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Adição Nucleofílica de Sais de Potássio de Organotrifluoroboratos à Íons N-Acilimínio

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(1)

Adição Nucleofílica de Sais de Potássio de

Organotrifluoroboratos à Íons

Acilimínio

São Paulo

(2)

Adição Nucleofílica de Sais de Potássio de

Organotrifluoroboratos à Íons

Acilimínio

Orientador: Professor Dr. Hélio Alexandre Stefani

(3)

Ferreira, Fernando da Paz

Fernando da Paz Ferreira. São Paulo, 2009. x, 119f.

Tese (Mestrado) Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós graduação em Biologia Molecular.

Título em inglês ! " #

(4)

Índice

Agradecimentos...II

Lista de abreviaturas...V

Resumo...VII

Abstract...IX

CAPÍTULO 1

1.1 Introdução...2

CAPÍTULO 2 2.1 A Reação de Mannich...6

2.1.1 Limitações da Reação Clássica de Mannich...7

2.1.2 A Versão Bimolecular da Reação de Mannich...8

2.2 A Utilização de Iminas...8

2.3 A Utilização de Íons Imínio...9

2.3.1 A Utilização de Íons Imínio Pré Formados...11

2.4 A Utilização de Íons acilimínio...15

2.4.1 A Preparação de Precursores dos cátions acilimínio Cíclicos...18

2.5 Reação do Tipo Petasis...19

(5)

3.1.1 Sais de Organotrifluoroboratos...23

3.2 Preparação dos Sais de Organotrifluoroboratos...25

3.2.1 A Partir de Organolítio ou Reagentes de Magnésio...26

3.2.1.1 Troca de Lítio ou Reação de Grignard...26

3.2.1.2 Reação de litiação...27

3.2.2 Reação de Deprotonação...27

CAPÍTULO 4 8.1 Anéis Pirrolidínicos...30

CAPÍTULO 5 5.1 Apresentação e Discussão dos Resultados...33

5.2 Preparação dos Precursores dos cátions acilimínio...33

5.2.1 Preparação das Imidas Cíclicas$ ...34

5.2.1.1 Preparação da 5 hidroxi 2 pirrolidinona...34

5.2.1.2 Preparação da 5 acetoxi 2 pirrolidinona...35

5.3 Preparação dos Sais de Organotrifluoroborato...36

5.3.1 Preparação dos Sais de Potássio de Alquil e Ariltrifluoroboratos...36

5.3.2 Preparação dos Sais de Potássio de Alquiniltrifluoroboratos...38

5.4 Sais de Organotrifluoroboratos de Tetra butilamônio...39

Parte 1 5.5 Reação de Adição Nucleofílica Estereosseletiva de Aril e Alquiniltrifluoroborato de Potássio à Íons acilimínio...42

(6)

5.7 Caráter Nucleofílico dos Sais de Potássio de Organotrifluoroboratos...47

5.8 Proposta Mecanística...48

Parte 2 5.9 Reação de Adição Nucleofílica Estereosseletiva com Sais de Potássio de Alquil , Benzil e Aliltrifluoroborato a Íons acilimínio...51

5.10 Aplicação da Condição Ideal – Parte 2...54

5.11 Caráter Nucleofílico dos Sais de Potássio de Organotrifluoroboratos...56

5.12 Proposta Mecanística...56

5.13 Discussão “Modelo” de Espectros de RMN1H e13C...58

CAPÍTULO 6 6.1 Conclusão e Perspectivas Futuras...63

CAPÍTULO 7 7.1 Procedimento Experimental Geral...66

7.2 Síntese dos Precursores do Íon acilimínio$%&' $ $ ...67

7.2.1 (3 ,4 ) 3,4 Bis (acetoxi) 1 benzil 2,5 dioxopirrolidin 3 il acetato($%&)....67

7.2.2 (3 ,4 5 ) 3,4 bis (acetoxi) 5 hydroxi 1 benzil 2 pirrolidinona ($ )...67

7.2.3 (3 ,4 5 ) 3,4,5 tris (acetoxi) 1 benzil 2 oxopirrolidin 3 il acetato ($ )...68

7.3 Síntese de Aril , Alquil e Alquiniltrifluoroboratos de potássio (( ))...69

(7)

7.3.2 Procedimento Geral para a Síntese dos Alquiltrifluoroboratos de Potássio

(* !)...70

7.3.3 Procedimento Geral para a Síntese dos Alquiniltrifluoroboratos de Potássio (+ ))...70

7.4 Procedimento Geral para a Síntese de 5 aril e 5 alquinil 2 pirrolidinonas (* ))...71

7.4.1 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 fenil 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...71

7.4.2 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (4 metóxifenil) 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...72

7.4.3 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (4 fluorofenil) 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...73

7.4.4 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 [3,5 bis (trifluorometil)fenil] 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...73

7.4.5 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (2 metilfenil) 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...74

7.4.6 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (3 tiofenil) 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...75

7.4.7 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (2 fenil 1 etinil) 1 benzil 2 pirrolidinona (* )...76

7.4.8 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (1 hexinil) 1 benzil 2 pirrolidinona (*!)...77

7.4.9 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (3 metóxi 1 propinil) 1 benzil 2 pirrolidinona (*)...77

7.4.10 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 [(6 metóxinaftalen 2 il)etinil) 1 benzil 2 pirrolidinona (*))...78

7.5 Procedimento Geral para a Síntese de 5 alquil pirrolidin 2 onas (, !)...79

(8)

7.5.2 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 ( propil) 1 benzil pirrolidin 2 ona

(, )...80

7.5.3 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 ( butil) 1 benzil pirrolidin 2 ona (, )...81

7.5.4 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 cyclohexil 1 benzil pirrolidin 2 ona (, )…...82

7.5.5 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (4 metilciclohexil) 1 benzil pirrolidin 2 ona

(, )...82

7.5.6 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 alil 1 benzil pirrolidin 2 ona (, )...83

7.5.7 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 1,5 dibenzil pirrolidin 2 ona (, )...84

7.5.8 (3 ,4 ) 3,4 Diacetoxi 5 (4 metoxibenzil) 1 benzil 2 pirrolidinona

(,!)...85

CAPÍTULO 8

8.1 Referências Bibliográficas...87

CAPÍTULO 9

9.1 Espectros...98

9.2 Anexo de Trabalhos Publicados...117

(9)

Universidade Federal de São Paulo

Escola Paulista de Medicina

Departamento de Bioquímica

Chefe do Departamento: Profa. Dra. Yara Maria Corrêa da Silva

(10)

!

(11)

Agradeço principalmente a meu Professor Orientador Hélio A. Stefani neste Mestrado por toda atenção a mim dirigida, disponibilizando este espaço de pesquisa, apoiando, incentivando e despertando a todo momento o interesse na busca por conhecimento em Química, viabilizando toda possibilidade de novos objetivos.

Agradeço ao corpo docente do Curso de Pós%graduação em Biologia Molecular por transmitirem conhecimento de forma atenciosa, colocando%se a disposição para esclarecimento das dúvidas a todo e qualquer momento.

Ao Departamento de Biologia Molecular, em especial a Sra. Patrícia por todos os trâmites prestados.

Aos Professores Diogo e Massuo da Universidade de São Paulo pelos conhecimentos transmitidos na área de Síntese Orgânica.

A todos os amigos do laboratório de Síntese de Moléculas Bioativas por compartilharem os momentos de felicidade, esforço, compreensão, atenção e carinho; tornando o ambiente em equipe propício para a evolução dos trabalhos.

Ao amigo Rodrigo, por tornar o início de adaptação às atividades do Laboratório muito mais tênues e com responsabilidade, mais divertidas e afetuosas.

(12)

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(13)

Ac2O anidrido acético

AcCl cloreto de acetila B(OMe)3 trimetilborato

B(O % )3 triisopropilborato

Bn benzila

CCD cromatografia de camada delgada CH3O% grupo metóxi

%CF3 grupo trifluormetil

CG cromatografia gasosa

CG%MS cromatografia gasosa de espectro de massa CDCl3 clorofórmio deuterado

DMF dimetilformamida

DMAP 4% , %dimetilaminopiridina DIBAL%H hidreto de diisobutilalumínio equiv. equivalente

ET estado de transição Hz Hertz

IV infravermelho

constante de acoplamento UV luz ultravioleta

MHz mega Hertz %Bu %butila %Oc %octila Ph fenila

P.F. ponto de fusão

(14)

TMSOTf triflato de trimetilsilila TBDMSO %butildimetilsulfóxido THF tetrahidrofurano

TMSCN cianotrimetilsilil °C grau Celsius

(15)

Título: Adição Nucleofílica de Sais de Potássio de Organotrifluoroboratos à Íons % acilimínio

Autor: Fernando da Paz Ferreira

Orientador: Prof. Dr. Hélio Alexandre Stefani

: Íons %acylimínio, organotrifluoroborato, α%amidoalquilação, 5% substituido%2%pirrolidinonas.

