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,..r;..,,?,'FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CAIXA POSTAL 21120 ZC - 00
RIO DE JANEIRO ~ GUANABARA BRASIL
BSCOLA DS
POs-G1W)UAÇlo
BM JCONOMIADO DlftI'l'UTO UA8IL8IRO DE BCOHOHIA
DA
JUHDAÇJo
GB'11JLIO VARGASPar. o.
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Luiscar.a1ho,
PIa.D.,
!'ranGi.., L.d8 Padaax.ope.,
Ph.D., •
aogerio r..dein
1fez'Daak,
Pb.D.I
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1976
lImo. Sr.
Dr. Francisco Lafaiete de Pádua Lopes Subdiretor de Ensino da EPGE
Senhor Subdiretor de Ensino,
Após analisar o trabalho do aluno
Reinaldo Gonçalves, intitulado "Imposto sobre a Ren
da das Pessoas Físicas 1966/75: um estudo de progre~
sividade" , considero-o aprovado como dissertação de
mestrado, conferindo-lhe o grau 8 (oito).
José L
CAIXA POSTAL 21120 ZC - 05
R!O DE JA~EIRO - GUANABARA BRASIL
Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1976.
Escola de Pós-Graduação em Economia Fundação Getúlio Vargas
Nesta
Informo pela presente que aprovo a tese de
mes-trado do aluno Reinaldo Gonçalves, intitulado "Imposto sobre a Renda
das Pessoas Físicas 1966/75: um estudo de progressividade", com grau
8 ( oito ).
A-4 Formato Internacional 210x297mm
Atenciosamente,
Fr co L. Lopes
Subdiretor de Ensino EPGE/FGV
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS CAIXA POSTAL 21120 ZC - 00
RIO DE JANEIRO - GUANABARA BRASIL
ESCOLA DE PÔS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
Rio de Janeiro,ll de outubro de 1976
Senhor Diretor de Ensino,
Após analisar o trabalho do aluno REINALDO
GONÇALVES , intitulado "Imposto sobre a renda das pessoas físicas
1966/75: Um estudo de progressividade", considero-o aprovado
como dissertação de mestrado, conferindo-lhe o grau de 8 (oito).
A-4 Formato Internacional 210x297mm
~te~c!Jlamente
~~~~
TESE DE MESTRADO
APRESENTADA
À
EPGE
1 f
FUNDAÇÃO GETOLIO VARGAS
IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS F!SICAS - .1966/75:
UM ESTUDO DE PROGRESSIVIDADE
DISSERTAÇÃO SUmiETIDA À CONGREGAÇÃO DA
ESCOLA DE PCS-GRADUAÇÃO EH ECONOMIA (EPGE)
.
_DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM ECONOMIA
POR
I
REINALDO GONÇALVES
RIO DE JANEIRO, RJ
Agosto, 1976
,
i !
I
I
Queremos agradecer o auxílio prestado pelos
Técni-cos em Tributação Francisco de Assis e Tasso Rivera Monteiro
do Centro de Informações e Estudos Fiscais da Secretaria da
Receita Federal (CIEF-SRF), que gentilmente_forrieceram-nos~
formações e dados ainda não publicados. Ao Economista Mar
cus Vinicius Villarim da Secretaria Geral do Ministério da
Fazenda também agradecemos as informações e auxílio prestado.
Agradecemos ao Prof. Antonio Maria Silveira pelo
incentivo aos debates sobre as "nossas" questões realizad .. s
durante:os seus cursos, corno também pelos seus trabalhosso
bre Imposto de Renda que contribuiram para estimularmo-nos a
realizar este estudo.
Ao Prof. Rogério Werneck devemos a orientação deste estudo corno também pelo
tual dado ao longo do curso na EPGE-FGV.
.-agradecer nao so
estímulo intelec
Um agradecimento especial dirigimos ao Professor
Américo Cury - Chefe do Departamento de Economia da Faculda
de de Economia e Administração da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (FEA-UFRJ) pelo seu apoio e incentivo, e cuja
dedicação e honestidade intelectual é exemplo para os mem
bros daquele Departamento.
Finalmente, queremos observar que os erros existe~
tes neste trabalho são de nossa inteira responsabilidade,não
cabendo a qualquer uma das pessoas envolvidas direta ou indi
retamente na sua elaboração responsabilidade pelas limita
-çoes e erros incorridos. /
/
. i .
----CAP!TULO I
CAP!TULO
11
CAP!TULO ÍII
CAP!TULO IV
!NDICE
Página
INTRODUçKO 1
A TEORIA DAS FINANÇAS POBLICAS E O IR 10
1. Distribuição da Carga-Tributária 10
2. IR: Considerações Conceituais 11
3. Efeitos do IR corno Instrumento de 12
política
4. Bases Alternativas para Aplicação 13
dO Imposto Direto
5. Base Fiscal 13
PROGRESSIVIDADE
1. Considerações gerais sobre pr~
gressividade
2. Efeitos de urna Estrutura Progre~
siva
3. IR progressivo e seus efeitos so
15
15
16
bre a Distribuição da Renda 17
4. IR progressivo corno fator de es
tabilização 18
METODOLOGIA 22
1. Introdução
2. Medidas Alternativas 22
2.1. Progressividade da Taxa Mé
dia 22
2.2. Progressividade da Taxa Mar
gina1 25
2.3. Elasticidade-Renda do Impos
to 26
2.4. Progressividade da Renda-Re
sidual / 29
. i i .
---I
I
CAPiTULO
v
CAPiTULO VI
CAPiTULO VII
CAPiTULO VIII
CAPiTULO IX
3. Progressividade Efetiva
3.1. indice de Gini
3.2. Redundância
31
3.3. tndice de Theil
"3.4. Variância dos logs
RESULTADOS EMPtRICOS
1. Introdução
32 34
37
38
40
1.2. Considerações acerca dos Da 40
dos
1.3. Recursos Conceituais 48
2. Verificação das Medidas Alternati 50
vas
2.1. Primeiros Resultados 50
2.2. Taxa Midia do Imposto ·52
2.3. Taxa Marginal do Imposto 59
2.4. Elasticidade-renda do Impos 64·
to
-2.5. Elasticidade da renda resi 67
dual
3. Progressividade Efetiva
OS SISTEMAS DE DEDUÇÃO, ABATIMENTO E
INCENTIVO FISCAL
1. Introdução
73
84
2. Análise do Sistema de Dedução 84
3. Análise do Sistema de Abatimento 88
4. Aná~ise do Sistema de
Fiscal
CONCLUSÕES
APgNDICE METODOLOGICO
BIBLIOGRAFIA B~SICA
. i ! ! .
Incentivo 90
94
97
!NDICE DE TABELAS
página
1. Origens da Receita Tributária Federal 1923/60 3
2. Receita Tributá~ia da União - Participação Per
centua1 de cada Rubrica: 1966/75 5
3. Imposto de Renda Retido na Fonte
3.1. Distribuição do Desconto na Fonte entre
Pessoas Físicas e Jurídicas: 1960/70 7
3.2. Imposto de Renda - Participação das prin
cipais Espécies de Rendimentô na Reten
ção na Fonte de Pessoas Físicas e Pes
soas Jurídicas 1960/70 8
3.3. Imposto de Renda Retido na Fonte 1972/74 9
.
