RevBrasAnestesiol.2016;66(1):82---85
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
INFORMAC
¸ÃO
CLÍNICA
Raquianestesia
contínua
com
monitorac
¸ão
hemodinâmica
minimamente
invasiva
para
cirurgia
de
reparac
¸ão
do
quadril
em
dois
pacientes
com
estenose
aórtica
grave
夽
María
Mercedes
López
a,
Emilia
Guasch
a,
Renato
Schiraldi
a,
Genaro
Maggi
a,∗,
Eduardo
Alonso
ae
Fernando
Gilsanz
a,baHospitalUniversitárioLaPaz,Madri,Espanha
bSociedadEspa˜noladeAnestesiologia,ReanimacionyTerapeuticadelDolor,Madri,Espanha
Recebidoem5dedezembrode2012;aceitoem20demarçode2013 DisponívelnaInternetem26desetembrode2014
PALAVRAS-CHAVE
Técnicasanestésicas ---subdural;
Técnicasde
mensurac¸ão---débito cardíaco
Resumo
Justificativaeobjetivos: Aestenoseaórticaaumentaamorbidadeemortalidadenoperíodo perioperatório.Amonitorac¸ãoinvasivanoperioperatórioérecomendadaparapacientescom área valvar<1,0cm2 ougradiente médio>30mmHg, alémde serimportanteevitar a
hipo-tensãoearritmias.Relatamos omanejoanestésico como usoderaquianestesia contínuae monitorac¸ão hemodinâmicaminimamente invasivaem duaspacientescom estenoseaórtica grave,submetidasàcirurgiadereparac¸ãodoquadril.
Relatodecaso:Duas pacientes com estenose aórtica grave foram programadas para cirur-giadereparac¸ãodefraturadequadril.Raquianestesiacontínuacommonitorac¸ão hemodinâ-mica minimamente invasiva foi usada para o manejo anestésico de ambas as pacientes. A cirurgia foi realizada com sucesso após duas doses consecutivas de 2mg de bupivacaína isobárica a 0,5% em uma das pacientes e quatro doses consecutivas na outra. As con-dic¸õeshemodinâmicaspermaneceramestáveisduranteaintervenc¸ão.Ossinaisvitaise parâ-metroshemodinâmicospermaneceramestáveisduranteasduasintervenc¸ões.
Conclusão:Nossorelatodescreveousodaraquianestesiacontínuacommonitorac¸ão hemodi-nâmicaminimamenteinvasivacomoumaalternativaválidaparaaanestesiageralouperidural emduaspacientescomestenoseaórticagrave,submetidasàcirurgiademembroinferior. Con-tudo,ensaiosclínicos controladossãonecessáriospara estabelecerqueatécnicaésegurae eficaznessetipodepacientes.
©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
夽 EsteestudofoiconduzidonoHospitalUniversitárioLaPazemMadri,Espanha.
∗Autorparacorrespondência.
E-mails:genaromaggi@hotmail.com,genaromaggi@gmail.com(G.Maggi).
Raquianestesiacontínuaparaestenoseaórtica 83
KEYWORDS
Anaesthetic techniques ---subdural; Measurement techniques---cardiac output
Continuousspinalanaesthesiawithminimallyinvasivehaemodynamicmonitoring forsurgicalhiprepairintwopatientswithsevereaorticstenosis
Abstract
Backgroundandobjectives: Aortic stenosis increasesperioperative morbidity and mortality, perioperativeinvasivemonitoringisadvisedforpatientswithanaorticvalvearea<1.0cm2ora
meanaorticvalvegradient>30mmHganditisimportanttoavoidhypotensionandarrhythmias. Wereporttheanaestheticmanagementwithcontinuousspinalanaesthesiaandminimally inva-sivehaemodynamicmonitoringoftwopatientswithsevereaorticstenosisundergoingsurgical hiprepair.