Neste trabalho, desenvolvemos uma nova metodologia para a obtenção estereosseletiva de pirrolidin%2%onas substituídas na posição 5 através de adição de sais de potássio de organotrifluoroboratos a cátions %acilimínio cíclicos. As reações de α% amidoalquilação envolvem lactamas derivadas do ácido tartárico – (3 ,4 )%3,4,5%tris% (acetóxi)%1%benzil%2%oxopirrolidin%3%il, (3 ,4 ,5 )%3,4%bis%(acetóxi)%5%hidróxi%1%benzil%2% pirrolidinona e sais de potássio de organotrifluoroboratos alquílicos, arílicos, heteroarílicos, alílicos e alquinílicos, fornecendo pirrolidin%2%onas substituídas na posição α de , com rendimentos que variam de 63% a 87% e com diastereosseletividade de moderadas a boas, onde o diastereoisômero foi obtido preferencialmente nos casos onde o carbono nucleofílico têm hibridização e e ocorrendo a inversão da diastereosseletividade, isto é, preferencialmente o diastereoisômero nos casos de carbonos hibridizados .

(16)
(17)

Abstract

Title: Nucleophilic Addition of Potassium Organotrifluoroborate salts to %Acyliminium Ions

Author: Fernando da Paz Ferreira

Advisor: Prof. Dr. Hélio Alexandre Stefani

: %acyliminium Ions, organotrifluoroborate, α%amidoalkylation, 5%substituted% 2%pyrrolidinones.

In this work, we developed a new methodology for the stereoselective acquisition of substituted pyrrolydin%2%ones in the 5 position through the addition of potassium organotrifluoroborate salts to cyclic %acyliminium cations. The α%amidoalkylation reactions involve lactams derivative tartaric acid – (3 , 4 , 5 )%3,4%bis%(acetoxy)%5% hidroxy%1%benzyl%2%pyrrolydinone and alkyl, aryl, heteroaryl, allyl and alkynyl potassium organotrifluoroborate salts, providing substituted pyrrolydin%2%ones in the α position of

, with yield variable of 63% to 87% and diastereoselectivity of moderate to good, where the diastereoisomer were obtained preferentially in the cases where of the nucleophilic carbon have and hybridization and occurring the inversion of the diastereoselectivity, that is, preferentially the diastereoisomer in the case of carbon hybridization .

The relative stereochemistry / of the majority products were deduce through of the spectroscopic data of1H and13C NMR.

!" " " !" "

(18)
(19)
(20)

1. Introdução

Este trabalho teve o propósito de buscar uma nova rota para formação de ligações

carbono carbono em vista de compostos com prováveis atividades biológicas por possuírem

estrutura comum a precursores na síntese de alcalóides, visando uma alta acessibilidade,

baixo custo, condições brandas, estabilidade dos compostos empregados na pesquisa,

objetivando a estereosseletividade da reação para obtenção dos adutos.

Em vista disto, sabe se que sistemas heterocíclicos nitrogenados formam a

estrutura básica de uma série de produtos naturais, como por exemplo os alcalóides, cujas

propriedades estão relacionadas muitas vezes à intensa atividade biológica apresentada por

estes compostos, como por exemplo, a inibição da sialidase do vírus influenza. Baseado

neste fato existe grande interesse no desenvolvimento de novas rotas sintéticas eficientes

para a construção destes sistemas heterocíclicos nitrogenados.

Muitas são as metodologias sintéticas descritas para a construção destes tipos de

sistemas, sendo a reação de Mannich e suas variantes uma das mais empregadas.

Entretanto, a reação clássica de Mannich apresenta algumas desvantagens devido às

condições drásticas de reação. Já na versão bimolecular da reação de Mannich emprega se

iminas ou íons imínio, proporcionando assim uma maior versatilidade da reação, ao

contrário da reação clássica. Tal metodologia permite a construção de estruturas contendo

nitrogênio de forma conveniente, pois utiliza espécies nitrogenadas altamente eletrofílicas,

as quais reagem com os mais variados tipos de nucleófilos.

Desta forma, íons N acilimínio1 são considerados muito importantes na síntese

orgânica devido serem intermediários reativos envolvidos na síntese de muitos compostos

com propriedades de interesse biológico.

Assim, adições nucleofílicas à íons N acilimínio constituem uma importante via

para alcançar compostos α amino funcionalizados, precursores na preparação de alcalóides

e alguns outros heterocíclicos nitrogenados biologicamente ativos.2 Dentro deste tema,

destacam se as reações de substituição nucleofílica intermolecular de precursores de íons

N acilimínio (N,Oacetal) com nucleófilos de carbono através de ativação por um ácido de

(21)

A ativação dos derivados N,O acetal para promover reações de α

amidoalquilação3podem ser conduzidas sob condições brandas, com quantidades catalíticas

de ácido para se ter acesso a uma grande variedade de moléculas alvo. α Amidoalquilação

tem sido extensamente investigada3a e seus intermediários tem sido empregados em

cicloadições polares.3b,3c

Diferentes classes de nucleófilos de carbono podem reagir com íonsN acilimínio,

incluindo alilsilanos,4 alil ,5 alquil e aril 4,6 e alquinilorganometálicos,7 TMSCN,4d,8

isonitrilas,8cderivados enólicos,2b,4d,i,j,8c,9e aromáticos.2e,10

Conseqüentemente, uma ampla variedade de nucleófilos é conhecida para o

ataque a íons N acilimínio, entretanto são poucas as reações com derivados alquenil ,

alquinil , ou arilmetálicos.4e,11 Batey12a e Pyne12b pesquisaram a reação de adição

estereosseletiva de alquenil e arilboratos a precursores de íons N acilimínio ativados

catalíticamente por ácido de Lewis.12

Evoluindo na pesquisa por novos nucleófilos eficientes, compostos organoboro

têm sido um dos mais populares reagentes para a formação de ligações carbono carbono.13

Os compostos organoboro mais utilizados são os ácidos borônicos e ésteres

borônicos, porém estes compostos possuem algumas desvantagens, sendo possível

mencionar a baixa estabilidade, elevado preço no mercado de alguns reagentes, e alta

sensibilidade ao ar e umidade.

Na busca por solução destes problemas, alguns reagentes organoboro têm sido

substituídos por sais de organotrifluoroborato de potássio. Estes reagentes são sólidos

cristalinos estáveis ao ar e umidade, facilmente preparados a partir de matéria prima de

baixo custo e mostram uma maior nucleofilicidade comparada com seus análogos ácidos ou

ésteres borônicos.14a

Na busca por averiguar a eficiência dos reagentes organoboro, Petasis

desenvolveu uma reação de acoplamento “três componentes” de ácidos alquenil e

arilborônicos com aldeídos e aminas, para a síntese de alilaminas e α amino ácidos.15

Reações similares são realizadas com organotrifluoroboratos na síntese de aminas alílicas,16

homoalílicas,17 propagílicas,18 aminas terciárias19 e α (fluoroalquil)aminas.20 Estas reações

não ocorrem via adição direta a íons imínio livres. Desta forma, observou se que a grande

(22)

Na primeira parte desta pesquisa aqui descrita, o interesse esteve focado em

apresentar a química de íonsN acilimínio, sais de aril, heteroaril e alquiniltrifluoroboratos

de potássio e seus potenciais usos como intermediários na síntese orgânica,21 elucidando a

reação de adição nucleofílica mediada por ácidos de Lewis (em especial BF3.OEt2) a íons

N acilimínio.

Na segunda parte, apresentaremos uma importante expansão desta metodologia

para a síntese de 5 alquil pirrolidin 2 onas pela adição de alquil, benzil e

aliltrifluoroboratos de potássio a íons N acilimínio endocíclicos quirais, (3,4,5 triacetoxi

pirrolidin 2 ona, derivado do ácido L (+) tartárico. A pirrolidin 2 ona é preparada a partir

do ácido L (+) tartárico (de baixo custo), de acordo com procedimento descrito na

literatura.