.
4. Limites Superiores das Classes de Renda e~ Cr$
constante de 1969 43
5. Limites Superiores das Classes de Renda em Cr$
corrente e unidades de Salário Mínimo 45
6. Evolução da Taxa Média do Imposto (T/Y) 51
7. Coeficientesde Progressividade da Taxa Média
1966/70 53
8. Coeficientes de Progressividade da Taxa Média
1971/75 54
9. Coeficientes da Taxa Média IncrementaI
10. Curva da Taxa Média
11. Coeficientes de Progressividade da Taxa
Margi-nal 1966/70
12. Coeficientes de Progressividade da Taxa Margi-nal 1971/75
13. Coeficientes da Taxa Marginal IncrementaI
14. Curva da Taxa Marginal
15~ Coeficientes de Elasticidade-renda do Imposto
1966/70
16. Coeficientes de Elasticidade-renda do Imposto
1971/75
.iv.
57
58
60
61
63.A
63.B
65
página
17. Curva caracterizando a Elasticidade-renda do
Imposto
68
18.
Coeficientes -de Progressividade da Renda - Re
sidual 1966/70
70
19.
Coeficientes de Progressividade da Renda - Re
sidual 1971/75
71
20.
Curva da Renda Residual
72
21.
!ndices de Desigualdade
74
22.
!ndices de Concentração entre Empregados
Ad~'ministrativme Operários no Brasil, em
são
Paulo e na Guanabara
76
23.
Coeficientes de Progressividade Efetiva
77
24.
!ndices de Desigualdade: Comparação
79
25.
variações Percentuais nos !ndices de Desigual
dade e nos Coeficientes de Progressividade
Efetiva
82
26.
Relação Dedução Cedular/Rendimento Bruto por
Classes de Renda
86
27.
Relação Abatimento/Rendimento Bruto por
Cla~ses de Renda
89.
28.
Relação Redução para Investimento/Rendimento
Bruto
92
29.
Curvas de Pareto
100
30.
Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1969 (Distribuição Modificada)
102
31.
Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício, de 1970 (Distribuição Modificada)
103
32.
Participação das duas últimas Classes para
fim de comparação com os ajustamentos
reali-zados
104
33.
Imposto sobre a Renda 'das Pessoas Flsicas
Exerclcio de 1966
108
34.
Imposto sobre a Renda'das Pessoas Físicas
Exerclcio de 1967
109
-35.
Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1968
110
.v.
Página
36. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1969 111
37. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de ~970 112
38. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1971 113
39. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1972 114
40. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1973 115
41. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físic"as
Exercício de 1974 116
42. Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas
Exercício de 1975 117
/ /
1. Objetivos
Este estudo tem como escopo básico a verificação do
grau de progressiyidade do Imposto sobre a renda das pessoas
fIsicas (IR) no Brasil. no perIodo de 1966 a 1975 e,
particu-larmente no perIodo de 1969 a 1975, que foi um perIodo de
elevadas taxas de crescimento da economia brasileira.
Não só a mensuraçao como também a observação
de uma tendência do grau de progressividade·do IR constitui
o nosso objetivo.
o
trabalho está dividido em sete partes distintas.Na primeira parte fazemos uma apresentação sucinta d~ evolu
ção .histórica do IR no Brasil e sua importância na receita do
governo federal. No segundo capItulo fazemos algumas
consi-deraçõe~ acércá do IR, discutindo a questão da renda como ba
se fiscal vi~-a-vis ao consumo e
à
riqueza. Na parte seguinte discutimos
o
problema da progressividade tendo como panode fundo a Teoria das Finanças Públicas, em particular dis
cute-se os efeitos de uma estrutura progressiva sobre a ofer ta de trabalho e o nIvel de investimentos.
A quarta parte do trabalho envolve os recursos· teó
ricos, metodológicos e conceituais empregados para verifica
-çao do grau de progressividade. Na parte seguinte apresent~
mos e analisamos os resultados empIricos obtidos a partir
dos dados disponíveis.
No capItulo VI discute-se o sistema de deduções e
abatimentos existente, assim como algumas considerações so
bre os esque.mas de incentivos fiscais.
o
último capItulo é reservado para algumas poucasreflexões e um resumo dos resultados até então desenvolvidos.
Queremos observar, entretanto que o objetivo deste
trabalho
é
bastante limitado, no sentido de que considerações outras, principalmente a questão da distribuição da re~
da renda, demandaria um maior aprofundamento do estudo exi
gindo dados desagregados e maiores e melhores informações do que as possuIdas.
.2.
Uma outra observação que queremos fazer
aos dados empregados e que parece-nos trivial em
ba1ho de pesquisa no Brasil. Algumas limitações
refere-se
qualquer tr~
dos dados
empregados serão discutidas ao longo do trabalho, mas uma
que gostaríamos de adiantar prende-se ao fato de que nem sem
pre os dados disponíve-is são compatíveis, ~xistin~o casos de
total incompatibilização e, adicionalmente dependendo do ano
os dados são apresentados, classificados de forma distinta.
Maiores detalhes acerca dos dados utilizados serão discuti
-dos nas seções seguintes.
2. Evolução histórica do IR no Brasil
o
imposto de renda surge no Brasil em 1922 atravésda Lei n9 4 625 de 31 de dezembro deste ano, Em 1923, o pri
meiro ano de recolhimento, o IR representava 9,56% do impos
to de importação, na época o mais relevante na composição da
receita do governo federal,situando-se abaixo do imposto de .
consumo e do imposto sobre sêlo e similares. (1)
Embora continue crescendo a participação do imposto
de renda na receita da união, é somente no período de guerra
e no pós-guerra com o Decreto n9 24 239 de 22 de dezembro de
1947 que o imposto de renda passa ser uma fonte de recursos
significativa. Em 1949 representa 34-,89% da receita da
união sendo somente superado pelo imposto de consumo.
Em 1955, através do Decreto n9 36 773 de 13 de j~
neiro sofre uma nova regulamentação acarretando em 1956 uma
participação de 42,51% na receita estando logo acima do
im-posto de consumo com 39,85%, esta primeira posição irá ser
retomada no ano seguinte pelo imposto de consumo. (2)
Na década de 1960 o imposto de renda já apresenta
uma participação inferior àquelas alcançadas principalmente
nos primeiros anos da década de 50. Em 1960 o imposto de
renda representava 32,20% da receita tributária federalitrês
(1)
(2)
Uma apresentaçio da evoluçio hist5rica do desde as suas origens pode ser encontrada Imposto de renda no Brasil, FGV, 1966. Os dados do período 1923/60 foram obtidos
IR no Brasil na Evolução do
Tabela 1 Origens da Receita Tributária Federal
Imposto Imposto Imposto de Sê10 e
Ano
de Consumo de Renda Importação Similares ,
-1923
·
.
.
258 429 44 793 468 080 126 6091924
·
.
.
299 135 23 765 567 497 202 5061925
· ..
312 425 34 155 722 120 220 4471926
· ..
363 902 35 656 577 879 229 7771927
·
..
402 900 61 141 812 038 240 9071928
· ..
440 308 68 241 938 920 251 9471929
·
.
.
426 749 75 716 928 109 259 6211930
·
.
.
352 237 62 022 626 224 204 8331931
·
. .