Casereport: Twowomenwithsevereaorticstenosiswerescheduled forhipfracturerepair. Continuousspinalanaesthesiawithminimallyinvasivehaemodynamicmonitoringwasusedfor anaestheticmanagementofboth.Surgerywasperformedsuccessfullyaftertwoconsecutive dosesof2mgofisobaricbupivacaine0.5%inoneofthemandfourconsecutivedosesinthe other.Haemodynamicconditionsremainedstablethroughouttheintervention.Vitalsignsand haemodynamicparametersremainedstablethroughoutthetwointerventions.
Conclusion: Ourreportillustratestheuseofcontinuousspinalanaesthesiawithminimally inva-sivehaemodynamicmonitoringasavalidalternativetogeneralorepiduralanaesthesiaintwo patientswithsevereaorticstenosiswhoareundergoinglowerlimbsurgery.However,controlled clinicaltrialswouldberequiredtoestablishthatthistechniqueissafeandeffectiveinthese typeorpatients.
© 2013SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.
Introduc
¸ão
A estenose aórtica grave é definida como uma área da valva aórtica inferior a 0,8cm2 e um pico do gradiente
transvalvar superior a 80mmHg.1 Os pacientes muitas
vezes apresentam dispneia, angina e síncope ao esforc¸o.
Podemos encontrar pacientescom estenose aórtica grave
não-corrigida submetidos à cirurgia não-cardíaca. Nesses
casos,asconsiderac¸õesanestésicasenvolvemamanutenc¸ão
doritmosinusal,frequênciacardíacaevolumeintravascular
normais;eprevenc¸ãodehipotensão.Hipotensãogravepode
levaràhipoperfusãocoronarianaeinsuficiênciaventricular.
Osbloqueioscentraissãotradicionalmentecontraindicados
nesses pacientes.1 No entanto, a raquianestesia contínua
(RAC)podeserparticularmenteinteressanteem pacientes
comestenoseaórticagrave,poispermiteatitulac¸ão
indi-vidualizada da anestesia local e pode proporcionar maior
estabilidadehemodinâmicaquearaquianestesiasimples.2---4
ARACtemsidousadacomsucessoempacientesnosquaisa
estabilidadehemodinâmicaéobrigatória,comoos
pacien-tescompatologiacardíacasubmetidosàcirurgiademembro
inferior5---7ouprocedimentosobstétricos.8,9
Relatamos o manejo anestésico com o uso de RAC e
monitorac¸ãohemodinâmicaminimamenteinvasivaemduas
pacientescomestenoseaórticagrave,submetidasàcirurgia
dereparac¸ãodoquadril.
Relato
de
caso
Caso1
Paciente do sexo feminino, 92 anos de idade,
agen-dada parareparac¸ão defratura do quadril esquerdoapós
fraturapertrocantéricadefêmuresquerdo.Emsuahistória
médicadescobrimoshipertensãoarterial,estenoseaórtica
graveeinsuficiênciamitralmoderada.Seutratamento
pré--operatórioconsistiuemEplerenone,AspirinaeFurosemida.
Apacientenãotinhaalergiaconhecidaamedicamentos.
Ecocardiogramafoirealizadoantesdacirurgiaerevelou
umaáreadavalva aórticade0,6cm2 e umpico do
gradi-entetransvalvaraórticode85,4mmHg,alémdeumafrac¸ão
de ejec¸ão de 63% e um comprometimento mitral duplo,
comestenosemitralmoderadaeinsuficiênciamitralgrave.
OECGmostrouritmosinusalnormal.
Nocentrocirúrgico,monitoramosapaciente comECG,
pressão arterial não-invasiva (PANI) e saturac¸ão
perifé-rica de oxigênio (SpO2). Os valores basais foram: PANI
(150/78mmHg), frequência cardíaca (89bpm) e SpO2
(100%). Um cateter arterial foi inserido na artéria radial
esquerda, com a paciente acordada e levemente sedada
commidazolamIV(0,05mgkg−1)efentanilIV(50g).