A estereoquímica do produto majoritário é estabelecida após análise das

constantes de acoplamento vicinal e de multiplicidade do hidrogênio ligado ao carbono α

nitrogênio (H 5). Para isso, todos os compostos obtidos foram submetidos às análises de

CGMS AR, RMN 13C e 1H, IV para determinação dos respectivos íons moleculares,

estereoquímica syn/anti baseadas nas constantes de acoplamento / deslocamentos

químicos22,23 e bandas características no infravermelho. Acompanhando o estudo

apresentaremos o estado de transição da reação, o que determina e favorece a formação

majoritária de determinado diastereoisômero.24

Os procedimentos para obtenção dos materiais de partida e dos adutos 5 –

substituídos pirrolidin 2 onas estão descritos em detalhes no Capítulo 7, sendo

acompanhado de seus respectivos dados de RMN13C e 1H, CGMS AR e IV e, em seguida

(23)
(24)

2.1 A Reação de Mannich

Os compostos β aminocarbonílicos 7 apresentam uma grande variedade de

atividades biológicas e são intermediários versáteis para a preparação de outras classes de

compostos orgânicos, tal como compostos carbonílicos α,β insaturados26 8, γ

aminoálcoois279ou ainda, β lactamas2810(Esquema 1).

Esquema 1

A reação de Mannich29é considerada um método clássico para a preparação de β

aminocetonas (bases de Mannich), consistindo em uma das reações mais importantes para a

formação de ligações carbono carbono α nitrogênio.30,31

Esta reação envolve utilização de um composto metileno ativo (aldeído ou cetona

enolizáveis) um composto carbonílico (normalmente o formaldeído) amina secundária em

meio básico ou ácido.

O mecanismo29d,e,fcomumente aceito, envolve a formação inicial do íon imínio11

através da condensação da amina e do formaldeído que reage com o tautômero enólico do

composto carbonílico 12, levando à formação da base de Mannich 13 correspondente

(25)

Estas bases e seus derivados têm sido utilizados em diversas áreas sendo, de maior

aplicabilidade a de produtos farmacêuticos,30,32 principalmente na síntese de fármacos, tal

como antidepressivos, analgésicos e produtos utilizados em terapias no combate a vários

tipos de carcinomas,31c,dbem como diversos outros produtos medicinais (Figura 1).

Figura 1

2.1.1 Limitações da Reação Clássica de Mannich

Em que pese a sua simplicidade, a reação de Mannich é uma reação

multicomponente e apresenta algumas desvantagens do ponto de vista sintético como, por

exemplo: condições drásticas de reação, meio fortemente ácido, calor excessivo e longos

tempos de reação.30

Assim, reações colaterais freqüentemente podem ocorrer, onde se observa a

formação de 1,5 dicetonas 14 (em meios fortemente básicos), formação de compostos

carbonílicos di e trissubstituídos15e16(com utilização de aminas primárias ou amônia) e

ainda, a formação de diaminas do tipo bis bases de Mannich 17 (com substratos

carbonílicos com duas posições enolizáveis) (Figura 2).

(26)

Uma limitação adicional refere se à dificuldade de controlar os possíveis centros

assimétricos que venham a serem gerados durante o curso da reação.

Assim, segundo alguns métodos, os produtos derivados de bases de Mannich são

racematos30,32ae portanto, torna o seu uso limitado na síntese de produtos farmacológicos

enantiomericamente puros. Porém, atualmente, existe a construção de moléculas quirais

envolvendo diastereosseletividade do substrato, auxiliar quiral e catálise assimétrica.32b

Versões bi componentes (ou também chamadas bimoleculares) da reação de

Mannich30a,33 têm sido desenvolvidas afim de possibilitar a obtenção de compostos β

aminocarbonílicos, onde pode se citar o uso de iminas30a ou íons imínio pré formados30a,32

como agentes aminometilantes, utilizando como nucleófilos de carbono34 silil enoléteres,

silil ceteno acetais e enaminas, tendo assim expandido a versatilidade da reação e a

introdução de elementos de controle regioseletivos e estereoseletivos.

2.1.2 A Versão Bimolecular da Reação de Mannich

Ao contrário da reação clássica,35 a versão bimolecular pressupõe a preparação

independente do agente aminometilante (iminas ou cátions imínio) para submetê los em

seguida à reação com os compostos metileno ativos.

Esta modificação permitiu controlar a régio e a diastereosseletividade nas

posições α e β do sistema e nos compostos β aminocarbonílicos na medida em que a

geometria da ligação dupla e a regioquímica dos compostos metileno ativos, enolatos

metálicos ou silil enoléteres, podiam ser controlados previamente através de métodos

específicos.

2.2 A Utilização de Iminas

A utilização de iminas como agente aminometilante permite a utilização de

aminas primárias na reação de Mannich, o que era impossível na sua versão clássica.

Uma vantagem adicional é que o composto β aminocarbonílico formado possui

(27)

tio ésteres pré formados 18 com iminas, permitindo o isolamento do respectivo β

aminotioéster19em bons rendimentos36(Esquema 3).

!

Esquema 3

Enolatos metálicos de lítio pré formados a partir de ésteres37 20 foram

amplamente utilizados nas reações com aldiminas aromáticas produzindo em uma só etapa

as respectivas β lactamas21(Esquema 4).

" "

Esquema 4

Enolatos metálicos de zinco38, estanho39, alumínio40 e também derivados de

ésteres foram utilizados com sucesso nestas reações, permitindo o acesso à β aminoácidos e

β lactamas.

2.3 A Utilização de Íons Imínio

Íons N acilimínio são espécies reativas importantes em síntese orgânica para a

formação de ligações carbono carbono e carbono heteroátomo. A utilização de íons imínio

como intermediários sintéticos tornou se uma das ferramentas mais utilizadas em química

orgânica para síntese de produtos naturais e compostos com atividade biológica.

Recentemente foi mostrado o uso de íons imínio como intermediários sintéticos

na síntese de alcalóides da família das pumiliotoxinas desenvolvida por Overman41 e da

(28)

A reação entre compostos com ligações carbono carbono fortemente polarizados

como os enóis 23 com íons imínio simples 22, é uma rota importante para síntese de

aminas, especialmente em processos biosintéticos43com formação das bases de Mannich24

(Esquema 5). # $ % % # $ & &

Composto β aminocarbonílico

Esquema 5

A reação de Mannich é menos utilizada sinteticamente se a ligação π carbono

carbono encontra se pouco polarizada como em alcenos do tipo 25.44 Nestas condições, a

reação de reversibilidade (Retro Mannich) conhecida como fragmentação de Grob45 é

freqüentemente um processo competitivo importante na formação do aduto 26 (Esquema

6). # $ ' % % & # $ ' & Esquema 6

Entretanto, se o intermediário catiônico possuir um substituinte fortemente

retirador de elétrons, como por exemplo, uma carbonila, este substrato passa a chamar se

cátion N acilimínio do tipo 27. Neste caso a eletrofilicidade do carbono imínico aumenta

fortemente e a reação torna se irreversível, levando a formação do respectivo produto de

(29)

&

#

$

%

' &

' %

$ #

Esquema 7

Para exemplificar a utilização de íons imínio, a adição de compostos

organometálicos à iminas 22 vem sendo extensivamente investigada com formação do

produto29. Esta reação está compromissada com a reatividade e a estrutura dos diferentes

nucleófilos a serem condensados, mas principalmente está relacionada com a

eletrofilicidade do íon imínio (Esquema 8).

()

() &

Esquema 8

Além disso, reações de íons imínio com haletos de alquila têm sido relatadas por

Shono et al46, promovidas por zinco metálico, estendendo a utilização de íons imínio

possibilitando a síntese de alcalóides.

2.3.1 A Utilização de Íons Imínio Pré2Formados

O primeiro uso de cátions imínio pré formados nas reações de Mannich foi

mostrado através da utilização do sal de Eschenmoser47a 31 (iodeto de

dimetilmetilenoimínio) produto da condensação do formaldeído e dimetilamina em meio

ácido. O sal formado pode ser isolado e armazenado por longos períodos sendo também

disponível comercialmente.

Existem outros sais análogos ao sal de Eschenmoser derivados de aminas

(30)

McClure48 demonstrou que enolatos de potássio 30 gerados a partir da cânfora

podem ser aminometilados com o sal de Eschenmoser na posição α carbonila, produzindo a

respectiva β aminocetona32e33.

Enolatos de lítio 34 também foram empregados nas reações com sais de imínio

análogos ao sal de Eschenmoser35, (Esquema 9).