377 598 93 020 605 131 237 8671932
·
..
388 579 94 078 527 275 225 6151933
·
. .
445 384 123 239 756 697 251 8021934
·
. .
512 258 152 649 837 463 298 6121935
·
.
.
: 558-223 167 366 975 082 334 6931936
·
.
.
606 024 199 452 1 012 105 ~ 194 3441937
·
.
.
667 074 232 391 1 173 413 236 2011938
·
. .
853 666 287 312 1 052 512 236 698 .'1939
·
..
1 029 688 323 547 1 031 197 270 4741940
·
. .
1 053 747 410 603 977 514 283 0441941
·
.
.
1 185 495 537 082 1 058 775 337 7761942
·
.
.
1 253 612 988 336 674 220 431 9451943
· ..
1 553 577 1 497 547 596 467 578 7951944
· . .
1 947 127 2 037 506 902 439 742 6571945
· .
.
2 832 166 2 349 784 1 026 039 865 6021946
·
. .
4 008 862 2 751 221 1 404 033 1 194 4441947
·
. .
4 462 971 3 901 808 1 876 437 1 423 8881948
·
.
.
4 854 257 4 194 999 1 650 271 1 448 3581949
·
.
.
5 639 157 4 784 809 1 700 532 1 589 1311950
·
..
6 409 818 5 581 581 1 694 871 1 900 4281951
·
.
.
8 216 025 8 104 401 2 801 194 2 750 5211952
·
.
.
9 123 573 9 993 994 2 588 572 3 091 9841953
·
. .
10 774 509 11 639 053 1 384 678 3 821 6811954
·
..
14 541 579 15 339 971 2 280 825 4 840 2091955
·
.
.
17 429 472 19 258 771 2 248 862 6 444 7561956
·
..
22 988 188 24 519 199 1 979 100 8 187 1131957
· ..
30 480 988 27 018 169 2 763 605 9 486 9071958
·
..
39 518 090 31 856 296 12 925 477 12 068 5281959
·
. .
53 817 280 46 381 578 19 113 829 17 867 448·1960
·
.
.
83 514 846 62 229 224 22 031 650 25 468 853- .
Fonte: Compilado de dados em Baer, Werner, A Industrialização'
e o Desenvolvimento Econômico no Brasil - Fundação Ge
-.4.
anos depois descia para 28,73%, sendo 3,29% das pessoas físi
cas, 14,37% das pessoas jurídicas e 11,07% de recolhimento
na fonte, sendo que do recolhimento na fonte, 58,89% era das
pessoas jurídicas' (3). Neste ano de 1963 o Imposto sobre
Produtos Industrializados apresentava-se c?mo o mais relevan
te com uma participação de 48,25% no total da receita tribu tária federal.
Em 1965 encontramos uma reformulaçãOsignificativa,
em termos do nosso estudo, pois pela lei n9-4862 de 29 de
novembro, no seu artigo 39, temos que os limites das classes
de renda líquida seriam corrigidos anualmente em função dos
coeficientes de correção monetária fixados pelo Conselho Na
cional de Economia.
No início do nosso período de análise, o ano de
1966, o:imposto de renda correspondia a 28,15% da receita·fe
deral segundo os dados da Tabela 2 ; desta porcentagem tí
nhamos que 10,66% correspondla a pessoa jurídica, 3,53% a'
pessoa física e 13,96% de recolhimento na fonte, deste últi
mo 57,03% correspondia às pessoas físicas; neste ano de
1966 o IPI . "respondia por 46,49% da receita.
Em 1970 a situação não se altera
significativamen-te, com Qma participação de 26,89% na receita federal, sendo
3,67% das pessoas físicas, 8,70% das pessoas jurídicas e
13,69% de recolhimento na fonte, sendo que deste último 75 %
era descontado das pessoas físicas. Assim em 1970 do
impos-to de renda impos-total 51,31% era pago pelas pessoas físicas e
48,69% era pago pelas pessoas jurídicas.
No auge do crescimento acelerado da economia
bra-sileira, em 1973 o imposto de renda total representava 26,28%
da receita tributária federal enquanto que, o IPI,' . atingia
40,76%. No ano seguinte na arrecadação total a participação
do IPI desce para 40,02% enquanto o imposto de renda sobe pa
ra 27,67%.
/
-(3) Ver Tabela 2. Dados sobre imposto retido na fonte sao en
l"
Tabela :. Receita Tributária da União - Participação percentual de cada rubrica: 1966/75
~
1963 1964 1965I. IMPORrAÇÃO 10,26 7,24 6,92
m
'l0l'AL 28,73 28,09 33,84IRP FIsICA 3,29 3,37 2,79
IRP JUR!DICA 14,37 11,35 13,39
IR FONI'E 11,07 13,37 17,66 IPI 'rorAL 48,25 51,23 43,26
IPI
...
-
.;.IPI CXJTroS
-
-
-IUIC
-
-
-IUEE 1,41 1,90 3,21
ItM
-
-
0,64ou.rros
11,35 11,54 12,13'. ,
'IUI'AL 100,00 100,00 100,00
-FontE~: Anuário Econânico-Fisca1 1973 e 1974
Conjuntura Econânica vo1. 30 n9 2 fev./76
1966 8,72 28,15 3,53 10,66 13,96 46,49
-4,06 0,60 11,98 100,001967 1968 1969 1970 1971 '1972
1,35 8,36 .7,73 7,32 7,24 7,36
30,86 21,79 26,40 26,89 26,06 27,86
3,76 3,40 4,54 3,19 3,67 6,31
12,61 9,05 9,79 9,98 8,70 8,17
14,49 9,34 12,07 13,72 13,69 13,38
56,50. 51,32 47,09 45,66 45,74 41,56
-
12,03 11,03 13,66 13,02 11,28-
39,29 36,06 32,00 32,72 30,28-
16,17 16,18 15,44 14,71 12,762,08 1,57 1,54 2,47 2,42 3,00
0,62 0,37 0,31 0,37 0,45 0,64
2,59 0,42 0,75 1,85 3,38 6,82
100,00 100,00 100,00
ioo,oO .
100,00 100,00•
1973 1974 1975
7,84 9,70 10,73
26,28 27,67 27,68
3,36 , 4,83 4,22
8,50 8,75 8,66
14,42 14,07 14,86 40,76 40,02 38,73
10,90 11.61 12,69 U1
29,86 28,41 26,04
11,40 9,81 9,23
3,17 2,86 3,11
0,69 0,66 0,85
9,86 9,26 9,65
·6.
Em 1975 o IPI, participa em 38,73% da arrecadação
federal, enquanto o imposto de renda atinge 27,68%, desta
percentagem 15,24% corresponde às pessoas físicas, 31,38% às
pessoas jurídicas e 53,68% à recolhimento na fonte.
Em 1975 o imposto de maior relevância depois do IPI
e do imposto de renda era o imposto sobre á importação repr~
sentando 10,73% do total da receita tributária federal, es
tando assim bastante distante dos impostos significativos.