Conec-tamos o cateter a um monitor FloTrac-VigileoR (Edwards
Lifesciences)emedimoscontinuamenteoíndicedovolume
sistólico (IVS), o índice cardíaco (IC) e a variac¸ão do
vo-lumesistólico(VVS).Osvaloresbasaisforam:IVS(24mLm2),
IC(2Lmin---1)eVVS(8%).Apósregistrarosvalores
mensura-dos,apacientefoiposicionadaemdecúbitolateraldireito.
Para a RAC, um conjunto Micro-Spinolong (PolymedicR,
Temena,Franc¸a)foiusado,noqualocateteréintroduzido
noespac¸osubaracnoideoatravésdeumacânulaquecobre
aagulhaeprotegeocateterdedeformac¸ãooutorc¸ão.Uma
agulhaespinhal,pontadelápis,decalibre27Gfoiinserida
nointerespac¸overtebralL3-L4atéoespac¸osubaracnoideo.
Aagulhafoiremovidae a cânulade calibre26 avanc¸ada;
através da cânula, o cateter de calibre 27 foi inserido
4cmnoespac¸o subaracnoideo e presoà pele.A paciente
84 M.M.Lópezetal.
Tabela1 Parâmetroshemodinâmicosminimamenteinvasivos
Tempo IVS(mL.m−2) VVS(%) IC(Lmin−1m−2)
Caso1 Caso2 Caso1 Caso2 Case1o Caso2
Valoresbasaispré-anestesia 24 65 8 6 2 5
Apósaprimeiradosedebupivacaína 22 60 8 13 2 6 Apósaúltimadosedebupivacaína 21 60 8 19 1,8 3
Iniciodacirurgia 22 65 8 11 2 4
Términodacirurgia 24 54 8 9 2,1 4
IVS,índicedovolumesistólico;VVS,variac¸ãodovolumesistólico;IC,índicecardíaco.
dolíquido cefalorraquidiano (LCR) para confirmar o posi-cionamento correto do cateter, bupivacaína isobárica a 0,5%(2mg) foiadministrada. Osparâmetros hemodinâmi-cosforammantidosestáveiseotestedapicadadeagulha revelouumbloqueio sensitivo nonível de T10.Uma dose suplementarde2mgfoiadministrada5mindepois.Apóso nível debloqueio sensorial atingir T8 e a manutenc¸ãode boascondic¸õeshemodinâmicas,apacientefoiposicionada paraacirurgia.
Otempocirúrgicototalfoide35min.Ossinaisvitaise parâmetroshemodinâmicospermaneceramestáveisdurante aintervenc¸ão(tabela1).Nãohouvenecessidadededoses
adicionaisdebupivacaína.A pacienterecebeuumvolume
totalde500mLdesoluc¸ãodeRingercomlactato,guiadopor
parâmetroshemodinâmicos.Aperdaestimadadesanguefoi
de300mL.
Após a cirurgia, o cateter espinhal foi removido e a
pacientetransferidaparaasaladerecuperac¸ão,acordada,
alerta e confortável. A dor no período pós-operatório foi
bemcontroladacommorfinaporanalgesiacontroladapelo
paciente, deacordo comos protocoloslocais. A paciente
recebeualta dasala derecuperac¸ão após 4h. Nãohouve
casodecomplicac¸ãocardiovascularoucefaleiapós-punc¸ão
duralduranteapermanênciapós-operatória.
Caso2
Pacientedosexofeminino,66anosdeidade,agendadapara
reparac¸ãodefraturadoquadrilesquerdoapósfratura
per-trocantérica defêmur direito. Apaciente era fumantee,
aparentemente,não tinha outra história médica. Ela não
tinhaalergiaconhecidaamedicamentos.
Ao examefísico pré-operatório, descobrimosum sopro
sistólico e a radiografia de tórax revelou cardiomegalia.
Decidimos fazer uma avaliac¸ão cardiológica e
ecocardi-ograma antes da cirurgia. O resultado da avaliac¸ão foi
estenose aórtica grave, com uma área valvar aórtica de
0,45cm2eumpicodogradienteaórticode95mmHg,além
de uma frac¸ão de ejec¸ão de 73,1% e insuficiência mitral
moderada.OECGmostrouritmosinusalnormal.Apaciente
negousintomasanterioresrelacionadosàestenoseaórtica.