& ! &

Esquema 9

Visto que os cátions imínio são muito mais eletrofílicos que as iminas, a formação

das ligações carbono carbono α nitrogênio poderia ser realizada com a utilização de

nucleófilos brandos como silil enol éteres. Danishefsky49 mostrou que a reação do silil

enoléter36derivado da ciclohexanona com o sal de Eschenmoser31ocorreu em condições

suaves e meio essencialmente neutro (CH2Cl2), levando a obtenção da respectiva β

aminocetona37em 87% de rendimento (Esquema 10).

!

*

Esquema 10

Entretanto, a utilização de sais do tipo de Eschenmoser tem como limitação

somente a preparação de compostos β aminocarbonílicos terciários.

A geração “in situ” de espécies catiônicas a partir de iminas abriu a possibilidade

(31)

A maneira comumente empregada na literatura para a geração “in situ” de cátions

imínio a partir de iminas é a ativação das mesmas pela coordenação de um ácido de Lewis

ao par de elétrons livres da imina.

Ojima50 mostrou a viabilidade deste método na reação do silil cetenoacetal 38

com iminas alifáticas e aromáticas na presença de tetracloreto de titânio (Esquema 11).

Após tratamento da reação com H2O foi possível o isolamento do respectivo β aminoéster

secundário39.

! #

#

+ !

! !

Esquema 11

Uma versão assimétrica para esta reação foi efetuada por Gennari.51 A reação de

condensação do sililcetenoacetal quiral40derivado da efedrina, com a benzilideno anilina,

levou ao respectivo β aminoéster secundário α substituído 41 com altos níveis de

diastereosseletividade (Esquema 12).

+ ! ,

Esquema 12

Outros ácidos de Lewis como ZnI252 (iodeto de zinco), Me2AlCl53 (cloreto de

dimetilalumínio), BF3.OEt2 (complexo trifluoreto de boro eterato), SnCl4 (tetracloreto de

estanho), e TeCl4(tetracloreto de telúrio) têm sido utilizados como ativantes de iminas.54

Foi demonstrado também que o emprego de um potente agente sililante, como

(32)

através da sililação do átomo de nitrogênio, levando à formação de cátions N sililimínios

“in situ”. Estes cátions foram trapeados posteriormente por silil enoléteres5542 permitindo

a obtenção de β aminocetonas43. O uso de silil cetenoacetais, nestas condições também foi

relatado56(Esquema 13).

+-Esquema 13

O emprego de agentes ativantes na versão assimétrica da reação de Mannich tem

possibilitado o desenvolvimento de sínteses enantiosseletivas de compostos β

aminocarbonílicos levando a vários compostos nitrogenados com atividade biológica.57

A utilização de trialquil sililoxifuranos 39 como nucleófilos58 nas reações com

iminas catalisadas por complexos quirais de titânio possibilitando a preparação de

aminolactonas quirais40ae40bem bons rendimentos (Esquema 14).

. (

/ 0 )0 )" 1

)2

Esquema 14

Em 1991 Corey59 relatou o primeiro exemplo de uma síntese enantiosseletiva de

β aminoácidos utilizando enolatos de boro quirais.

Yamamoto60 mostrou a efetividade do emprego de ácidos de Lewis quirais nas

reações entre silil cetenoacetais e iminas que levaram à formação de adutos opticamente

(33)

2.4 A Utilização de Íons 2acilimínio

A utilização de íons N acilimínio expandiu a versatilidade das reações do tipo

Mannich bimoleculares com substratos pouco nucleofílicos ou não polarizáveis.

Devido à presença do grupo carbonila diretamente ligado ao átomo de nitrogênio,

o carbono imínico nestes cátions torna se mais eletrofílico do que o mesmo carbono no

respectivo íon imínio.

Este fato foi comprovado experimentalmente através de espectroscopia de 13C

RMN61, onde foi possível observar o deslocamento químico do carbono imínico para

campos mais baixos no cátionN acilimínio 46quando comparado com o cátion imínio47,

evidenciando uma desblindagem maior neste carbono, o que é compatível com seu caráter

catiônico mais forte para íonsN acilimínios46(Figura 3).

'34%) 5 ' 4$) 5

Figura 3

Em geral, os íons N acilimínio são gerados “in situ”, e vários métodos para sua

preparação têm sido relatados na literatura.61,62,63

Dentre estes, destaca se o método de clivagem heterolítica da ligação carbono

heteroátomo α nitrogênio em amidas ou carbamatos com estrutura geral do tipo 48,

promovida pela ação de um ácido de Lewis62,64,65levando a formação, “in situ”, do cátion

(34)

&

!/ 56

5 0 4 7 7 7 2

&7 8 4 4

! 9 5 4 7 4 7 7 2

&7 8 4 4

Esquema 15

A utilização de ZnI2 ou de agentes sililantes como TMSOTf são efetivos na

geração de cátionsN acilimínios. Esta metodologia foi empregada por Malburg66e Ginzel67

em reações de N silil 4 acetoxilactamas 50 com silil enol éteres 51 produzindo o produto

de condensação52(Esquema 16).

+

: *

! !

Esquema 16

Shono68 demonstrou que alilestananas 53 podem ser adicionadas à cátions N

acilimínio derivados de 4 acetoxilactamas quirais 54, utilizando quantidades catalíticas de

BF3.OEt2levando a formação do produto55(Esquema 17).

(35)

A utilização de outros ácidos de Lewis como TiCl4 por Kano e colaboradores69

possibilitou que 5 alcoxi lactamas 56 sofram adição de alilsilanos 57 formando após a

ciclização o produto58(Esquema 18).

+ !

! ! !

Esquema 18

A combinação de acetoxilactamas 59 e nBu2BOTf (din butilborotriflato)

possibilitaram a formação “in situ” do cátion N acilimínio, que seguido da reação com o

boroenolato quiral 60 levou à obtenção do produto de condensação 61 como o único

produto enantiomericamente puro. Este foi o primeiro exemplo descrito na literatura de

dupla estereodiferenciação em adição de enolatos de boro quirais a íons N acilimínio

quirais2b(Esquema 19).

+-)))! !

,

Esquema 19

Recentemente foi demonstrado que etoxicarbamatos 62, depois de tratados com

(36)

intermediário N acilimínico 63 que após hidrólise com HCl produz uma mistura de

indolizidinonas64ae64b(Esquema 20).

! <

< ! ! =! !

!

Esquema 20

2.4.1 A Preparação de Precursores dos Cátions 2Acilimínios Cíclicos

Vários métodos podem ser utilizados para a preparação dos precursores cíclicos

dos íonsN acilimínios.

Um dos principais métodos é a redução parcial de imidas cíclicas do tipo 65 na

presença de NaBH471que permite isolar as respectivas hidroxilactamas66(Esquema 21).

0

0

(37)

Como alternativa, lactamas 68 N protegidas na forma de carbamatos podem ser

reduzidas na presença de redutores como NaBH4 e DIBAL H71,73 formando os respectivos

hidroxicarbamatos69.

Os hidroxi derivados 66e69podem ser transformados nos respectivos alcoxi ou

aciloxi derivados do tipo 67 e 70, respectivamente, que são de fato os precursores dos

cátionsN acilimínios cíclicos.72

Alternativamente, outro método pode ser empregado para a formação de

alcoxicarbamatos. Este método tem sido largamente utilizado e baseia se na oxidação

anódica deN carbamatos71de forma a fornecer os respectivos α metoxicarbamatos7274,9a

(Esquema 22).

! !

> 0 ?@ ) A0

! !

Esquema 22

2.5 Reação do Tipo Petasis

A atividade biológica diversa e a utilidade sintética de alilaminas na década

passada levou a um aumento no número de métodos de síntese desta importante

funcionalidade.75 Assim, um número grande de rotas sintéticas foram apresentadas, sendo

que algumas destas deram misturas de régio e estéreo isômeros,76as quais tornam difíceis

a separação. Um dos métodos gerais para a síntese de todas as cadeias de aminas é a adição

de nucleófilos à iminas e sais imínio (Reação de Mannich).77 Dentre os nucleófilos

comumente usados para esta proposta estão: enóis e enolatos,77aorganometálicos alílicos e

propargílicos,77b anéis aromáticos ativados,77c e alquinos.75cd,77d O uso de nucleófilos

vinílicos para formar alilaminas nesta via, freqüentemente, tinha limitações, com a exceção

de silanos vinílicos os quais são muito efetivos nas variantes intramoleculares deste

(38)

alilamina geometricamente pura, baseado na participação de ácidos borônicos vinílicos na

reação de Mannich.