Desta forma e, devido ao fato de que o IPI ~ende a se- tran~
formar em imposto sobre produtos específicos, principalmente
fumo; bebidas e outros supérfluos, observamos que a
partici-paçao do imposto de renda na receita federal tende a cresce~
Neste sentido se supusermos que em 1975 75,00% do recolhi
-mento na fonte correspondia às pessoas físicas ternos que
55,49% do total do imposto de renda recolhido foi
provenien-. . .
te das pessoas físicas, o que corresponde a urna participação
de 15,36% na· recei ta tributária federal. (Ver Tab. 3.2)
Em função da significação do imposto sobre a ren
da das pessoas físicas (de agora em diante denominado de IR)
na receita tributária federal e, sua relevância corno
instru-mento de política, não só econômica corno social, e dado o
fato de que em 1975 aproximadamente 1/3 da população economi
camente ativa era cadastrada corno contribuinte (sendo que
56,15% eram isentos), acreditamos que este nosso estudo ob
jetivando mensurar o seu grau' de progressividade e possível
tendência apresenta-se corno urna pequena contribuição
urna questão tão relevante.
para
Nos dois próximos capítulos tentaremos apresentar
da forma mais objetiva possível, através dos recursos teóri
cos, metodológicos e conceituais da Teoria das Finanças pú
blicas, alguns dos efeitos do IR e particularmente de urna es
trutura progressiva.
./
-TABELA
3.1:
Distribuição do Desconto na Fonte entre Pessoas Fís~cas e Jurídicas: 1960/70A Preços Constantes de 1970 - Cr$ 1.000,00
TOTAL GERAL PESSOA FíSICA PESSOA JURíDICA
EXERCtCIO
Total Imposto Cobrado
Após a Declaração
Desconto
na Fonte Total
Imposto Cobrado Após a Declaração
Desconto
na Fonte Total
Imposto Cobrado Apos a Declaração
Desconto na Fonte
1960 1961 1962 1963 1964 1965
2 193 173
2 152 330
1 959 944
2 349 309
2 448 807
3 311 838
1 474 594
1 365 274
1 123 927
1 444 020
1 282 442
1 583 .056
718 584
787 053
836 015
905 289
1 166 366
1 728 782
653 558
534 350
413 901
640 399
794 821
1 085 268
394 868
251 010 .
146 376
268 944
293 284
272 741
258 690 1 539 620 1 079 726 459 894
283 340 1 617 980 1 114 264 503 716
267 525 1 546 043 977 553 568 490
371 455 1 708 910 1 175 076 533 834
501 537 1 653 986 989 157 664 829
812 527 2 226 570 1 310 315 916 255
•
....
1966 3 141 142· 1 583 198 1 557 944 ~ 282 140 394112 888 028 1 859 002 1 189 086 669 916·
1967 2 831 919 1 502 284 1 329 635 1 063 683 345 680 718 003 1 768 236 1 156 604 6ll 632
1968 3 199 031 1 811 914 1 387 117 1 311 389 492 990 818 399 1 887 642 1 318 924 568 718
1969 4 576 929 2 485 000 2 091 929 2 272 823 787 553 1 485 270 2 304 106 1 697 447 606 659
1970 4 897 074 , 2 400 792 2 496 282 2 513 222 641 Oll 1 872 211 2 383 852 1 759 781 624 071
FONTE: Mi~istério da Fazenda, Secretaria da Receita Federal, Anuário Econômico Fiscal, (1970,1971 e1972): "Boletim
da divisão do Imposto de Renda", 1960/69. Corno Imposto de Renda na Fonte sobre pessoas jurídicas foram
classificadas as seguintes rubricas: Aumento de Capital, Aumento dós Fundos de Reserva, Fretes Pagos a Pes
soas JurídiCas, Empreitadas de Obras, Correção dos Estoques, Rendimentos dos Residentes ou Domiciliados
nO
Estrangeiro Ro.yalties de Res identes ou Domiciliados no Exterior e Rendimentos de Peliculas Cinemagráficas
I
I
Tabela 3,.l Imposto de Renda - Participação das Principais Espécies de Rendimentos na Retenção na
Fotit~ de Pessoas Fisicas e Pessoas Juridicas
ESP~ ~SlDE RENDIMENIOS 1960 1961 1962
(%) (%) (%)
Rendi.Irentos do trabalho 7,2 6,7 4,0
RerxliIrento de residentes no
exterior 31,1 32,4 35,1
Aunento de capital 25,6 24,3 24,2
Renuneração p/serviços presta
dos - 4,1 4,2 4,4
Di viderrlos de
açx3es
aoporta-dor 11,4 10,9 9,3
CXJTRa) 20,6 21,5 23,0
'roI'AL 100,0 100,0 100,0
moNTE: Centro.de Informações Econômicos Fiscais
Anuário Econômico-Fiscal 1970
1963 1964 1965 1966 1967
(%) (%) (%) (%) (%)
5,0 11,2 . 21,S 25,4 30,0
25,8 26,9 19,2 19,3 29,0
27,9 28,3 33.,3 23,6 15,0
3,5 3,0 4,4 6,1 7,2
.6,0 3,1 2,4 2,3 2,4
31,8 · 27,5 19,2 23,3 16,4
100,0 100,0 100,0 1100,0 100,0
1960-70
19serrestre
1968 ,1969 1970
(%) (%) (%)
.
28,0 25,9 26,1
26,9 18,8 16,7
12,2 3,6 0,6
8,4 19,5 22,8
J,8 5,8 4,7
20,7 26,4 29,1
100,0 100,0 100,0
Tabela
-3;3: Imposto de Renda Ret'idonaFonte
Arrecadação
(Cr$1 000)
Peroontual
deESPECIFICAÇÃO
participação na rubrica
1972
1973
1974
11972
1973
1974
1Sobre
rerrlinento dotrabalho
assalariado
1 537 293
2 330 104 2 937 606
31,67
32,78
34,26
Scbre rem.meração
deserviço
.
'-Oprestado por pessoas não
errp~ •gadas
465 793
670 438
747 145
9,60
9,43
8,72
Scbre
rendinentos deresidentes
OU
danici1iados no exterior
1 172 974
1 785 564 2 164 654
24,16
25,11
25,26
Sd:>re lucros decorrentes
de pr~mios em
dinheiro cbtidosem
lo-terias
347 431
395 834
417 2'40
7,16
5,57
4,87
(
Outros
1 327 651
1 927 741 2 304 545
27,41
27,1l
26,89
Total
4 851 142
7 109 681 8 571 190
·100',00
100,00
100,00
IDades
até outubro.
Fonte: Secretaria
daReeei
taFedera1-C. I.E.F •
lI. A TEORIA DAS FINANÇAS POBLICAS E O IR
Nesta seçao, ensaiando uma localização do marco
teórico sob o qual desenvolvemos o estudo empírico, aprese~
tamos algumas considerações gerais de_caráter teórico ineren
te~aoproblema da tributação de um modo geral e do imposto
sobre a renda das pessoas físicas em particular. Devemos ex
plicitar, todavia, que acreditamos no IR não só como um ele
mento a mais de canalização de recursos para a receita do
Governo como também instrumento de política sócio-eco~ômica.
1. Distribuição da carga tributária
Na Teoria das Finanças PÚblicas surgem duas ques
tões fundamentais. A primeira refere-se as necessidades so
ciais que deverão ser satisfeitas e a segunda relaciona-se
ao montante que cada indivíduo contribuirá para o pagamento
dos custos destas necessidades sociais.
