic a ç ã o d e Da dos PARTE 7: An~lise e CrT~ica.
...
dos Resultados' PARTE 8:. Conclusão./ Bibliografia
INTRODUÇÃO
Em 1958, Modigliani e Mi11er lançavam as bases
t~~-.
ricas que iriam criar ~onsideriv~l pol~mica em torno do real va ,lor da alavancagem("lev~rage")na formação de'umaestrutura de, 'capital ideal,i~to ~, uma es~ru~ura que min~mizasse o custo de
'capi tal da empresa .. A tese defendi da não era p ro p riamente uma novidade, pois Durand ji tinha 'anteriormente exposto um tipo de. anâlise de cus tQ'decapi ta 1, chama d a "abordagem dos lucros 1í-qu ido s. operacionais", que le v av.a aomesmo,resultadopr.itico ,da tese ~eM-~, entret~nto, a ~xposição 'te~rica d~ Durand não ti~
, .' . . .
nha jus~i,ficati~a compottamental :e foi logo colocada de lado" .sendo, substi tuida pela "ab or-d aqem tr adic ioneL''<qu e era bem mais
plauslvelemtermos priticos •.
~."
O
gr~nde' m~rito deM-M
foi o de criar, al~m da estru-tura te~rica; uma jus~if~cação comportamental dos investidores' com relação ao grau de alavancaqem eao custo de capital da em-presa, mostrando, queeste~ltimo seria totalmente inde~endente do t pr í me t r o . Como complementoã
sua tese,1,1-t·1 lançavam, em 196~,' um se 9 un d o est u do, no q u.~1 d e f e ng.iam a i r re 1 e vân c i a da 'p01,ític a' de divid~ndos.na formição do cu~to de capital da empres~.r
fi-til dese ent~~~er,a~igação entre ~~ 'dua~ teses pois sendo, ,/
retenção délucros uma forma de financiamento• , da emptesa• I e .do o custo de, cap t ta'lvl nd cp en de n te da estrutura de capi~tal
9 u n d o H -1,1) ,nada ma; s l~ 9 i co do' que -não h ave r i n f1uênc i as
. . .' '. .
a sen-
..-(se-
•.
dosI:
I
dividendos sobre'o custo de capital.
Nossa,monografia de mestrado versari especifitamente, ,sobre a tese da irrelevância dos dividendos defendida por Modi~ ,gliani e Miller e procura~emos coloei-la numa forma clara e
se-queneial,apresentando in1eialment~ u~a discussão e erftica dos' princfpios te~rieos, em,seguida um 'resumo doimpdrtant~estudo
empTrico de Brigham e Gordone~ finalmente, os crit~r;os por
-3-n5s
adotados paraum
teste empfrico feito na Bolsa de Valor~s ~ SiDPaulo. Gostarlamos de agradeter a todos os que nos auxilia-ram de alguma ~qrma, especialmente nosso ori~ntad9r, professor João Carlos Hopp."'~
.
--
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'./
r
I
I
I
I
,
I
P .t\RTE.,
o
MODELO
TE5RICO
DE MODIGLIANI
E MILLER
1.1 PrinclpiosBisic6s da Tes~
~
r
i~portante estabelecermos algumas definições e pri~ cípios bãsicos para que nao haja mã interpretação de .certos ter mos. Assim, temas que:. , a) '.H e r c ad o .d e Capitais P e rféi to: e a que 1eo ri.d
e
nenhum compra ..... . ~ ..
-dor, vendedor ou emissor de tltulos e bastante grande para que suas transa~ões tenham um impacto apr~ciivel s6bre o
preço dominante .e onde todos os participintes tem aces~o as. informiçõesde modo igual esem qualquer. custo eondeas em .presasfo~necém todas as informãçõ~s relevantes a respeito .d e sua s açõ e s . .A 1em di s s o) não eY. ; st e m ta x a s d e c o r r eta 9 et:1 , ..
im p o s tos d e t ra n s f e r
ê
ncí a o u o u t ro q u a 1 que r cus to d u r a n t e as transações ou emissões de titulos. Tambe~ não exist~ dife -r e n ça de. im p o s to d e r e nd a e n tr e 1u c r os dis trib ul dos e. r e t i -dos. ou eritre dividendos e:ganhos de capital.b) Comportamento Racio~al: significa que o investidor prefere sempre. mais riqueza ~ ·menos e, alem di~so·,
e
indiferente·quanto ~·forma que o incremento de sua riqueza toma: paga -m e n tos . e-m dinheiro ou um aumento no valor de mercado de suas ~
açoes.
c) Certeza Perfeita: implica em completa segurança por parte de cada investidor em rel~ção ao futuro programa de investi mentos e corrente de lucros de cada empresa. Em face a esta segurança, podemos simplificar o problema colocando apenas uma fonte de fundos para a emPresa, qual seja, a emissão de
-novas açoes.
.-5-,"O preço de cada açao deve ser aquele
no qual a taxa de retorno (dividendos +
va10rizaçio por cruzeiros {nvestido) em
~ada açio seja o mesmo por todo ri Merc!
do, em qualquer intervalo de temp o dado 11 '
Feitas e~tas consideraç6es, estamos em condiç6es de
e~tabelecer o princ{pio Fundamentãl da Avaliaçio que, aceitas~
hipEteses citadas acima, pode 'ser assim enunciado:
Matematicamente, temos:
dividendos + valorização
=
taxa de retornopreço
Simbolicamente, temos:
=
dividendos por açao pagos em dinheiro pela firmano periodo t
j
Pj(t)
=
o preço (ex-dividendo em t-l) de uma açao da firmaj e no inicio de t
•
k(t) = taxa de retorno dos .í.nv e st ido r es , independente de j
logo:
/,"et;
d.{t) +
J
!~,1~\.
()
''J, .o-
"Jl-P .(t+1) - P. t -' k (t ),~- A
J ,J. -\ ~'~
Pj (t)
( 1 )
ou aind a: Pj (t)
= __
1.:.--_,', + k (t)
(2)
para cada j e para todo t
Assim, pelo Principio Fundamental, haverã uma açao
..
var o preço das açoes com retorno superior a k ea baixar.o pr~
. . ç o das a ç õ e s c om r e t o r n o TnLe.r_to.r:-a-k...Vamos a 9o r a ,d e nt r o .d a s I
hip5t~ses ji. estabelecidas, mostrar como
M-M
concluem pela irr~l 1e v
â
n cia dos JLvj_d_e.o.d.ocS-.Vamos p a r t i r. d a equaçã o (2) e e s t a bel g. cer uma relação para o valo~.global da·empr~sa. Assim, fazendo:
n(t)
=
o nfimero de açoes. registradas no inlcio de·tm(t+l)
=
o nfimero de ações novas vendida~ durante taopre-ço ex-dividendo P(t+l). Vamos eliminar o Tndicej I
pois o raciocTnio
i
g~ral e vale para qualquer em.presa;
logo: n(t~l)
=
n(t) + m(t+l)e: V(t·)
=
n ( t ) P(t)=
valor total da e~presaem tO(t) = n(t) .• 'd(t) = total de dividendos pagos ·durante ti'
• "f' •
aos acionistas registrados ~o lnlClO
de t
e,~eescrevendo a equaçao (2)~ ap~s multiplici-1a por'n(t):'
,.
v
(t)=
'
00·· •[o
(-t.) + n ( t ).' P (.t.+1) ] ., + k(t) . .
ou ainda: V(t)
=
__ ,__
.." [0(.
t). + V(t+l) - .m(t+l) • P(t+l)]1 + k(t)
(3)
.~ '.
pe'aexpressãoacima~,vem~s ps 3 elem~ntos bisicos I
.CS
u e a 1 te roam V Lt-)J..,-=1u e são:'O (t), V ( t + 1) e m (t+1 ) •P (t+1 ). P a r a mos t r a r que V (tr
i~e p e n d e d e O (t), v amos e x p r e s s a r1'.·--\1
/"'7
m ( t + 1 )... p (t+ 1 ),_ em t e r mos d e O (t) e sub s ti tu ir mos e~. As-sim, se I(t)
i
o ·nlvel dado de investime~tos da firma noperlo-do e se X(t)
i
O lucro lTquido. total da firma no perfodo, pbde- .,'-7-mos dizer que o total de capiial 'externo requerido seri:
m(t+l). P(t+l) = I(t)'- [X(t) - D(t)] (4)
e substituindo (4) em (3), temos:
V{ t) = 1 [X(t) - I(t) + ~(t+l)J (5)
1 o{- k(t)
Como nem X(t), nem I(t) e nem V(t+l) dependem de D(t)
podemos afirmarque o valor da_.empresa V(t) independe da
dis-. c ., _t r i b u i_ç_ã_o"""""C"d_e~d.i vi. dendos em t, D
(t)~~ã
cil~-;'
t';~d-;';---p-õrqu e--..-..'lV
-.,'.•.