Recentemente, ácidos borônicos ou boratos vinílicos e arílicos têm seguido

numerosas aplicações sintéticas, particularmente em reações de acoplamento de Suzuki

Miyaura78com intermediários de paládio ligado a grupos vinílicos e arílicos.

Tendo os ácidos borônicos como uma atraente fonte de nucleófilos, Petasis

estudou sua participação na reação de Mannich para a síntese de alilaminas. O estudo

inicial envolveu reações com o produto de condensação de uma amina secundária 73 com

paraformaldeído. Sob estas condições,77a a amina é convertida à uma hidroxiamina 74 a

qual pode ser convertida em um sal imínio75ou uma diamina76(Esquema 23).

B > +

3CD!4 C5

.! ( !

Esquema 23

Desta forma verificou se que amino paraformaldeído reage com ácidos borônicos

vinílicos72 para dar como produto a alilamina73com completa retenção da geometria da

ligação olefínica, similarmente ao processo de acoplamento de Suzuki (Esquema 24).78

!

Esquema 24

Este novo método para a síntese de alilamina é simples e experimentalmente

conveniente desde que não requer condições anidras ou atmosfera inerte. Primeiramente,

(39)

25°C por várias horas ou por 30 min a 90°C, dão a alilamina com alto rendimento. Uma

simples extração ácido base remove qualquer quantidade de ácido borônico não reagido, e

(40)
(41)

3.1 Reagentes Organoboro

A reação de adição de reagentes organoboro a cátions N acilimínio é chamada

reação do tipo Petasis.79 A reação de Petasis é uma variação moderna da reação de

Mannich envolvendo uma amina, um composto carbonílico e uma organoborana. Esta

metodologia tem atraído interesse considerável nos últimos anos, e este processo de três

componentes é aplicável a uma variedade de ácidos borônicos, aminas e compostos

carbonílicos. A reação do tipo Petasis (adição de reagentes organoboro a cátions N

acilimínio) é particularmente importante porque os compostos organoboro apresentam

várias vantagens em relação aos outros compostos organometálicos, incluindo

acessibilidade, facilidade de extração do produto, toxicidade mínima e fatores ambientais.

Estas características tornam se extremamente importantes quando se trata de uma reação

realizada em larga escala, como, por exemplo, em processos industriais.

Ácidos e ésteres borônicos têm sido muito empregados na reação de Petasis, no

entanto, apresentam algumas limitações. Os ácidos borônicos são algumas vezes difíceis de

purificar, devido a sua forma trimérica cíclica que pode sofrer eliminação de água gerando

as boroximas. Além disso, contém grandes quantidades de anidridos, o que resulta em

problemas para a determinação da estequiometria. Por outro lado, os ésteres borônicos são

altamente estáveis e são geralmente menos reativos que os ácidos borônicos livres. Os dióis

(catecol ou pinacol) usados para sua preparação são geralmente caros e difíceis de separar

no final das reações.

Os ésteres borônicos ou adutos dietanolamínicos são freqüentemente utilizados

como alternativa para purificar estas espécies de organoboro, entretanto, alguns destes

ésteres são hidroliticamente instáveis ou difíceis de manusear. Além disto, os dióis

utilizados para síntese destes derivados devem ser separados no final das reações.

3.1.1 Sais de Organotrifluoroboratos

Compostos organoboro têm tido um profundo impacto na síntese orgânica.80 Sua

reatividade única têm se mostrado como um dos intermediários mais versáteis

(42)

baseados em organoboros, oxidação das ligações carbono carbono82 tem sido usada como

uma porta para uma transformação adicional ou final. Independentemente, são usados em

oxidações para incorporar funcionalidade seletivamente em substratos orgânicos,83 a

incompatibilidade de muitos oxidantes com compostos organoboro84 pode ser estimada

como uma limitação significante, devido a estes serem severamente restritos a habilidade

para mudar a porção orgânica, conservando a ligação carbono carbono.

Sais de organotrifluoroboratos têm emergido como uma nova classe de derivados

de boro e apresentam algumas vantagens tais como: estáveis ao ar, facilidade de preparo

com altos rendimentos e pureza,85 de fácil manejo, não são higroscópicos, podem ser

estocados por tempo indeterminado sem qualquer alteração química, apresentam alta

estabilidade térmica e viabilidade para serem utilizados em um grande número de processos

sintéticos (e.g., reações Suzuki,86,87,90 adições 1,4 catalisadas por ródio,88 e alilação de

aldeídos89). Um “review” completo é fornecido por Darses e Genêt em 200391 e mais

recentemente, em 2007 por Stefani.14a

A natureza covalente da ligação C B é assim prevista em detrimento do processo

de α eliminação característico de muitos ânions oxiranil. Felizmente, a força das ligações

B F do trifluoroborato tetracoordenado não promove somente resistência contra oxidação

em reações de protonólise normalmente associadas com organoboranas, mas previne

também claramente o reconhecimento da reação de α transferência no epóxido.80,81

Recentemente, os compostos organoboro têm sido um dos mais populares

reagentes organometálicos para a formação de ligações carbono carbono. A grande

aplicabilidade (em lugar de outros reagentes organometálicos) é devido a algumas

vantagens dos compostos de organoboro, como por exemplo: (1) compatibilidade com

muitos grupos funcionais; (2) disponibilidade de reagentes via hidroboração e

transmetalação; (3) baixa toxicidade; (4) menor degradação e agressão ao meio ambiente

frente a outros organometálicos; e por fim (5) manejo e remoção de subprodutos contendo

boro é fácil, quando comparados a outros reagentes organometálicos.

Em resumo, sais de potássio de organotrifluoroboratos possibilitam uma

reatividade que é complementar a outros compostos de organoboro, permitindo epoxidação

(43)

Estes sais representam assim uma significante expansão na química de compostos

organoboro.

A grande maioria de sais de organotrifluoroboratos preparados até hoje mostram

alta estabilidade ao ar e a água, ao contrário da maioria dos outros compostos organoboro, o

que representa uma grande vantagem.14aGeralmente são solúveis em solventes polares tais

como: metanol, acetonitrila, acetona, N,N dimetilformamida ou dimetilsulfóxido, e alguns

são ligeiramente solúveis em tolueno, tetraidrofurano e água. São insolúveis em solventes

apolares ou moderadamente polares tais como diclorometano, éter etílico e

diidrocarbonetos.

3.2 Preparação dos Sais de Organotrifluoroboratos

Inicialmente, os sais de organotrifluoroboratos80foram obtidos a partir da reação

de organodihaloboranas 79 com excesso de KF em solução aquosa (Esquema 25).92 A

dihaloorganoborana pode ser isolada ou gerada “in situ” a partir de organoestananas.

RBF3K

RBX2 KF

H2O

79 80

Esquema 25

Em 1995,93 o uso de hidrogeno difluoreto de potássio (KHF2) aperfeiçoou o

método para preparar organotrifluoroboratos. Com este reagente o uso de

organodihaloboranas (compostos altamente reativos e instáveis) não têm sido necessários.

Os sais de organotrifluoroboratos 80 são obtidos por um simples tratamento de ácidos

borônicos e derivados 81 com uma solução aquosa de KHF2, (Esquema 26);94 alguns

métodos de preparação destes sais são mostrados.

RB(OH)2 RBF3K

81 80

KHF2(3.0 equiv)

solvente, H2O, t.a.

R= Arílico, heteroarílico, alifático

(44)

O isolamento e purificação de organotrifluoroboratos de potássio são em alguns

casos fáceis e práticos. Geralmente, pode ser primeiramente por remoção do solvente da

reação seguido por lavagem com acetona a quente e cristalização em dietiléter.

O tratamento de organotrifluoroborato de potássio 80 com hidróxido de tetra n

butilamônio leva aos sais de organotrifluoroborato de tetra n butilamônio 82 (Esquema

27).95 Esta troca aumenta a solubilidade do organotrifluoroborato em ambos solventes,

polar e não polar, e este fato tem sido mostrado na melhora dos rendimentos de reações de

acoplamento cruzado.

RBF3K

80

RBF3(n Bu4N)

82

n Bu4NOH

CH2Cl2/H2O t.a., 1 min

Esquema 27

3.2.1 A Partir de Organolítio ou Reagentes de Magnésio

3.2.1.1 Troca de lítio ou reação de Grignard.

O uso de reagentes organometálicos é muito comum na síntese de ácidos

borônicos e derivados.96Assim, os organotrifluoroboratos podem facilmente ser preparados

a partir de haletos orgânicos83pela seqüência de troca lítio/haleto ou inserção do magnésio

(reação de Grignard), boronação, hidrólise, e tratamento “in situ” com KHF2(Esquema 28).