Com relação a estes problem~s existem dois "aj:p~'
teóricos. O primeiro, conhecido como o método .do benefício
que associa a escolha de bens e serviços públicos com as pr~
ferências individuais e, neste sentido, ao mesmo tempo que
determina os bens e serviços a serem fornecidos indica tam
bém quanto cada indivíduo. estaria disposto a contribuir para
o pagamento destes bens e serviços pÚblicos.
O segundo "approach" é conhecido como o método da
capacidade de pagamento; propõe que os indivíduos devem pa
.10.
/
: :
gar impostos nao segundo os beneficios obtidos,mas baseados
na sua capacidad~ de pagamento.
Enquanto o primeiro método, o dObenef!cio, supoe
que os indivíduos revelariam suas preferências no mercado,h!
pótese forte no caso de bens e serviços públicos; o segundo,
o método da capacidade de pagamento supõe possível a compara
ção interpessoal de utilidade, hipótese revisada pela Teoria
Economica Moderna. (1)
Entretanto o segundo método identifica mais o pr2
blema da justiça fiscal com a questão social, no sentido de
que o pagamento do imposto seria independente do recebimento
de benef!ci~s Eelo individuo, sendo a participação indivi
dual no pagamento do imposto definida pelo governo a partir
de princípios de equidade na distribuição da carga tributá
ria. Assim a contribuição individual seria função direta da
sua capacidade de pagamento.
Destarte, tendo como pano de fundo a justiça fis
cal, isto é, a forma mais justa de distribuição entre os in
div!duos dos custos da atividade governamental, a renda re
fletiria o comando dos indivíduos sobre os fatores de prod~
ção e, consequentemente, a sua capacidade de suportar o ônus
do imposto.
2. IR: Considerações conceituais
O IR costuma ser classificado como um imposto
di-reto na medida em que supostamente não pode ser transferido
para outros agentes econômicos, ao contrário de outros im
postos chamados indiretos, como por exemplo o imposto sobre
produtos industrializados, que os produtores podem de ,alg~
~-0.
ma forma transferir, para o consumidor.
Entretanto,existern formas alternativas de taxação
pessoal como o imposto sobre os gastos (2) e o imposto sobre
(1) Para uma apresentação detalhada destes dois métodos: Musgrave R.H.; The Theory of Pub1ic Finance - Internatio na1 Student. Ver Capo IV e V.
(2) Para uma compreensã~ da taxação direta tendo como base os gastos individuais ver Ka1dor, N., An Expenditure Ta~
.12.
a riqueza. Quanto ao primeiro somente experiências efêmeras
foram realizadas (India 1957, Ceilão 1959) (3), e quanto ao
segundo é utilizado em alguns países da Europa (Suécia, No
ruega, Alemanha e outros).
Relativamente
à
definição de renda que serve comobase para aplicação do imposto, na legislação sobre IR encon
tramos uma enumeração de itens que são incluídos, excluídos
ou passíveis de dedução no cálculo da renda -pessoal e na opi
nião de Kaldor:"The problem of defining individual income,
quite apart from any problem of practical purposes, appears
in principIe insoluble" (4)
3. Efeitos do IR como instrumento de política
Dada a existência de uma correlação forte e imedi~
ta entre o nível da atividade econômica e o IR, este
funcio-naria como instrumento de política de estabilização não só em termos da existência um "mecanismo endógeno" de
estabili-zação como também através de modificação da estrutura de alí quotas. (5)
Um outro efeito refere-se
à
questão da distribuiçãoda renda e da riqueza, no sentido de que o IR seria uma base
importante para taxação progressiva e, consequentemente fun
cionaria através deste esquema de progressividade, com maior
ou menor efeito redistributivo sobre a economia dependendo
dos objetivos de política governamental.
Outros efeitos do IR que discutiremos com mais deta
lhes no desenvolvimento do trabalho são os chamados efeitos
econômicos, querendo referir aos impactos deste tipo. de
·imposto sobre a poupança, o investimento e consequentemente
sobre o processo de acumulação de capital.
/'
(3)Ver Goode, R. The Individual Income Tax, The Brookings Institution, USA 1964, pág. 12
(4) Kaldor, N. , op • cito pago
...
70--Maiores comentários
-(5) serao apresp-ntados no capítulo ~·.e\.,
-4. Bases alternativas para aplicação do imposto direto
Embora nenhum consenso possa ser encontrado na lite
ratura quanto a ser o -IR o mais justo e o mais apropriado p~
ra aplicação de um esquema de progressividade, poucos discor
dam que o custo administrativo do IR seja menor do que o do
imposto sobre gastos e menor ainda do que o imposto sobre a
riqueza, nos moldes atuais em que é realizado. Neste senti
do, a operacionalidade do sistema de arrecadação do IR é pr~
porcionada pelo fato de que os itens mais importantes são os salários e ordenados, e principalmente quando no conceito de renda tributável não se inclui alguns ganhos de capital.
No Brasil em 1970 (ano-base), 84% do imposto devido
estava alocado nas cédulas C e D, isto. é, rendimentos do tra
balho cQm e" sem vínculo empregatício, respectivamente. (6) •
No exercício de 1969, 80% do rendimento bruto total era pro
veniente destas duas cédulas. (7)
Relativamente aos custos administrativos, enquanto
em 1962 os gastos do InternaI Revenue Service dos EUA eram
de aproximadamente 0,5% do total de impostos arrecadados, no
Brasil em 1970, as despesas do governo no subprograma dê Ad
ministração Fiscal e Financeira do Ministério da Fazenda
eram 1,12% do total da receita tributária da União.
O próprio Kaldor, um" dos defensores do imposto so
bre gastos, reconhece que este tipo de imposto é muito mais
oneroso para administrar do que o IR. (8)
5. Base Fiscal
Relativamente
à
eficiência e operacionalidadereco-nhece-se que a taxação direta, tendo por exemplo a renda c2
mo base fiscal, é um mecanismo mais efetivo para realização.
de esquemas de progressividade do que a indireta; adicional
mente temos que:
(6) Ver Silva, Fernando A. Rezende da; (Imposto sobre a Renda
e a justiça fisca1,IPEA/INPES - RJ, 1974 - pág. 103
(7) Ver Anuário Econômico-Fiscal 1970 - CIEF-SRF-Ministêrio
da Fazenda - pág. 103
.14.
"personal income seems to be the best single index of taxable capacity and the bestsingle
basis of progressive taxation".(9)
Entretanto deyemos analisar a questão do conceito
relevante de renda para funcionar como basé fiscal. Neste
sentido, definindo renda como consumo mais acréscimo patrimo nial devemos especificar quais ítens serão incluídos.
No que se refere ao Brasil identifica-se um
conjun-to de ítens caracterizando ganhos de capital e que não sao
tributados. Assim, itens como transferências patrimoniais
(doações, heranças e etc ••• ), lucro auferido em transações
imobiliárias, lucro na venda de ações, bonificações em ações
e outras sao isentos; tornando o IR no Brasil um imposto di~
.reto que te~ u~a base, sobre a qual incide as' alíquotas, for
mada fundamentalmente de rendimento do trabalho.
Assim ao registrarmos que a renda tributável é com
posta de ítens que são incluídos, excluídos e passíveis de
dedução, devemos observar também que o conceito relevante de
renda como base fiscal no Brasil deve ser o mais abrangente
possível, o que exigiria a inclusão dos ganhos de capital
assinalados acima.
