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Espaçamento das mudas de café na cova.

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Academic year: 2017

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E S P A Ç A M E N T O D A S M U D A S D E CAFÉ N A COVA (*)

HÉLIO JOSÉ SCARANARI

Engenheiro-agrônomo, Divisão de Agronomia, Instituto Agronômico

R E S U M O

Quatro distâncias entre as mudas na mesma cova f o r a m estudadas, c o m a finalidade de determinar quais as mais indicadas para a plantação de um cafèzal em terra anteriormente o c u p a d a p o r culturas diversas. O presente ensaio f o i instalado em solo tipo terra-roxa-misturada, na E s t a ç ã o Experimental Central em Campinas e compreende as distâncias de 10, 2 0 , 30 e 40 c m entre as quatro mudas plantadas numa mesma cova. Os resultados o b t i d o s dizem respeito às quatro primeiras colheitas. Di-ferentes observações f o r a m feitas, d a n d o as seguintes i n d i c a ç õ e s :

1 ) quanto ao desenvolvimento das plantas, indicou a análise estatística das alturas correspondentes à terceira m e d i ç ã o : a ) haver diferenças entre as alturas médias das plantas nas covas, dentro dos canteiros, as quais são da mesma ordem para os diferentes tratamentos; b ) o s cafeeiros plantados a 10 e 20 c m nas covas, apre-sentam, em média, plantas mais altas, e o s plantados a 30 e a 40 c m , mais b a i x a s ; a diferença entre os dois g r u p o s é significativa e de ordem menor que 1 0 % ;

2 ) as produções estudadas mostram u m aumento linear de acordo c o m o aumento do espaçamento entre as plantas na cova, estatisticamente s i g n i f i c a t i v o :

3 ) as diferenças entre as peneiras médias dos diferentes tratamentos são pequenas, i n d i c a n d o , p o r t a n t o , não haver influência das distâncias n o tamanho das sementes.

( * ) O autor agradece a colaboração dos engenheiros-agrônomos José Estevam Teixeira Mendes, diretor da Divisão de Agronomia, pelas sugestões apresentadas na elaboração dêste projeto e Armando Conagin, da Seção de Técnica Experimental, pela análise

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348 B R A G A N T I A V O L . 15, N . ° 2 5

estações experimentas do Instituto A g r o n ô m i c o ( 4 ) . E m ambos os casos o sucesso da plantação depende de uma série de fatores, os quais, aplicados em conjunto, contribuem para garantir melhor formação e produção dos cafeeiros.

Tem-se verificado que a distribuição das mudas na cova é de im-portância no plantio do cafeeiro. Mendes ( 3 ) refere-se à concorrência recíproca que pode ocorrer entre mudas dispostas muito juntas, enquanto as bem espaçadas ficam sem a proteção mútua indispensável ao cafeeiro, indicando, como melhor, a distância de 12 a 15 cm entre as mudas na cova. Moraes ( 5 ) , em observação mais recente notou, em diversas re-plantas d e café onde quatro mudas em jacàzinhos e quatro mudas indi-viduais foram empregadas na mesma cova, que estas adquiriram melhor desenvolvimento do que quando agrupadas em um único recipiente.

Ob-servou também que havia, mesmo entre as covas nas quais quatro mudas individuais eram plantadas, diferença de desenvolvimento geral em favor das covas onde as quatro mudas guardavam um espaçamento maior entre si.

Baseando-se nestas considerações sugeriu-se a instalação do pre-sente ensaio, a fim de se determinar, experimentalmente, quais as melhores distâncias entre as mudas na cova.

2 — M A T E R I A L E M É T O D O

O ensaio foi instalado em solo tipo terra-roxa-misturada da Estação Experimental Central, em Campinas. A s sementes de café da variedade bourbon vermelho (Coffea arábica L . ( B . R o d r . ) Choussy) foram

semea-das no viveiro em novembro de 1948 e as musemea-das resultantes, transplanta-das cada uma para recipiente laminado, foram plantatransplanta-das no local defini-tivo em 5-12-1949. A s covas, tendo 60x60x50 cm de dimensões, receberam a adubação de 10 quilos de esterco, 300 g de farinha de ossos, 100 g de cloreto de potássio e 100 g de salitre do Chile. Nos anos seguintes, os cafeeiros foram adubados convenientemente.

O plano adotado para o ensaio foi em blocos ao acaso, com oito repetições. Os canteiros são formados p o r quatro covas que guardam a

distância d e 2,70x2,70 m entre si, existindo uma linha de cafeeiros como bordadura geral. Os tratamentos em estudo são as distâncias de 10, 20, 30 e 40 cm entre as mudas na cova. Distâncias maiores de 40 cm não foram experimentadas em virtude de obrigar à abertura de covas com dimensões superiores às normalmente empregadas.