R X R M RB(OR1)2

81

RBF3K

80

troca haleto/lítio reação de Grignard

1. B(OR1)3 KHF2(aq)

83 84

X= Br ou Cl M= Li ou Mg

Esquema 28

Quando haletos de arila são usados, a reação tolera tanto substituintes elétron

(45)

3.2.1.2 Reação de 2Litiação

Vários sais de ariltrifluoroboratos 86têm sido obtidos a partir de reações deorto

litiação (Esquema 29).94A reação deorto litiação trabalha proporcionando ao alquillítio um

ponto de coordenação, aumentando a reatividade especificamente na locação do sítio de

coordenação do substrato, e deste direcionando a regioseletividade.97 Assim, o

ariltrifluoroborato funcionalizado86pode ser obtido como um único regioisômero.

ArH 1) RLi, solvente ArBF3K

2) B(OMe)3

3) KHF2(aq.)

85 86

Ar = 2 f uranil, 2 F Ph, 2,6 Cl Ph

Esquema 29

3.2.2 Reação de Deprotonação

Crotiltrifluoroboratos de potássio 89 são sintetizados a partir de seus

correspondentes ácidos borônicos 88.98 O ácido crotilborônico é realmente preparado

usando o protocolo já descrito (Esquema 30).99 Após formação do ácido crotilborônico88,

a reação é interrompida com uma solução aquosa saturada de KHF2 para fornecer o sal de

crotiltrifluoroborato de potássio89em bom rendimento.

() " 4

)) E

() . (

(

. ( E ; ). 2F( ; E

. ()7)% G . ()7)%CG

Esquema 30

Partindo da desprotonação de alquinos terminais 91, normalmente com n BuLi,

seguido pela reação de boração e tratamento com solução aquosa saturada de KHF2, sais de

(46)

Surpreendentemente, alquinos contendo um grupo trialquilsilil ligado ao átomo de

carbono ou oxigênio não são eliminados, apesar do uso de uma fonte de fluoreto.

; E ( " 4 + ;4

%'D!

( . (

( E ;

7 .%'G(4 .% G(4 .%'G(4 . ( .%%G(

.! ( .%CG(4 ! .! ( .'CG(4 + B .! ( .$$G(

.'#G(

Esquema 31

Infelizmente, quando alquinos estão funcionalizados com heteroátomos básicos,

ciano, e grupos ésteres, não é possível a produção dos correspondentes sais

(47)
(48)

4.1)Anéis Pirrolidínicos

A química da família das pirrolidin 2 onas tem sido objeto de pesquisa101 a mais

de três décadas. Trabalhos experimentais e clínicos estão focados primeiramente nos

chamados efeitos nootrópicos (elevam o rendimento energético dos neurônios); mais tarde

veio a possibilidade da neuroproteção (tratamentos ou medidas destinadas a proteger o

tecido nervoso) após derrame e o uso como agente antiepilético.

Piracetam, o primeiro da classe, foi pioneiramente desenvolvido por C. Giurgea

nos anos 60, e foi quem inventou o termo “nootrópico”, para elevar a capacidade de

aprendizado e memorização. O termo é algumas vezes mais extenso para incluir outras

ações bem como neuroproteção.

Estas propriedades, junto com a carência de outras ações psicofarmacológicas

geralmente adversas (por exemplo; sedação, analgesia, alterações motoras ou

comportamentais), distingue a pirrolidin 2 ona de outras classes de drogas psicoativas. Os

mecanismos de ação destas drogas não são completamente estabelecidos; e certamente,

diferentes compostos nesta classe podem ter modos distintos de ação. Interesse nesta classe

de droga tem recentemente sido despertado pela possibilidade do levetiracetam92ser uma

potencial nova droga antiepilética e do piracetam93 pela ação anti mioclônica em efeitos

após derrame e com baixos danos cognitivos (Figura 4).

Outras drogas nesta classe estão atualmente em estágio de desenvolvimento

avançado, e a renovação do interesse nesta área terapêutica é provavelmente de

(49)

próximos anos mas, também por que as indicações clínicas de drogas licenciadas podem ser

ampliadas.

Outros trabalhos têm mostrado que o anel pirrolidínico pode mimetizar alguns

sistemas presentes em vírus.102 O composto 94 (figura 5) mostrou ser ativo inibindo a

sialidase do vírus influenza A em concentrações da ordem micromolar. Utilizando se dados

de inibição, estrutura cristalográfica e métodos de modelagem molecular, os pesquisadores

definiram um modelo que pôde tanto desenhar novos compostos com núcleo pirrolidínico,

quanto predizer suas respectivas atividades. A partir deste modelo foram propostos novos

compostos representados pelos protótipos 95 e 96 (Figura 5). Aproximadamente 600

derivados foram sintetizados através de uma abordagem de química combinatória. Estes

compostos mostraram acentuada tendência em inibir a sialidase do vírus influenza A com

maior eficiência.102

(50)
(51)

5.1 Apresentação e Discussão dos Resultados

Em conexão com este interesse na preparação e reatividade de

organotrifluoroborato de potássio, e seus usos como intermediários na síntese orgânica,14

serão apresentadas as discussões dos resultados obtidos relativos às reações de adição

estereosseletivas de aril e alquiniltrifluoroboratos de potássio aos íons N acilimínio

endocíclicos derivados do (L) ácido tartárico 97, 3,4,5 triacetoxi 2 pirrolidinona 1b.

Posteriormente apresentaremos resultados obtidos a partir da adição estereosseletiva de

alquiltrifluoroboratos de potássio aos precursores íonsN acilimínio1ae1b.

Primeiramente serão apresentados os resultados referentes à preparação dos

materiais de partida, passando pela otimização das condições reacionais, seguida da

apresentação e discussão dos dados espectroscópicos que permitiram a elucidação dos

compostos preparados.

5.2 Preparação dos Precursores dos CátionsN2Acilimínio

Os ácidos L tartárico e L málico são precursores úteis para reações dos íons N

acilimínio levando a derivados pirrolidínicos enantiomericamente puros.33,65,1c A N benzil

imida 102 é preparada a partir de ácido L tartárico de baixo custo 97, de acordo com

procedimento de três etapas descrito na literatura.103

(52)

5.2.1 Preparação das Imidas Cíclicas 1a2b

Para a preparação das imidas cíclicas 102, utilizou se a metodologia descrita por

Chamberlin104 que envolve primeiramente a formação do anidrido cíclico 98 à partir da

reação de ciclização intramolecular do ácidoL tartárico97na presença de AcCl (cloreto de

acetila). Em seguida, o anidrido cíclico sofre abertura do anel por ataque nucleofílico da

benzilamina 99 com posterior fechamento seguido da eliminação de água 100e formação

da imida cíclica diidroxi correspondente 101. E finalmente, sob novo tratamento com

cloreto de acetila e sob refluxo leva ao produto de acilação das hidroxilas, formando assim

a imida cíclica protegida102(Esquema 32).

- > ! !

- > ! !

Esquema 32

5.2.1.1 Preparação da 52Hidroxi222Pirrolidinona

Como mencionado anteriormente, a preparação do precursor 5 hidroxi 2

pirrolidinona1batravés de redução parcial da imida102utilizando se NaBH4como agente

(53)

Nesta metodologia, deve se ter o cuidado com o controle do tempo e temperatura

da reação, prevenindo a redução total da imida. Sendo preparada a 5 hidróxilactama 1b

com bom rendimento (Esquema 33).

+ ;=< ). H ( ))))) C)D!

Esquema 33

Vale salientar que a redução regio e estereoseletiva da imida 102 é consumada

com excesso de borohidreto de sódio em etanol/THF a 30°C por 30 min para dar a

derivada 5 hidróxi 2 pirrolidinona 1b com uma mistura de 95:5 syn/anti de

diasteroisômeros.103

5.2.1.2 Preparação da 52Acetoxi222Pirrolidinona

A partir da 5 hidroxi 2 pirrolidinona 1b, procedeu se com a reação de acetilação

para se obter a 5 acetoxi 2 pirrolidinona 1a. Esta acilação foi feita na presença de Ac2O

(anidrido acético), Et3N (trietilamina) e quantidade catalítica de DMAP (4 N,N

dimetilaminopiridina) possibilitando o isolamento do precursor do íonN acilimínio1acom

bom rendimento. É conveniente frisar que o isômero syn majoritário foi determinado com

(54)

= <

B

! !