,/
...
1. Considerações gerais sobre progressividade
Uma estrutura de taxas é dita progressiva quando à
medida que aumenta a base de aplicação das alíquotas, a paE
ticipação do imposto devido relativamente à.base aumenta. Em
alguns sistemas de taxação pode ocorrer, supondo que a base
seja a renda, que o sistema seja progressivo para determina dos intervalos de renda, mas não o seja para outros.
Na análise da progressividade surge de imediato a
questão de quem paga os impostos. Naturalmente que os impo~
·tos dir~tos.recaem sobre o indivíduo na medida em que este
está impossibilitado de transferí-lo para outro agente
eco-nomico. Quanto aos impostos indiretos a questão torna-se um
pouco diferente na medida em que muitas das vezes os produt~
res transferem para os consumidores a carga tributária, emb~
ra, em algumas situações dependendo da estrutura e performa~
ce do mercado o produtor absorve parte desta carga.
Associado a este problema da transferéncia do onus
...
da taxação temos a chamada "consciência do imposto". Este
conceito informa a reação dos. indivíduos vis-à-vis uma varia
ção da carga tributária. O que normalmente coloca-se é que
os indivíduos percebem mais o pagamento do imposto direto do
que qualquer um dos tributos indiretos. Mais importanteai~
da são as implicações políticas desta questão que dependem
também de outros fatores.
Goode apresenta um estudo demonstrando que o impo~
to sobre consumo tende a ser o mais regressivo: enqUanto
o imposto sobre a riqueza·também seria regressivo para, ren
das baixas, mas progressivo para rendas mais elevadas. Assim.
o IR tenderia a ser o de mais fácil aplicação de um esquema
de progressividade. (10)
(10) Goode. R •• op.cit. pág. 62/66
.16.
2. Efeitos de uma estrutura progressiva
Nesta.seção esboçaremos alguns dos efeitos de um
sistema de taxação progressiva sobre a poupança, o investi
mento e o incentivo ao trabalho.
Quanto ao impacto da progressividade sobre a poupa~
ça, Goode realizou um estudo mostrando que embora o impacto
d·o IR progressivo fosse maior do que o do IR proporcional e
o do imposto sobre o consumo, a diferença era pequena.
Relativamente ao impacto dos tributos sobre o nível
de investimentos ternos o consenso de que os impostos diretos
têm um efeito maior do que os impostos indiretos.
Apesa~ das observações acima, parece que o efeito
de uma tedução no grau de progressividade do IR sobre a" pou
pança não seria significativo. (11)
Com relação ao efeito do IR sobre o incentivo pa r a
trabalhar ternos a existência de dois efeitos. Com a aplic~
ção do imposto ternos uma redução da renda disponIvel do indi
v!duo que funcionará corno um estImulo para que trabalhe um
maior número de horas objetivando recuperar a sua renda ante
rior ao imposto. Um outro efeito bastante conhecido, o cha
mado efeito substituição entre trabalho e lazer, que depen
-dendo do mapa de indiferença do indivIduo (entre trabalho e
lazer) poderá fazer com que aumente a atração pelo lazer e
consequentemente urna redução nas horas trabalhadas. (12). Na
turalmente que este último efeito
é
mais forte" numa situaçãodfa progressividade do que no caso de estrutura proporcional
ou regressiva.
Concluindo, parece-nos que os efeitos do IR
o incentivo a trabalhar, poupança e investimento não
muito bem determinados; o mesmo acontecendo quanto
à
são acerca da influência de taxações com diferentes
(renda, consumo, riqueza) sobre estas variáveis.
(11) Goode, R., op. cito pág. 312
sobre estão
discus bases
(12) Para uma análise mais detalhada deste efeito~substitui
çio entre trabalho e lazer. ver Musgrave, R.A. op. ~it_
3. IR progressivo e seus efeitos sobre a distribuição da
renda e da riqueza
o
IR pode surgir como um instrumento significativonuma pOlítica de distribuição da renda e da riqueza;influe~
cia a primeira de forma direta e a segunda através da redu
çao do nível de poupança dos grupos de mais alta renda e,
consequentemente sua taxa de acumulação.
Uma maneira de informarmos este efeito distributi
vo é descrevendo o perfil da distribuição da renda antes e
depois do imposto, assim podemos quantificar a influência
do IR sobre esta distribuição. (13)
Na medida em que o impacto do IR sobre a distribui
çao da r.enda vai depender do grau de progressividade deste
imposto, esta progressividade pode ser informada ou anal!
sando-se uma única estrutura de taxas ou, então, comparando
as estruturas em anos distintos. O indicador imediato é a
comparação entre a participação do 5% superior da distri
buição de renda no pagamento do imposto com o restante 95%·
da distribuição. Quanto a uma análise comparativa para anos
distintos um indicador interessante são as diferenças entre
estas participações para os mesmos grupos de renda.
Uma questão importante associada a um esquema de
progressividade do IR refere-se aos seus efeitos sobre a
composição do "portfolio" das pessoas de renda mais elevada,
estas tendem a dirigir-se para ativos de menor remuneraçao,
mas que permitem dedução.
Outra consequência importante do sistema progressi -..,.
vo
é
a difusão das "expense accounts" e outras formas. de. s'a.'lário indire·to recebido pelos indivíduos bem posicionados
nas empresas, como por exemplo os executivos, que nominal
-mente com um salário menor do que o que efetiva-mente rece
bem, pagam assim menos imposto.
(13) No capítulo IV apresentamos uma medida adequada, o i~ dicador de progressividade efetiva, que
é
simplesmente a razão entre o índice de desigualdade para a distri ~.18.
Importante também, é a influência na política de
distribuição de dividendos das grandes empresas, na medida
em que taxas de IR mais elevadas tenderiam a fazer com que
as empresas objetivandp proteger seus acionistas reduzam a
distribuição de dividendos. (14)
Mas não devemos exagerar o papel do IR como instru
mento de realização de política de distribuição de renda.Es
te só tem efeito significativo quando aplicado dentro de uma
política redistributiva mais ampla, esta incorporando uma
série de instrumentos de ação governamental, sendo algUns, d~
les muito mais importantes do que o próprio sistema de pr2
gressividade do IR. (15)
Entretanto persiste a colocação de que a tendência
ã
aceitação 'de "um esquema progressivo por parte não só dos ,.
"policy make~s" como também do público está associado muito
mais
à
questão da capacidade de pagamento, dos gastos públicos por parte dos indivíduos de mais alta renda, de que pr2
priamente uma pretensão de política explícita de redução da
desigualdade. Destarte, o IR ainda encontra sérios obstác~
los quanto a sua implementação efetiva como instrumento' de
redistribuição de renda.
4. O IR como fator de estabilização
Nesta seçao discutiremos o papel da taxação e, em
particular do IR, na política de estabilização do governo •
Surge neste ponto um conceito importante: "builb-in
flexibility" que é definido como a variação na arrecadaçã:>
do imposto dada uma variação no nível de renda (PNB) , supo~
do-se constante a estrutura das alíquotas e o sistema de de duções.