Nocentrocirúrgico,monitoramosapaciente comECG,
PANIeSO2.Osvaloresbasaisforam:PANI(168/58mmHg),
FC (72bpm) e SpO2 (98%). Um cateter arterial foi
inse-rido na artéria radial esquerda com a paciente acordada
e levementesedada por via intravenosa(IV) com
midazo-lam(0,05mgkg−1)efentanil(50g);Conectamosocateter
a um monitor FloTrac-VigileoR (Edwards Lifesciences) e
medimos continuamente o IVS, IC e VVS. Após registrar
os valores mensurados, a paciente foi posicionada em
decúbito lateral direito. Para a RAC, um conjunto
Micro--Spinolong (PolymedicR, Temena, Franc¸a) foi usado. Uma
agulhaespinhal,pontadelápis,decalibre27Gfoiinserida
nointerespac¸overtebralL3-L4atéoespac¸osubaracnoideo.
Aagulhafoi removidae acânula decalibre26 avanc¸ada;
atravésdacânula,ocateterdecalibre27foiinserido4cm
noespac¸osubaracnoideoepresoàpele.
Reposicionamosapaciente em decúbito dorsal e, após
a aspirac¸ão do LCRpara confirmaro posicionamento
cor-retodocateter,injetamos2mgdebupivacaínaisobáricaa
0,5%.Osparâmetroshemodinâmicosforammantidos
está-veis e o teste da picada de agulha revelou um bloqueio
sensitivo ao nível L1. Nós injetamos mais três doses de
2mg acada 5min atéatingirumnível debloqueio
senso-rial emT8, mantendoboas condic¸õeshemodinâmicas.Em
seguida,apacientefoiposicionadaparaacirurgia.
Nototal,oprocedimentodurou70min.Ossinaisvitaise
parâmetroshemodinâmicospermaneceramestáveisdurante
aintervenc¸ão (tabela1).Nãohouvenecessidadededoses
adicionaisdeanestésicolocal.Ovolumetotaldelíquidosfoi
750mLdesoluc¸ãodeRingercomlactato,guiadopor
parâ-metroshemodinâmicos.Aperdadesangueestimadafoide
400mL.
Ocateterespinhalfoiremovidoapósacirurgia.A
paci-entefoitransferidaparaasaladerecuperac¸ão,acordada,
alerta e confortável. A dor noperíodo pós-operatório foi
bemcontroladacommorfinaporanalgesiacontroladapelo
paciente, de acordocom osprotocolos locais. Apaciente
recebeu alta dasalade recuperac¸ãoapós 4h. Não houve
casodecomplicac¸ãocardiovascularoucefaleiapós-punc¸ão
duralduranteapermanênciapós-operatória.
Discussão
Esses são os primeiros casos relatados de estenose
aór-tica grave com fratura de quadril que usaram RAC com
monitorac¸ãohemodinâmicaminimamenteinvasiva.
Em pacientes com estenose aórtica grave, uma queda
abrupta da resistência vascular sistêmica (RVS) pode ser
fatal.Poressarazão,aanestesiageralénormalmente
reco-mendada, ouem qualquer caso, o bloqueio epidural com
titulac¸ãoprogressivadoanestésicolocalpodeserusadopara
evitarumaquedarepentinadaRVS.
O bloqueio epidural nem sempre oferece uma
aneste-siaadequadanessascirurgias,exigindodosesmaiselevadas
Raquianestesiacontínuaparaestenoseaórtica 85
ARAC,aocontrário,permiteumbloqueioprogressivo,com
um nível anestésico adequado, uso de doses menores de
anestésico local e levando à manutenc¸ão da estabilidade
hemodinâmica.Acolocac¸ãodocateterétecnicamentemais
fácil e, com a aspirac¸ãodo LCR,podemos ter certeza de
queestábemposicionado----nãopodemosteressacerteza
usandoumcateterepidural.Alémdisso,asalterac¸ões
hemo-dinâmicasderivadasdainduc¸ãoemanutenc¸ãodaanestesia
geraledaintubac¸ãosãoevitadascomaRAC.