Esquema 34

Os resultados são mostrados naTabela 1, fornecendo rendimentos obtidos, dados

espectroscópicos das bandas de absorção da ligação C=O e O – H no infravermelho, bem

como os pontos de fusão e características dos compostos102,1be1a.

Tabela 1:Algumas características dos materiais de partida

Composto Característica Posição α Rend.(%) IV.νC=O[cm21] IV.νO2H[cm21] P.F (°C)

102 Sólido Branco C=O 78% 1739 120 121

1b Cristais Brancos OH 83% 1751 3259 91 92

1a Óleo Amarelo OAc 88% 1743

5.3 Preparação dos Sais de Organotrifluoroboratos

5.3.1 Preparação dos Sais de Potássio de Alquil2 e Ariltrifluoroboratos

A preparação dos organotrifluoroboratos de potássio, como descrita

anteriormente, foi obtida a partir de seus respectivos reagentes de Grignard.25a A adição de

trimetilborato ao brometo de organomagnésio alquílico ou arílico à 30°C promove a

geração dos respectivos complexos ato, que por tratamento posterior com solução aquosa

saturada de KHF2 a 0°C, gera os sais de potássio de organotrifluoroboratos desejados

(Esquema 35).

R X R Mg RB(OR1)2

81

RBF3K

80

Reação de Grignard 1. B(OR1)3 KHF2(aq)

83 84

(55)

Tabela 2:Alquiltrifluoroboratos de Potássio – Estruturas e Rendimentos.

5a Etil ; E 83%

5b Isopropil ; E 77%

5c n Butil E; 80%

5d Ciclohexil E; 75%

5e 4 Metilciclohexil E; ! 72%

5f Alil

E;

67%

5g Benzil ; E 78%

5h p Metóxibenzil ; E

(56)

Tabela 3:Ariltrifluoroboratos de Potássio – Estruturas e Rendimentos.

3a Fenil

; E

83%

3b p Metóxi fenil

; E

! 83%

3c p Fluor fenil

; E

; 79%

3d 3,5 bis Trifluorometilfenil

; ! !;

; E

75%

3e 2 Metilfenil

; E

! 72%

3f 3 Tiofeno

; E

79%

5.3.2 Preparação dos Sais de Potássio de Alquiniltrifluoroboratos

Descrito anteriormente na introdução, a preparação de alquiniltrifluoroboratos

pode ser conseguida a partir da deprotonação de alquinos terminais 91, normalmente com

n BuLi. Obtido o organolítio correspondente, seguiu se reação de boração a 78°C e

posterior tratamento com solução aquosa saturada de KHF2a 0°C, obtendo se desta forma

(57)

; E () " 4)+ ;4)

))))))))) %'D!

() . (

()E ;

Esquema 36

Tabela 4:Alquiniltrifluoroboratos de Potássio

R2BF3K R(Alquinil) Estrutura Rend.(%)

3g 2 Fenil 1 etinil

; E

65

3h 1 Hexinil

; E

! 3 63

3i 3 Metóxi 1 propinil

; E

! 68

3j (6 Metóxinaftaleno 2 il)

etinil

; E

! 64

Estas três classes de sais de organotrifluoroboratos foram recristalizadas mediante

dissolução a quente em acetona e posterior precipitação com éter dietílico gelado para gerar

sólidos brancos cristalinos estáveis ao ar e umidade, sendo possível estocá los por um

extenso período de tempo à temperatura ambiente, em frascos plásticos sem demais

precauções.

5.4 Sais de Organotrifluoroboratos de tetra2 2Butilamônio

Embora os sais de potássio sejam sinteticamente vantajosos, têm como principal

(58)

como: THF, Et2O e CH2Cl2, e requerem solventes altamente polares como acetonitrila,

metanol, dimetilsulfóxido e em alguns casos, temperaturas elevadas para a dissolução.

Para contornar estes problemas de insolubilidade dos organotrifluoroboratos de

potássio, estes podem ser transformados nos sais de tetra n butilamônio pela simples troca

do cátion K+ por n Bu4N+, através da reação do sal de potássio com hidróxido de tetra n

butilamônio. Segundo a literatura,95 os sais de tetra n butilamônio são obtidos de forma

quantitativa e em elevado grau de pureza, não necessitando purificação prévia para a sua

utilização. Portanto, com o propósito de expandir o alcance das reações de adição

nucleofílica estereosseletiva dos sais de organotrifluoroboratos, foram preparados dois sais

de organotrifluoroboratos den tetrabutilamônio.

R1BF3K

n Bu4NOH (aq)

CH2Cl2/ H2O t.a. 30 min

R1BF3(n Bu)4N

3a

5a 3k 2 R

1

= Fenil 5i 2 R1= Etil

Esquema 37

Tabela 5:Organotrifluoroboratos den Tetrabutilamônio

R2BF3( 2Bu)4N Grupo R Estrutura Rendimento (%)

3k Fenil

; . (

83%

(59)
(60)

5.5 Reação de Adição Nucleofílica Estereosseletiva de Aril2 e

Alquiniltrifluoroborato de Potássio à Íons 2Acilimínio

Nossos estudos iniciais foram direcionados ao desenvolvimento e otimização das

condições reacionais. Para um experimento investigativo inicial,N benzil 3,4,5 triacetoxi

2 pirrolidinona 1a e feniltrifluoroborato de potássio 3a foram selecionados como material

de partida e CH2Cl2(diclorometano) como solvente.

A reação de1acom feniltrifluoroborato de potássio na ausência de ácido de Lewis

não levou ao aduto desejado e o material de partida 1a foi recuperado sem alteração. A

necessidade de ativação por ácido de Lewis forte é fator preponderante devido ao

intermediário íonNacilimínio neste tipo de reação.

Em vista deste resultado, inicialmente avaliamos a influência do ácido de Lewis

na adição estereosseletiva de feniltrifluoroborato de potássio. Para este propósito, o N

benzil 3,4,5 triacetoxi 2 pirrolidinona 1a foi tratado com BF3

.

Et2O (1.0 equiv) a 78 °C

para assegurar a formação “in situ” do correspondente íon N acilimínio 2a, o qual foi

formado em 30 min (Esquema 38), sendo evidenciado pelo consumo total de1apor análise

de TLC.

Em seguida, feniltrifluoroborato de potássio 3a (1.2 equiv) foi adicionado e a

reação teve sua temperatura elevada até a temperatura ambiente e mantida sob agitação por

6h.

/ 0 0 " 1

%' D!4

$ 4 F F ;

(61)

Desta forma o produto desejado 4a é obtido após purificação em coluna

cromatográfica de sílica flash com apenas 21% de rendimento. A relação de

diastereoisômeros 75:25 syn e anti respectivamente (tabela 6, linha 2), foi determinada

através de RMN1H (300 MHz) mediante a integração do hidrogênio ligado ao carbono α

nitrogênio na mistura bruta reacional. A relação diastereoisomérica é determinada na

mistura bruta primeiramente, pois há um percentual de retenção do diastereoisômero anti

no procedimento de purificação por coluna cromatográfica de sílica flash.

Tabela 6: Resultados da Otimização das Condições Reacionais para Obtenção dos N

Heterocíclicos Funcionalizados.

Linha Ácido de

Lewis (equiv) Solvente Metal

Relaçãoa

/

Rendimento

Isoladob(%)

1 CH2Cl2 K

2 BF3.OEt2(1.0) CH2Cl2 K 75:25 21

3 BF3.OEt2(2.0) CH2Cl2 K 75:25 23

4 BF3

.

OEt2(3.0) CH2Cl2 K 80:20 46

5 BF3

.

OEt2(4.0) CH2Cl2 K 90:10 85

6c BF3.OEt2(5.0) CH2Cl2 K 90:10 84

7 BF3.OEt2(4.0) CH2Cl2 n Bu4N+ 90:10 81

8 BF3.OEt2(4.0) CH3CN K 65:35 67

9 BF3.OEt2(4.0) Tolueno K 60:40 54

10 BF3.OEt2(4.0) Tolueno n Bu4N+ 60:40 51

11 BF3.OEt2(4.0) Cl(CH2)2Cl K 90:10 82

12 TiCl4(4.0) CH2Cl2 K 50:50 13

13 SnCl4(4.0) CH2Cl2 K

14 ZnBr2(4.0) CH2Cl2 K

a

Relações diastereoisoméricas determinadas por1H RMN (300 MHz) através da integração do hidrogênio ligado ao carbono α nitrogênio na mistura bruta reacional.

b

Rendimentos isolados do produto puro após cromatografia por coluna de sílica flash.

c

A reação permanece a temperatura ambiente por 24h.