3 — R E S U L T A D O S O B T I D O S

(3)

Nov., 1956

S C A R A N A R I

E S P A Ç A M E N T O D A S M U D A S D E C A F É 349

3.1 — D E S E N V O L V I M E N T O D A S P L A N T A S

A s observações relativas ao desenvolvimento dos cafeeiros mostra-ram, logo após o primeiro ano do plantio, que as mudas dispostas mais espaçadas na cova formavam u m melhor conjunto. A fim de se determinar o crescimento das plantas foram feitas três medições da altura de cada uma das quatro mudas que compõem a cova. A p ó s a última medição a altura média das plantas foi de 135, 134, 126 e 126 cm, para os

espaça-mentos de 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente. A análise estatística cor-respondente à terceira medição deu as seguintes indicações: a ) houve

diferenças entre as alturas médias das plantas nas covas, dentro dos

can-QUADRO 1. — Ensaio de espaçamento de mudas de café na cova. Altura média das plantas com três diferentes idades

Espaçamento na cova

Altura média das plantas nas diferentes idades

205 dias 497 dias 825 dias

cm cm

58,2 114,2 135,0 55,5 111,3 134,0 53,3 103,8 126,0 54,9 103,1 126,0

teiros, as quais são da mesma ordem para os diferentes tratamentos; b ) verificou-se diferença entre os tratamentos, os quais constituem

pratica-mente dois g r u p o s : os plantados a 10 e a 20 cm, que apresentam, em média, plantas mais altas, e os plantados a 30 e a 40 cm, que as apre-sentam mais baixas. A diferença entre os dois grupos é significativa e de ordem menor que 1 0 % , como se observa pela análise da variância, dada a seguir.

Fontes de variação G.L. S.Q. Q.M.

E. repetições 7 0,4014 0,05734

E. tratamentos 3 0,9137 0,30457

Erro 21 0,6038 0,02875

E. covas dentro canteiros 96 2,0678 0,02154

E. plantas dentro covas 384 3,6624 0,00954

(d. canteiros)

Total 511 7,6491

Coeficiente de variação = 13%

3.2 — PEODUÇAO

(4)

350 B R A Ö A N T I A

o café maduro foi coletado, enquanto que na seguinte, feita quando j á era bem adiantado o estado de maturação do café, procedeu-se à colheita de todos os frutos existentes nas plantas. A p ó s secagem no terreiro, o café foi novamente pesado, tomando-se, então, o peso do café em coco para termo de comparação entre os tratamentos.

Verifica-se, pelos dados no quadro 2, que nos anos em estudo, compreendidos no período de 1951 a 1954, houve um acréscimo linear de produção com o aumento do espaçamento entre as plantas na cova. Assim, a produção das plantas espaçadas de 20 cm entre si nas covas, foi de 12,0% mais elevada do que a das mudas plantadas a 10 c m ; as dispostas a

30 cm produziram 21,6% a mais e aquelas espaçadas de 40 em deram um acréscimo de produção de 27,5% em relação às plantadas a 10 cm.

A análise dos dados obtidos indicou, para os quatro anos em estudo, haver diferença estatisticamente significativa entre os diferentes

trata-mentos, cuja análise da variância é a seguinte:

3.3 — T A M A N H O D A S S E M E N T E S

(5)

S P A C I N G C O F F E E S E E D L I N G S I N T H E H I L L

S U M M A R Y

(6)

F o u r square spaciugs between the seedlings were c o m p a r e d : 10, 20, 30 and ±0 cm. Y i e l d data and other observations reported in this paper refer to the first f o u r harvests. The f o l l o w i n g results have been so far r e c o r d e d :

1. Measurements o f the seedlings made at three different times indicated that there was a significant statistical d i f f e r e n c e between plants in the same hill, and that seedlings set 10 or 20 cm a p a r t were higher than those planted at 30 or 40 c m .

2 . The statistical analysis o f yield data showed a significant linear increase related t o the increase in spacing between seedlings in the hill.

3. V a r i a t i o n s i n the spacing between seedlings in the hill did not a f f e c t the size o f the c o f f e e seeds.

L I T E R A T U R A C I T A D A

1 . A M A R A L , A . P. Cultura prática e racional do cafeeiro. São P a u l o , Compa-nhia Graphico-editora Monteiro L o b a t o , 1925. 607 p .

2 . K.RUG, C. A . O cálculo da peneira média na seleção do cafeeiro. R e v . Inst. Café 15:123-127. 1940.

3 . M E N D E S , C . T . Replanta de um cafezal. B o l . A g r i c , S. P a u l o 3 2 : 3 0 7 - 3 2 8 . 1941.

4 . M E N D E S , J. E . T . Relatório da Seção de Café do Instituto A g r o n ô m i c o para o ano de 1948. ( C a m p i n a s ) p.7. [ n ã o p u b l i c a d o ]

Referências

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