·Z
r;
V(t+l) não depende de D(t) ,pois ao investidor que for comprar~. um titulo em (t+l) pau/co importa o que jã foi' d istr lbuid o
ante-riormente mas importa, isto sim, qual a futura corr~nte d~ ga-'
nhos que elepoderã obter, a qual, em nosso mundo ideal s . ele jã
. '.
conhece perfeitame~~e~ Assim sendo~ ji que proyamosa indepen- .
dênti a de' V
C
t ) em relação a D (t), Pode riamos pelo mesmo p ro c e s-so provar ~ue V(t+l) independe .de D(t+l), que V(t+2) independe
. de D(t+2) e assim por diante, infinit~mente. Por out~o lado, cc
mo V(t) depende deV(t+l) e este de V{t+2) e assim por diante,'
podemos concluir por ~aciocinios sucessivos que V(t)independe
totalmente da politica de dividendos atual e futura • Dai
con-~cluimos que o preço da ação no mercado e o retorno do acionista
ri~
independentes
da poiTtica
de dividendos
da em~resa
a q~al
'
fe torna, obviamente, irrelevante na formação do custo de
capi-~ta1.
Segundo M-M, esta, a~~im como outras proposiç6es em
Economia, e"õbv;a desde que você pense ne l a :". Antes de tudo,'
ela não passa de uma reafirmaçãodoprincipio geral de que nio'
e
há· 11i1us6es .fi n an c eiras 11 num amb iente '~conômico perfei t~raci ~nal e que valores são determinados apenas por consideraç6es
re-ais- n~ste caso a força de ganhos dos ativos da firma e sua PQ
litica de invest~mentos - e nio pelo modo comb os frutos da· for
ç~ de ganhos SãO lIempa~otados~ para distribuição.
t
I-8-1.2 As Abordagens para Avaliacão
Segundo ~-H, u~a das razões Qara o desacordo quantooo 1 u 9 ar d a p o1i tic a d e d i vi de n dos
,(e_
O_~;I
~_pa ~ 11 Pr ob 1e m a do que11r ea1me nt e11 c apital i zamos inv e s ti d o re's q u and o compr am a cÕe s .Di
.
-zemos "a p a r en te " porque, apesar de dife rir ern algo na ep a ré n ct a externa, pode-se demonstrar que as.~ abordagens "clâs sic a s " na
teoria econ~mica sio perfeitamente 'equivalentes, emterrnos de resultado final, ao nosso Principio Fundamental da Avaliação re presentado pela equação (1). Apesar de tudo, vale a ·pena discu-tir as abordagens "clãssicas" ptincipalmente pe la s novas linhas
de ataque que elas abrém sobre alguns problemas d6s t~stes em~I ricos.
As principais ·abordagens que encontramós na literatu-ra sao:
1) a abotdagem do fluxo de caixa descontado
2) a abordagem .dos ganhos correntes mais oportunidades de in _ vestimentas futuros
3) a abordagem da corre~te de di~idendos
4) a abordagem da corrente de ganhos
Em primeiro lugar, vamos dar outra forma
i
equaçâo0)
que facilitarã os trabcilhos de comparação. Supondo-se, por sim-plicidade, que a taxa de retorno k(t)
e
constante em qualquer4 .
temos:k(t) • k
e, fazendo-se t
=
Ona ~quaçao-
(5):V(O) = 1. [X{O) - I(0U + 1 V (1) (6)
1 + k· 1 + k
-9-Como a equação (5) vale para todc t, podemos
expres-sar V(l) em termos de V(2), o .qual pode ser expresso em termos
de
V{3)
e assim por diante ate um período final arbitrãrioT.
Executando-se estas substituições:
T,..J
[X
(t) I(t)]V(O) = E 1
-
+ .1.
V{T)
(7 )t=o
( 1 + k)t+l ( 1 + k)T
e, f a zen d o - s e T-I-CO , a ~qu aça o (7). p ode s e r e s c r i ta:
T-1
. [
l
-. 1im
í:
1 • . X(t) . - I ( t)J + 1im 1 • V (T)T+co
t=O
(1+-k)t+l
T-I-~ (1+ k)T
(8)
mas o último termo
ã
direita tende a zero no limite e a equaçao(8) pode ser simplificada para:
V(O) = .L 1
---~~
t=O (1
+k)
t+ 1 :[X (
t) -I (
t )] (9 )1.2.1" A Abordagem do Fluxo de Caixa Descontado
Este modo de determinação do valor de uma empresa e o
que c o n sí der a a corporação como uma grande' e complexa mãquina
que gera entradas e sardas de caixa. ~ um m~todo bastante
apli-"
cado na avaliação de investimentos dentro da impres~. O valor
fica definido co~o:
T-1
• [R(t)
O
(t)]V(O)
=
L 1-
+ 1.
V(T)
( 10)t=O
( 1 + k)t+l ( 1 + k)Tonde: R(t)
=
corrente das entradas de caixaou abreviando para T-+-o:>
co
[ ~(t) - O(t)]
V(O) =
r
1t=O ( 1 + k)t+l
Entretanto, podemos dizer que:
X(t )
-
I (t ) = R(t) - O(t)( 1 1 )
A afirmação acima
e
vs r d a d e ir a se "entendermos todo o lucro da.firma num perlodo, X.(t), como sendo dinheiro em caixa e todo i!
ve s ti me n t o c omos e n
9
o s a i d a do di n h e i r o doca i.xa •.tIe s teâ
n 9 u 1 o ,e
evidente que a diferença X(t) - I(t) seri necessariamentei-gual ao resultado do fluxo. de caixa no p~riodo (t). Logo, a
e-quação (ll)
e
formalmente equivalenteã
equação (9) e aaborda-gem do fluxo de caixa descontado. e uma implicação do Princlpio
Fundamental de Avaliação para mercados perfeitos.
. '1.2.2 A Abordaqem das Oportunidades de Investimento
Do ponto de vista do investidor, esta
e
uma das maisinteressantes abordagens ao valor de uma empresa, alem de propi
ciar uma a nà lis e nu'íto tiitil das relações .entr e valor e'cresci
-mento que interessam especialmente ao pesquisador empirico.
Suponha que uma empresa ten~a a oportunidade de inve!
ti r, em t , um montante I (t) cruzei ros. Para faci 1 i tar
o
desen - ,volvimento matem~tico, aceite a hip5tese de que tal
investimen-to gera uma corrente de· lucros liquidos a partir de (t+l), e
dai para frente p e r pe tu amen tes segundo a taxa constante r(t) p-~!.
cento de I(t). O valor presente de tal investimento ser~
repre-sentado por:
I(t) . r(t) - k . (l+k)-(t+l)
k
e o valor presente de todas as oportunidades futuras
-11-V(O)
=
.uQl
+ E t=QI (t) r(t) - k . (l+k)-{t+l)
k
(12)
-timento sera a soma:
co E t=O
I(t) . r(t) - k . (1+k)-(t+1) •
k
#
Adicionando-se a tal valor o lucro sobre os ativos atualmente
possuTdos pela firma,
X(O),
temos uma expressão para o valor dafirma:
00
k
r
possível demonstrar que tal expressão pode serper-feitamente obtida da nossa equação (9), fazendo-se algumas subs
tituições
.
que, embora fãceis, são tediosas e portanto não as fa.-remos (Vide Ap~ndice). Logo, podemos concluir que tamb~m a equ~
ção .(12) ~ uma consequ~ncia do nosso PrincTpio Fundamental da
Avaliação.
Podemos retirar algumas'conclusões interessantes da e
quaçao (12), a primeira. delas se refere
i·
import~ncia da re1ação de r com k para a avaliação da firma. Suponha que, para de-o
terminada corpora~ão, tenhamos r
=
k e portanto V(O)=
X(O)/k ,ou seja, não importa quanto, como ou onde a firma irã colocar
novos investimentos pois seu valor atual não serã alterado.
Ve-mos, portanto, que k deve ser o crit~rio (ou taxa) de corte na
a nâ lis e de novos investimentos e que a firma. só terã um "cresci.
mento de capi ta l " se as suas oportunidades de investimento
pro-piciarem um retorno r>k, pois, no caso inverso em que r<k, a
e-quação (12) nos mostra que a firma se desvalorizari com qual
Quer nova aplicacão e tanto mais quanto mais for investido.