Este conceito difere do de elasticidade-renda do
imposto na medida em que este último emprega variações pe~
centuais. Assim, no caso de ,alíquotas reduzidas,
(14) Ver Goode, R., op.cit. pig; 277
podemos
(15) A p~lrtica sa1ari~1 realizada no Brasil na decada de
60 A o evomnln m~'C Cl.·g"l.·fl.·~~~;vo 0_ próy.imo com nue
v -
"----r-- ---- - ..
----
-
,
defrontarmo-nos can um alto a:eficiente de elasticidade, mas o in
dicador de "built-in fle~ibility" ser pequeno.
O valor ~o indicador de "built-in flexibility" vai
depender por um lado da magnitude da base de taxação e da
sua relação com o nível da atividade econômica e, por outro
lado, da alíquota marginal do imposto. Destarte, o IR tende
a ter um coeficiente de "built-in flexibility" elevado na me
dida em que a base responde diretamente
à
váriação daativi-dade econômica e apresenta, geralmente, uma estrutura de ta
xas progressivas, implicando elevadas alíquotas marginais.
No quadro abaixo apresentamos alguns valores para0
indicador de "built-in ~.lexibili ty" no Brasil para o
perío-do 1968/74.
(Cr$ -1000 correntes)
ANO 6'r 6 PNB 6T/6PNB T/PNB €
1968 623 445 28 258 000 0,022 0,0219 1,0045
1969 1 590 612 32 926 000 0,0482 0,0285 1,6912
1970 1 133 328 72 839 000 0,0155 0,0239 0,6485
1971 1 606 084 67 086 000 0,0239 0,0239 1,0000
1972 3 477 750 84 014 000 0,0413 0~0280 1,4750
1973 2 821 930 117 359 000 0,0240 0,0270 0,8888
1974 6 536 852 210 565 000 0,0310 0,0282 1,0992
Fontes: IBGE, IBRE/FGV
Observação: O imposto sobre a renda T compreende tanto pe!!.
soas físicas quanto jurídicas; no texto abaixo faremos a de
vida qualificação.
O cálculo da elasticidade pode ser feito através do
valor do coeficiente de "built-in flexibility". Assim se es
te último é 6 T , para acharmos a elasticidade «() basta di
6 PNB
vidirmos este coeficiente por T
PNB
•
Estes conceitos sao importantes, em termos de poli
tica de estabilização, na medida em que comparando estes in~
---.20.
dicadores para os diversos tipos de impostos temos informa
ções sobre até que ponto devemos substituir um tipo de impo~
to por outro e/ou realizar uma alteração nas estruturas de
alíquota.
Numa tentativa de análise comparativa apresentare
-mos tendências dos indicadores de "built-in flexibility" de
diversos tipos de impostos, tendo como preocupação básica o
grau de substituicão entre os impostos.
Quanto ao imposto sobre o lucro das empresas, na me
dida em que o coeficiente do IR com relação ao PNB é.maiado
que o imposto sobre o lucro das empresas relativamente" ao
PNB, para que os indicadores de "built-in-flexibility"destes
dois impostos sejam iguais é necessário que a
elasticidade-renda do imros~o sobre o lucro das empresas seja superior ao
da elasticidade do IR. (16). Observa-se que a variância do
indicador de. "built-in flexibility" do imposto sobre lucro
das empresas
é
muito grande ria medida em que lucros/PNB varia significativamente, dependendo da fase do ciclo.
Quanto aos impostos indiretos (impostos sobre o con
sumo e sobre vendas) temos que, devido
ã
uma razoável estabilidade da função consumo, podemos esperar que os indicadores
de "built-in flexibility" destes impostos tendam a ser menor
comparativamente ao do IR num sistema de progressividade.
A mesma tendência ocorreria com relação ao imposto
sobre a riqueza, isto
é,
o indicador de "built-in flexibili.ql'tenderia a ser menor comparativamente ao do IR. Embora com
ponentes da riqueza como por exemplo ações tendam a ter seus
preços correlacionados com" o nível da atividade econômica e
expectativas acerca desta, devemos observar que títulos de
renda variável
é
uma das formas de riqueza.Destarte, temos que uma substituição do IR por ou
tros tipos de impostos tende a reduzir o valor do indicad o r . de "built-in flexibility", observando as qualificações neces
sárias, principalmente no que se refere ao imposto sobre lu
Gro das empresas.
(16) Devemos observar, entretanto, que no Brasil no período 1966/70 a partic~pação media anual do imposto de rend~
pessoal sobre o total do imposto de renda arrecadado f 01 de 44 0% o que de certa forma derruba esta argumenta
-, , ... 1 • d
.
-
;.
Embora reconhecendo as limitações do exercício que
faremos a seguir, acreditamos que, ainda que grosseiro, seja
um indicador do efeito de estabilização do IR sobre o consu-mo no Brasil.
Assim supondo uma propensao marginal a consumir de
0,78 e dado um coeficiente médio de "bui1t-in f1exibi1ity"de
0,0294 no período 1968/74, temos que a redução das
flutua-ções de consumo devida ao IR foi de aproximadamente 0,78 x
0,0294 x 0,50
=
1,2% das variações do PNB (17). Devemos observar que este valor
é
significativamente menor do que o encontrado por Goode para a economia norte-americana no perío
do 1954/60 qt:e fuide aproximadamente 7%.
Neste ponto cabe colocar mais especificamente op~
pe1 do IR como"instrumento de estabilização. _
A alteração da estrutura das alíquotas funcionaria
nao só em termos do IR retido na fonte,aumentando a alíquota
quando ocorresse uma expansãoll
anorma111
da renda e reduzindo-a
quando aparecessem os sinais de recessão,como também
tería-mos um resultado de médio prazo com a modificação pas a1íqu~
tas do IR não retido. Entretanto não devemos ser demasiad~
te otimistas quanto ao tempo para efetivação destas medidas.
Naturalmente que em países subdesenvolvidos a redu
çao do período para declaração de renda e pagamento do impo~
to não seria viável, não só em termos de custo como também
operacionalmente, embora seja uma medida viabilizáve1 em a1
guns países.
A partir dos argumentos até aqui expostos acerca do
IR como fator de estabilização, este aparece como
instrumen-to mais poderoso do que a taxação indireta (imposinstrumen-to sobre~
das e consumo) e do que o imposto sobre lucros das empresas
(18), com a qualificação devida que o tempo de maturação das.
medidas fiscais realizadas (substituição de um imposto por
outro e/ou alteração nas estruturas de alíquota de impostos
distintos)
é
incerto.(17) Como no período 1966/70 a participação media do imposto de renda das pessoas físicas no total arrecadado foi de 44,0% arbitramos 0,50 como peso para isolarmos o ef.ito
do IR.
IV. METODOLOGIA
1. Introdução
Diversos são os indicadores quanto ao grau de pr2
gressividade do imposto de renda; neste estudo procuraremos
apresentar alguns dos mais conhecidos.
Como já informamos anteriormente sempre que o coeii
ciente do imposto sobre o nível de renda eleva-se com o au
mento nas escalas de renda dizemos que existe progressivid~
de deste imposto. Quando este coeficiente diminui a estrutu
I
ra do impostoé'regressi va e, sempre que o coeficiente nao se
altera ~la é dita proporciorial.