OusodaRACempacientescomestenoseaórtica
subme-tidosàcirurgiademembroinferiorélimitadonaliteratura
de relato de casos clínicos, enquanto o seu uso com
monitorac¸ão hemodinâmica minimamente invasiva ainda
nãofoidocumentado.Fuziere colaboradores5e Collarde
colaboradores6mostraram quea RACem pacientesidosos
com estenose aórtica grave é uma técnica segura e
efi-cazparaacirurgiadequadril.Fuziereseuscolaboradores
relataramdoiscasosdousodeRACparareparac¸ãode
fra-turade quadril. Osautoresusaram apenas amonitorac¸ão
padrãoe relataramestabilidadehemodinâmicaem ambos
oscasos, usandoumaperfusão com dose baixade
fenile-frinaemumdeles.Fenilefrinapoderestaurararesistência
periféricarapidamente,semquaisquerefeitoscolaterais
--adrenérgicosou taquicardia, o quepode serfatal nesses
casos.Consideramosumainfusãodefenilefrinaapóso
blo-queioespinhal,masnãofoinecessáriodevidoàscondic¸ões
hemodinâmicasmantidasdospacientes.
Collardecolaboradores,tambémemdoiscasosde
cirur-gia dequadril, usaram cateter arterial radial e pulmonar
paraamonitorac¸ãoerelataramestabilidadehemodinâmica
durante o procedimento, sem o uso de drogas
vasoati-vas.Atualmente, amonitorac¸ão minimamenteinvasivado
débito cardíaco pode representar uma alternativa válida
paraprocedimentosinvasivos,comoacateterizac¸ãoda
arté-ria pulmonar. Os monitores não calibrados, baseados no
formato da onda da pressão, como FloTrac-VigileoR, têm
sidobem validadosna literatura10 e podemorientarguiar
omanejointraoperatórioprecisandoapenasdeum
catete-rismodeartériaradial.
Na literatura, há uma disparidade quanto às doses de
anestésico local e os intervalos entre elas.3---6 Na maioria
dos estudos,asdoses de bupivacaínavariaram entre
2,5-5mg,comumintervalode15min.Nósescolhemosumadose
menor de bupivacaína isobárica (2mg) e um intervalo de
titulac¸ãode5min.Consideramosque5mineraumtempo
adequado paraavaliaro bloqueio sensorial.Além disso, a
monitorac¸ão hemodinâmicanos permitiuevitaro
compro-metimentocardiovasculardevidoaumbloqueiosimpático
excessivo.Apósconfirmaraestabilidadehemodinâmicaeo
nívelsensorial,repetimos adose atéobterboascondic¸ões
cirúrgicas,mantendoaestabilidadehemodinâmica.Estudos
adicionaissãonecessáriosparadeterminarosmelhores
cri-tériosdedosagemeintervalos.Alémdisso,aRACcombaixas
dosesdeanestésicolocal4,5podeserumaescolhaemoutros
tiposdepacientes,nosquaisumaquedabruscadapressão
arterialdeveserevitada;porexemplo,parturientes,
espe-cialmentequandoapresentamdoenc¸ascardiovasculares.8,9
Contudo, o uso de RAC apresenta riscos em potencial
quenão devemser negligenciados. Uma grande
hemorra-gia,alémdavasodilatac¸ão produzidapelobloqueio, pode
ser fatal. Nessas condic¸ões, a hemorragia pode levar um
ciclofataldeisquemiainduzidaporhipotensão,disfunc¸ão
ventricularepioradahipotensão.
Nosso relato descreve o uso da RAC com monitorac¸ão
hemodinâmicaminimamenteinvasivacomoumaalternativa
válidaparaaanestesiageralouepiduralempacientecom
estenose aórtica grave submetido à cirurgia de membros
inferiores.Contudo,ensaiosclínicoscontroladossão
neces-sáriosparaestabelecerqueessatécnica ésegurae eficaz
nessetipodepacientes.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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