1 .2.3 A Abordagem da Corrente de Dividendos
Sem d~vida, trata-se da mais popular abordagem ao pr!
, .r •• ',., " '''; .
-~7ê~r~;:;'~F"f
~tF'SfE:(!.~"J)f~~~!<;Y.f'~~?~_:).·.~.:,t,',~.:!·,~r"t.J)
"
'·';ét,i..·,·.':,;~',·,·r·","·t'"t"'>"·>-/~,.~.Ú!)L~·:··5/--:~'{i;.~\'~~·,·.:~Sb\i~~·f.-f~~'.:;i',..."f';;':jit',~,)-,,,%-~:&~fr'fà<-:di_;:j~:~~~i..'<'~;)l.$ - .,íít~i#..•.~"í~~ ;i'ri' '" ~(<M~jsg,\; ·~I<'*&~e;,4é~ttt+ftlrtlt?\t·",,1
gem de ocultar o verdadeiro papel da polltica de dividendos,ft1a
~ inteiramente v~lida e fundamentada em nosso Princfpio de
Ava-l ;açã o. In f e 1 i!-i;le n te, ess a a b o rda9 em 1e va
ã
j
m p r essão d e que.como o investidorest~ comprando um fluxo de dividendos e como
la pol)tica de dividendos afeta esse fluxo, tal politica deveria
4ser importante para o preço da ação, contrariando a tese da
ir-;relevincia de M-M. Propriamente formulada, o valor corrente de
uma ação ~ definido como o valor descontado da corrente de di~i
dendos a ser pago nesta ação, ou seja:
P(t)
=
Ea=O
d'( t + a)
(1 + k)a+l
( 13)
-multiplicando-se ambos os lados pelo/numero de açoes existen
tes, obteremos uma expressa0 do valor total:
V(t) = E
a=O
Dt(t + a)
(1 + k)a+l
(14 )
Se considerarmos que nenhum financiamento externo
tomado após o perl0do t, temos:
-e
Dt{t+a)
=
D(t+a) = X(t+a)-
I ( t+a)e, substituindo na ( 14 ) :
00
V (t)
=
E X{t+a)-
I{ t+a}a=O
(1 + k)a+le para o valor presente, t
=
0, temos:v
(O) =E
1
.. [X (
a) -I (
a )]a=O (1 + k)a+l
expressa0 que ~ igual
ã
nossa equaçao (9), j~ deduzida doPrin-clpio Fundamental. Para completai
°
raciocfnio, vamos conside-rar o caso em que existe financiamento externo e, para tanto,p~
-13-demos reescrever a equaçao (14) da seguinte forma:
V(t1. = 1 • [Ot(t) +
1 + k
E
°t(t+a+1) ] (15)a=O (1 + k)a+l
Mas, a somat5ria na expressa0 acima pode ser escrita
como a diferença entre a corrente de dividendos para as açoes
registradas em (t+l) e a corrente de dividendos para as açoes
emitidas em t~ ou seja:
00 0t(t+a+l)
E
a=O (1 + l)a+l =
C'-
~(t+l»)n (t+1 )
00
E
a=Q
°t+,(t+a+l)
(1 + k)a+l
( 16)
Por~m, da equação (14), n5s sabemos que a somatEriaro
lado direito da exp~essão (16) ~ exatamente V(t+1) e a equaçao
(15) pode ser colocada como:
v(
t) = _1_ .[o (
t) +(Í -
m ( t+_ l-,-l_!:.Lt~..U'\.
V (t+1)l
1 + k' \. n(t+1) P(t+1»)"
'J
ou:
V(t) = 1 • [O(t) + V(t+1} - m(t+1) . P(t+1)] (17)
1
+k
A equação (17) ~ id~ntica a equação (3), da qual n5$
deduzimos as equações (9) e (12). Fica assim demonstrado que a
abordagem da corrente de divid~ndos não passa de uma
consequ~n-cia do nosso Princlpio Fundamental da Avaliação, em 9uaisquer
situações de financiamento considerada (interna, externa ou mis
ta).
1 . 2.4 A Abordagem da Corrente de Ganhos
Esta ~ uma abordagem muito discutida, chega~do mesmo
Segundo M-~!, o erro mais comum ~ o de considerar esta aborda~cm
co~o sendo apenas a soma descQntada dos ganhos 1uturos totais,
esquecendo-se de c?nsiderar o custo que onerari o capital adi
-cional necessirio para manter a futura corrente de ganhas no
seu n, v e 1 e s p e c.i f i c a do". O c a p i tal a s e r 1
e
v a n ta dó em q u a 1 que rper,odo futuro seri igual a
rei)
e o seu custo de oportunidade"seri k% por perlodo ~eguinte. O valor corrente da firma sob
es-ta abordagem pode ser colocado tomo":
00
.
[X(t)"-00
I
(a) ]
V(O) = L 1 L k
.
( 1B)t=O
( 1 + k)t+1 a=O
~--".
e, reagrupando-se a equaçao ( 18) :
00 00
[a~t
V(O) = L 1 X(t) L " k
.~J
t=O ( 1 + k-)t+l t=O ( 1 + k)a+
"v
(O) 00CIO
[~
l
= L 1 X(t)
-
L 1 • L k .q
t}t=O
(1 + k}t+l "t=O ( 1 + k)t+l a=O ("1 + k)a+1J
(19 )
" e, como" a lilti ma somatoria reduz-se a r(~)," temos:
00
[X (t) r(t)]
V(O) = L 1
.
-
(20)t=O ( 1 k)t+l
+
.•.
A expressão (20) ~ id~ntica i nossa equaçao (9) de on
de podemos inferir, portanto, que a abo~dagem da corrente de
9!
nhos
i
uma outra forma d~ representação do ~rinc,pio Funda~ental da Avaliação.
r"
Chegamos, portanto, a uma conclusão fundamental na tese de M-M que e a de que a irrelevância da polrtica de
dividen-dos persiste em qualquer uma das 4 abordagens clissicas ao
pre-ço de uma ação. Daqui para frente, faremos algumas considera
ç o e s im p o r t a n te s a r e s p e ; to das "re 1 ações entre ganhos , di vi de
-15-dos e taxas de cresci8ento, problemas empíricos e, finalmente ~ aos problemas de incerteza e de imperfeições do mercado.
1.3 Ganhos, Dividendos e Taxas de Crescimento
1 • 3 • 1 As Taxas de Crescimento Constant~
Se bem que este caso tenha pequeno interesse empr~i
-co,
elee
extremamente conveniente para propósitos ilustrativos. Para desenvolvê-lo, considere que em cada periodo a firma
tem oportunidade de invéstir I(t) em ativos reais e que esta
quantia representa C por cento· dos seus ganhos totais. para o p~ ríodo e que este investimento produza um retorno perpetuo de r, a partir de (t+l). Assim:
li!l
=
X(t)=
X(t-l) + r.I(t-l)C
=
X(t~l) .[1
+c.r]
ou: .
X(t)
=
X(O) . (1 + C.r) tou:
.•
I(t)
=
C.X(O}.(l + C.r)t ( 21 )Vemos que (C.r) representa a taxa de crescimentO cons tante dos ganhos totais e substituindo ( 21 ) em ( 1 2) :
()C)
.(1
C.r)
t (l+k)-(t+l)V(O) ==
r.lQl
+ L {r - k}.
C.
X(O).
+.
k t=Q , k
V(O)
=
!WU
k [
1 + C. (r - k) • ~
!Í
+ C. ~t ]1
.
+k
t-O\ 1 + k(22)
\'(0)
=
rJ..Ql
. [1
+ C{r - klJ
k k - C.r
V(O)
=
X{O} .1]
-
C} (23)k - C.r
A expressa0 (23) nos d~ o valor corrente da empresa
em função dos ganhos correntes., da taxa de crescimento dos
ga-nhos (C.r), da taxa int~rna de retorno (r) e da taxa de retorno
do mercado (k). Por outro lado, a equação (23) ~ vâlida para tQ
do t e, se X(t) est~ crescendo a uma taxa (C.r), segue-se que o
valor da ernpre s a , V('t) , tamb sm estâ crescendo' naque la 'taxa.