Neste sentido podemos informar um conjunto de medi
das que estejam compatíveis com esta definição de progressi
vidade. O que faremos a seguir é apresentar algumas destas
medidas do grau de progressividade do imposto sobre a renda
pessoal (IR), observando que muito do material que segue
contribuição original de Pigou. (19)
,
..
e
2. Medidas alternativas
Das cinco medidas que apresentaremos as quatro pri
meiras possuem características semelhantes na medida em que
partem de relações funcionais entre imposto de renda pessoal.
pago e nível de renda. A quinta medida alternativa é um pou
co diferente pois surge a partir dos perfis de distribuiçã o
de renda.
2.1. Progressividade 'da taxa média do imposto
Podemos empregar como um indicador do grau de pr2
gressividade o coeficiente de progressividade'da taxa médi~
que é definido como:
(19) Pigou, A.C., A Study in Pub1ic Finance, Macmi11an&Co.L~.
UK,1951. Ver parte 11, Caprtu10 2 e,como um~studo com
estas e outras medidas temos: Musgrave, R.A. and Thi. ,
Tun: Income Tax Progression, 1928-48, in The Journa1 of
Po1itica1 Economy- Vo1.LVI- december 1948, number 6 pp
498/514.
pnde Ti é o imppsto devido para o nível de renda Y
i '
sendo no caso
Fazendo T = f(y),
a expressão (1) pode
~
t
llil]
dy Y
,sendo: M = f'(y)
logo
(20) ,
ser escrita de uma outra forma:
=
1~
Y f ' (y) - f (y1
- 2
Y
=
1 { f ' (y) - f;y)
1
y
=
1 (M - A) -(2 )Y
a taxação marginal, isto é, a taxa do
imposto aplicável
à
renda marginal.é o imposto aplicável
à
renda marginalYl
YO •
A
=
f(y) / y a taxa média do impostoAssim AO é a taxa média associada ao nível de renda Y
O•
No caso dos níveis de renda Y
O e Yl (Yl > YO) a
expressão (2) seria:
Desta forma se para todos os níveis de renda a· ex
pressao (2) for:
./
~-.24.
> O temos imposto progressivo,
= O temos imposto proporcional,
< O temos impos~o regressivo.
Ou então se- na expressa0
-
(2) :M
I -
O > AO temos imposto progressivo,M
I -
O = AO temos imposto proporcional,MI -
O < AO temos imposto regressivo.Assumindo a hipótese de continuidade, sendo T=f(y),
~emos que e~ta.medida pode ser descrita como a inclinação de
uma curVa (a curva da taxa média) onde no eixo das abscissas
temos a renda e nas ordenadas a taxa média do imposto, isto
é, temos a seguinte função:
T = G(y)
Y
Para análise de variações na progressividade da ta
xa média empregamos as taxas médias incrementais do imposto
que são calculadas subtraindo~se, para cada intervalo de re~
da, o valor de T correspondente para dois anos distintos,
y
isto
é:
t+j
t+j
(T/Y) i
t
(T/Y) i
pnde (T/Y) i é o coeficiente percentual do imposto total
devido sobre o rendimento.bruto total correspondente ao in
tervalo de renda i no ano (t+j).
-.-c
2.2. Progressividade da taxa marginal do imposto
Podemos. ter também como medida alternativa o coefi
ciente de progressividade da taxa marginal. Esta medida é
definida como:
(3) (T i +l - T i / Yi+l - Y ) i (T i - Ti - l / Yi - Yi -
t
Yi+l Yi
Supondo T = f(y), esta expressa0 pode ser reescrita corno:
pendo M
=
fi (y) conforme já observamos e.,-Assim se a expressa0 for:
>
O
ternos progressividade i=
O
<
O
ternos estrutura proporcional,
temos regressividáde.
Desta forma, colocando no eixo das abscissas os di
ferentes níveis de renda e na ordenada a taxa marginal do
imposto (Ti - Ti -l ) / (Yi - Yi -l ) , ternos a chamada curva
da taxa marginal. A progressividade da taxa marginal num
determinado nível de renda é a inclinação da curva dã taxa
marginal neste nível de renda.
Sendo T
=
f(y) e supondo continuidade da função ternos:'d~~
{ f(Yl}
(4.1) /como a inclinação da curva da taxa marginal.
---.26.
Analogamente
à
progressividade da taxa média, ~ medida da taxa marginal fornece-nos para análise de variação
na progressividade do IR as taxas marginais incrementais do
imposto i que calculamos subtraindo para cada intervalo de
renda o valor da expressão (4) corresponde~te para' dois anos
distintos.
2.3,. Elasticidade-renda do imposto
Este indicador é definido como a relação entre a
variação percentual no pagamento do imposto e a variação peE centual no nível de renda.
Analiticamente, temos:
Supondo T = f (y), temos:
(d f (y) / dy) (y / f (y» (5.1)
ou d log f(y) / d log y (5.2)
Empregando a outra notação:
(6)
,sendo Ml -O = f ' (y)
= f (y)
y
, conforme já assinalamos.
Assim se a expressão (6) for:
> 1 temos progressividade,
/
= 1 temos estrutura proporcional,
< I temos regressividade.
---Os resultados acima sao compatíveis com os
aprese~tados pela progressividade da taxa média e da taxa marginal.
Sendo - T
=f
(y)e supondo continuidade da função
a progressividade da taxa média
é
definida.como:
:y
V;X)}
(6.1)e se es.ta expressão for maior do que zero temos uma
estrutu-ra de imposto progressiva.
logo
(6).
:y Vy
<X))
Y f I (y)
f(y)
>O
Y fi (y)
>f(y)
(y f'(y» / f(y)
>1
= 1
y2
(y f I (y) f (y» > O
Assim recaímos na expressa0 (5.1) ou na expressão
Desta forma se Ml - O
AO
> 1
logo
e nos defrontamos can una estrutura progressiva.
A elasticidade-renda do imposto
é,
por definição a
inclinação de uma curva descrevendo a relação funcional
en
tre os logaritmos do imposto devido e da renda.
Podemos montar uma tabela de coeficientes de
elas-ticidade-renda do imposto para as diversas classes de renda
utilizando o conceito de elasticidade-arco, isto
é:
(6.2)
(Yi +
Yi-l)/(~i+Ti-l)
//
--.29.
2.4. Progressividade da renda residual
Esta medida do grau de progressividade do imposto
sobre a renda pode se~ definida corno a razão da variação peE
centual da renda depois do imposto com relação
à
variaçãopercentual da renda antes do imposto.
Este coeficiente representa uma "elasticidade -ren
da da renda residual", referindo-se como renda residual ao
rendimento bruto menos pagamento do imposto sobre este mesmo
rendimento.
Emprégando a outra notação, temos:
(1 - M) / (1 - A)
,
(8)que
é
alcançada a partir da própria definição de progressiv!dade da renda residual. Supondo T = f (y), temos .de (7):
~
I
y-dy \
f
(y)) ·
~
y / (y - f (Y)J
=
[1 -
f I (y) ] • [y / (y - f' (y)~
,dividindo numerador e denominador do segundo termo por y ,
obtemos:
tI
- f' (y) )/
(1 - f(y) / y )=
(1 - M)/
(1 - A). ou .(1
- Ml - O)
l
(1 - AO)Logo quando a expressa0 (7) for:
/ /
<
1 ternos progressividade,=
1 temos estrutura proporcional,> 1 temos regressividade.