Surpreendentemente, feniltrifluoroborato de potássio não reage quando SnCl4 e

ZnBr2 são usados como ácido de Lewis e o uso de TiCl4 leva a baixos rendimentos e

diastereosseletividade (Tabela 6, linhas 12 – 14). Independentemente, com 4.0 equiv de

BF3

.

(62)

relação diastereoisomérica (Tabela 6, linha 5). Quando 5.0 equiv de BF3

.

OEt2é empregada,

não é observado aumento no rendimento e seletividade, mesmo tendo sido mantida a reação

em temperatura ambiente por até 24 h (Tabela 6, linha 6).

O uso de 1.0, 2.0 e 3.0 equiv de BF3

.

OEt2resulta em rendimentos muito baixos

(Tabela 6, linhas 2 – 4). Em seguida, verificamos a influência do contra íon no

organotrifluoroborato, substituindo se o contra íon potássio K+ pelo derivado tetran

butilamônio e não detectamos alteração significante na reação em termos de rendimento e

diastereosseletividade (Tabela 6, linhas 7 e 10). O uso de outros solventes como acetonitrila

e tolueno forneceram baixos rendimentos isolados do produto desejado. Empregando se

1,2 dicloroetano produziu resultado similar ao CH2Cl2(Tabela 6, linha 8 – 11).

Entre as várias condições reacionais testadas, o uso de 4.0 equiv de BF3

. OEt2

como ácido de Lewis e 1.2 equiv do sal de potássio de organotrifluoroborato em 3 mL de

CH2Cl2 indicou uma ótima estequiometria de reação, salientando se para o pequeno

excesso do sal (20%), no emprego dos reagentes.

O ácido de Lewis é adicionado lentamente e gota a gota à 78 °C sob agitação

constante e atmosfera inerte e anidra devido sua alta reatividade. Após 1h nas condições

anteriores, a temperatura é ajustada para a ambiente, mantendo se a agitação e atmosfera

inerte, e desta forma todas as condições são mantidas por 6h. O acompanhamento da reação

foi feito através de cromatografia de camada delgada até o consumo total do material de

partida. A reação então fornece o produto 5 substituído 2 pirrolidinona 4a em 84% de

rendimento e relação diastereoisomérica de 90:10, onde o isômero syn é o produto

majoritário.

5.6 Aplicação da Condição Ideal

O alcance da reação de adição estereosseletiva é demonstrado pela evolução na

ordem das combinações de nucleófilos doadores e receptores alquinil , aril e

(63)

( ; F < . FC 2F(

! ! 4 %' D!4

( ; E . ( . F 2F(

%' D!4 F F4 $

Esquema 39

Portanto, estas condições otimizadas citadas acima são subseqüentemente

aplicadas para os diferentes sais de potássio de organotrifluoroboratos 3b – j como

mostrado na Tabela 7.

Tabela 7: 22Pirrolidinonas 52Substituídas 3a2j

Linha Nucleófilo (3) Produto (4) Relação

a

syn/anti

Rendimento

(%)

1 C6H5BF3K (3a)

4a

90:10 84

2 4 CH3OC6H4BF3K (3b)

!

4b

90:10 87

3 4 FC6H4BF3K (3c)

;

4c

90:10 68

4 3,5(CF3)2C6H3BF3K (3d)

!;

!;

4d

(64)

Continuação Tabela 7

Linha Nucleófilo (3) Produto (4) Relação

a

/

Rendimento

(%)

5 2 CH3C6H4BF3K (3e)

!

4e

90:10 76

6 3 C4H3SBF3K (3f)

4f

85:15 71

7 C6H5C≡CBF3K (3g)

4g

90:10 73

8 n C4H9C≡CBF3K

(3h) ! 3

4h

70:30 83

9 CH3OCH2C≡CBF3K (3i)

!

4i

80:20 78

10

6 CH3O

C10H6C≡CBF3K (3j)

! 4j

70:30 71

a

Relações determinadas por RMN 1H (300 MHz) através da integração do hidrogênio

ligado ao carbono α nitrogênio na mistura bruta reacional.

b

(65)

5.7 Caráter Nucleofílico dos Sais de Potássio de Organotrifluoroboratos

Reação do íon precursor do N acilimínio 1a com ariltrifluoroborato de potássio

rico em elétrons devido ao grupo metoxil de 3b leva ao 5 aril 2 pirrolidinona com

rendimento e diastereosseletividade muito bons (Tabela 7, linha 2). Em contrapartida

ariltrifluoroboratos pobres em elétrons agem como nucleófilos menos ativados na reação. O

fato é que o flúor é um átomo eletronegativamente forte, diminuindo desta forma a

densidade eletrônica localizada no carbono ligado ao BF3K, desativando a posição da

adição nucleofílica, levando ao produto desejado com rendimento satisfatório (Tabela 7,

linha 3). O mesmo ocorre com o anel aromático duplamente substituído com trifluorometil

CF3(Tabela 7, linha 4).

A força nucleofílica dos sais de potássio de organotrifluoroborato também é

evidenciada no exemplo obtido a partir do sal contendo um anel aromático substituído na

posição 2 por um grupo metila (Tabela 7, linha 5). A princípio, neste caso, observa se um

pequeno, mas significante bloqueio estérico deste grupamento com o grupo acetila na

posição 4 do anel pirrolidínico resultando numa diminuição no rendimento da reação. Da

mesma forma, níveis similares de diastereosseletividade e rendimento são observados na

nucleofílicidade dos alquiniltrifluoroboratos3g – j(Tabela 7, linhas 7 – 10).

Em suma, fica claramente exposto que o efeito nucleofílico de sais de potássio de

organotrifluoroboratos derivados de anéis aromáticos substituídos por grupos doadores e

receptores de elétrons levam ao produto 5 substituído 2 pirrolidinona com

diastereosseletividade de boa a moderada. Observa se que a hibridização dos carbonos

(66)

5.8 Proposta Mecanística

Com relação ao mecanismo desta reação, BF3

.

OEt2 reage com

organotrifluoroborato de potássio para promover, como descrito por Kaufmann et al.,105

difluoreto de organoboro, o qual é detectado por RMN11B (Esquema 40).20,105

R1BF3K + BF3

KBF4

R1BF2

Esquema 40

O difluoreto de organoboro tem habilidade para agir como ácido de Lewis

ativando o hemiaminal gerando desta forma o íonN acilimínio e as espécies nucleofílicas.

Assim, o nucleófilo ativado pode ser a espécie R1BF2neste tipo de reação.20

A estereoquímica deste centro estereogênico recém criado de 4b é determinada

por análise de RMN 1H da mistura bruta reacional como já dito anteriormente. A

estereoquímica relativa cis do produto majoritário é estabelecida após análises das

constantes de acoplamento de multiplicidade e vicinal do hidrogênio ligado ao carbono α

nitrogênio (H 5) e que é válido para todos os outros compostos relatados. A estereoquímica

relativa dos compostos4a – j é comprovada pela mudança da correlação química e dados

das constantes de acoplamento já descritos na literatura.21

Para os análogos 2 pirrolidinonas, as constantes de acoplamento vicinais3J(H5 – H4)

para os isômeros syn mostram valores menores do que as mesmas constantes para os

isômerosanti. As correlações químicas estão em acordo com o isômero majoritário obtido

por nós e a estereoquímica relativa do isômero majoritário é atribuída como sendo syn.22

Este resultado é inesperado, pois a participação do grupo vizinho do grupo 4 O acetil no

controle estérico não parece interferir; mas o grupo 3 O acetil é que promove a assistência

(67)

! ;

Esquema 41

Diversos estudos na literatura relatam que: adição de nucleófilos a íons N

acilimínio produzem preferencialmente o isômero syn, revelando que a estereoquímica

resultante não obedece a regra pelos efeitos estéricos. A preferência pelo isômero syn

indicada é devido a interação favorável de orbital23 sobre a interação estérica observada

durante aproximação do nucleófilo borônico ao grupo OAc residente do intermediário N

acilimínio1a na presença de BF3

.

OEt2. Danishefsky et al.24 sugeriu a hipótese de que num

processo catalisado por ácido de Lewis, a estabilização da emergente interação do orbital

(68)

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