Vamos agora deduzir uma outra equação, a partir da
(22), e que tem a vantagem de ser mais realista e interessante
sob o ponto de vista da pesquisa empfrica. Para tanto, assuma
que as oportunidades especiais de investimentos são possiveis ,
.não em perpetuidade, mas 9urante um intervalo definido e igual
a
T
~erlodos. Dessa forma, a somat5ria na equação (22) variar~de t=O at~
t=T-l
e, substituindo-se e simplificando-se:V(O}
=
liQl .
k {
, +
C.
(r -.k} .[1 -(,
+c. ~\
T
J }
k -
C.r \1
+kl
J
(22a)
Por outro lado, se (1 + C.r)/(l + k) for. prôximo da
unidade e T não for muito grande, podemos dizer que:
[
il_2-~~lT
1 + kJ
;; 1 + (C.r - k) T
logo: (k - C.r) . TJ .
v (
O) -XlQl
+' C • X ( O) • k• T (22b)
-17-Essa exrressao pr~tica nos mostra que o valor corren-te d a f irIn a
e
i9 u a 1 a o va 1o r dos 9an h os dos a t i vos c o r ren t e s po~ suTdos mais o valor de mercado da oportunidade de ganhos espe -ciais multiplicada pelo nGoero de perTodos que ele deve durar.1 .3.2
°
Crescimento dos Dividendos e das Lucros TotaisUma quest~o de grande interesse
e
a do cre~cimentod~ dividendos e preços por aç~o sabendo-se que os ganhos totais e o valor da firma crescém segundo(C.r).
Vamos defini'r os segui~ tes elementos:•.•...•
g
=
ta~a de crescimento dos dividendospo~ açao, i .e.:O(t) = 0(0) • (1 + g)t
b
=
fraçio dos lucros totais retidos em cada perTodo:O(t)
=-
X(t) . (1 - b)d
=
C-b=
total de capital ixterno levantado por perTodo_,e~ press~ como fração dos lucros no perTodolO
°
valor presente da corrente de dividendos para os a-cionistas originais sera:-00
~}t
0(0)
" L (1 +
=
D (O } = X(O}.
(1-
b} (24)t=O ( 1 + k)t+l k
g k g
-
-Pela abordagem dos dividendos- nos sabemos que a equa-çao (24) deve ser i~ual a V(O). Portanto, podemos igualar (24) com (23) e obtemos:
x (
°) .
(1 - b.) = __X(:l.-.:0-...L)--=--=.[
1 _-_-...l..(..;;..b+--.:d-L)J~
k - 9 k - C.r
mento dos dividendos por açaoe do preço por açao:
1
b
9 = C.r. - d.k.
1 - C 1 - C
(25)
Vamos'considerar algumas alternativas- e seus
resul-tados:
a) financiamento interno exclusivamente: este caso implica em
que tenhamos; d=O e b=C e, substituindo-s~em (25):
g
=
b • r 1 b1 - b
o
k 1
1 - b
ou: ~) g = b •
r-...
assim, a taxa de crescimento dos dividendos e preço por
ação, nesse caso especial, coincide com aquela dos ganhos
totais e valor total, e ~ proporcional; taxa de retenção
b. Em todos os outros casos, 9 seri necessariamente menor
que b.r.
b} r<k e b=O: isto implica em pagamento total de dividendos
e taxa de retorno interna menor que a taxa de mercado. Co
mo teremos d=C, substituindo em (25 ):
C r 1 O C k 1
g =
.
-
.
.
1 . C 1 C
.•.
!C
.
(r-
k) com r< k9
=
1
-
Ce, portanto, g<O (ou seja,' negativo). Isto implica numa I
diminuição gradual dos dividendos e preço por açaoainda
que br seja positivo.
c ) b = O e 1'>k : n es te c a s o te remos d = C, e:
-19-9
=
C.r.
-
o
-
C k' • 1]
-
C 1-
C9
=
C (r-
k ) com r > k-
C4
este resultado implica que 9 serâ positivo mesmo quando a
firma paga todos seus ganhos em dividendos, ou seja, haverã
um crescimento dos dividendos e preço por açao no tempo.
1.3.3 Anâlise Sobre o FinanCiamento I~terno Como Onica
Fon-te de Fundos
Vale a pena analisarmos com mais cuidado o caso em~e
o fin~nciamento das, oportunidades de' investimento ~ fe1ta extlu
sivame~te com recursos i~ternos (retenção de lucros), ~or ser
este u~ caso extremamente popular na literatura, tanto nas abor
dagens te~ricas como nas pesquisas emplricas.
Conforme" acentuam Modigliani e Mi,ller, a sua popular!
dade se deve especialmente ~facilidade Be manipulaç~o matemãt!
ta do modelo e a criação prâtica de equaçoes para regressoes li
~eares.
o
problema que ,surge ~ bastante sutil e tem levado noengodo muita gente que,por causa dele', tem defendido a existên
cia de uma polTtica ~tima de d,ividendos, mesmo no caso de mere!
do perfeito de capitais. No ~ntanto, ~ ficil~ de compreender a
questão se nos le~~rarrnos que na abor~age~ das oportunidades de
investimento (ltem 1~2.2), o valor total de uma firma dependia
da relação entre r e k e que k seria o crit~rio de corte na ava
liaç~o de novos projetos. Portanto, ao fazer a sua anâlise de
investimentos, a corporação pOderâ recusar os projetos com r~k
e o montante I(t) seri, consequentemente, uma funçio' da 'taxa i~
terna de retorno, o que, por outro lado, definiri o total a ser
fundos ~ exclusiva~ente os ganhos da empresa. Essas inter-r~la-ções descritas acima' tem levado a muitos defenderem a exist~n _ cia de uma pol,tica. ótima ce dividendos quando
.
o que existe,na verdade, ~ uma pol,tica ótima de financiamentos deoendente de r.A
afirrnaç~o final ~ que, neste caso especial, a polTtica de .dividendose
indistinguTve1 da o011tica de financiamento, e es-ta ~ltima ·sim tem papel relevante para o valor presente de uma corporaçao.1 .3.4 Ganhos da CorDorac~o e Retorno dos Investidores
' .'
Dentro da estrutura teórica de 'H-H, ~ posslvel achar
re s po.sta para um pro b lena de interesse da Economia e que
e
o de saber lia relaç~o precisa entre os ganhos da empresa em. qualquerperrodo, X(t), e o retorno tot~l para os acionistas durante
a-que 1e i·nter v a 1o ••.
Para tanto, consideremos que:
0t(t)
=
X(t) - b.X(t)=
.X(t) •.(1 - b)são os dividendos recebidos durante o intervalo e seja Gt(t) o ganho de capital em t e igual:
pois sabemos que a taxa de crescimento do preço por aç~o ~ a r,~
ma daquela dos dividendos por ação. Usando-se as equações (25) e (23) para substituir 9 e V(t) e,após as s imp lt ftcaç êe s , nos achamos que:
(1 - b) + g. V(t) (26)
(27)
-21-~".-~~..
""
.:1:-a) Se k
=
r: ent~o verificare~os que (27) passa a ser:ou seja, se a f irrna n a o tem o p o rtunt d a d e s especiais de c r e s
cimento ent~o o retorno do investidor ~ 'igual .ao lucro da
-corporaçao.
b) se k'< r: ou seja, uma corporaçao em crescimento, verifica
mos que o retorno dos acionistas sera maior que os lucros da
firma durante o interva·lo.
c) se k > r: nes~e caso.os acionistas terão retorno inferior
. aos ganhos da firma.
1 . 3 . 5 Implicações Para Testes Empiricos
Apõs todas essas deduções, notamos um fato que
pode-rã, ã primeira vista, trazer problemas para os p e squ isado re s e~
piricos. Acontece que temos 2 diferentes (porem não
independen-tes) medidas de crescimento e .que são (C.r) e 9 e nada mais jU!
to que indagarmos qual a melhor delas. Cada uma deras po de râ g.!:.
rar.uma da~ seguintes li~has de açao na pes~uisa:
a) .pensarmos em termos do. p~eço da ação, dividendos por açao e
da taxa de cresci~ento dos dividendos por açãd (g);
b) ou analisarmos em termos de val.or total da firma, ganhos to
tais e da taxa de crescimento dos ganhos totaii (C.r).
Hodiglian~ e Hiller preferem a segunda 'forma pelas
facilidades que proporciona. no uso de certas variaveis como ala
vancagem, politica de d~'videndos e tamanho da firma. Por~m,
de-vemos enfatizar que ambfts abordagens são absolutamente equiva
-lentes, sendo a ~scolha entre elas uma mera questão de experi
1.4 po11tica de Dividendos e Incerteza
Ao analisarem o problema da incerteza, ~-M reconhecem
que o Princlpib Fundamental da Avaliação, ~epresentado pela
equação (3), não pode mais Ser considerado como v~lido, pelo m~
nos na forma como foi proposto. O prob1e~a da aleatoriedade das
~. . .
variâveis futuras cria um impasse na compreensão do significado
do fator de.desconto [l+k(t)] -1 que pa s s a rà a descontar uma dís
tribuição de probabilidades de retornos posslveis. Se, para
fu-gir ~ realidade, consider~ssemos a função de utilidade dos in
-ve~tid6res como do tipo universal linear, terlamos uma salda
brilhante que seria a de considerar a esperança matemâtica das
variãveis aleatórias córnoo valor representativo delas ea equa
ção (3) poderia ser reescrita:
v
(t) = 1. . •[o
(t)1 + k(t) . . ..
+ n(t) . P(t+l)]
e estarlamospre~ervando toda a teoria desen~olvida. Mas nao hã·
razão para acreditar que assim seja, e a lógica nos indica que
o fator de desconto
[1
+ k(t)]. -1. dever â: ser afetado pela maior ordem ~osmomentos da distribuição de ret~rnos (funç5es deuti-lidade não lineares).
Se bem que nao exista uma estrutura teórica que nos
determine o valor da empresa dentro de um contexto de incerte
-za, poderemos, pelo menos, p~ovar que a polftica de dividendos
-nao e um dos fatores determinantes de~se va)or. Para tanto,
V!
MOS iniciar generalizando o postulado inicial do Corn~ortaGento
. Racional pela introdução de dois novos conceitos:
a) Racionalidade Imputada: um indivl~uo possu~"racionalidade
imputada~ se, na formação de expectativas, ele assume que
todo outro investidor no mercado:
19) ~ racional no sentido de preferir mais riqueza a menos,
nao importando a forma que o aumento de riqueza .tenha;
. ,
-23-29) imputa racionalidade para todos os outros investidores.
b ) R a c ; o n a1id a d e S; 1i1etr ic a d e 1-1e r c a do: o r·\e
r
c a d o c o m o um to d osatisfaz ao postulado da "racionalidade ·si!i1etrica" se todo
investidor se comportar racional1i1ente e i1i1putar racionalida
de ao nercado.
Algumas observações .~ão fiteis na diferenciação. entre
a racionalidade simetrica de mercado e o postulado usual da
ra-cionalidade:
a)
o novo postulado coore a escolha comportamental do indivi-duo assim como suas expectativas sobre o comportamento dos
outros investidores;
b) o postulado e uma de~laração sobre o mercado como um todo e
nao ápenas sobre o comportamento individual.
r
fácil .de se ver a utilidade da racionalidade sime-trica pois, sem ela, um investidor racional poderia adotar me
-didas lIirracionais" se acreditasse que os outros componentes do
merca~o não. se comportariam racionalmente: Por outro lado, exi!
te a possibilidade daquilo que r·I-IA denominam "b o l sEes " de.
espe-culação, onde um investidor racional individual compra um
tftu-lQ que ele sabe estar sobre-valorizado, na· esperança de revende
lo a um preço ainda maior antes que a "bê lna" estoure •. Apesar
disso, .nada nos leva a crer que os IIbolsõestl·sejam. capazes de
alterar o comportamento medio de um mercado de capitais
organi-zado e o postulado d~verã manter sua utilidade, pelo menos em
anãlises de tend~ncias a longo prazo.
1 .4.2 A Irrelevância da politica de Dividendos Apesar da In
certeza
Para essa prova, consideremos um mercado que obedeça
m as; d
ê
n t i c a s (p o d e s e r urola lin i c a fi rm a em· d ois 11e x p e r im etitos 11diferentes sobre dividendos correntes) e cha~emos 1 e 2 a cada
uma. Por hip~tese, os ganhos totais e investimentos serio
id~n-ticos a partir de t
=
O e os dividendos a p a rtir de t=
1 :~ 1 (t )
=
~2 ( f) para t = O·
...
00T
1 ( t)=
T
2(t) para t = O·
...
00Õ1 (t)
=
Õ2(t) para·t = 1
·
...
00Sendo que, os lndi ces i n dí cam as fi rmas e o acento i
n-dica valores futuros pr ob ab tl
Is
tt co s • Vamos v e r qual seria, p~.-.
ra os investidores correntes, o valor de cada uma das empresas.
Sabemos que o retorno da firma 1 deve ser dado por:
(28)
Mas, a nossa equaçao (4) ~ v~lida ji que nao passa de
uma identidade c o ntâb il , e d aI":
(29 ).
e, substituindo (29) em (28):
(30)
.•.
Para a firna 2, podemos che~ar atrav~s de racioclnio
anãlogo:
Cono por hipótese ~l(O)
=
~2(O) e Tl(O) = !2{O),res-ta-nos analisar V1(l) para ambas empresas. Pela racionalidade
sim~trica, os valores Vl(l) e
V
2(1) devem depender apenas dOs
-25-futuros ganhos, inve stine nto s e dividendos 'do p e rTo d o 1, sendo
que estes ~lti~os fora~ consi~erados iguais por' hip~tese nl(l)=
=;)2(1), logo .\'1(1)
=
\12(1) e:e, j~ que o retorno ~ o m~smo, a racionalidade requer que o
va-lor corrente das duas firmas sejam iguais:
embori haja diferença (ou não) 'noS dividendos de ambas no perTo
~Ql.
Por racioc;nios sucessivos ~ poss;vel avançarmos para
mostrar quelJ.(2), V,.(3), \7.(4), etc .... são iguais e
indepen-1 1 .
dentes das distribuições de dividendos nos respectivos perio,
dos~ Por substituições sucessivas, podemos conciuir que o valor
~ente ~ inafetado por dí f ér e nças no pagamento de di vid en d o s
em gualquer per;odo futuro ~ dai, que a politica de dividendos
~ irrelevante para a determinação dos preços de mercado, d~da a
politica de investimentos.
1.4.3 .O. Conteudo Infornacional dos Dividendos
Uma aparente c ontr adiçâo parece surgir ~m nossa
pro-va ariterior quando sabemos, da ex~eri~ncia.pr~tica, que uma mu-,
dança na pol;tica de dividendos costuma afetar o preço da açao
no mercado ·(âs vezes, de fo~na scns;vel). Tal fen~meno; no en
-tanto, se deve ao que r·l-t·' ch ama r am de "conteudo informacional
dos dividendosu
- e a alteração de preços se deve ao fato dos
in-vestidores encarare~ umam~dança na politica de dividendos· como
alguma perspectiva nova da ger~ncia em relação a ganhos futuros
e poss;veis investi;nentos lIespeciais",
basea-da na alteração de ~e~spectivas futuras de ganhos e crescimento
. .
e não
--
n a 111u d a n ç a pu r a e s im P1e s da p o lf.ti c a de----.-'-~"'-'-~...;..d i v id e n dos.E
bemposslvel que os investidores possam-se enganar nas suas inter
-p r e t açõ e s, oU 1:1e sf.1O e s t a r e1.1 s e n do" m a n i p u1a dos 11 p e1a 9 e r e n c i a ,
.
.
por~m isto não trarã nenhuma contradição
ã
tese da irrelev~nciadesde que se possa ad8itir a reversibilidade dos preços quando
40S acionistas carrem na realidade da situação.
1.5 politica de Dividendos e as Imperfeições do r-iercado
A transposição da tese de'M-M para o mercado real de
capitais, com suas taxas, imposios,.boatos, in~rcia e muitas ou
tras "imperfeições", não ~ feita sem alguns' problemas que os
autores tentam resolver atraves de um me~anismo comportamental
.dos investidores', denominado "efeito clientelafl
, o qual ajudarã
~ a ma nte r a i ~ r e1e v'ân c ia dos d i v ide n
a
o s me s m o emri
os s o c o m p1i c a-) do mundo .rea 1.
Como esta transposição
ê
considerada, por muitos aut~r e s , o ••p o n t o f r a c o" d a te se' d e r·1-
r-1,
v a mos a n a1i s a r c o m c u i d a d o,a argumentação, pois ela nos trarã subsTdios importantes para
futuros estudos emp;ricos. Basicamente, podemos separar a argu-mentação em duas afirmações principais:
a ) de to das .as i n
li
m e r as" im p e r f e i ç õ e sti dom e r c a do, s õ d e vemcontar 'aquelas ~ue' in1luenciam a poli{ica de dividendos de
uma forma "sistemãtica";
b) o efeito de "clientela" tende 'a e qu t lib ra r o mercado como
um'todo, de tal maneira que o comportamento global se
apro-xima muito ao do merca.do perfeito.
A primeira afir~ação procura nos alertar contra a inu
tilidade de tentarmos analisar
e
testar a influencia de todas as"imperfeições" do mercado real. Do ponto de vista da
irrelevân-~ia da polftica de dividendos, sõ interessam aquelas anomalias
que façam o investidor dar p r efer-enci a "s iste nà tic a " a divid e
n-,,
J. rl~.~_ .,
~ -4·
"
-27-dos c o r r e nte s i em lugar de ganh ..os de capital correntes (ou v ic
e-versa). Vãrias são as pequenas imperfeições que leva~ ~ uma ou
outra das pref~r~ncias (ex.: taxas de corretftgern, oscilação de
preços, etc.) por~m, de acordo com M-~, os efeitos são desprezI
veis ante ao efeito do imposto de renda, que representa, sem d~
"vid a , a maior a n oma lia "sistemâ tic a " do mercado real. A grande
diferença de taxação entre ganhos de capital e dividendos,
ten-de a separar os investidores em grupos que, dependendo do tipo
e tamanho da renda pr68ria, prefiram "sistematicamente", ou
ga-nhQs de capital, ou dividendos ou uma relação determinada entre
ambos.
A segunda afirmação e a de maior interesse prãtico,
pois estabelece um mecanismo de e~uilfbrio do mercado real.
r
6bvio que cada inve~tidor ter~, por razoes pr6prias, uma certa
prefer~n~ia por determinada razão de pagamento den~ro de umacl~
se de risco, o que criarã una certa distribuição de preferên
cias dos investidores. Se a distribuicão de pa~arnentos das fi~
mas integrantes do mercado coincidir com as ~referências dos i~
vesti dores haverã, para cada empresa, um? certa "cl ie nte l e " in..;.'
teressada especialmente no binômio risco-pividendos daquela fir
ma em particular. Para efeitos de avaliação, uma "clientela"
se-ria tão boa e 'racional quanto qualquer outra, o que implicaria
numa criterio uniforme para todo o mercado. Portanto, nio inpo~
ta qual seja a polftica' de dividendos de uma empresa, haveria
sempre uma "cIi entel afi interessada em sua razão de pagamentos ,
porem, determinando o preço de sua ação atraves de' um criterio
baseado no reto~no total (divi~endos + ganho~ de capital) e no
risco. A argumentação ~xposta acima, s5 falharia no caso em que
a prefer~ncia dos investidores se concentrasse em uma das extre
midades da distribuição de preferências de pagamento, o que não
nos parece razoãvel aceitar "a priori".
Para terminar a nossa apresentação da tese de
Modi-gliani-ililler, v a mo s transcrever o ultimo trecho do artigo no
qual os autores defendem a tese da irrelev~ncia da polltica de
tiOs investidores, entretanto, tão
ingenuos eles possam ser quando
entram no ~ercado, aprendem alg~
mas vezes da experi~ncia e
tal-v~z,
ocas·ionalmcnte, da leiturade artigos como estell •
-29-P/\RTE 2
CRITICAS
r~o
~;()DELO DE '1-11Entr~_o~,,-~ig~gue criticam a tese da ir.releyi_n~ia
de dividendos, não encontramos nenhum que contivesse uma obje ~
ção s~ria ~ estrutura te6rica, para mercados perfeitos, montada
por 1-1-;-1. Oados os 3 postulados b âs ic o s : mercado de capitais per.
feito, comportamento racional e certeza perfeita, o ~~~so
Prin-crpio Fundamental da Avaliação tem total apoio l6gico e
compof-tarnental, e, as f6rmulas de avaliação dele derivadas; podem ser
consideradas como inatacãveis e conclusivas qu~nto ~
irrelev~n-cia de dividendos.
Na passagem para
----
o mundo real, onde a incerteza e asuimperfeiçõesll ocupam importante lugar,
ê
onde se concentram asprincip~is crrticas ~ tese de M~M. Vimos, no final da PARTE 1,
que '0s a u t o r e s d is c u tem e p r o põe m sol u ç ã o (e fe ito 11C1 i e n te 1 ali)
para os problemas da realidade do mercado de capitais, de tal
forma que a tese da irrelev~ncia persistiria em termos de com
-portamentoglobal do mercado e retornos a l~ngo prazo para o i~
vestidor. Daqui para fr e'nte , vamos analisar os argumentos con
-tra a irrelev~ncia, porem, nao repetiremos as defesas propostas
por r'1-f1.
2.1 Incerteza, Realidade e Dividendos
As propostas contrãrias a tese da irrelevãncia podem
ser divididas em duas partes:
-a) aquelas que se referem ao mercado perfeito, porem com incer
teza quanto aos ganhos da firma;
b) aquelas que se referem ao mercado real, com todas as suas
Estamos interessados, primeiram~nte, no Ttem (a) das
propostas de relevância. Entende-se por mercado perfeito com in
certeza, aquele no qual não existe as hipóteses de custos de
transação, taxas d~ corretagem, flutuação de preços, impostos e
onde a polltica de investimentos da firma ~ dada como fixa. Por
outr o 1ado, a 'ince rte z a a tua sobre os ganhos da fi rma , que não
s e r ã o m a i s 11da dos a b sol u tos 1/, e sim uma d i st r i b u iç ã o p r o b a b i 1
i
2-tica de possíveis ganhos"futuros.
lintner classifica a incerteza em 3 estãgios
princi--pais:
19} Incerteza totalmente ideal: e aquela situação na qual a
in-formação necessária para formular a distribuição de probabi
lidades dos eventos possíveis, edistribuida uniformemente
entre todos os participantes do mercado
e ~
idêntica paratodos os participantes;
29) Incerteza com informacão uniforme e diversas distribuições
de julgamento: a qual implica em que as distribui~~es
sub-jetivas formuladas pelos participantes não necessitam
se-rem idênticas;
39) Incerteza geral: e'a situação na qual nem a lI'lualidade" e
nem a "quantidade" das informações e distribuida
uniforme-mente pelo mercado.
Ainda segundo lintner, a prova de M-M da validade da
irrelevância ante a incerteza sã seria vil ida no primeiro caso
c; ta do, ou seja, o d a in c e r tez a to tal me n t e id e a 1. F ora de s te c0!l.
c eí to , os argumentos que citamos abaixo deveriam alterar as pe~
pectivas dos investidores, os quais dariam maior valor-a um cr~
zeiro de dividendos correntes contra um cruzeiro de ganhos de
capital (ou vice-versa) de maneira sistem~tica. Os principais •
argumentos são:
.•.
a) Eliminaçio da incerteza: conforme a colocaçio de Gordon, o
31-pagamento de dividendos correntes deve elininar a incerteza
da mente dos investidores, os quais tenderiam a penalizarde
forma crescente a taxa de desconto do mercado (k) quanto
mais distante fosse a perspectiva ~e recebimentos em dinhei
ro. Dessa forma, quanto maior a retenção de lucro, maior s~
ria o custo de captação de capital para" a firma, dependendo
este custo, evidentemente, do tipo da função de utilidadedo
investidor (ganho X risco) e da classe de risco da firma.
Isso não quer dizer que a empresa não possa reter lucros c~
so sua taxa interna de retorno (r) comp~nse a taxa de merca
do (k), entretanto; esta seria uma decisão baseada na
opor-tunidade de investimentos "especiais" e nao na po1itica de
dividendos .
. b) C~nte~do Informacional dos Dividendos: este argum~nto jâ
f o i bem d i s cu t ido P o r :i-11 e não nos e s te n d e r e!TIo s n a anã 1i s e.
t
preciso notar, entretanto, que alguns autores nãoacredi-tam na "r e ve r sibiljd ade " total dos preços, o que tornaria a
polftica de dividendos um fator de aumento do valor da
em-presa (ver discussão no item 1.4.3).
c) Preferência por Renda Corrente: outro ~specto importante
ê
o que se refere aos 1nvestidores que precisam, por raz6es
próprias, de renda corrente para atender suas necessidades.
Muitos autores alegam qui a venda sistemâtica de pequenosl~
tes de aç5es, al~m de inc6moda, pode ocasionar
reritabilida-de menor ao acionista, não sendo equivalente ao recebimento
de dividendos correntes (a solução de venda sistemãtica foi
p rop o sta por :i-;·! como alternativa aos investidores que
pre-cisam de recebimentos em dinheiro)."
Vamos relacionar, agora, os problemas do mercado real.
rodemos entend~-lo como sendo aquele que, al~m da incerteza
0
o!malmente em seu terceiro estâgio), possue ainda: impostos,
ta-xas de corretagem, custos flutuantes e uma incerteza quanto a
"f np e rfeiçóe s " .são:
a) Impostos: o i~posto de renda, como j~ discutido, ~ a maior
anomalia do ~undo real capaz de causar uma distorção
siste-mâtica da prefer~ncia de ganhos dos investi~ores. Segundo
alguns autores, essa di~tor~ão seria favorivel aos
dividen-dos correntes e criaria um s~rio obsticulo i irrelevância
p r opo s ta p o r !i-;·1. E111 .seu. e x t e n s o e s tu dos o b r e a r a z ã o d e p~
gamentos das firmas americanas, no perlodo 1920 - 1960,Bri!
tain achou uma correlação i~versa entre a razão de
pagamen-tos· e o aumento da taxa do imposto de renda, o que parece
15gico do ponto de ~ista dos investidores. Saber at~ que
ponto existe um equilibrio de preferências no mercado, ~
que se apresenta ..como o maior problema.
b} Custos flutuantes: este argumento favorece a retenção de di
videndos e se 'ba s eia na id~ia de que um cruzeiro de
reten-ção de lucro custa menos que um cruzeiro obtido por finan
-ciamento externo,. variaç~o. essa devido a çertos custos que
c h a m a r emos 11fl u tua n te s11. H a ver.ia, p o
r
t a n to, umà. te n d ê n c i adas empresas em pagarem menos dividenúos e financiarem seus
projetos com recursos internos •
. c} Custos de transação: as taxas de corretagem para compra e
venda de titulos, as. quais variam inver~amentE com o total
n~gociado, criam um inconveniente para o investidor, princ!
palmente na venda (ou comp~a) de umn~mero gran~e de peque
.nos lotes de titulos. Isto pode levar a u~a preferência por
dividendos correntesen oposição aos ganhos de capital.
Pela descrição acima, pode-se notar que o m e r c a d orea 1 de capitais possue "c efeí to s " com r e s u lte do s muitas vezes. con
-flitantes sobre a preferência de ganhos dos a~ionistas. As duas
corr~ntes .de autores - uma que defende a distorção do
comporta-mento do mercado e dai, a relevância da pOlltica de dividendos,
e a outra que defende o c o ap o rtame nto global como sendo "quase"
-33-perfeito e daT, a irrelev~ncia dos dividendos - sao un~nimes e~
aceitar que sa un grande n~merD de extensos e c~idadosos estu _
dos empTricos pode~â resolver o impasse. Vamos, em nossa PARTE
3, analisar um dos melhores estudos feitos ultimamente, o de
Pll.RTE 3
o
ESTUD0 E:~pÍRICa DE BRIGHll.'-1 E GOROONComo vimos,nas duas primeiras partes, deste trabalho, vãrias são as teorias a respeito da. influência, sobre o custo de capital, da alavancagem (lIleverage") financeira e da políti-ca de dividendos. Por outro lado, como muitos dos argumentos ~e apoiam estas teorias tem carãter subjetivo e comportamental, a-dotando-se certas funções de utilidade como sendo as mais prov~ veis, nada mais justo e razoãvel do que tenta~ resolver o impa! se atrav~s de' pesquisas empfricas extensas e rigorosas.'
No entanto, a solução ~ mais fãcil de propor d6 que de realizar. O problema não estã na extensão e quantidade dos dados e cãlculos matemãticos~ pois o computador resolveu plena-mente este detalhe, mas sim no rigor e dificuldade para a corr~ ,ta medição e interpretaçãô das variãveis_em jogo. Por incrfvel
4ue pareça, cada teoria tem o seu conjunto de pesquisas empfri-cas que apoiam a id~ia principal, criando outra vez o impasse que tentãvamos evitar atra~~s desse expediente.' Os principais problemas são:
,1) o estabelecimento das equ~çoes de regressão a partir da
es-trutura te6rica dada;
2) interpretação de'cada uma das variãveis das equaçoes;
3) déterminação do valor numerico para ·cada uma das variáveis ,em jogo;
4) interpretação dos resultados finais das tabelas de regres -sao.
A transferênciri de argumentos comportamentais e subj~
,
-35-tivos, encaixados em estruturas te5ricas complicadas, para urna linguag~m matem~tica que permita uma manipulaç50 precisa, apre-senta proble~as formid~veis. O mlnimo que se pode dizer ~ que, na maioria das'vezes, as equações sâo repres~ntações severamen-te limitadas das id~ias b~sicas da teoria e que, quando muito, •nos dâ o v a1o r esq ue pr e c i s am s e r .11i n t e rp reta dos 11 oU que tem si2..
nificado meramente comRarativo. Contribui muito para agravar
e!
te problema,'o equillbrio que o pesquisador procura dar is suas interpretações alg~bric~s para que nao fiquem muito complicadas matematicamente e que, ao mesmo tempo, representem razoavelmen-te "belil a - id ~ia p r i n c ipa1. !l.s s ims e n do, pr o cu r a - s e e s ta bel ec e r
equações de regressio que sejam lineares- -e que tenham o menor nfi~ero _possrvel de variâveis independentes, por serem estas e--quações as de mais .f~cil manipulaçâo e tran~formaçió. Algumas
t~ntativas_foram feitas com modelos nâo lineares, mas que pos-sam, dB um modo ou outro~ serem reduzidos a equações alg~bricas simpl~s (veremos um ~xe~plo disto -no estudo de
B-G). A
diferen-ça e- o m~rito do trabalho de Brigham e Gordon est~ exatamente no modo como eles abordaram o estabelecimento' da equaçio de re-gressão que, embora sendo linear, possue diversas variãveisin-- .
dependentes que abrangem certos detalhes (como tamanho da firma por exemplo) capazes de distorcer razoavelmente o resultado fi-nal. Al~m'disto, B-G testam, numa mesma equaçao, a influ~ncia
do "Le v e r a q e " e da -politica -de dividendos sobre o custo de capi
tal, contrariamente a diversos estudos anteriores que separavaM a influência dessas vari~veis.
Estabelecida a equa~âo de regressao, surge un -novo
pr o b l ena : o ou e s iq ni f ic an 2xê'tar:ente as v a riàve t s 'in d e ne n d en _ te s? P a r a 1 e 1o a e s te, s u r9 e o u t ro: c om o me d i - 1 as? S
õ
p a ra s e ter umaid~1a
das dificuldades, podemos citar uma vari5vel especial 'mente complicada: a de c r e s cíne nto • Vãrios são oscritérios-u-, .
sados para avaliar, explicar e medir o "c r e s ctme nto? , sendo que
cada crit~rio nos poder~ levar a diferentes conclusões., Um as _ pecto muito diflcil dessa variãvel ~ o impacto psicológico que ela provoca no investidor, capaz este de alterar a avali~çâo
-36-_. -~.__._---._--_.- ---.._-: '.•.•
cio n a l que o ne r c a d o deveria' fazer sobre o valor da' empresa. Ou
tro aborrecimento para os pesquisadores empfricos ~ o ~a medida
do grau de alavanc3!]en finJnce;ra da firma, pela simples razao
de que elee co lo c a do , em te rmo s teóricos, c'omo se nd o i a relação
entre os valores de mercado do debito e do capital nrõprio e
nio como,sendo a relaçâo entre os valores contibeis das mesmas
variiveis. Novar.1ente sentimo~ aqui o fator psicolõgico do inve~
tidor (e do mercado) atuando na distorçio dos valores numericos
das variiveis. Teremos a oport~nidade de ver melhor o grau
des-sas dificuldades quando analisarmos as colocações de B~G sobre
o problemas.
Finalmente devemos ressaltar a irlportânçia da
tlinter-p r etaçáo " final dos r-es u lta d o s . Obviamente, por ser um estudo
e 111p1ric o, não ê p o s
s
ív e
1 s e e s p e r a r r e sul ta dos a b sol u tos e urnacerta ~ariaçâo sempre'ap'arece na tabela final de,regressão. A
relevância dessas variações e o critério para estabelecer
cau-sas que as proporcionaram, podem obter interpretações diferen
-tes de autores d~versos, sem que ,se possa realmente dizer que
a l qun estã verdadeiramente "c r r e d o " . Isto é o e rticu lar-ment ever
dadeiro no caso do custo de capital, ond~ a diferença ehtre
va-1o r e s te õ r i c os e p riti c o s é r e1ati v am e n te' p e que n o (n o s c o e fici -entes da equação de regressâo) e, portanto,'podem ser
interpri-tados corno significativos para esta ou aquela teoria.
Acredita-mos que tom esta visão geral sobr~ os principais problemas dos
testes emplficos, tenha ficado bem ressaltada a importância que
, ,
tem a elaboraç,ão das equações de' regressão que deverão, o m~hor
posslvel, minir:1izar os problemas de avaliaçãp, interpretaçâo e
anilise.
3 • 1 Determinação das Equacões de Reqressão
3 • 1 • 1 Retenção e Custo de Capital
Vamos analisar inicialmente o prOblema da polTtica de
dividendos. Comecemos a partir do modelo qu~ nos di o preço de
-37-uma açao COr:10 sendo o valor p re s e nte dos esperados dividendosfu turos:
( 1 )
onde, por definiç~o:
P
=
preço corrente da açaoD
t
=
dividendo do perTodo tk
=
taxa de retorno exigida pelos investidores.Para simplificar, vamos supor que:
a) os investidores esperam que a taxa de retorno interna (r)da
firma e a taxa de retenção de lucro (b) sejam mantidos inde
finidamente;
b) a firma nao se lance em financiamentos externos e n~o tenha
debito;
Chamando de:
Y
=
os gahhos correntes da firma por açao;r
=
taxa de retorno interna sobre o investimento; b=
taxa de retenção de lucrospodemos esperar que o dividendos corrente, (l-b)Y, cresça a uma
taxa (b.r), e:
Dt
=
(l-b) .Y .
ebrt (2 )e, substituindo a
dição k>b.r, temos:
-equaçao (2) em (1), e integrando-se na
con-00
í brt -kt
00
e(br-k)t
p
=
. (l-b) Y.~
.
.P
=
( 1 - h ).
y,.-6
e-(k-b.r)tP
=
_ .( 1 - b ) • y.
[e-<k-b,rltr
-(k-b.r) , O
dt
dt
::'(l-b).Y .-1
-,( k -b . r)
p = (l-b).Y'
k-b.r,
(3)
Esta fórmula nos diz que, dentro das hipóteses estabe
lecid~s~ o preço co!re~te de, uma açio ~ igual ao dividendo
cor-rente dividido pela diferença entre a taxa de retorno do inves-~
tidor e a taxa ,de crescimento dos dividendos. Pa r a o investidor"
os valores de Y) b e r são dados; ele assume seu' k e dete rrain a
o preço que lhe interessa pagar, por determinada a çâo . Para a f,i.r.
ma, os valores de
Y
e r sao dados ek
é
determinado pelo com~-tamento do consumidor; resta a firma determinar b de modo a ma-·ximizar P •
. 'fi. questão crucial, e o objetivo do teste de B-G, ~ d~
terminar se e quanto k ~ função de uma ou mais variiveis, parti
cul a rme nte b, r e h (r e z âo de "l e ve r a qe "). Se as s um t rmo s .«
to-tal independ~ncia de k para b e r e de r para b, a função de va
riaçi o p r eç0/ t a x a d e re te nçã o p o d e s e r d a da. p o r :
d P '= (r-k) Y (4)
"
-
2 .db (k-rb)
t
vislvel que a razao sera-
positiva, ne<]ativa ou nu-1a de rendendo dos valores (e apenas) r e k. Donde se conclui ainutilidade da politica' de dividendos como causa independente
para a vari~ç~ono preço da açio. Este não serã o caso, entre
-tanto, se k. (ou r) for função de' b. Portanto, para afirmarDos a
irrelevãncia dos dividendós, ~ imprescindivel que k seja inde
-pendente· de (b.r). Se reescrevermos a equaçao (3) temos:
-39-P
=(l-b).Y
=o
k-b.r
k-b.r
ou:
k =o
+b.r
(5)P
Esta expressão
(5)nos di
k,seja ou nao ele
indepe~-dente
de (b.r),
e, caso seja independente
de (b.r) e, portanto,
uma constante,
qualquer
variaçiO
em O/P deveri
sir compensada
Ipor uma yariação
igual
e contriria
de (b.r).
Podemos
estabele-cer,
então , -oseguinte
instrumento
de regressao:
o
- p
br
(6)
'--Duas conclus5e~
podem advi'r d~ equaçao
(6):,
a)
se a
1
; -1, entio
a~
i
uma estimativa
~e' k, k
i
independe~
te de (b.r) e M-M terio
su~ teoria
confirmada;
b)
-se a
1
>-1,
então
aO será uma sub-estimativa
de
k,k'ser~
depen~ente
de (b.r) e os defensores
da relevincia
de
divi-dendos
teria
razao.
Caso, se co~firme
a segundac~nclusio
(~ somente
ness~
caso)~ uma a1ternati~a
p1ausfyel
seria
a de considerar
k.como
sendo urna funçio
crescente
de (b.r) e o mo~e10
proposto
por B-G
ê
da forma:
(7)
assim, conforme
(b.r) cresce,
k poderã
cair inicialmente
mas de
pois cresc~rã' ~ se aproximar~
assintoticamente
de (b.y).
•l~ .
, -...•
~.
•. ',. ~~...; " ...•. ,'4
.~'. ..
•• ,o ".
.' ....
~i~;t-•.;,.*'ft·,(-·.::.;:··/·'-ítilift -\.',,;;;<btv· :'-'ri'- e') .•.«, -'0 ~
,-'
.; ".j-;a t-.Ir
~,.,~"i4
i,.
L""':d)'Mn:{v), .~.~'~~~.~,
4 ,«,).;,,;..!;à..:,:..;~k~~i#k~';.:./"~'k">Í'"'?Is>'>.):~:.•••
" ,.•....,'
k-b.r
=
80 . (1+b.r)81=
OP
( 8)
da qual concluimos aue D/P t~nde a ze~o com o crescimento de b
(supondo-se r constante), pois da equação (7) concluTmos que k
tende a (b.r) con o crescimento desta.' Da ~quação (8) titamos
que:
-1 -8
P
=
BO
.
(l-b) .Y •
(l+b.r)1
e fazendo-se a derivada em relação a b igual a zero, tiramos o
valor de b que maximizar~ o ~reço da açao:
dP = O
db
e: b
=
1vemos que a taxa de retenção ~tima serâ uma função crescente de
r e B1. No entanto, ~ preciso ~embra~ que a equaçâo (8) s~ dev!
râ ~er aceita se nâo obtj v e rmo s a'l ;;;-1 na equaçao (6) e deverá
ter, como condiçâo necessiria, B1 <O.
3. 1 .2 Alavancagem e o Custo de Canital
Vamos agora estudar como a alavancagem financeira da
firma,poderia ser obtida atrav~s de regresso e qual as suas
im-plicaç5es. Vamos to~ar as seguintes hip~teses:
a) a corporaçao paga todos seus ganhos em dividendos, ou seja,
b
=
O;b) o retorno sobre investimentos
-
e igual ao retorno emativos existentes;
seus
-41-,. 'f..
.~.~..'
,.
•..
...
:..-.. -f&.r .'~"'.-.>, ~ -.t....t.,;.t..·::4;.; .•iX»z.•.;=isl..~ ;j°tL~' '71' ; EC.,0••. ,." •• "'1' ti
'"
-
----
-_._----
-~-- ---- j·Z'b;'",c) nao existe í np o sto de renda.
f'.. partir da equaçao ( 3 ) , tCIlOS que:
p
=
{l- b).
Yk-b.r
e: P
=
(1-0}.Y=
Y=
E ,j+L{j-i} (9 )k-O.r k k
onde: E
=
valor contãbi1 do capital proprio-
representado poraçoes ordinãri9,s
L = valor do debito por açao da firma
i = taxa de juros
j = retorno da firma sobre ativos e investimentos
Se a teoria da irre1ev~ncia de
~-M
estã correta,ata-xa de desconto que iguala os dividendos futuros esperados, numa
ação com 1I1everagell, com seu preço e:
k
=
k* + (k* - i)h (10)onde: k* = valor de
k
para firma sem debito ("1ever'agell ==
O)h
=
L/P,
como indicação do grau qealavancagem.-Substituindo a equaçao (10) na (9), obtemos:
P = E,j+L(j-i)
k*+(k*-i}h
Pk* + P(k* - i)h
=
E.j + L(j-i)Pk*
=
E.j + L(j-i) P(k* - i) . LP
-.
i.
~-- P - ~,j + L{j - k*)
k*
( 11 )